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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Os deuses vão votar - Percival Puggina

         Alguém aí tem dúvidas sobre o resultado da votação que vai ao plenário do STF com relação à descriminalização do aborto? 
É certo que não. Lá, os votos são contados antes de pronunciados. 
, a agenda corrosiva do falso progressismo, traduzida e xerocada do inglês, está em pleno curso. 
Lá, as visões de pessoa humana, sociedade, estado, política, economia e, frequentemente, de justiça e de direito, são peculiares e comuns a um corpo político bem conhecido que está na origem da unção que os levou ao poder.

Por vezes, os cavalheiros e damas que ali atuam dão sinais de terem à disposição um gentil e bajulador espelho mágico. Crendo-se deuses, não precisam olhar para os réus a quem condenam, como jamais verão os pequenos seres a quem se propõem negar o direito de viver.   

Você provavelmente não lembra quem é Amillia Taylor. No entanto, em 2007, jornais do mundo inteiro falaram desse bebê, nascido na 21ª semana de gestação, medindo pouco mais de um palmo, com o peso de uma barra de sabão. 
Exatos 24 centímetros e 284 gramas. O caso de Amillia permanece como severíssima reprimenda ao egoísmo e à insensibilidade dos abortistas.
 
Depois da foto da menina, reclinada sobre a mão do médico, com seus pezinhos de dois centímetros, deveria ter ficado proibido para todo o sempre tratar feto como coisa. 
E não haveria diferença se a foto fosse tirada semanas para trás ou para frente. 
A natureza permanece a mesma, assim como você, leitor, dentro de dois ou três meses, não terá deixado de ser o que é. 
Estará apenas dois ou três meses mais velho. Amillia, até nascer, obtinha da mãe os mesmos nutrientes que passou a receber do hospital. 
Os mesmos que fizeram dela a adolescente que completará 16 anos no próximo dia 24 de outubro.  
No útero, era tão dependente de cuidados para sobreviver quanto qualquer bebê após o parto
Mesmo assim, há quem encare com frieza polar, com coração de picolé, o ato covarde de arrancar Amillias aos pedaços dos ventres maternos
Por que não fazem isso com alguém do tamanho deles?
 
A que título o fazem? Não raro sob o indecente argumento de que a mulher é dona do próprio corpo, onde se haveria infiltrado, insidioso, um monstrengo qualquer, um bebê de Rosemary, ou um tumor a exigir radical extirpação. 
  Noutras vezes, mediante alegações emocionais concebidas para justificar o injustificável. 
É claro que podem ocorrem fortíssimos motivos, para um aborto voluntário. Terríveis dramas pessoais! Mas motivos não são razões da razão. 
Motivos igualmente fortes também levam a outros crimes e podem ser acolhidos como atenuantes, jamais como legitimação. 
E, menos ainda, podem originar leis que os liberem ou os regulamentem. Acolher motivos como se razões fossem seria a falência da própria razão e do Direito Penal. 
Mas quem se importa, se o espelho mágico adulador concede a certas canetas o poder negacionista e terraplanista de revogar a ciência, expurgar o óbvio e recusar à pequena Amillia sua natureza humana.

É a pedra no meio do caminho para a grande chacina. O argumento que não conseguem contornar é a incongruência de legitimar a eliminação de vidas humanas inocentes e indefesas (olhem a agravante aí!) quando a mesma sociedade que o faz preserva, justificadamente, os santuários ecológicos e até os períodos de reprodução de muitas espécies animais e vegetais.

A vítima do aborto é um Pequeno Polegar(*) sem sorte. 
Tivesse bota de sete-léguas sairia em disparada do cativeiro mortal onde o ogro o vem buscar. 
E o faria com o mesmo desespero com que enfrenta as pinças que o despedaçam.   

*         Personagem de um clássico de literatura infantil, dos Irmãos Grimm.    

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

O fim das desculpas esfarrapadas para fazer o L - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Cada dia que passa fica mais difícil a vida de quem fez o L para justificar algo tão estúpido. 
Vamos refrescar a memória e elencar as razões oferecidas: salvar a democracia, combater o "desgoverno" das rachadinhas e recolocar o Brasil no papel de país respeitado pelo mundo. [vale lembrar que foi no apogeu dos fazedores do L, que as rachadinhas no gabinete do Alcolumbre foram conveniente esquecidas.]


A "democracia" salva é aquela do bajulador de ditaduras como Cuba, Venezuela e Nicarágua. O lulismo prega a frente "amplíssima" no Congresso, o que quer dizer negociatas, lembrando quem foi responsável pelo Mensalão ou Petrolão.

Os ministérios técnicos de Bolsonaro deram lugar aos velhos feudos partidários. A "democracia" está salva com inúmeras raposas encalacradas na Justiça e por um presidente que enaltece regimes autoritários. Tudo que resta a essa turma é usar o 8 de janeiro como "prova" de que estavam certos sobre as tais ameaças, mas curiosamente nenhum deles quer uma investigação a fundo sobre as invasões e o vandalismo. Bolsonaro não era golpista, não houve qualquer golpe, eis o fato.

Já questões éticas chegam a produzir gargalhadas. Ficamos os quatro anos de Bolsonaro sem escândalos de corrupção, a ponto da velha imprensa, com ajuda de figuras impolutas como Renan Calheiros e Omar Aziz, ter de produzir falsos escândalos numa CPI circense de compras que sequer ocorreram.

Lula atacava a suposta rachadinha de Flavio Bolsonaro, e agora escolheu para cargo político o petista André Ciciliano, que era o primeiro da lista do Coaf em movimentações suspeitas. 
Isso que é indignação seletiva! 
A movimentação de Flávio era de R$ 1,2 milhão, enquanto a do petista chegava a R$ 50 milhões! 
Os "jornalistas" que só falavam de rachadinha antes parece que esqueceram totalmente o tema...


Já sobre o Brasil resgatar o respeito pelo mundo, como se fosse mesmo um pária com Bolsonaro (batia recordes de exportações, inclusive para a China), vale só dizer que os globalistas como Macron estão muito contentes sim, mas porque Lula representa os seus interesses, não os do Brasil.

E a ida aos Estados Unidos para encontrar Biden foi pura vergonha alheia, com direito a fotos com os mais radicais socialistas do Partido Democrata, gafes de Janja e total desconhecimento da passagem do presidente brasileiro pela mídia local, até porque do encontro não saiu absolutamente nada relevante.

Quem fez o L para
"salvar a democracia, combater malfeitos e recolocar o Brasil como agente de respeito pelo planeta" não tinha qualquer motivo concreto para isso, mas agora, com pouco mais de um mês de desgoverno petista, ficou realmente impossível justificar a besteira com base nesses "argumentos".

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES