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domingo, 9 de abril de 2023

Quem tem medo da Unasul? - O Globo

Na noite em que Jair Bolsonaro foi eleito, Paulo Guedes deu uma amostra do que os novos ocupantes do poder pensavam sobre a América do Sul. Ele festejava a vitória num hotel da Barra da Tijuca, a poucos metros da casa do presidente eleito.Ao ouvir uma pergunta sobre o Mercosul, o futuro ministro acusou o bloco de ser dominado por “inclinações bolivarianas”. Em seguida, engrossou com uma repórter do jornal argentino Clarín. “O Mercosul não será prioridade. Era isso que você queria ouvir?”.

Por birra ideológica, o bolsonarismo torpedeou décadas de esforços pela integração regional. Hostilizou países vizinhos, esvaziou a cooperação econômica e ressuscitou a velha política de alinhamento automático aos Estados Unidos. Em abril de 2019, o capitão anunciou pelo Twitter que o Brasil sairia da União de Nações Sul-Americanas, a Unasul. [decisão acertadíssima.] Depois de quatro anos, o presidente Lula acaba de formalizar o retorno à entidade. [EXCELENTE!!! cada vez que o apedeuta presidente destrói alguma realização do presidente Bolsonaro, está também destruindo uma ponte que poderia levar o atual DESgoverno a um final menos infeliz; 
-  cada vez que o boquirroto presidente fala alguma coisa, destrói alguma realização do governo do capitão, e planeja construir algo (só planeja, realizar que é bom, nada) é mais um ponto para a oposição. Aliás, hoje recomendamos aos que querem ler algo criticando, com fundamentação, o DESgoverno atual,  de um texto do  jornal o Globo - parece até escrito pela oposição ao ex-presidiário.]

Apesar de terem muito em comum, os países da região levaram quase dois séculos para dividirem a mesma mesa. A primeira reunião dos 12 presidentes sul-americanos só aconteceu em 2000, por iniciativa de Fernando Henrique Cardoso.Oito anos depois, Lula assinaria o tratado de criação da Unasul. O subcontinente vivia uma maré de governos de centro-esquerda, mas a entidade estava longe de ser monolítica. Entre seus fundadores, figuravam o colombiano Alvaro Uribe e o paraguaio Nicanor Duarte.

Apesar da presença de conservadores, a direita brasileira estrilou. Olavo de Carvalho escreveu que a Unasul teria “poderes para impor o socialismo a todo o continente”. Nesta sexta, o deputado Kim Kataguiri definiu a Unasul como uma “associação de países de regime socialistas (sic), todos extremamente autoritários”. “Não se sabe se o órgão agirá como uma união soviética latina ou um fórum de ditadores do narcotráfico”, [pretendem ser uma URSS latina, uma associação de ditadores narcotraficantes e tudo o mais que não prestar] emendou o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança.

Na última edição dos “Cadernos de Política Exterior”, a embaixadora Eugênia Barthelmess lançou a pergunta: “Quem tem medo da integração da América do Sul?”. A diplomata anotou que os 12 países da região têm PIB conjunto de US$ 3,6 trilhões. [incluindo o PIB do Brasil (PIB em 2022 do Brasil: US$ 1,92 trilhão)  sem o Brasil, o PIB da Unasul cai a menos da metade;
 e, se prosperar a ideia do Brasil se associar a Unasul, tal 'casamento' só dura até o final do governo Lula, evento que se aproxima a cada vez que o 'estadista de fundo de quintal' abre a boca.] representariam a quinta economia do mundo, atrás da Alemanha e à frente da Índia.

O potencial da cooperação não se limita à esfera comercial. Ao somar forças, os sul-americanos podem ampliar sua voz em negociações de temas como defesa, desenvolvimento, saúde e combate às mudanças climáticas. O Brasil é quem tem mais a ganhar com a atuação conjunta. O país concentra quase a metade do território, da população e da economia do subcontinente. A Unasul tem defeitos a serem corrigidos, mas abandoná-la foi uma atitude contrária ao interesse nacional. Para a embaixadora Barthelmess, a medida significou uma “abdicação de liderança brasileira”. “Em nome de rancores cultivados na esfera da política doméstica, sacrificaram-se princípios tradicionais de política exterior do país”, resumiu. [liderar não é, necessariamente, demonstração da importância do líder; muitas vezes, especialmente no caso da Unasul, os liderados são tão sem importância, que liderá-los compromete a imagem do líder.]

Bernardo M. Franco, jornalista - O Globo

 

terça-feira, 28 de junho de 2022

LULA QUER DESENTERRAR A URSS, FAZER A URSAL, E SUBSTITUIR PUTIN ? Sérgio Alves de Oliveira

É claro  que Fidel Castro e Lula da Silva tinham em mente o modelo político,econômico e social  da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS, instalada após a Revolução Bolchevique, de  outubro de 1917, em 1922,liderada por Vladimir Lenin, quando em 1990 "inventaram" de criar o Foro de São Paulo (Foro San Pablo),abrangendo toda a América Latina,onde implantariam ao que ousaram chamar "socialismo do século XXI",numa "Pàtria Grande".

Mas por não ter  dado certo pelos aspectos econômicos, políticos e sociais, a URSS desintegrou-se  durante a gestão do Presidente Mikhail Gorbachev,nos anos 80,através da "Perestroika" (reconstrução), com suas antigas repúblicas integrantes (da "federação russa") adquirindo independência com autodeterminação..

Durante todo esse período da extinta URSS, todas as liberdades foram banidas e a pobreza do povo não melhorou muito em relação à época  dos "czares", exceção relativa aos membros do Partido Comunista e dos privilegiados da "Nomenklatura", funcionários dos altos escalões do governo,que podiam viver como se reis fossem. 
Só o que teve grande  desenvolvimento na antiga URSS foi a vitória que teve na corrida armamentista, praticamente "encostando " nos  Estados Unidos ,em relação ao  arsenal e à tecnologia dos armamentos nucleares. Os povos que compunham a URSS eram de "terceiro" mundo; mas o aparato bélico de "primeiro mundo". É hoje o que se repete na China.

Mas Lula e Fidel Castro "inventaram" de fazer uma URSS "independente", para a América Latina, a UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA - URSAL, após o desmanche da "outra" URSS, por não ter dado certo. E por isso essas lideranças  terceiromundistas da América Latina  chegaram bem atrasadas no relógio da história,querendo implantar uma "união" de países comunistas que já havia sido experimentada no mundo,sem sucesso... [atualizando: segundo versões, a ideia original nascida de outras lideranças da América do Sul era criar a UNASUL - União de Nações Sul-Americanas, que chegou a ser constituída com vários países latino-americanos. Com a eleição do cocalero Morales para a presidência daquela União, deu m ..., alguns países caíram fora e Castro, o descondenado petista e outros resolveram recriar a URSS com sede na América Latina com a denominação de UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA - URSAL, termo  que já existia de brincadeira e que mais uma vez m ...,]
 
Já ouvi versões esquerdistas circulando  por aí, que inclusive me deixaram estupefato, dando a entender que a atual insistência  de Vladimir Putin, em refazer a antiga União Soviética, reanexando as antigas repúblicas que compunham a URSS, inclusive a Ucrânia, poderia  estar atrelada à idéia de  Fidel Castro e Lula de fazer algo semelhante aqui pela América. Mas que na minha modesta não poderia ser chamada de  América "Latina",se fosse o caso, porém  de América "Latrina", que seria a melhor adjetivação relativa  aos países que caissem nessa armadilha comunista corrupta,  liderada por gente de muito baixo nível intelectual e moral, que jamais conseguiriam  fazer algo semelhante ou se equiparar a alguns dos grandes nomes que construiram, sustentaram, e depois "desmancharam" a União Soviética, e muito menos a Putin, que apesar da sua índole expansionista ilimitada  e radical, ou seja, colonialista, tem também inegavelmente inúmeres qualidades e virtudes de estadista, o que jamais poderia se dizer em relação às  atuais lideranças de "quinta categoria",que pretendem implantar a URSAL na América Latina.  [lembramos que apesar de presidir a Rússia, que sempre traz à memória a extinta e comunista URSS, Putin é mais da DIREITA verdadeira, do que muitos fantoches que se dizer de direita. 
Nos repetindo: abominamos, desprezamos, repudiamos o comunismo admiramos Putin e ele é um dos 'freios' as ideias esquerdistas, bizarras do tal Biden e outros que querem transformar o mundo em uma fossa esquerdista progressista. NÃO CONSEGUIRÃO.]                                                                                                                          
Por que a Rússia quer mais terras,se ela  já tem o maior território entre todos os países do mundo?

Os brasileiros devem  ficar muito atentos para a  armadilha  que os ladrões comunistas montaram para as eleições de outubro  próximo, e que tem todo o apoio e o patrocínio dos tribunais superiores, da grande mídia,  dos banqueiros inconsequentes espoliadores do povo. Se essa gente for vitoriosa no Brasil, após o comunismo já estar "acampado" em Cuba,Venezuela, Argentina,Chile,Colômbia e México,"eles" continuarão roubando e sacrificando como escravos as próximas gerações de brasileiros, com muita mentira e demagogia, como já fizeram de 1985 a 2018, quando assaltaram o erário em cerca de 10 trilhões de reais. 

Com a eventual "desgraça"de uma vitória comunista em outubro, [temos certeza, e a confiança em DEUS que nossas instituições - não as que estão a serviço dos inimigos do Brasil - não permitirão  que os comunistas voltem a governar o Brasil - nossa Bandeira jamais será vermelha.] pode-se ter absoluta certeza de que o Brasil assistirá não só a  uma política de implante do comunismo, mas também a instalação imediata de uma "Perestroika" própria, acomodando a vagabundagem corrupta nas posições privilegiadas das mais altas remunerações públicas, sempre às custas dos trabalhadores e empresários que efetivamente produzem as riquezas.e pagam extorsivos impostos.
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

quarta-feira, 22 de junho de 2022

URSAL e o “fantasma” do comunismo - Gazeta do Povo - VOZES

Rodrigo Constantino

Assim a Foice de SP começou sua "reportagem" sobre os memes que dispararam nas redes sociais esta segunda por conta da vitória do comunista Petro na Colômbia: "Talvez um dos maiores memes das eleições de 2018, a URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) voltou às redes sociais após a vitória de Gustavo Petro nas eleições colombianas neste domingo (19) e a consequente reação do presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e apoiadores".

O subtítulo da matéria diz: "Esquerda tira sarro do 'fantasma do comunismo'; bolsonaristas o levam a sério". Em seguida, o jornal esquerdista mostra diversas publicações de esquerdistas "ironizando" a ameaça comunista, com um ursinho carinhoso no lugar da temível foice com o martelo. Há, de fato, razão para temer o avanço comunista na região?

A resposta deveria ser bastante óbvia: basta olhar para a Venezuela!
O país, sob a ditadura chavista, é o melhor exemplo do sucesso, pela ótica do Foro de SP, do "socialismo do século XXI". É impressionante ainda ter gente - até "jornalista" - brincando com o risco real dessa ideologia nefasta! É como se Cuba sequer existisse!

Reinaldo Azevedo, que ninguém mais reconhece como o autor de O País dos Petralhas, tentou ridicularizar o temor, mas acabou listando justamente países que estão no ou caminham para o inferno socialista: "Os Paranoicos de um Brasil paralelo já começam a fantasiar: Maduro na Venezuela; Alberto Fernández na Argentina; Arce na Bolívia; Boric no Chile; Gustavo Petro na Colômbia, Obrador no México... Quem sabe Lula no Brasil! A Internacional Comunista tomando conta da América Latina!"

Então, pelo visto, o destino venezuelano não é um que deveria assustar? A Argentina está avançando a passos largos na mesma direção, e já é possível sentir o elevado custo disso em perdas de liberdades e também numa inflação de 70% ao ano! Mas vamos fazer piadinha com o "fantasma do comunismo", claro, pois essa é a tática usada... por comunistas!

O segredo do Diabo é andar sem chifres pelo mundo, alertou Schopenhauer. O truque dos comunas consiste em rir de quem fala em ameaça comunista, como se fossem "comedores de criancinhas" - e basta uma pesquisada básica nos casos da China ou Coreia do Norte para saber que, de fato, são.

Mas, no caso da América Latina, sequer dá para fingir que os chifres não estão lá, na cabeça do Belzebu, pois o caso venezuelano é muito recente! E, não custa lembrar, além de Dilma ter confessado que o objetivo é mesmo o socialismo, Dirceu já disse que pretende "estender a mão" para os "irmãos" cubanos, o que configura clara ameaça comunista:

Lula mesmo tem radicalizado seu discurso, gabando-se até de ter pedido ao "Fernando" para soltar os "meninos" que sequestraram Abílio Diniz. Todos eles falam em "integração regional" com os "irmãos", ou seja, a extrema esquerda defensora do comunismo, das narcoguerrilhas, de terroristas e sequestradores. Mas vamos fazer piadinha nas redes sociais com os "paranoicos", claro, pois assim podemos virar a próxima Venezuela em paz, na maior alegria...

A ameaça comunista é bastante real. URSAL é uma sigla inventada, mas o nome é o de menos: os comunistas latino-americanos estão unidos num projeto de poder absoluto, numa ideologia totalitária coletivista que, por onde finca suas patas, deixa um rastro de miséria e opressão. E Bolsonaro é a única barreira hoje a este projeto nefasto no continente.

[O Blog Prontidão Total, assegura que nos seus primórdios usou em várias postagens o termo URSAL, que era uma adaptação da sigla da extinta URSS para a América Latina = União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

A fusão foi consequência que Lula e outros comunistas, ateus, ladrões e coisas do tipo, pretendiam criar a UNASUL, como sucessor da URSS. A título de gozação criamos o termo URSAL.

Temos em 2015 e mesmo em data anterior matérias mencionando URSAL. Não pretendemos ser os criadores do termo, mas estamos entre os primeiros a usá-lo e não esqueçam que os comunistas não desistiram - tanto que mesmo no Brasil, onde tentaram várias vezes e foram vencidos, continuam tentando. Eles não desistem - tem a NOM, que o Biden pretendia impulsionar, só que o Putin com a operação militar na Ucrânia abortou os sonhos do presidente americano está com seu governo reprovado,  mesmo assim, entre um cochilo e outro,  espera ter chance para insistir no famigerado 'esquerdismo progressista'.] 

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 19 de março de 2019

Da esquerda, nem estátua sobra

Completa-se a demolição da Unasul; nasce Prosul

O governo equatoriano acaba de anunciar que vai retirar a estátua de Néstor Kirchner, presidente argentino entre 2003 e 2007, da frente do prédio da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
Aliás, Lenín Moreno, o presidente do Equador, também anunciou que o país vai se retirar do conglomerado. Aliás, Moreno também vai retomar para o Equador o prédio da Unasul, que seu antecessor, Rafael Correa, cedeu ao grupo então composto pelos 12 países sul-americanos.

[a destruição da Unasul = Ursal, criação do maldito Foro de S. Paulo - outro lixo que deve ir para o esgoto, praticamente, não é nem um acontecimento.
A Unasul = Ursal = tudo a mesma m ... - pretendiam substituir a extinta URSS = União Soviética - que não foi recriada formalmente, mas, a Rússia, sob Vladimir Putin,  age como legítima e única substituta e de forma mais flexível.
 
Para felicidade da América Latina, a esquerda está praticamente extinta nas Américas - o que resta tem a oferecer apenas miséria = vide Cuba, Venezuela e outros - e perdendo espaço em todo mundo.
 
A Prosul é uma organização que nasce mais para simbolizar o fim das excrescências expelidas pelo Foro de S. Paulo, do que por ser necessária.
A América do Sul e todo o continente americano tem um único destino: a DIREITA.]

Não é, pois, figura de linguagem dizer que não sobrou pedra sobre pedra da esquerda sul-americana hegemônica na primeira década do século. A Unasul, como se sabe, foi uma invenção de Hugo Chávez, inventor também do “socialismo do século 21” e do “bolivarianismo". Não por acaso, suas três invenções estão reduzidas a cacos.

O sinal político dos países que constituíram a Unasul em 2018 mudou da esquerda para a direita, desde então. Mudou tanto que, na sexta-feira (22), haverá uma reunião no Chile em que o anfitrião, Sebastián Piñera, o colombiano Iván Duque e o brasileiro Jair Bolsonaro lançarão uma nova organização, chamada Prosul. Era mais prático, acho eu, aproveitar as instalações atuais e os poucos funcionários remanescentes, trocar a placa de Unasul por Prosul, avisar que o estabelecimento está sob nova gerência e novo sinal ideológico e tocar a vida.

A demolição da Unasul, da qual seis países já haviam se afastado antes do anúncio do Equador, se torna mais significativa exatamente por essas iniciativas equatorianas. Nos outros países bolivarianos ou solidários com o socialismo do século 21, eleições derrubaram seus presidentes, mas, no Equador, não. Lenín Moreno foi vice de Rafael Correa e eleito com base no apoio deste.

Rompeu com ele e, no caso Unasul, sua avaliação vale como epitáfio: “A Unasul se transformou em uma plataforma política que destruiu o sonho de integração que nos venderam”. Prosul tende a também se transformar em plataforma política, com sinal trocado, o que não leva necessariamente a reconstruir o sonho de integração, que a América do Sul acalenta faz anos e nunca realiza. Temo que valha para Prosul a avaliação sobre integração que Bruno Binetti, pesquisador do Interamerican Dialogue, fez para a revista Americas Quarterly:

“Muitas iniciativas para promover a integração regional entre países latino-americanos e sul-americanos não foram bem sucedidas por um punhado de razões: falta de liderança por parte dos grandes países da região, a recusa dos governos de ceder soberania para entidades internacionais, diferença políticas entre os países-membros e falta de complementaridade econômica". Binetti acha que tais condições continuam presentes no enterro da Unasul e nascimento do Prosul. Logo, “Prosul tende a se tornar outra casca vazia no museu de instituições regionais fracassadas da América Latina".
 
Clóvis Rossi - Folha de S. Paulo
 
 

terça-feira, 10 de julho de 2018

Epílogo de uma fantasia [mais uma derrota de Lula e dos petistas]

Principal projeto de política externa nos anos Lula, a Unasul acabou com a sede interditada no fim de semana e burocratas absolutamente sem nada para fazer

Custou R$ 220 milhões. Parece um prédio parado no ar, com vidros refletindo montanhas ao fundo e cercado por espelhos d’água. Tem 19,5 mil metros quadrados distribuídos em cinco andares e dois subsolos. Desde a inauguração, em 2008, abrigou três dezenas de diplomatas, um para cada 650 metros quadrados de construção. Em dez anos, eles quase nada tiveram para fazer, além de receber salários de R$ 60 mil por mês e desfrutar mordomias.

Era símbolo do principal projeto petista para a política externa brasileira, t
raçado no 1º de janeiro de 15 anos atrás em jantar no Palácio da Alvorada, quando Lula celebrou a posse na Presidência da República. Nasceu da ambição de líderes regionais que desejavam impor um contraponto à influência dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA).  No fim de semana, o governo do Equador mandou a polícia interditar o edifício-sede da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), na Metade do Mundo, periferia de Quito. Quer o prédio de volta, para instalar uma universidade. Lenín Moreno, presidente equatoriano, alega razões objetivas: seu país gastou uma fortuna numa fantasia política, porque, na prática, a Unasul nunca funcionou, e há anos sobrevive em coma político.

Metade dos países associados abandonou a entidade — inclusive o Brasil, que pagou 39% das despesas na última década, o equivalente a R$ 168 milhões. “Me pergunto se algum dia a Unasul serviu para alguma coisa”, argumenta Moreno.  Dos quatro presidentes-fundadores, Lula está preso, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro; a argentina Cristina Kirchner e o equatoriano Rafael Correa têm prisão decretada, acusados de corrupção, fraudes, sequestro e associação a grupos terroristas; e o venezuelano Hugo Chávez morreu. A Unasul foi comandada por ex-presidentes com biografias turvadas por episódios de corrupção. O primeiro, Néstor Kirchner, falecido marido de Cristina, enriqueceu na Presidência argentina. Assumiu em 2003 com patrimônio de US$ 1,9 milhão, saiu cinco anos depois com fortuna 7,5 vezes maior (US$ 14,2 milhões), segundo as próprias declarações juramentadas. Kirchner morreu em 2010. A viúva gastou US$ 116 mil dos contribuintes para homenageá-lo com uma estátua de 2,2 metros de altura, plantada na entrada da sede da Unasul. O último secretário-geral da entidade foi o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, cuja biografia está marcada por vínculos com cartéis de drogas. Em 1995, na Presidência da Colômbia, ele assistiu a confissões públicas sobre o patrocínio do narcotráfico à sua eleição. Os principais doadores foram os irmãos Miguel e Gilberto Rodríguez Orejuela, na época chefes do Cartel de Cáli. Até hoje, Samper não pode entrar nos Estados Unidos.

Se passou década e meia desde que o entusiasmado chanceler brasileiro Celso Amorim apresentou o projeto da Unasul ao venezuelano Hugo Chávez, e sorriu ao ouvi-lo dizer: “O que vocês estão propondo é uma ‘Alquita’”, referência à versão menor, regionalizada, do projeto dos EUA para uma Área de Livre Comércio das Américas (Alca). A iniciativa do governo Lula foi festejada e apropriada por Chávez e pelo casal Kirchner. Dela sobraram um prédio vazio na Metade do Mundo e dúzias de burocratas bem remunerados, absolutamente sem nada para fazer. É o epílogo melancólico de uma fantasia política chamada Unasul.


José Casado - O Globo
 

sábado, 5 de novembro de 2016

Para Lula, a culpa é do eleitor

Em sua primeira manifestação depois do atropelamento eleitoral sofrido pelo seu partido, o ex-presidente Lula mostrou que não aprendeu nada com a derrota. Recusando-se a aceitar o fato de que os brasileiros rejeitaram o PT nas urnas em razão do desastre protagonizado pelos governos petistas em todas as esferas da vida pública, Lula preferiu criticar o eleitor.  “Aqui em São Paulo nós temos um problema que é o conservadorismo”, disse o ex-presidente, procurando na sociologia de botequim, tão cara a certos intelectuais petistas, mais bem falantes que pensantes, a resposta para os resultados eleitorais no Estado, onde o PT venceu em somente oito cidades e perdeu em todos os municípios do ABC, região que lhe era fiel.

Segundo a Folha de S.Paulo, Lula, num evento na Universidade Federal de São Carlos, elaborou o seguinte – chamemos assim – raciocínio: “Desde a Revolução de 32, quando foi construída a USP, que eles não queriam universidade federal aqui para não ter pensamento federal no Estado de São Paulo. Uma ideia, uma concepção retrógrada, que não tem noção de país, não tem noção de que o país tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, que nós somos uma mega nação, que tivemos as mais diferentes culturas deste mundo, e tem gente que não gosta disso. Tem gente que não gosta da ascensão de outros Estados”.

Decerto instruído pelos marqueteiros que se dedicam a falsear a realidade para adaptá-la aos delírios lulopetistas,
o ex-presidente juntou alhos e bugalhos. Num esforço de tradução da glossolalia de Lula, pode-se dizer que ele tentou atribuir aos paulistas que lutaram contra a ditadura de Getúlio Vargas – o “eles” da frase – a pretensão de isolar São Paulo do resto do País, desejo que se manifestaria pela rejeição à instalação, no Estado, de universidades federais.

Como se nota por esse discurso fraudulento,
a verdade não tem a menor importância para Lula e os que pensam por ele. O que importa, para esses êmulos do personagem Pacheco, de Eça de Queiroz, que passou a vida a dar a impressão de possuir “imenso talento” sem ter produzido nada que prestasse, é dizer qualquer coisa para então concluir que “tem gente (os tais “conservadores” paulistas) que não gosta da ascensão de outros Estados” e “não tem noção de país”. É por isso, depreende-se, que o eleitor paulista rejeitou tão ferozmente Lula, o demiurgo de Garanhuns.

É compreensível que Lula tenha decidido comprar briga com o eleitor paulista, uma vez que a derrota em São Paulo foi especialmente acachapante. Mas o argumento do ex-presidente não explica as razões pelas quais o PT conquistou menos de 5% das prefeituras em todo o País e, entre as capitais, ficou apenas com Rio Branco. Também não explica por que houve candidatos petistas no Nordeste, bastião eleitoral de Lula, que preferiram não se associar ao ex-presidente na campanha, receosos de que a impopularidade crescente do chefão petista minasse as suas já escassas chances eleitorais. Portanto, o ex-presidente tentou reduzir a São Paulo um fenômeno que é nacional – a ojeriza ao PT.

Nenhum dos bajuladores de Lula que já foi tido como catedrático em eleições, gênio capaz de reverter em sucesso qualquer desastre eleitoral – lhe explicou que a salvação do PT depende da capacidade de entender o recado dos eleitores. Tanto é assim que, no mesmo discurso, Lula preferiu enxergar na derrota os sinais de um complô contra o Brasil. A propósito do impeachment de Dilma Rousseff, ele perguntou: “Será por causa do pré-sal, que é a maior descoberta de petróleo do século 21? Será que é porque nós destinamos 75% dos royalties para resolver o problema da educação? Será que essa coisa que aconteceu no Brasil tem alguma ligação com o fato de o Brasil ter virado protagonista internacional, ter criado o Brics, ter criado um banco fora do FMI? Será que o que está acontecendo no Brasil tem a ver com a relação do Brasil com a África, da criação da Unasul, do Mercosul?”. [Unasul, que pretendia em mais um dos delírios dos idiotas do Foro de São Paulo substituir a extinta URSS; só não contavam com o surgimento de Putin.

O que deu à Unasul o mesmo valor de um monte de esterco.]

Para Lula, no melhor estilo das teorias conspiratórias, “tem algo maior do que a gente imagina acontecendo neste país”. De fato, tem: uma imensa determinação de superar a empulhação lulopetista e devolver a racionalidade à administração do País.


Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 17 de maio de 2016

Dilma Rousseff e o PT em pleno vendaval



Os treze anos do PT no poder terminam assim, com essa espetacular queda de Rousseff (e, portanto, de seu mentor Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva) e em uma perda enorme de adeptos.
O que se joga hoje no Brasil é de importância capital para a democracia representativa não só do Brasil, senão do continente americano e do mundo.

Dilma Rousseff não suporta a realidade de seu processo de destituição. Não admite que tenha sido suspensa de funções legitimamente pelo poder legislativo de seu país. Não concebe que esse poder lhe reprove haver cometido graves delitos. Não aceita outra condição diferente à de vítima inocente. Não aguenta que lhe provem que foi posta fora do jogo por falsificar as contas do Estado, em uma tentativa para fazer os brasileiros acreditarem que sua gestão econômica era impecável. Não tolera que lhe cobrem ter encoberto os déficits orçamentários de seu país e ter dissimulado a crise criada por seu falso “Estado de bem-estar” levando às arcas públicas, sem permissão do Congresso, dinheiros emprestados pelos bancos estatais.

Dilma Rousseff, de 68 anos, não admite que foi defenestrada (embora seja provisoriamente e por até 180 dias, enquanto é julgada definitivamente pela Câmara Alta), e que perdeu a confiança dos brasileiros, por ter também jogado provavelmente um papel central no tremendo caso da Petrobras, que a imprensa internacional descreve como “o maior escândalo de corrupção político-econômico da história da América Latina”. Trata-se, com efeito, de um affaire descoberto há dois anos. Seu montante poderia ser de mais de 2.000 milhões de dólares. Este processo dará muito o que falar pois, além disso, o Supremo Tribunal Federal acusa a presidente suspensa de obstrução da justiça por sua atitude ante o assunto. O índice atual de favorabilidade de Rousseff, segundo as pesquisas, é de apenas 10%.

Para esquivar a humilhação de se ver destituída por essas razões, por ter faltado com seu dever de chefe de Estado, Dilma Rousseff monta um show patético. Ameaça o país com seis meses de tumultos e violências de rua: “A população saberá dizer não ao golpe”. Ela acusa os outros, seus ex-aliados, e cospe sobre seu juiz natural, o poder legislativo. Diz que eles, o Senado e a Câmara dos Deputados, orquestraram “um golpe” [de Estado] contra ela, um “golpe moderno” e “inconstitucional” destinado, diz, a satisfazer os mais baixos instintos “da direita” e do “fascismo”, pois querem tirar ela e o Partido dos Trabalhadores do poder para matar o povo de fome: “O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos, os ganhos das pessoas mais pobres e da classe média”.

A responsável pela atual recessão econômica diz que os delinquentes são os outros. Ela é inocente e as maiorias que a destituíram são vis “inimigos do povo”. E reitera: “O que está em jogo é o respeito às urnas, à vontade soberana do povo brasileiro e à Constituição”.

Dilma não quer aceitar que a esquerda que ela representa no continente pode cair na lama da grande desonestidade, que pode ser corrompida e corruptora e que pode ser ladra. Essa esquerda é, segundo ela, sempre límpida, honesta, pacífica e desinteressada. É o que quer que acreditemos. Na realidade, o que os congressistas brasileiros estão provando é que, pelo contrário, essa esquerda é lamentável, e pior, é depravada, sem coragem e sem valores. A credibilidade da esquerda latino-americana cai de novo pelo caso de Rousseff.

O processo de impeachment em curso prova que ter levado a presidência de um grande país uma ex-guerrilheira que nunca se arrependeu de seus crimes, não é jamais um ato banal, que pode acabar de forma satisfatória para as maiorias, para a economia e para as instituições democráticas. Essa é uma lição importante que deve ser aprendida sobretudo pelos colombianos, no momento em que desde a cúpula do governo se quer impor ao país, arbitrariamente, a impunidade e a liderança política de criminosos endurecidos, os chefes das FARC.

Certos analistas pró-PT sugerem que o processo de impeachment foi uma conspiração de uns poucos. Na verdade, foi o resultado de mobilizações populares de grande amplitude contra o governo. As maiorias respaldam de fato esse processo. 61% dos brasileiros é a favor do impeachment de Rousseff. Sem esse apoio massivo tal evolução não teria sido possível.

Os treze anos do PT no poder terminam assim, com essa espetacular queda de Rousseff (e, portanto, de seu mentor Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva) e em uma perda enorme de adeptos. Salvo um espetacular retorno à situação anterior, esse experimento termina com o fracasso do capítulo melhor obtido até agora na longa aventura da esquerda continental. O do PT foi muito mais importante do que a catástrofe violenta e depredadora do castrismo em Cuba, mais que o convulsivo governo de Salvador Allende, mais do que a dramática destruição da Venezuela, vítima de um Chávez que acabou com as liberdades e saqueou os recursos de seu próprio país para sustentar, por razões ideológicas, a ditadura agônica de Cuba. 

Os governos de Lula e de Rousseff foram o máximo êxito da esquerda do hemisfério. Nunca antes essa corrente havia chegado tão longe. O de Cuba é apenas um avatar, sangrento e expansionista, mas de pouco valor estratégico por aparecer como um regime detestável e não viável. A chegada ao poder do lulo-petismo no Brasil, e sua permanência no Palácio do Planalto durante 13 anos, foi o autêntico triunfo, se tem-se em conta o grande peso demográfico, econômico e geopolítico do Brasil. 

A plataforma assim montada nesse país reforçou todos os grupos e projetos anti-liberais das diferentes frações de esquerdas do hemisfério, desde as mais moderadas até as mais violentas, como a das FARC na Colômbia. Não é por casualidade que a seita internacional subversiva mais perigosa do continente, o Foro de São Paulo, tenha sido fundada no Brasil por Lula e Fidel Castro.

Esses bandos, grupos e partidos foram nutridos pelas estruturas de corrupção do PT, onde se cruzam dinheiros opacos dos governos chavistas, junto com dinheiros mal havidos do PT. Tudo isso, no episódio da Lava Jato está sendo investigado. Para tratar de frear tal dinâmica, o PT acode aos organismos “amigos”, inventados pelo chavismo como UNASUL, MERCOSUL, PARLASUL e TELESUL. Todos estão iracundos e no plano de luta para salvar o que resta.

O que se joga hoje no Brasil é de importância capital para a democracia representativa não só do Brasil, senão do continente americano e do mundo. Em seis meses saberemos se o horrível pesadelo criado pelo castro-comunismo no continente perde realmente terreno em benefício da economia de mercado e das idéias democráticas tão atacadas hoje.

Tradução:
Graça Salgueiro - MSM