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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Lenda do futebol alemão, Beckenbauer morre aos 78 anos

Apelidado de 'Kaiser', atuou em cinco Copas do Mundo, e se sagrou campeão em 1974, como jogador, e conquistou a taça em 1990, como treinador

Franz Beckenbauer morreu. Lenda do futebol alemão, foi apelidado de Kaiser, imperador na língua natal do defensor, por seu estilo aguerrido, mas sempre muito elegante. Ele tinha 78 anos.

 Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha Ocidental, com a Taça Fifa depois da vitória sobre a Holanda, na Copa de 1974

 Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha Ocidental, com a Taça Fifa depois da vitória sobre a Holanda, na Copa de 1974 (J. B. Scalco/VEJA)


Beckenbauer  morreu no domingo, 7, conforme anunciou sua família à imprensa alemã nesta segunda-feira, 8. 
Como Zagallo, morto na sexta-feira, 5, aos 92 anos, o alemão foi campeão do mundo como jogador e como técnico. 
Em 1974, levantou a taça pela primeira vez como líbero, posição que inovou na época, o zagueiro que avançava na saída de bola. Anos depois, em 1990, já como treinador, repetiu o gesto uma segunda vez.“É com profunda tristeza que anunciamos que meu marido e nosso pai, Franz Beckenbauer, faleceu pacificamente enquanto dormia ontem, domingo, cercado por sua família”, disse a família, por meio de nota. “Pedimos que neste momento respeitem nossa privacidade.”
Franz Beckenbauer, em foto de 2010
Franz Beckenbauer, em foto de 2010. Ele era o chefe do Comitê para a Copa de 2006 (Michael Steele/Getty Images)

O bávaro, nascido em Munique em 11 de setembro de 1945, teve uma carreira sem igual. Como jogador, disputou 103 partidas internacionais pela Alemanha (50 delas como capitão) e marcou 14 gols — uma contradição em termos para um jogador da defesa.

O Kaiser, que foi considerado um grande estrategista, venceu a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, e o Campeonato Europeu de 1972, em Bruxelas, contra a Rússia como capitão. Mas também são lembrados os quatro gols que marcou na caminhada até o vice-campeonato da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.

Na Europa, ganhou a Bola de Ouro em 1971 e 1976, e sempre é mencionado ao lado grandes nomes do futebol como Diego Maradona, Michel Platini e Pelé.

Na Bundesliga, Beckenbauer atuou por mais tempo no Bayern de Munique, pelo qual estreou aos 18 anos. O filho de um secretário dos correios marcou 44 gols em um total de 424 jogos e conquistou diversos títulos nacionais e internacionais pelo seu clube. Em 1969, 1972, 1973 e 1974, a “figura luminosa” do futebol alemão venceu o campeonato alemão e conseguiu vencer três vezes a Liga dos Campeões da UEFA (1974-76). Em 1977, ele atravessou o Atlântico para o Cosmos New York pela taxa de transferência então recorde de 2 milhões de dólares e venceu o campeonato dos EUA três vezes consecutivas com Pelé (1977-1980) no mesmo time

Depois de comemorar o campeonato novamente com o HSV em 1982, após retornar à Bundesliga, ele encerrou sua gloriosa carreira de jogador em 1983 no Cosmos New York.

Carreira como dirigente
Beckenbauer apareceu pela primeira vez como chefe da seleção alemã em 1984, quando substituiu Jupp Derwall após a eliminação na fase preliminar do Campeonato Europeu na França. 
Beckenbauer alcançou seu maior sucesso como líder da equipe na Itália em 1990, quando se tornou campeão mundial invicto com a seleção alemã. Quatro anos antes, já havia conquistado o segundo lugar na Copa do Mundo do México.


Alessandro Giannini, Esporte - VEJA


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Copa do Mundo de 2026 será sediada por Estados Unidos, Canadá e México

Decisão foi tomada nesta quarta-feira, no 68º Congresso da Fifa

Num processo que envolveu até chefes de estado, a Fifa definiu a América do Norte como sede da Copa do Mundo de 2026. Esta é a primeira vez que o evento será disputado em um continente, e não apenas num país. O Mundial ainda volta para o mercado norte-americano, mais de três décadas depois da primeira Copa, em 1994.

A América do Norte ficou com 134 votos, contra apenas 65 para o Marrocos. Assim, será também a primeira vez que um Mundial será disputado em três países ao mesmo tempo. Antes, o evento só havia sido dividido em dois países, no Japão e na Coreia do Sul, em 2002, quando o Brasil faturou o pentacampeonato.  A votação ocorreu na manhã desta quarta-feira, em Moscou, durante o Congresso anual da Fifa. Os norte-americanos usaram uma cartada que agradou a muitos na Fifa: a promessa de uma receita recorde de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 55 bilhões), quase três vezes o que se obteve no Brasil em 2014.

A votação ainda cumpriu um plano do presidente da Fifa, Gianni Infantino, que precisava levar o Mundial para os EUA, país que o apoiou para assumir o comando da entidade em 2016. Numa tacada só, ele retribuiu sua eleição, compensou os americanos pela derrota na disputa pela Copa de 2022 e ainda criou um compromisso do governo dos EUA de não atacar sua entidade. Pelos planos da América do Norte, um total de 17 cidades se candidataram para receber os jogos, sendo que 80% da Copa ocorrerá nos EUA, enquanto México e Canadá ficarão cada um deles com 10% das partidas. A Copa deverá ser a primeira com 48 seleções, o que exigirá 80 partidas, dezenas de campos de treinamento e uma infraestrutura perfeita. Na avaliação técnica da Fifa, a candidatura norte-americana era bem superior à marroquina.

Depois da polêmica e suspeita de compra de votos para a Copa de 2022, a Fifa reformou seu processo de eleição. Até agora, quem votava eram apenas os 24 membros do Comitê Executivo da entidade - o órgão caiu em descrédito e foi substituído pelo Conselho da Fifa. Desta vez, as 209 federações votaram e o resultado foi publicado.  Marrocos, em sua última apresentação diante dos eleitores, tentou insistir no aspecto emocional, alertando que a decisão não pode ser apenas financeira. Um dos ministros marroquinos também acompanhou a delegação, dando garantias financeiras. Mas ele também apontou que as armas estão proibidas no país, num ataque aos americanos. Outra arma usada: a acusação diante dos eleitores de que um garoto americano não saberia quem seria Maradona.

Já nos bastidores, os marroquinos também tentaram insistir no fato de que a candidatura unida não seria tão unida, diante da tensão hoje existente entre o presidente americano, Donald Trump, e seus vizinhos.  Como resposta, a candidatura americana usou um jogador canadense, que chegou como refugiado, para romper com a imagem de racismo ou xenofobia do governo de Trump. As referências aos imigrantes, união e solidariedade se repetiam. Brianna Pinto, jogadora americana, fez referência à sua boa relação com atletas iranianas. Mas não convenceu.

Os americanos também insistiram que, pela infraestrutura que o continente dispõe, a Copa poderia ocorrer lá a qualquer momento. "Já está tudo pronto. Não precisamos construir nada", apontou um vídeo da candidatura. Além disso, a receita da Copa no Marrocos seria menos da metade daquela que os americanos garantiriam.  A realidade é que a última noite foi permeada por barganhas e tensão. Na véspera do voto, Holanda e Luxemburgo mudaram de lado e anunciaram seu apoio ao marroquinos. Nos bastidores, o ex-presidente da Uefa, Michel Platini, estava na campanha. O governo da França, depois de receber promessas de que ganharia contratos em obras no Marrocos para os novos estádios, passou a ser o principal cabo eleitoral.

Mas as capitais e governos também entraram na disputa. Os cartolas americanos solicitaram que Donald Trump usasse o encontro histórico com a Coreia do Norte para pedir apoio do país asiático à sua candidatura.  Horas antes da votação, o presidente Vladimir Putin informou ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, de que apoiaria os americanos, levando consigo seus aliados.  Trump também acionou o Conselho Nacional de Segurança para fazer pressão entre os aliados, enquanto seu genro, Jared Kushner, convenceu os sauditas a não apoiar o país muçulmano e se aliar aos americanos. Funcionou. 

Correio Braziliense

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Globalização, da ópera à corrupção

Não se pode dizer que as pessoas sempre foram tolerantes. Ocorre que a roubalheira ficava bem escondida

O combate à corrupção é um amplo movimento global. Comportamentos antes admitidos ou deixados para lá os políticos são assim mesmo, lembram-se? — agora são alvo de radical intolerância. O político italiano Ignazio Marino, um homem de esquerda, com as bandeiras progressistas, incluindo o casamento gay, perdeu a prefeitura de Roma quando foram exibidas contas elevadas de restaurante, que ele espetava no cofre municipal. Alguns dirão que foi exagero, mas a bronca agora é assim. Depois de tanta tolerância e impunidade, o pêndulo foi para o outro lado.

Há grandes e pequenas corrupções. Nas grandes, com frequência se trata de roubo em obras públicas, tecnologia dominada mundialmente. As pequenas vão desde contas de restaurante até gastos das primeiras-damas em cidades interioranas. E sem contar a história da Fifa. Na França, por exemplo, a imprensa está muito ocupada com o Mundial de Rúgbi e com as eliminatórias para a Eurocopa. Mas não passa dia sem notícia do caso Michel Platini, o presidente da Uefa, associação de futebol da Europa, candidatíssimo a moralizar a Fifa até ser apanhado recebendo um pagamento por consultoria mal explicada.

Aliás, esta é outra modalidade frequente: consultorias nunca feitas, mas formalizadas em contrato para lavar o dinheiro.
Como se chegou a este ponto? Na verdade, não se pode dizer que as pessoas sempre foram tolerantes com a corrupção. Ocorre que a roubalheira ficava bem escondida. Isso acabou com duas providências básicas: leis exigindo a abertura, a transparência das contas públicas, regras bem aproveitadas pela imprensa; e novas leis para o sistema financeiro que praticamente acabaram com o sigilo das contas bancárias.

Tanto é assim que o combate à corrupção é mais forte, e bem-sucedido, nos países democráticos, com imprensa livre. Na Rússia e na Turquia, por exemplo, denúncias têm dado cadeia para jornalistas nos últimos dias. Outro fator crucial é a globalização do sistema financeiro. No primeiro momento, essa internacionalização ajudou os corruptos a esconder dinheiro, pulando com as contas de país para país. Agora, as autoridades fazem o caminho inverso, seguindo o dinheiro pelo mundo afora.
Ainda bem.

VIAJANDO POR AÍ
E por falar em globalização, tem Uber em São Petersburgo, lá no alto da Rússia. É um enorme conforto para o estrangeiro. Você entra no aplicativo e a página aparece na sua língua, exatamente no formato em que foi feito o registro original. Elimina estresse com o idioma, mapas, sistema de táxis, tarifas, câmbio etc.

Já a internet engasga. Perguntei aqui e ali, e parece que é o seguinte: uma mistura de problemas técnicos — redes de alcance limitado — com alguma censura. Acontecem umas coisas estranhas quando se entra seguido em várias páginas de noticiário. A conexão cai e, às vezes, o seu próprio notebook simplesmente apaga. Já em Paris, a internet é bala, mas não tem Uber. No país das corporações, os taxistas espalharam protestos, e o aplicativo foi proibido por lei, como está acontecendo no Rio e em São Paulo. Azar para quem vem para a Olimpíada.

Por outro lado, tanto em Paris quanto em São Petersburgo o sistema de compra de ingressos para espetáculos é totalmente globalizado. É como se fosse o Uber do entretenimento. Pode-se fazer tudo pela internet, da compra ao pagamento no cartão. Não precisa nem emitir o bilhete — você passa na catraca com o código de barras recebido por e-mail no seu celular.

Tirante para os pequenos gastos, nem é preciso sacar dinheiro local. Vai tudo no cartão. Muita gente reclama que as cidades ficaram muito iguais — e essa é mesmo a primeira impressão. Dos aeroportos aos carros, as lojas, os restaurantes — tudo parece familiar. Ainda mais quando se vê todo mundo com celular na mão. No Museu Hermitage, por exemplo, estão à disposição aplicativos da Apple e do Google pelos quais o visitante faz seu roteiro.

Não facilita só para o estrangeiro. Essa globalização dos serviços é amigável para todos.
Não elimina as identidades locais, muito menos as culturais. Dois pequenos mas interessantes exemplos. São Petersburgo é conservadora. O Teatro Mikhailovsky apresenta uma “Tosca” e um “Lago dos cisnes” absolutamente clássicos. E na ópera, as legendas aparecem apenas em russo.

Já na Ópera da Bastilha, as legendas estão em inglês e, claro, francês. E apresenta um “Don Giovanni” contemporâneo. Os cantores são verdadeiros atores, estão de terno e gravata — aqueles ternos moderninhos, de paletó curto e calça apertada. O cenário os coloca numa Paris de hoje, com prédios de apartamento e o conquistador fugindo de elevador.

Na famosa ária em que Leporello, o empregado de Don Giovanni, relata a série de conquistas de seu patrão, ele saca um celular para ler o número de mulheres seduzidas. E mais: há uma rápida cena de nu frontal de uma das moças. A globalização é assim também: entrega o clássico e o revolucionário, no caso, ambos espetáculos de classe mundial.

Por: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista