Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Mercadante. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mercadante. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de março de 2016

Acima da lei e fora da lei



O petismo ainda não caiu em si.
Enquanto um punhado de militantes petistas protestava contra a ação da Polícia 

Federal que conduzira Lula ao aeroporto de Guarulhos, veio-me à mente imagem com a qual me deparei ontem no Google. Retrata um evento da campanha eleitoral de 2002. Lula, Genoíno, Mercadante, Berzoini e Alencar formam um abre-alas e marcham portando faixa, devidamente estrelada, com os dizeres "Quero um Brasil decente". Fácil compreender a decepção de quantos creram que a faixa expressasse um sentimento real.

Os fundadores do PT viam-se como agentes de um processo revolucionário. Frei Betto, em artigo de 2007, assim descreve os anseios dos vitoriosos de 2002: "A lua seria o nosso troféu. Haveríamos de escalar suas montanhas e, lá em cima, desfraldar as bandeiras da socialização compulsória". O nome disso é revolução. E nenhuma causa revolucionária consegue ser compatível com o Estado de Direito. A revolução por dentro do regime democrático, sem sangue, como sonhou o PT, é uma lavoura que, entre outros requisitos, precisa ser irrigada com dinheiro. Dinheiro para as campanhas eleitorais, para a militância e para os movimentos sociais controlados pelo partido, para manter operante um exército de jornalistas e formadores de opinião. É preciso ter e manter multidão de agentes que começam no sanduíche de mortadela, mas miram o topo da cadeia alimentar revolucionária, onde estão a lagosta ao thermidor e o Romanée-Conti. O sanduíche  é meio e não fim de toda jornada socialista. Não conheço um só revolucionário que queira o comunismo para continuar batendo cartão e operando a mesma máquina.

Numa democracia, o poder é buscado dentro da regra do jogo, dentro da lei. No entanto, se o objetivo é revolucionário, pertence à própria natureza do processo que seus agentes se considerem acima da lei. A causa vem antes e lhe é superior. A lei que não convém à causa é iníqua e não merece respeito. Na primeira etapa, então, se instala esse sentimento de superioridade em relação à ordem jurídica. Face bem visível do que descrevo pode ser observada nos assim chamados "movimentos sociais". Quem se opõe às suas ações é acusado de criminalizá-los. Por quê? Porque quem está acima da lei não comete crimes.

É aí que se começa a explicar o incomparável desastre moral que acometeu o PT. A mentira vira argumento. Calúnia, difamação e injúria ganham utilidade política. Fatos são substituídos por versões. A verdade perde interesse e utilidade. E por aí vai a decência para o brejo.

As reações que surgem nestas horas às ações da PF, do MPF e do juiz Sérgio Moro são motivadas pelo mesmo fenômeno. Ou seja, o petismo ainda não caiu em si. Na fala do presidente Rui Falcão, na gritaria dos militantes no aeroporto de Guarulhos, no posterior discurso de Lula à claque petista, percebe-se a mesma convicção: todos supõem ser devida a seus líderes e ao partido uma reverência que os tornaria inatingíveis pela Justiça. E à sombra dessa reverência deveriam ficar resguardadas as condutas mais suspeitas e a vertiginosa prosperidade pessoal e familiar de tantos. A infinita sucessão de escândalos não é entendida como conduta fora da lei, mas situação normal para quem está acima dela.


Fonte: http://www.puggina.org


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Parte da imprensa tenta vender a imagem que Eduardo Cunha está fraco; pura enganação, Cunha está cada dia mais poderoso - até preposto no novo ministério do desgoverno Dilma



Novo governo não mudará nada para Dilma. O enfraquecimento de Eduardo Cunha, sim, poderá mudar
[Contra Eduardo Cunha só existe as delações premiadas que, na ótica dos seus adversários, são provas conclusivas, incontestáveis.
Quando o acusado é o salafrário do Lula, todas as delações são consideradas meras fofocas. Vale o mesmo para Renan, que até agora não foi denunciado por Janot.]

A ser anunciado esta manhã, o novo governo da presidente Dilma Rousseff já nasce velho. Confira. O PMDB tinha seis ministros antes da reforma: Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (Minas e Energia), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Hélder Barbalho (Pesca) e Eliseu Padilha (Viação Civil) e Edinho Araújo (Portos).

Dos seis, cinco continuarão. Sairá Edinho, deputado, para a entrada de Celso Pansera, deputado de primeiro mandato do PMDB carioca. O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) irá para o Ministério da Saúde – o sétimo ministério. A nomeação da Pansera agrada o PMDB do governador Luiz Pezão, do ex-governador Sérgio Cabral, de Eduardo Cunha e de Luiz Picciani, atual líder do partido na Câmara. Mas isso não muda nada.

O PMDB do Rio é o mais fiel ao governo. Eduardo, o maior desafeto do governo na Câmara, não deixará de sê-lo só por causa da nomeação de Pansera. Parte da força de Eduardo decorre de sua posição de desafeto do governo.  Marcelo Castro sempre votou com o governo. Era ligado a Eduardo. A reforma política, da qual Marcelo foi relator, separou os dois.

A bancada do PMDB na Câmara tem 60 deputados. Desses, 22 assinaram, ontem, um manifesto se dizendo independentes do governo. Por independentes, entenda-se: contra o governo. O manifesto ainda atrairá mais assinaturas.  Ministérios sem dinheiro adiantam pouco. Sempre é possível roubar algum. Ou usar o ministério para fazer negócios fora dele. Mas com a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro ativos, é melhor dar tempo ao tempo.

O que dará um refresco a Dilma nada tem a ver com a reforma. Tem a ver com a descoberta pela Justiça suíça de cinco contas bancárias em nome de Eduardo e de familiares dele.  Imagine uma gangorra: se Eduardo cai, Dilma sobe. E Eduardo está em queda. Tem tudo para cair primeiro do que Dilma – se é que essa cairá.  O país assistirá nos próximos meses a um filme que já passou – a queda do presidente da Câmara. Antes estrelado por Severino Cavalcanti (PP-PE), agora estrelado por Eduardo. [comparar Severino Cavalcanti com Eduardo Cunha é tão sem propósito quanto comparar Dilma com FHC.] Severino foi obrigado a renunciar à presidência da Câmara e ao mandato de deputado porque recebia um mensalinho de R$ 10 mil pago por um dono de restaurante. Uma merreca.  Em depoimento à CPI da Petrobras, Eduardo negou que tivesse contas bancárias no exterior. Mentiu. Mentira é quebra de decoro. Quebra de decoro é punida com cassação de mandato. [ Eduardo Cunha, sob fogo cerrado, pode até cair. O Brasil vive sem ele, o importante é que antes caia Dilma e Lula seja neutralizado.] 

O governo orientará sua tropa para jogar pesado contra Eduardo e força-lo a renunciar. Por temperamento brigão, Eduardo poderá responder ao ataque facilitando a instalação de um processo de impeachment contra Dilma. [o que Dilma e sua facção – ‘vitória na guerra’ -  mais teme é o inicio do processo de impeachment. Sabem que uma vez iniciado – Eduardo Cunha tem autoridade para iniciar – só terminará com Dilma ejetada da cadeira presidencial.]

Briga de cachorro grande, enquanto a economia segue derretendo sem que o Congresso tenha aprovado todas as medidas do ajuste fiscal. De volta ao novo governo de Dilma: a troca na Casa Civil de Aloisio Mercadante por Jaques Wagner fará a felicidade de Lula, que a bancou, e de quem acha Mercadante um chato (o mundo todo).

Wagner é jeitoso e ameno. Mas a sombra de Mercadante poderá atrapalhá-lo. Dilma ama Mercadante de verdade. E para tê-lo por perto, despachou o ministro da Educação escolhido por ela mesmo há apenas seis meses. Do Ministério da Educação para a Casa Civil e dela de volta para o Ministério da Educação – doce calvário o de Mercadante. Que poderá ser agravado pela suspeita de envolvimento dele com dinheiro de Caixa 2.

Fonte: Blog do Noblat


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Na década de 90 Dilma faliu duas lojinhas de R$ 1,99 e vinte anos depois quebra o Brasil



Como Dilma quebrou sua loja de R$ 1,99 e um País
Na década de 90, ela faliu duas lojinhas de bugigangas baratas. Vinte anos depois, a presidente mergulha o Brasil numa interminável crise político-econômica e marca sua gestão pela irresponsabilidade fiscal e falta de confiabilidade externa

Pão & Circo. Com esse nome sugestivo, alusivo à estratégia romana destinada a entreter e ludibriar a massa insatisfeita com os excessos do Império, a presidente Dilma Rousseff abriu em fevereiro de 1995 uma lojinha de bugigangas, nos moldes das populares casas de R$ 1,99. O negócio em gestação cumpriu a liturgia comercial habitual. Ao registro do CNPJ na Junta Comercial seguiu-se o aluguel de um imóvel em Porto Alegre, onde funcionava a matriz. 

Quatro meses depois, uma filial foi erguida no centro comercial Olaria, também na capital gaúcha. O problema, para Dilma e seus três sócios, é que a presidente cuidou da contabilidade da empresa como lida hoje com as finanças do País – recém-rebaixado pela agência de risco Standard & Poors por falta de confiabilidade. Em apenas 17 meses, a loja quebrou. Em julho de 1996, já não existia mais.


 Como acontece no governo, Dilma terceirizou as tarefas  principais da sua loja. O negócio durou 17 meses
Tocar uma lojinha de quinquilharias baratas deveria ser algo trivial, principalmente para alguém que 15 anos depois se apresentaria aos eleitores como a “gerentona” capaz de manter o Brasil no rumo do desenvolvimento. Mas, ao administrar a Pão & Circo, Dilma cometeu erros banais e em sequência. Qualquer semelhança com a barafunda administrativa do País atual e os equívocos cometidos na área econômica de 2010 para cá, levando ao desequilíbrio completo das contas públicas e à irresponsabilidade fiscal, é mera coincidência. Ou não.

Para começar, a loja foi aberta sem que os donos soubessem bem ao certo o que seria comercializado ali. Às favas o planejamento, primeiro passo para criação de qualquer negócio que se pretenda lucrativo. A empresa foi registrada para vender de tudo um pouco a preços módicos, entre bijuterias, confecções, eletrônicos, tapeçaria, livros, bebidas, tabaco e até flores naturais e artificiais. Mas a loja acabou apostando no comércio de brinquedos para crianças, em especial os do “Cavaleiros do Zodíaco”, série japonesa sucesso entre a meninada dos anos 90. Os artigos revendidos pela Pão & Circo eram importados de um bazar localizado no Panamá, para onde Dilma e uma das sócias, a ex-cunhada Sirlei Araújo, viajaram três vezes para comprar os produtos. As mercadorias eram despachadas de navio até Imbituba (SC) e seguiam de caminhão até a capital gaúcha.

Apesar de os produtos ali vendidos custarem bem pouco, o negócio de Dilma era impopular – como a presidente hoje, que ostenta míseros 7% de aprovação. Os potenciais clientes e até mesmo os comerciantes vizinhos reparavam na apresentação mal-acabada da loja, com divisórias de tábua de madeira. “Não entrava ninguém ali”, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo Ênio da Costa Teixeira, dono de uma pizzaria próxima. 

Ao abrir a vendinha de importados, a presidente também não levou em conta um ensinamento básico do bom comerciante: “o olho do dono é que engorda o gado”. Segundo relato dos próprios sócios, Dilma aparecia na loja “eventualmente”. Preferia dar ordens e terceirizar as tarefas do dia a dia, situação bem semelhante ao contexto atual, em que delegou a economia ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy e a política ao vice Michel Temer, até este desistir da função dizendo-se boicotado pelo ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil.

Na sociedade da Pão&Circo, o equivalente ao Mercadante era Carlos Araújo, o ex-marido. Era Araújo quem aconselhava Dilma sobre como ela poderia turbinar as vendas. Mas o ex-conjuge se revelou tão inepto quanto o titular da Casa Civil. “Acho que ela não era do ramo”, afirmou o comerciante, André Onofre, dono de um café ao lado. Depois de tantas trapalhadas comerciais, não restou outro destino à lojinha de R$ 1,99 de Dilma senão a bancarrota.

Questionada sobre a mal sucedida experiência no mundo dos negócios, a Dilma comerciante lembrou mais uma vez a Dilma presidente. Há duas semanas, numa espécie de negação da realidade, a presidente rechaçou a “catástrofe” econômica vivida atualmente pelo Brasil. Ao se referir à lojinha, cinco anos atrás, a Dilma comerciante saiu-se com a seguinte pérola: “Quando o dólar está 1 por 1 e passa para 2 ou 3 por 1, o microempresário quebra. É isso que acontece com o microempresário, ele fecha. A minha experiência é essa e de muitos microempresários desse País”. Ou seja, como boa petista, a presidente jogou a culpa em FHC pela malfadada experiência administrativa – que hoje, sabe-se, seria apenas a primeira.

Com a agravante que a crise atual, também de sua inteira responsabilidade, atinge milhões de brasileiros. A outra teve alcance bem restrito, afetando somente o seu bolso e as economias de seus sócios. Bem, de todo modo, se Dilma atribui a falência à relação dólar/Real no período em que o negócio esteve em funcionamento, com todo respeito, ela comete um grave erro matemático. Dilma administrou seu comércio de quinquilharias importadas no melhor momento da história do Brasil para se gerir esse tipo de negócio — quando o Real estava valorizado em relação ao dólar. No ano e mês em que a Pão&Circo foi criada – fevereiro de 1995 – o dólar valia R$ 0,8. Quando quebrou, a moeda americana ainda não passava de R$ 1.

O negócio tocado pela então política filiada ao PDT fechou as portas em julho de 1996. Três anos depois ao encerramento da casa de bugigangas em Porto Alegre, Dilma assumiria o cargo de secretária de Minas e Energia na gestão Olívio Dutra (1999-2002). O resto da história, todos sabem.

Fonte: Revista Isto É
Foto: Flávio Florido/Folhapress