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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Em 5 meses, presidente do TCU gastou R$ 1 milhão com viagens internacionais

Bruno Dantas passou um terço deste ano fora do país 

Nos cinco meses deste ano, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, esteve 46 dias no exterior. O tempo corresponde a 30% do período. Essas viagens, na companhia de assessores, custaram R$ 1,1 milhão até maio, de acordo com levantamento publicado pela Gazeta do Povo.

 Presidente do TCU

Bruno Dantas, presidente do TCU - Foto: Reprodução/Agência Brasil

Apenas Dantas gastou R$ 368 mil em passagens e diárias. O restante do valor foi despendido para custear as viagens e estadias dos assessores. Cotado para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF), no lugar de Rosa Weber, Dantas esteve nos Estados Unidos, Alemanha, Áustria, República Tcheca, Panamá, Marrocos e Palau.

O levantamento da Gazeta mostra que a viagem mais cara foi para Nova Iorque, no fim de maio: as despesas de dois ministros e seis assessores somaram R$ 320 mil, sendo R$ 193 mil em passagens aéreas. A comitiva esteve nos EUA para o lançamento oficial da candidatura do TCU ao próximo assento na Junta de Auditores da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em uma viagem a quatro cidades — Praga, Viena, Bonn e Berlim —, Dantas e duas assessoras gastaram R$ 220 mil, sendo R$ 130 mil em diárias. Eles participaram da Representação da Organização das Instituições de Controle (Intosai), em reuniões técnicas sobre análise de dados.

A viagem do presidente do TCU e do ministro Walton Alencar à Assembleia-Geral da Organização das Instituições de Controle do Pacífico, em Koror (Palau), custou R$ 250 mil.

Ainda de acordo com a Gazeta do Povo, neste ano, as viagens de oito ministros do TCU custaram R$ 970 mil. As despesas dos 19 assessores que acompanharam os ministros somaram mais R$ 1,1 milhão, fechando a conta em R$ 2 milhões. As viagens nacionais de representação institucional dos ministros custaram mais R$ 116 mil.

Já as 29 viagens de servidores ao exterior, sem acompanhar ministros, custaram R$ 1 milhão. Do total, 26 foram de “relações institucionais”. Apenas três foram de “controle interno”.

O jornal também revela que uma assessora, Elaine Dantas, deu uma “esticadinha” na viagem a Koror. O evento oficial terminou em 3 de março e ela retornou ao Brasil no dia 6, mas não recebeu as três diárias. Nessa viagem, as diárias foram de R$ 3,2 mil; nas viagens a Praga e Viena, as diárias passaram de R$ 4 mil.

Como acompanhou a maioria das viagens do presidente do tribunal, Elaine ficou 50 dias fora do país. Em cinco missões, recebeu 43 diárias no valor total de R$ 143 mil. As suas passagens somaram R$ 192 mil. Uma despesa total de R$ 307 mil.

No ano passado, um levantamento dos gastos com viagens internacionais dos ministros do TCU já mostrava despesa elevada com passagens e estadias.

Redação - Revista Oeste 



quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Coronavírus - Nova Cepa - O Estado de S. Paulo

Não se pode subestimar nada mas, nesses dois anos formou-se uma casta que, por razões diversas, tem tirado vasto proveito da covid

Nada como uma boa cepa nova, sobretudo se ela vem de algum fundão perdido deste mundo, para encher de esperanças, mais uma vez, todos os que criaram nestes dois últimos anos um estado de dependência em relação à covid. Uma parte da sociedade, de fato, não sabe mais viver sem o vírus. Quem está nela inventou um universo particular, o “novo normal”, viciou-se em seu estilo e agora não quer voltar à vida de antes. A epidemia está cedendo? Então é preciso que ela volte com tudo.

Essa variante sul-africana, a “ômicron” que está triunfando nas manchetes, no horário nobre e nos comissariados de médicos-burocratas que se encantaram com a tarefa de dar ordens a todos, é um clássico. Até agora, a nova cepa revelou-se de baixo impacto; espalha-se muito rapidamente, mas agride pouco o organismo. Ou seja: o sujeito pega a covid, mas não vai para a UTI. Na verdade, até agora, não está indo nem para o pronto-socorro. 

É o caso, agora, da tal variante sul-africana. A médica que a descobriu (e revelou o que havia descoberto, ao contrário da China, que descobriu o vírus original e chamou a polícia para esconder a sua existência) garantiu, várias vezes, que essa cepa causa muito pouca consequência; se espalha com mais rapidez, mas não leva os infectados à UTI, ou nem ao hospital. Pura perda de tempo por parte da boa doutora. O complexo mundial pró-Covid declarou, imediatamente, estado de emergência urgentíssima, com fim do mundo a curto prazo.

Mas e daí? Uma bela cepa vinda da África, onde reinam o ebola, a mosca tsé-tsé e outras coisas horrorosas, resolve qualquer síndrome de abstinência causada por notícias positivas sobre a covid. Foi o que aconteceu. O Japão fechou o seu território, e até o espaço aéreo nacional, para se defender da nova variante. São Paulo, que vinha pensando em suspender a obrigação de usar máscaras em público, resolveu “repensar”. A mídia, desprovida de mortos em escala suficiente para dramatizar o noticiário, recuperou as esperanças
Pegaram três infeccionados em São Paulo, anuncia-se com entusiasmo. Parece que há um em Brasília. 
Interceptou-se um viajante que passou pela Etiópia. 
O Marrocos não permite mais a entrada de brasileiros. Estão fazendo isso na Holanda. Estão fazendo aquilo na Mongólia Exterior – e etc. etc. etc.

É fato inegável que o Brasil já teve 22 milhões de infeccionados pela covid, e mais de 600.000 pessoas morreram em consequência da epidemia. Está igualmente fora de discussão a necessidade de dar todo o combate à essa praga – como, por exemplo, mantendo o avanço da vacinação, área em que o Brasil obteve um notável sucesso com a aplicação, até agora, de mais de 300 milhões de doses. Não se pode, em suma, subestimar nada.

Mas é igualmente verdade que nesses dois anos de covid formou-se uma casta que, por razões diversas, tem tirado vasto proveito da epidemia – e está duramente empenhada em manter as vantagens que obteve.  
É toda essa gente que ganhou o direito de mandar na vida dos outros – a classe social que permite, proíbe ou exige, dá licenças, fornece certificados, faz as pessoas responderem a questionários. 
É o mundo do “home office” e das escolas fechadas. 
É a multidão de “autoridades locais” que receberam verbas de “emergência”, de cujo uso não precisam prestar contas. 
São todos os militantes da ideia de fazer a revolução mundial com o vírus e sem a necessidade das massas operárias.

É mais do que compreensível que todo mundo, nesse bonde, esteja torcendo pela nova cepa.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 


quinta-feira, 20 de maio de 2021

Somos todos idiotas - O Globo

Nós idiotas que ficamos em casa fazemos o possível para evitar que o vírus circule. É pouco, de fato, mas é o que podemos fazer 

Sendo uma das idiotas que não saem de casa, na gentil descrição do senhor Presidente da República, tenho tido muito tempo para pensar na vida; o que me leva, invariavelmente, a concluir que, num mundo de idiotas, o melhor a fazer é não pensar. Todos nós, idiotas, estamos cansados. Do isolamento e das restrições da pandemia, da solidão e da monotonia, mas, sobretudo, das notícias que nos chegam a respeito dos outros idiotas, aqueles que se rebelam contra as máscaras, não respeitam distanciamento social e acham que vírus se combate no grito.[por favor, antes de  pensar em dar razão a esta senhora - que certamente está  entre as que tem tudo em casa, fazem tudo via trabalho remoto, ou algo parecido, e no dia em que um porteiro, um faxineiro do condomínio onde vive luxuosamente se atrasa, propõe a demissão imediata  e sem direito a nada - LEIAM AQUI: Desempregados - O Estado de S. Paulo

Eles não aprenderam que, além dos cientistas que desenvolvem vacinas, ninguém pode fazer nada de concreto contra uma pandemia.[contra a pandemia não, mas, devem ter o direito de sair de casa - ainda que morrendo de medo de ser contaminado - e tentar arrumar um bico para comprar pelo menos o pão;
pensa essa senhora, que o faxineiro que sai do trabalho as 17 horas, chega em casa por volta das 22h, tem um pedaço de pão e um copo com água como jantar, deita e às 3 ou 4 horas, da madrugada,   faz o caminho de volta, desta vez forra o estômago com um pedaço de pão e um café ralo, pode ficar em casa??? e faxineiro, porteiro, vigilante, e outros possuem um emprego e os que nem isso possui - tem que sair a pé e se aventurar no sinal...]

Nós idiotas que ficamos em casa fazemos o possível para evitar que o vírus circule. É pouco, de fato, mas é o que podemos fazer. Ficar em casa quando se pode ficar em casa não é desdouro nem falta de coragem, é consciência social: quanto menos gente houver nas ruas menos o vírus estará em circulação e menos pessoas serão contaminadas. Não parece difícil de explicar, mas, pelo visto, é impossível de entender. Há alguma mutação genética ou ausência de atividade cerebral que impede que os idiotas, aqueles, compreendam essa verdade basilar. Um dia eles ainda vão ser estudados pela Ciência.

A nossa idiotice de isolados é um sentimento tingido pela melancolia, intenso mas inofensivo. Passamos os dias trabalhando, lendo, cozinhando, lavando louça, participando de lives, cuidando de plantas e de bichos, refletindo e torcendo para que haja vacina logo para todo mundo. Enquanto isso o idiota lá desdenha das máscaras, aglomera, voa de helicóptero, faz churrasco, anda de moto, cavalga pela Esplanada dos Ministérios e oferece ao mundo o espetáculo da sua estupidez relinchante e orgulhosa de si mesma.[a senhora está preocupada é com o sofrimento dos que não podem ficar em casa - muitos nem um barraco possuem - ou está chateada, por não ter sido convidada pelo presidente da República?]

Genocida.
Desde os tempos em que trabalhei em Brasília, numa outra encarnação, eu já sabia que educação, caráter e hombridade não são requisitos básicos para assumir cargos importantes na administração pública. Mas eu ainda guardava uma ilusão solitária, e imaginava que era preciso ter um mínimo de inteligência e de sofisticação intelectual para ser Ministro das Relações Exteriores. [só das Relações Exteriores? e os de outros cargos, muitas vezes com outras denominações, que precisam possuir conhecimentos que a Constituição descreve com imprecisão e o Senado confere em sabatina simbólica?
Os deputados e senadores podem fazer muita ..., mas pelo menos receberam votos, foram escolhidos.

A Mauritânia fica na costa africana, ao Norte, logo abaixo do Marrocos e colada à Argélia, em pleno Saara: sua capital Nouakchott, com cerca de um milhão de habitantes, é a maior cidade do deserto. Eu não sabia disso, e não foi por falta de interesse na região, porque antes da chegada do Exército Islâmico ao Mali cheguei a fazer planos de viajar para o país, ali ao lado. Eu também não sabia que a Mauritânia só aboliu a escravidão oficialmente em 1981 e que conserva o antigo hábito berbere de engordar as mulheres: meninas com 8 ou 9 anos são obrigadas a beber leite de camelo aos litros e, aos 12, já são obesas de 30 anos.

Como idiota que sou, tenho fugido da vida real mergulhando em documentários, e foi no canal Tracks, no YouTube, que encontrei uma série holandesa sobre os países do Saara. Ela é apresentada por Bram Vermeulen, e está em inglês; há opção de legendas automáticas. O Tracks é um aglutinador de conteúdo que reúne documentários sobre o mundo todo realizados por emissoras de diversos países, e tem uma coleção extraordinária de vídeos.[vídeos para serem visto pelos que podem ficar em casa e não querem se expor, conhecendo in loco tais locais;
continuamos querendo é que o problema dos brasileiros conseguirem trabalhar, para ter comida para si e seus filhos, seja resolvido.]

 Córa Ronai - O Globo


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Soft power - O mar, os rochedos e o marisco

Análise Política

A aguda demanda global por vacinas anti-Covid-19 é uma bela oportunidade para o exercício do soft power. Mas mesmo isso tem um limite: a óbvia premência de os países produtores atenderem em primeiro lugar suas próprias populações. Ter amigos mundo afora é sempre bom, essencial até, mas quem coloca ou derruba os governos são em última instância seus próprios povos.

Porém a oportunidade de soft power é real, e vem sendo mais bem aproveitada por três jogadores: Índia, Rússia e China. E o motor fundamental nessa disputa em escala mundial é a capacidade de fornecer vacinas na quantidade e velocidade desejadas, diante das circunstâncias. A partir daí, talvez seja precipitado achar que esses países vão sonegar o imunizante para fazer política (leia).

Mais provável é os três concorrerem entre si para ver quem faz mais amigos mundo afora com a vacina.  E a janela de oportunidade está aberta também pela situação do presidente americano hoje empossado, Joe Biden. O principal desafio dele no curto prazo é vacinar em massa nos Estados Unidos, país mais afetado em números absolutos pelo SARS-Cov-2. Não é demais suspeitar que ele vai gastar pelo menos uns 20 a 25% deste mandato quebrando a cabeça em torno do assunto.
E segurando o que puder de vacinas para aplicar lá mesmo.
 
O mar, os rochedos e o marisco
Segundo a Reuters, a Índia começa amanhã exportar a vacina AstraZeneca/Oxford para países que contrataram o imunizante. Começando por Brasil e Marrocos. Na sequência, África do Sul e Arábia Saudita. É a boa notícia do dia (leia).

Todo esse episódio das vacinas para a Covid-19 deveria levantar um debate. Já faz algum tempo, os países depositam a segurança do abastecimento farmacêutico na conta da neutralidade da divisão técnica internacional do trabalho. Faz sentido economicamente. O problema é que a geopolítica não segue estritos critérios econômicos, ainda mais em tempos de fricção crescente entre as potências pela hegemonia planetária. Por isso, recordando o antigo adágio, vem o risco de na briga entre o mar e os rochedos quem acabar se dando mal é o marisco.

[outro que vai se dar mal - aliás, fracassar é seu destino - é o Joãozinho, o Doria.
Sem que o presidente Bolsonaro necessite mover uma palha que seja - aliás, o presidente é acusado pelos seus inimigos de ser omisso; se houve alguma omissão foi por imposição, não por desejo do presidente.
O Doria via ficar desmoralizado e conhecido como o homem que prometeu vacinar e não cumpriu o prometido.
 
Nada temos contra as vacinas  - reafirmamos que muitos dos nossos passaram de século e milênio, saudáveis, pela dádiva Divina das vacinas que recebemos há algumas dezenas de anos.  
Porém, todos reconhecem que a vacina do governador paulista é um pouco enrolada. Não duvidamos de sua segurança e eficácia, mas a maioria há de concordar que é melhor em 100 vacinados 78 ganharem imunidade do que em 100 apenas 50 ficarem imunes. 
 
Um  outro complicador é que a vacina da Fiocruz depende do IFA que está na China, mas na fábrica da AstraZeneca/Oxford, que tem o compromisso com o Brasil de enviar o IFA ou a vacina pronta.
Já o IFA da vacina chinesa/Butantan  está na China, só que em uma fábrica chinesa.
Foi brilhante o ilustre articulista quando lembra:
"Mais provável é os três concorrerem entre si para ver quem faz mais amigos mundo afora com a vacina."]

Não dá para cada país produzir tudo do que precisa, é lógico. Mas tampouco é razoável que países da dimensão do nosso sejam tão dependentes de importar coisas tão estratégicas. Infelizmente, é mais uma consequência de quase quatro décadas de desindustrialização. Ou, pelo menos, de falta de atenção à industrialização.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Índia vai barrar exportação de vacina da AstraZeneca, diz CEO de instituto

A Anvisa aprovou a importação de 2 milhões de doses dessa vacina, que é a principal aposta do governo federal para a imunização contra o coronavírus

A Índia não permitirá a exportação das doses que produzirá da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford pelos próximos meses, de acordo com declaração do CEO do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, no domingo (3!1). A instituição foi contratada para produzir 1 bilhão de doses do imunizante para países em desenvolvimento.
 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a importação de 2 milhões de doses dessa vacina, que é a principal aposta do governo federal para a imunização contra o coronavírus. Não há, ainda, informações se - ou como - a decisão do governo indiano impactará o Brasil. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tenta reverter o eventual veto do governo indiano para a exportação de vacinas. O laboratório brasileiro articula a importação dos 2 milhões de doses prontas, o que permitiria antecipar para janeiro o calendário de imunização no Brasil.
 
A vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford recebeu autorização emergencial do órgão regulador indiano no domingo, mas com a condição de que o Instituto Serum não exporte as doses para que, assim, o país consiga garantir a vacinação das populações mais vulneráveis. Segundo Poonawalla, a determinação também impede a comercialização do imunizante no mercado privado. "Só podemos dar (as vacinas) ao governo da Índia no momento", disse Poonawalla, acrescentando que a decisão também foi tomada para evitar o encarecimento do imunizante.
 
Como resultado, de acordo com ele, a exportação de vacinas para a Covax (iniciativa da Organização Mundial de Saúde para garantir acesso equitativo aos imunizantes contra a covid-19) deve começar apenas em março ou abril. Com as nações ricas reservando a maior parte do que será fabricado neste ano, o instituto (o maior produtor de vacinas do mundo) provavelmente será o principal produtor do imunizante para as nações em desenvolvimento.
 
O CEO afirmou, ainda, que o instituto está em processo para assinar um contrato com a Covax para a produção de 300 milhões a 400 milhões de doses, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Isso vai além dos dois pedidos já existentes de 100 milhões de doses cada para a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford/Astrazeneca e para a Novovax. De acordo com ele, as primeiras 100 milhões de doses foram vendidas ao governo indiano por US$ 2,74, a dose, mas que os preços devem ser elevados nos próximos contratos. A vacina será vendida no mercado privado por US$ 13,68 a dose.
 
A entrega do primeiro lote deve ocorrer entre 7 e 10 dias, após a conclusão do contrato com o governo indiano. Ainda segundo o CEO, a companhia planeja fornecer de 200 milhões a 300 milhões de doses à Covax até dezembro de 2021. "Nós não conseguimos vacinar a todos agora. Nós temos que priorizar", afirmou.
O instituto também está negociando um acordo bilateral com outros países, como Bangladesh, Arábia Saudita e Marrocos. "Para que pelos menos os Estados mais vulneráveis de nosso país ou em outras partes de outros países sejam atendidos", disse Poonawalla, que acredita que haverá uma escassez de vacinas contra o coronavírus no próximo ano.

Reino Unido
Um britânico de 82 anos se tornou a primeira pessoa do mundo a ser vacinada com o imunizante produzido pela parceria Oxford/AstraZeneca fora da fase de testes. A vacina começou a ser aplicada pelo governo do Reino Unido nesta segunda-feira (4/1). O aposentado Brian Pinker foi o primeiro a receber a dose da vacina, no Hospital Churchill, em Oxford.
 
O imunizante da Oxford/AstraZeneca foi aprovado no Reino Unido em 30 de dezembro, após análise de todos os dados fornecidos pelos pesquisadores. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson garantiu 100 milhões de doses da vacina, que podem ser armazenadas em temperaturas de geladeira entre dois e oito graus, tornando-a mais fácil de distribuir do que a injeção da Pfizer/BioNTech. 
 
Agência Estado - Agências Internacionais 
 

domingo, 1 de novembro de 2020

A privataria da saúde não toma jeito - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo 

Costuraram no escurinho de Brasília um avanço sobre as Unidades Básicas de Saúde do SUS, conseguiram um decreto, que gerou gritaria e acabou sendo retirado

Costuraram no escurinho de Brasília um avanço sobre as Unidades Básicas de Saúde do SUS, conseguiram um decreto, provocaram uma gritaria, tomaram um momentâneo contravapor de Bolsonaro e avacalharam o general Eduardo Pazuello. [atualizando: o general Pazuello está de alta.] Seu ministério disse que a ideia veio da ekipekonômika. Já o doutor Guedes disse inicialmente que ela veio do ministério do general.

Em 2019, essa turma produziu em segredo um projeto que virava de cabeça para baixo a legislação que rege os planos de saúde. Tinha 89 artigos, nenhum a favor da clientela. A peça havia sido produzida num escritório de advocacia por um consórcio de entidades, seguradoras e operadoras, e a consulta ao seu texto era sigilosa. Divulgada, a armação explodiu e ficou sem pai nem mãe. Covardemente, ninguém saiu em sua defesa, nem os autores. De lá para cá, veio uma pandemia e roubalheiras público-privadas com a saúde foram expostas em Rio, Amazonas, Pará, Brasília e Santa Catarina. Três secretários de Saúde passaram pela cadeia, e dois governadores estão com o mandato a perigo.

Individualmente, entre os çábios da privataria médica há renomados profissionais, ou respeitados gestores. Coletivamente, eles se misturam com larápios e operadores do escurinho de Brasília, incapazes de botar a cara na vitrine. Se praticassem esse tipo de promiscuidade no tratamento de seus pacientes privados, a medicina brasileira já teria migrado para Miami. 

(........)

Witzel saudita

O doutor Wilson Witzel (Harvard Fake’ 15) ameaça: “Se perceber que há perseguição política e cooptação das instituições contra mim e a minha família, pretendo pedir asilo político no Canadá”.
Ex-juiz, Witzel deve procurar um advogado ou pensar num outro tipo de fuga. É improvável que a embaixada do Canadá dê asilo político a um cidadão acusado de improbidade que tenha sido afastado do governo num processo público e irretocável.

Isso, fazendo-se de conta que o governador afastado do Estado do Rio defendia os direitos humanos quando dizia que “a polícia vai mirar na cabecinha e… fogo”.
O Canadá tem uma tradição humanitária e recebeu dezenas de milhares de refugiados, quase todos do andar de baixo. Talvez Witzel possa tentar a Arábia Saudita, que em 1979 asilou o balofo ugandense Idi Amin Dada, ou Marrocos, onde o larápio general congolês Mobutu terminou seus dias.

Guedes x Marinho

O doutor Paulo Guedes sempre soube que a Febraban opera a serviço dos bancos, até porque já esteve naquele lado do balcão. Como ministro, atacou a guilda acusando-a de financiar “estudos que não têm nada a ver com a atividade de defesa das transações bancárias, financiando ministro gastador para ver se fura o teto, para ver se derruba o outro lado”.

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Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista - MATÉRIA COMPLETA

domingo, 2 de fevereiro de 2020

E se um filho de Bolsonaro estivesse lá na China? - Blog do Josias



O coronavírus produz um desses episódios que fazem com que o contribuinte tenha vergonha do serviço público que sustenta. Há na China brasileiros que desejam retornar ao seu país. Coisa de três dezenas de pessoas. O desejo desse grupo é tratado pelas autoridades de Brasília com a sensibilidade de um cubo de gelo. Num instante em que outros países resgatam seus cidadãos do confinamento chinês, Jair Bolsonaro e sua equipe entoam um lero-lero glacial. A turma oscila entre o desrespeito e a crueldade.
[antes de demonizar o presidente do Brasil, nos permitam apontar alguns aspectos:
- primeiro empecilho ao resgate: por se tratar de pessoas que estão em área de alto risco, doença incurável, elevado índice de contágio e ainda sem medicação.
Em qualquer país do mundo - do democrata EUA, Austrália, Reino Unido, Alemanha, etc - a praxe é que o resgate de pessoas em tal situação ocorra em voo exclusivo, cercado de precauções de higiene e logo que cheguem ao Brasil, todos os repatriados tem que se submeter a uma quarentena.Situação que está ocorrendo em todo o mundo.

Só que o Brasil, o país da 'constituição cidadã', tem uma (IM)previsão "sui generis":
a Constituição Federal decreta que ninguém é obrigado a fazer, ou deixar de fazer, sem expressa previsão legal.

Se o presidente Bolsonaro determinar o confinamento das pessoas, qualquer cidadão ansioso por holofotes, ou um desses partidos políticos das liminares, ingressa na Justiça Federal, em qualquer juizado federal do Brasil, pedindo uma liminar cancelando o confinamento, serão várias, e uma ou várias, serão deferidas. E confinamento foi para o espaço. Enquanto milhões de cidadãos passam a correr risco elevado de contágio.

O presidente Bolsonaro é criticado quando diz que são algumas dezenas de pessoas e os brasileiros que passarão a correr risco maiores - graças a DEUS,  até o presente momento, não existe nenhum caso confirmado - são 210.000.000.
Só existe uma escolha: entre algumas dezenas, ou mesmo centenas, de vidas e DUZENTOS E DEZ MILHÕES, a preferência tem que ser do maior número.

Quanto a questão proposta no título do POST fica dificil responder, por partir de uma premissa impossível: todos os filhos do presidente  se encontram no Brasil. (só para calar alguns fanáticos: se algum deles estivesse em Hubei e o presidente quisesse que um jato da FAB fosse buscá-los, uma ordem judicial seria expedida, impedindo a decolagem do avião.]

 
O blá-blá-blá soa desrespeitoso quando Bolsonaro declara não dispor de verba para recambiar poucas dezenas de nativos. "Se você me arranjar recursos e meios a gente começa a providenciar a partir de agora", disse ele, irritado, a um repórter. O palavrório se torna cruel quando o risco de contágio serve de pretexto para justificar o abandono: "Se lá temos algumas dezenas de vidas, aqui temos 210 milhões de brasileiros."

Bolsonaro falou sobre o problema como se aguardasse por uma solução caída do céu. Primeiro, empilhou as dificuldades: da falta de aval do Congresso para realizar a despesa até a ausência de lei para impor uma quarentena aos resgatados. Recordou-se ao presidente que para casos assim, urgentes e relevantes, a Constituição dá ao inquilino do Planalto o poder de editar medidas provisórias. O capitão não se deu por achado: "Vamos discutir isso daí, porque pode a MP chegar lá e simplesmente alguém julgá-la inconstitucional, numa ação judicial. Vocês sabem que nosso Judiciário é bastante rápido nessas questões."

Infectados pelo descaso do chefe, os ministros ecoaram Bolsonaro. "Não temos voo direto", declarou Henrique Mandetta, da Saúde. "Sai da China e faz conexão. Paris, Frankfurt..." Bolsonaro reforçou: "Temos que negociar essas escalas também". Puxado por Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo expressou-se como se desejasse confirmar a superstição segundo a qual diplomatas detestam os patrícios que lhes pagam o contracheque: "A região da China que está mais sujeita [à proliferação do coronavírus] está fechada para qualquer pessoa sair. É preciso negociar com o governo chinês primeiro para que deixe sair os brasileiros, como outros países fizeram. Não é uma coisa óbvia e imediata."

Enquanto o linguajar de Araújo rodopia como parafuso espanado, outros países agem. Na terça-feira (28), um avião enviado pelos Estados Unidos resgatou 195 americanos na província de Hubei, onde fica a cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus. Na quarta (29), o Japão levou embora 206 cidadãos, dos quais cinco tiveram que ser isolados porque tinham febre. Equipavam-se para resgatar seus nacionais na China: Alemanha, França, Coréia do Sul, Marrocos, Cazaquistão, Canadá, Rússia, Holanda, Mianmar, Austrália..

No início da semana, ao retornar da Índia, Bolsonaro já havia sinalizado que trataria com desapreço os nacionais em apuros no oriente. "Pelo que parece, tem uma família na região onde o vírus está atuando. Não seria oportuno retirar de lá, com todo o respeito. É o contrário. Não vamos colocar em risco nós aqui por uma família apenas." O presidente se referia "apenas" ao drama de um casal brasileiro que amargava um isolamento hospitalar nas Filipinas porque a filha de dez anos apresentava os sintomas do coronavírus. O contágio da garota não se confirmou. Mas o surto de insensibilidade de Bolsonaro dispensa exames laboratoriais. 

[curioso é que ninguém questiona o fato do Maia e Alcolumbre não  terem providenciado, ainda no inicio da semana passada, a convocação extraordinária do Congresso Nacional, para votar a tão necessária lei?
Ninguém pergunta, ninguém questiona, o assunto é ignorado.]
No ano passado, quando cogitou indicar o filho Eduardo Bolsonaro para o posto de embaixador do Brasil em Washington, o capitão deixou claro que não mede esforços para favorecer seus rebentos. "Pretendo beneficiar filho meu, sim. Pretendo! Se puder dar filé mignon, eu dou." Cabe perguntar: o que faria Bolsonaro se "apenas" um filho seu estivesse confinado num hospital filipino ou na cidade chinesa de Wuhan? Decerto já teria providenciado o resgate, com jato da Força Aérea Brasileira.

 Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL

 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O “FIM DO MUNDO” DOS ECOCHATOS - Sérgio Alves de Oliveira



Todas essas tragédias de extinção, ou quase extinção, da vida na Terra,anunciadas diariamente pelos alarmistas do “fim do mundo”, teriam, como eles  pregam, algo a ver com a atuação do homem na deformidade da natureza? Tudo leva  a crer que não. E que não passa de “alarme falso”. Essa conclusão não significa de nenhuma maneira concordância ou omissão com a depredação e poluição da natureza que a cada dia mais se acentua em todo o mundo,nas cidades e no campo.

Mas se conjugarmos a história do Planeta Terra com a  evolução do Homem, certamente chegaremos à conclusão  que as tragédias  naturais de origem “interna”, anunciadas pelos alarmistas do “fim do mundo”, acontecerão  independentemente da participação predatória humana.  Por um lado a Terra foi formou-se  há cerca de  4,56 bilhões de anos. Os cientistas calculam que 99% das espécies vivas foram dizimadas de alguma forma durante os diferentes períodos geológicos.

Calculam os cientistas que a própria Lua, satélite natural da Terra, teria sido formada a partir da colisão que o  Planeta Theia, mais ou menos do tamanho de Marte, teve com a Terra, fato ocorrido  cerca de 100 milhões de anos após a formação da Terra, e que teria “roubado” uma parte  do que  era a  Terra para formação do seu satélite.  Neste sentido, o Planeta Terra ”deve” à Lua, que não serve só para os “namorados”, principalmente pela recíproca atração gravitacional, a sua própria  “estabilidade” no  Sistema Solar,no cosmos, e mesmo a “vida” nela existente, inclusive as marés. Sem a força da gravidade exercida pela Lua sobre a Terra, a vida seria impossível. Só para exemplificar: se a Terra estivesse “solta” no Sistema Solar, e o seu eixo de rotação se alinhasse com o Sol,o hemisfério voltado  para  essa  estrela  ficaria  quente demais, e o hemisfério oposto totalmente congelado, praticamente  inviabilizando  a vida como a conhecemos.

Os  5 (cinco)“quase fim de mundo”, com extinção de grande parte da vida, só nos últimos 500 milhões de anos,  (+ou- 1/10 do tempo de “vida” do Planeta),se deram  (1) aos 440 milhões de anos (período Ordoviciano,com vida restrita aos oceanos,onde 85% das espécies e mais de 100 famílias de invertebrados  desapareceram); (2)  350 milhões e anos (Período Neodevaniano,com perda de 27 % das famílias,e 70% a 80 % dos organismos marinhos); (4)  250 milhões de anos, onde a Terra  ficou com um só supercontinente (Pangea), e a érea de terras superou a de oceanos, e 96 % da vida dos oceanos e 70 % da vida terrestre desapareceram; e (5) 65 milhões de anos,quando um asteróide,ou cometa, atingiu a Terra na Península de Yucatan (México),com extinção  de grande parte da vida,inclusive dos Dinossauros.
Na “evolução” do homem, o primeiro “hominídio” data de (somente) 4,4 milhões de anos, e o  fóssil  mais antigo  do  “homo sapiens” foi encontrado  em Djebe l  Irhound, no Marrocos,há 315 mil anos. A “história” do homem no Planeta Terra, portanto,corresponde a mais ou menos 1/1000 do tempo de existência do Planeta. Nada,portanto.

O anunciado “aquecimento global”, e o tal de “efeito estufa”, bem como o derretimento do gelo, e o aumento, ou “diminuição”, do nível dos oceanos, já ocorreram diversas vezes na “história” da Terra, sem qualquer participação do homem, que nem mesmo existia, e só passou a “tomar forma” muitos milhões de anos após a última  grande “quase” extinção da vida no Planeta, ocorrida há  65 milhões de anos atrás. É claro que nenhum certificado de “garantia” pode ser dado tanto à vida na Terra,quanto à “vida” da própria Terra. Tanto causas internas da Terra, como erupções vulcânicas gigantescas, terremotos, eras glaciais, e muita outras causas, poderiam abalar a vida no Planeta. Mas parece que o maior perigo estaria numa causa “externa”, absolutamente imprevisível,  numa  eventual colisão de   asteróide ou cometa , cujas dimensões poderiam dar um “fim” na Terra. Os que caíram até hoje podem ser considerados  “anões”, mas já  provocaram muitos estragos.

Portanto, o único “fim do mundo” certo ainda está bem  distante,e se não houver nenhum “acidente de percurso”, a Terra ainda poderá ter  uma sobrevida de cerca de  5 bilhões de anos...se tiver, e se “tivermos”, muita “sorte”. [de todo o post, se impõe uma pergunta: pode o FINITO entender o INFINITO?]


Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo