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terça-feira, 13 de julho de 2021

Fux e Bolsonaro: Presidente do STF não pode ser conciliador-geral da República - O Globo

Jair Bolsonaro ofendeu o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, espalhou mentiras sobre o voto eletrônico e ameaçou impedir a eleição de 2022.  Como prêmio pelo mau comportamento, foi convidado para um cafezinho com o presidente do Supremo Tribunal Federal. [dois aspectos: fake news estão sendo divulgadas sobre o 'voto impresso' - não por Bolsonaro e sim pelos inimigos do Brasil = inimigos dos brasileiros e do presidente = quanto tentam passar a ideia, mentirosa, que o voto impresso busca acabar com as urnas eletrônicas. Ao contrário, as URNAS ELETRÔNICAS PERMANECERÃO, apenas será adaptado às urnas uma impressora que garantirá que o  voto do eleitor será fielmente armazenado no meio digital (o voto lá armazenado é o que fornece informações para o boletim de urna - BU) e fielmente apresentado no voto impresso.
o final do primeiro parágrafo da matéria, adiante transcrito em itálico vermelho, procura desmerecer o presidente Bolsonaro - que, para desgosto de muitos, é a maior autoridade da Nação brasileira - por deixar a impressão de que Bolsonaro  foi repreendido pelo ministro Fux, por 'mau comportamento'. VEJAMOS: "como prêmio pelo mau comportamento, foi convidado para um cafezinho com o presidente do Supremo Tribunal Federal".]

Bernardo Mello Franco

No encontro a portas fechadas, o ministro Luiz Fux pediu a Bolsonaro que respeite a Constituição e pare de pregar o golpe dia sim, outro também.  A iniciativa lembrou o ministro Dias Toffoli, que também costumava responder a ataques ao Supremo com conversas particulares e pizzas dominicais.  É improvável que o pedido de Fux produza algum efeito prático. Na saída da reunião, o capitão amansou o tom, mas insistiu na pregação autoritária.

Repetiu um palavrão contra a CPI da Covid, acusou o ministro Luís Roberto Barroso de fazer "ativismo" e disse que a população "não acredita nesse voto eletrônico que está aí". Ao ouvir uma pergunta incômoda, voltou a se destemperar e ameaçou encerrar a entrevista. Em seguida, puxou um Pai-Nosso entre os repórteres. Bolsonaro é investigado por suspeita de prevaricação em inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal. [alguns ministros do STF não se abstém de votar em processo no qual podem se tornar investigados - no caso voto a favor do próprio votante.]

Como podem vir a julgá-lo, os ministros da corte deveriam manter distância regulamentar do capitão. Entre as atribuições do presidente do Supremo, não está a de agir como conciliador-geral da República.

[aliás, a tentativa de passar a ideia de um conflito entre o  Poder Executivo e Judiciário não é só do signatário deste Post - o ilustre Bernardo Mello Franco deixa no ar a impressão que o ministro Fux enquadrou o presidente Bolsonaro = ao que se sabe o mais recente enquadrado da República é o senador que ainda preside a CPI Covidão
A jornalista Míriam Leitão, no post Resposta para ameaças antidemocráticas de Bolsonaro não é com conversa particular mostra que torce para que uma guerra  se estabeleça entre o presidente Bolsonaro e o presidente do STF.  
Deixa a nítida impressão que torce para que as duas autoridades levem o confronto para o lado pessoal, com o ministro Fux se valendo de ser um praticante do judô e o presidente Bolsonaro usando táticas que como  ex-paraquedista do Exército brasileiro, conhece e algumas ainda domina.
Felizmente, os dois são sensatos e sabem que o respeito entre os poderes da República é tão importante quando a harmonia e a independência.
Alguns trechos do post, citações da jornalista, e que deixam claro seu desejo de  mais rigor na admoestação do presidente Bolsonaro: "Não são conversas particulares que resolvem a crise constitucional criada pelas declarações antidemocráticas do presidente da República."
"Quando o presidente é tratado como se ele não tivesse que ser responsável pelas suas palavras, e se dá a ele o direito de responder em particular algo que ele falou publicamente, está contribuindo para que ele continue repetindo o mesmo comportamento."
"Fux acertou quando fez as notas de repúdios, mas o acerto em privado na crise institucional não resolve. Claro que tem que haver diálogo, só que não quando o presidente faz uma infração tão grave."
 
Tem mais uma: "E, para crime de responsabilidade, a resposta é o impeachment."
 
Encerramos, lembrando à ilustre jornalista que o impeachment se tornará possível, se ela e os inimigos do Brasil e do presidente conseguirem  que  342 deputados que votem favoravelmente à aceitação do pedido de abertura do processo de impeachment. Conseguindo, estará dado o primeiro passo. 
Sem os 342 votos favoráveis o assunto continuará no nicho dos devaneios.]

Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo

sexta-feira, 24 de julho de 2020

DA SÉRIE GRANDES LOROTAS: A VISÃO DE MUNDO MARXISTA - Percival Puggina


 Assim como existem males que vêm para o bem, há mentiras que servem para estabelecer verdades. Todo marxista (refiro-me, aqui ao ativista da causa e não àquele que lê Marilena Chauí, bebe sua vodca e põe a revolução para dormir com um ursinho de pelúcia) – todo marxista repito, tem absoluta convicção de sua superioridade intelectual e moral.

Para entender as razões da nuvem de gafanhotos que caiu sobre o trabalho humano e sobre a economia no combate à covid-19, pense no modo como vêm sendo tratados entre nós os crimes contra o patrimônio. É extremamente didático fazê-lo. Mesmo uma ligeira busca no Google evidenciará que, em diferentes pontos do país, a pandemia fez decrescer muito o número de furtos e roubos. Vale dizer, os criminosos “contra o patrimônio” respeitam mais o vírus do que a lei, que é branda e aplicada a eles com brandura por uma justiça que atenua tais delitos.

No entanto, na vida fora dos livros mal pensados, o cidadão que sai à rua é caça, pronto para ser caçado por uma multidão de ladrões mantidos soltos malgrado serem frequentadores assíduos das carceragens. Há braços da justiça recolhidos, romantizando esse tipo de ação que seria cometida por alguém buscando com as próprias mãos dar materialidade à justiça. Não importa se a sociedade se percebe como caça, acossada por caçadores à espreita, nem que os cidadãos, a cada ato desses, temam pela própria vida e pela vida dos seus. É um roubinho, um furtinho, uma saidinha de banco, que se perdoam com um Pai-nosso e duas Ave-Marias. O diminutivo ajuda a minimizar atribuindo valor apenas ao bem alheio, tomado ou furtado. “São só bens materiais!”, alegam, num generoso desprendimento em relação ao que é dos outros...

Só que não! 
Essa atitude finge desconhecer que por trás de cada bem há um ser humano agredido, ameaçado, em pânico, ferido em sua dignidade. 
Que uma anciã foi furtada de sua aposentadoria. 
Que os negócios do proprietário estavam no notebook que lhe tomaram. Que a senhora de quem levaram a bolsa gastará horas e horas de diligências para recompor a própria identidade. 
Que com o carro levaram uma poupança de muitos anos. 
Pecaminosa indulgência! assim pensam, escrevem, ensinam, convictos de manterem para com a humanidade uma relação de amor e de que o ser humano só pode ser realmente amado num estado comunista. 

Não ria que eles ficam aborrecidos. A suposta beatitude impulsionada pela superioridade moral desse amor não sofre qualquer abalo ante o fato de toda experiência nesse sentido ser um flagelo de muitas dimensões. Uma eterna nuvem de gafanhotos se instala sobre a economia. 
Uma corte de privilegiados malfeitores se instala no poder
Uma sequência de genocídios se faz necessária para que a sociedade se submeta a seu miserável papel na história. É assim, sempre, nas muitas dimensões dessas experiências. A liberdade individual é sempre capturada na portaria do sistema. “Sua loja está sendo fechada, senhor!”.
Chegamos, então, à momentosa questão das empresas (e dos empregos); da atividade econômica e do trabalho humano. A interpretação marxista comete em relação ao enfrentamento ao novo coronavírus o mesmo equívoco, distinguindo a dimensão material da atividade econômica dos seres humanos concretos sem os quais ela sequer existe. Aqui, o Estado age como o ladrão.

É a mesma ideologia que Marx bebeu de canudinho em Proudhon, para quem a propriedade privada é o roubo. Ora, se a propriedade é apenas um bem material e é, além disso, um roubo, são supérfluos os interesses nela envolvidos.
Então, fecha tudo e vamos cuidar da mídia.


Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.]