Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador alma penada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador alma penada. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 1 de junho de 2016

É preciso devolver à família a alma penada que transformou a residência presidencial em casa assombrada



Os oportunistas que ensaiam o minueto dos indecisos logo estarão dançando conforme a música composta pelos milhões de brasileiros fartos de incompetência, cinismo e ladroagem
 A presidente Dilma Rousseff foi despejada do Palácio do Planalto por exigência das ampla maioria dos brasileiros, cuja voz — encorpada pelas redes sociais — enfim se fez ouvir nas ruas de centenas de cidades engajadas na maior mobilização política registrada desde o Descobrimento. Os indignados, os descontentes e os arrependidos decidiram juntos, em 13 de março de 2016, que chegara a hora de afastar Dilma Rousseff do cargo que desonrou. O fim desse capítulo infeliz da nossa história foi decretado por esses milhões de brasileiros que vocalizaram ao ar livre a vontade da nação.

DILMA, a linda

O processo de impeachment só foi aceito por Eduardo Cunha, endossado pela Câmara e está em julgamento no Senado porque o Congresso, como disse o deputado Ibsen Pinheiro em 1992, “sempre acaba querendo o que o povo quer”. Cumpre aos responsáveis pelo despejo da inquilina do Planalto concluir o serviço que começaram. É hora de manter o Senado sob estreita vigilância até que seja devolvida à família a alma penada que assombra o Palácio da Alvorada com uivos, lamentos, gemidos e, sempre que aparece alguma jornalista de confiança, palavrórios enunciados numa linguagem muito estranha e igualmente assustadora.

O minueto ensaiado pelos senadores arranchados no muro é apenas uma vigarice grisalha: o que os hesitantes de araque pretendem é aumentar o valor do voto. Logo estarão de volta à terra firme, dançando conforme a música tocada pela resistência democrática, entoando as palavras de ordem que identificam os alvos prioritários (“Fora Dilma!”, “Fora Lula!”, “Fora PT!”) e sussurrando o grito de guerra que passa ao largo de partidos ou líderes políticos para celebrar o juiz que simboliza a Lava Jato: “Viva Sérgio Moro!” Os gigolôs da indecisão sabem que vem aí outra eleição. E sabem também que o voto pune.

Compreensivelmente, ninguém deu vivas a Michel Temer. A vitoriosa oposição real ─ hoje hegemônica nas redes sociais, nas praças, nas avenidas, até no Datafolha não votou no candidato a vice de Dilma Rousseff na chapa que revalidou o casamento do PT com o PMDB. Endossou a ascensão do presidente interino por respeitar a Constituição que os adoradores de Lula (e eleitores de Temer) sempre trataram a socos e pontapés. E torce sinceramente para que o novo governo tenha sucesso na missão de reconstruir o país arrasado pela era da canalhice. Quanto pior, melhor? Quem responde afirmativamente a tamanha maluquice tem tudo para virar sacristão de missa negra.

O balanço dos primeiros dias vai além das conversas gravadas por Sérgio Machado e do afastamento de dois ministros alistado na tropa que luta inutilmente para abortar a Lava Jato. O Brasil foi dispensado de envergonhar-se com a política externa da cafajestagem. Vai tomando forma o plano concebido para enfrentar a crise econômica — e qualquer plano é melhor que nenhum. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem demonstrado que é o homem certo no lugar certo. Começou a dedetização dos porões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), infestados de blogueiros sabujos, múmias subalternas, jovens crápulas e velhotes velhacos que vendem letras por quilo batucando em jurássicas máquinas de escrever.

Não é muito. Mas não é pouca coisa, atestam os aplausos que recepcionaram o pequeno lote de mudanças. Também por isso, repete-se com crescente insistência a pergunta sem resposta: o que espera Michel Temer para escancarar a colossal caixa preta que guarda a verdadeira herança maldita? O rombo de 175.5 bilhões nas contas de Dilma pareceu espantoso até a quem achava que não se espantaria com mais nada. É preciso expor urgentemente o acervo acumulado em 13 sórdidos anos. Os brasileiros têm de contemplar o quanto antes a terra devastada pela passagem das incontáveis cavalgaduras do apocalipse.

O falatório gravado por Sérgio Machado reafirma que meliantes do PMDB e do PP agiram em parceria com larápios do PT no assalto aos cofres da Petrobras. E avisa que só cretinos fundamentais conseguem enxergar um país em que se confrontam esquerdistas generosos e direitistas brutais. O Brasil redesenhado pela Lava Jato está dividido em duas partes assimétricas e antagônicas. Uma é habitada por gente que apoia sem ressalvas o prosseguimento da operação que desmantelou o maior esquema corrupto surgido desde a chegada das caravelas. A outra é reservada aos quem sonham com a transformação da República de Curitiba numa versão brasileira de Hiroshima. É nesse lado escuro que se amontoam dirceus e jucás, dilmas e renans, mercadantes e machados.

A montanha de provas contundentes berra que o Petrolão é o filho mais abjeto de Lula. O ex-deputado Pedro Corrêa, no depoimento à Justiça divulgado na mais recente edição de VEJA, revelou que o então presidente comandou pessoalmente, em 2004, os trabalhos de parto da quadrilha que saqueou a Petrobras. Até 2010 ─ apoiado pela companheirada do PT, pela banda podre dos partidos da base alugada, por empreiteiros de estimação e por diretores da Petrobras que ele próprio escolheu ─, o Pai dos Pobres acompanhou com cuidados de Mãe dos Ricos a evolução da criatura que Dilma acolheu com afagos de avó extremosa. O resto é o resto.

Tudo somado, os pais da pátria terão de escolher entre dois caminhos. Michel Temer decidiu percorrer a trilha à beira do penhasco. É perigosa, mas costuma levar a portos seguros. Dilma Rousseff optou desde sempre por descer a ladeira que desemboca no abismo. Milhões de brasileiros fartos de tapeação mantêm sob estreita vigilância todos os senadores, sobretudo os fantasiados de indecisos. A oposição real deve voltar às ruas para recomendar-lhes que tenham juízo na hora de votar.

Fonte: Revista VEJA – Augusto Nunes

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Lula ainda não recebeu o recado de que já está morto e assombra o país como alma penada



Lula é um assunto aborrecido.
Lula é um assunto chato.
Lula é um assunto do passado.
Lula é um assunto do Brasil que está morrendo.
Lula é um assunto contra o país nascente.
Lula é, em suma, e aqui já se disse, o cadáver adiado que procria.

Mas somos, os jornalistas, obrigados a falar dele, não é? Afinal, está por aí, se movimentando, tentando tirar o nariz fora d’água, sobreviver à sua triste decadência, incapaz de ser generoso com a própria história, com a própria biografia. Poderia, de fato, como prometeu, ter se retirado de cena quando estava no auge. Poucos se atreveriam — porque este é um país que gosta de alimentar mitos — a pôr o dedo na ferida, a apontar que as dificuldades pelas quais passamos agora tiveram origem, sim, no governo do companheiro, especialmente nos quatro anos finais.

Ocorre que Lula não é generoso consigo mesmo porque não consegue ser generoso com os outros. A glória de mandar e a vã cobiça sempre vêm primeiro. E eis que o vemos desesperado, mexendo-se como mosca presa numa teia de aranha, para tornar viável a sua candidatura à Presidência em 2018.  Na terça-feira à noite, lá estava Lula a descer o porrete em Dilma num encontro fechado com jovens sindicalistas, depois de ter dado algumas bordoadas na imprensa, que, segundo disse, dá crédito à palavra de bandidos. Os bandidos, no caso, são aqueles que, até outro dia, operavam em favor do seu partido, no esquema criminoso montado na Petrobras. Agora, o Apedeuta anuncia que vai sair país afora arregimentando as esquerdas e os movimentos sociais em defesa do PT.

Nesta quarta, Lula participou de um seminário no instituto que leva o seu nome, promovido em parceria com a tal Unasul (União das Nações Sul-Americanas), aquela estrovenga que ele criou em companhia de Hugo Chávez. [Lula e o imbecil venezuelano pretendiam que a Unasul fosse a URSS em novo continente; não contavam com Putin que iniciou um processo de recuperação da URSS e que tudo indica levará a Rússia a dividir a liderança mundial com os EU – com uma vantagem: uma Rússia capitalista.] E lá estava ele com a ladainha bolorenta da necessidade de integração dos países do continente, oferecendo como exemplo de ação virtuosa, santo Deus!, a construção do porto de Mariel, em Cuba, que teve financiamento secreto do BNDES.

Para o chefão petista, que deveria receber um raio fulminante enviado por Nelson Rodrigues lá do outro mundo, é o “complexo de vira-lata de parte da classe política que faz privilegiar acordos comerciais com Estados Unidos, em vez de América Latina e África”. Este senhor diz tal barbaridade quando, já está demonstrado, o Mercosul se transformou num dos fatores de atraso do Brasil. 

Já disse aqui há algum tempo e volto a fazê-lo: Lula não está a criar uma só facilidade a Dilma Rousseff. Ao contrário. Na véspera da votação da MP 665, o horário político do PT, de que ele foi a estrela, quase pôs tudo a perder. O homem acusou o Congresso de atuar contra os trabalhadores, e, por muito pouco, a emenda não foi rejeitada. Agora, às vésperas da votação da MP 664, ele volta a fazer agitação sindical e proselitismo rombudo. Assim, a sua sucessora é obrigada a enfrentar, de um lado, a pressão dos “companheirosa CUT conseguiu liminar do STF para ocupar as galerias do Senado —  e, de outro, de partidos da base dispostos a arrancar mais alguns nacos de poder.

É evidente que Lula tem consciência de que a sua ação é desestabilizadora. Mas ele só sabe jogar assim. Que coisa impressionante! Todos conhecem o mito da alma penada. Em essência, ela é o quê? É o vagar de alguém que já morreu, mas que ainda não sabe; é o perambular de um ente que não aceita o lugar que lhe está reservado na terra dos mortos.

Lula é essa alma penada na política brasileira. Mas custa caro!

Fonte: Veja OnLine - Blog do Reinaldo Azevedo