Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Trinidad e Tobago. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Trinidad e Tobago. Mostrar todas as postagens

sábado, 6 de abril de 2019

Tenho esperança de que o STF não irá rever a prisão em segunda instância”

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, entende que a detenção após condenação em 2º grau reduziu a impunidade no Brasil

 Em entrevista exclusiva concedida à ISTOÉ na quarta-feira 3 , o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que a execução das condenações após o julgamento em 2ª instância constituiu a mudança mais importante para a diminuição da impunidade no País. Por isso, ele nutre a “expectativa e esperança de que o STF, responsável pela inovação, não irá rever essa decisão”. O Supremo Tribunal Federal (STF) deveria se reunir nesta quarta-feira 10 para decidir se manteria ou voltaria atrás na decisão, tomada em 2016 de permitir a prisão de condenados em tribunal colegiado, mas adiou a plenária. Há pressões de todos os lados. Entre as quais para que a jurisprudência seja mudada.

Enquanto torce para que tudo permaneça como está no STF, Moroà frente do ministério a três meses — trabalha para endurecer as leis, sobretudo para os chamados crimes de sangue. Hoje, o Brasil é a nona nação com o maior número de assassinatos em todo mundo. A ideia é melhorar a posição do País nesse ranking, que nos coloca atrás apenas de Honduras, Venezuela, El Salvador, Colômbia,Trinidad e Tobago, Jamaica, Lesoto e África do Sul.

Na entrevista, o ministro explicou que seu projeto, já em apreciação no Senado, prevê que os sentenciados em Tribunal do Júri sigam direto para a cadeia e não fiquem livres enquanto a Justiça aprecia os inúmeros recursos. Para ele, essa ciranda faz com que muitos condenados levem até dez anos para pagarem seus crimes atrás das grades.

À ISTOÉ, Moro disse ainda que a proposta pretende inserir uma novidade no Código Penal que é a “plea bargain”, que permitirá ao preso delatar outros criminosos implicando na redução de sua pena. Moro entende que as medidas podem até superlotar as cadeias brasileiras, mas, para ele, “um criminoso perigoso custa mais caro solto do que preso”.

O senhor propõe no pacote anticrime que a prisão passe a valer após sentença em 2ª instância, não só para crimes de corrupção, mas para presos comuns. O que pode acontecer se o STF rever a decisão que permite a prisão após julgamento em segundo grau?
Sempre argumentei que a execução de condenações após o julgamento da 2ª instância foi a mudança mais importante para a diminuição da impunidade de grande corrupção e mesmo de crimes praticados por pessoas poderosas. Todos são iguais perante a lei. Ela deve proteger o vulnerável, mas também servir à responsabilização de qualquer pessoa, inclusive poderosa, que pratica um crime. Tenho expectativa e esperança de que o STF, responsável pela inovação, não reverá a sua jurisprudência.

O Brasil ostenta o nono índice mundial de assassinatos por 100 mil habitantes, com uma taxa de 30,8. Mas há estados com índices de 64,7 por 100 mil, acima até dos lugares considerados mais sangrentos do mundo. Como mudar essa realidade?
O projeto anticrime contém várias disposições contra crimes violentos como homicídios ou feminicídios. Propõe a execução imediata das sentenças proferidas pelos Tribunais do Júri que julgam crimes dolosos contra a vida. Prevê ainda que recursos contra a decisão do juiz que remete o caso ao Júri, na pronúncia ao sentenciado, não mais terão efeito suspensivo. Não é incomum que esses casos levem mais de dez anos para serem julgados. Isso vai reduzir esse tempo significativamente e tirar assassinos de circulação. Além disso, a ampliação do Banco Nacional de Perfis Genéticos vai ampliar a taxa de resolução desses crimes, assim como de outros.

Como a violência parece estar ligada à pobreza, o senhor acha que ela só será reduzida quando a economia melhorar?
A redução da criminalidade demanda a adoção de políticas públicas de segurança concertadas com políticas de educação, saúde, urbanísticas, em uma ação integrada. Investir, por exemplo, na recuperação de áreas urbanas degradadas faz diferença. Emprego e desenvolvimento também. Mas tirar criminosos perigosos da rua, combater o crime organizado e reduzir a corrupção, com medidas de segurança pública e Justiça, também fazem a diferença. Uma política não exclui a outra.

O senhor propõe que os 
condenados que cometem crimes hediondos deveriam demorar mais tempo para conseguir a progressão de pena, passando dos atuais dois quintos para três quintos. Não é pouco para crimes bárbaros que chocam a sociedade?
O projeto anticrime prevê que o condenado por crimes hediondos com resultado morte só poderá progredir após o cumprimento de 3/5 da pena. É uma elevação em relação à exigência atual. Ele só deve também progredir se constatado que ele tem condições de ressocializar-se. É importante investir na recuperação dos condenados, mas é razoável, para crimes graves e violentos, endurecer o sistema. Já é um avanço, embora sejam razoáveis posições daqueles que defendem um endurecimento maior para esse tipo de crime.
Seu projeto está propondo a “plea bargain” para que os bandidos que confessarem seus crimes tenham redução de pena, como já se faz com a delação premiada para casos de corrupção. Há ainda a execução da pena imediatamente após decisão do júri. Essas medidas não contribuirão para superlotar as cadeias?
O projeto anticrime tem por pressuposto que não é possível um endurecimento geral do direito penal, pois o sistema carcerário, já com superlotação, não comportaria tal medida. Mas o endurecimento focalizado em crimes mais graves é viável. A expectativa é que, com o incremento da eficácia das investigações e dos processos aliados ao endurecimento dos crimes mais graves, isso gere um efeito preventivo geral, diminuindo os crimes. A superlotação carcerária é um problema, mas um criminoso perigoso custa mais caro solto do que preso e abrir as portas das cadeias não é exatamente uma solução.

No seu projeto há a previsão de que, policiais que comprovarem que mataram um bandido em legitima defesa, terão extinto o processo por eventual violência policial. Essa medida não pode aumentar o número de pessoas mortas em confronto com a polícia?
Não há nada disso no projeto. Legítima defesa já é um instituto consagrado no direito e o projeto apenas explicita circunstâncias nas quais ela deve ser reconhecida para dar mais segurança aos agentes de segurança. Mas não há qualquer “licença para matar” como alguns críticos equivocados afirmaram. O policial deve prender e não matar o criminoso.

O senhor acha que a resistência no Congresso à aprovação do projeto anticrime já foi quebrada, com a paz selada com o presidente da Câmara, e agora ele será aprovado ainda neste primeiro semestre?
Tenho conversado com vários parlamentares, da Câmara e do Senado, e sinto grande receptividade, em especial dos relatores do projeto, como o deputado Capitão Augusto e senador Marcos Do Val. O governo e o Congresso, juntos, tem a oportunidade de liderar um processo de mudança, atendendo aos anseios da população por Justiça e Segurança. O tempo e a pauta pertencem ao Congresso, mas sinto dos presidentes de ambas as Casas uma grande boa vontade.

IstoÉ
 



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Venezuela quer trocar petróleo por papel higiênico



Governo venezuelano e Trinidad e Tobago estudam acordo que prevê a troca de matéria-prima por produtos acabados de primeira necessidade
Escasso nas prateleiras do mercado venezuelano, o papel higiênico está na cesta de produtos que a Venezuela poderá receber de Trinidad e Tobago, num acordo que prevê a troca de matérias-primas, entre elas o petróleo, por produtos acabados de primeira necessidade.

A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamila Persad Bissessar, explicou que o acordo trabalha com o conceito de partilha. Segundo ela, a iniciativa ainda está em fase de planejamento. — O conceito de partilha de produtos básicos é simples: o governo de Trinidad e Tobago comprará de seus fabricantes nacionais produtos que o governo da Venezuela necessite, como papel higiênico, gasolina e acessórios para máquinas. Esses bens serão trocados por matérias-primas de que necessitem as nossas indústrias, como asfalto e petróleo, que podem ser fornecidas pela Venezuela — explicou Kamla na quinta-feira, durante uma visita do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao país.

Além do papel higiênico, a Venezuela sofre com a escassez de sabonete e pasta de dente, entre outros produtos de limpeza. Alimentos também estão escassos e as filas nos supermercados têm ficado longas para adquirir estes produtos.

No ano passado, a Assembleia Nacional venezuelana aprovou uma proposta para a importação de produtos de higiene pessoal, sob o custo de cerca de R$ 160 milhões. À época, o governo anunciou a compra de 39 milhões de rolos de papel higiênico, 50 milhões de absorventes, 10 milhões de sabonetes, 17 milhões de fraldas e três milhões de tubos de pasta de dente. O governo de Maduro responsabiliza os empresários pelo crônico desabastecimento na Venezuela.

Fonte: O Globo
 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A poderosa aliada de Nisman nos EUA - processo contra Dilma e Petrobras pode depender dela = , implacável, durona com experiência em processar criminosos poderosos

Nova procuradora americana ajudou a desvendar rede terrorista iraniana

Loretta Elizabeth Lynch Hargrove vai chefiar a Procuradoria-Geral de Justiça dos Estados Unidos nos próximos dois anos. Ela foi escolhida por Barack Obama para substituir Eric Holder, que renunciou em novembro. Formada em Harvard, Lynch tem reputação de durona construída em dois mandatos (2000 e 2010) no comando da procuradoria federal do Distrito Leste de Nova York. No intervalo, integrou o conselho de administração do banco central regional (FED) de Nova York. É descrita como personagem tão discreta quanto incisiva em alguns dos principais casos julgados na cidade na última década e meia. Processou bancos por fraudes (Citi por US$ 7 bilhões e HSBC por US$ 1,9 bilhão), congressistas, policiais, mafiosos como Vincent Asaro (inspirou “Os Bons Companheiros”, de Martin Scorsese). E, principalmente, terroristas. 

Lynch conduziu investigações sobre redes terroristas que atuaram nas Américas até a década passada. Suas digitais permeiam trechos do processo argentino contra agentes do governo do Irã pelo ataque à Associação Mutual Israelita da Argentina (Amia), em 1994, no qual morreram 85 pessoas. Era amiga do procurador argentino Alberto Nisman, morto no último domingo. 

Foi com o auxílio de Lynch que Nisman coletou evidências sobre a extensão da teia de radicais montada na região pelo clérigo Moshen Rabbani, adido cultural iraniano em Buenos Aires. Segundo a Justiça argentina, Rabbani organizou dois atentados no espaço de 28 meses: em 1992, contra a Embaixada de Israel e, em 1994, contra a Amia. 

O clérigo chegou à América do Sul em 1983. Financiou reformas de mesquitas no Brasil (São Paulo e Curitiba), na Colômbia, na Guiana, no Paraguai e na Argentina. Em 2008, Nisman recorreu aos EUA para mapear a rede de Rabbani. Foi encaminhado a Lynch em Nova York. Ela conduzia um processo contra Abdul Kadir (nascido Aubrey Michael Seaforth, na Guiana), acusado de planejar um ataque ao Aeroporto Kennedy (NY). Pretendia explodir dutos e tanques de combustível subterrâneos.

Preso em 2007, em Trinidad e Tobago, a bordo de um avião venezuelano em rota para Teerã, Kadir foi condenado à prisão perpétua, em 2010. Lynch comprovou sua subordinação a Rabbani, em Buenos Aires. Lynch possibilitou a Nisman acesso a dados relevantes para seu relatório de 600 páginas sobre a extensão da rede operada por Rabbani na América do Sul, inclusive na região da Tríplice Fronteira, e seus laços com diplomatas em Santiago, Montevidéu e Brasília — ele enviou uma cópia ao governo brasileiro no ano passado. Entre as evidências que obteve estavam detalhes sobre a reunião governamental de 14 de agosto de 1993 em Mashhad, a segunda maior cidade do Irã, onde se teria decidido o ataque à Amia. Rabbani esteve lá, assim como Ahmad Reza Asghari — mais tarde reconhecido como Mohsen Randjbaran, agente do serviço de segurança (Vevak). O clérigo e o agente da Vevak abandonaram Buenos Aires um dia antes do atentado contra a Amia.

Quando assumir a Procuradoria-Geral, Lynch terá de decidir se vai ou não lidar com dois casos não resolvidos: o atentado à Amia e a misteriosa morte do aliado Nisman, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner por crime contra a Humanidade — a negociação de um acordo com Teerã para impunidade dos terroristas. 

Ambos estão repletos de conexões com alguns dos processos sobre delitos transnacionais que ela conduziu em Nova York nos últimos 15 anos.

Fonte: José Casado - O Globo