Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Israel intensificou nesta quinta-feira (28) os ataques no sul e centro
da Faixa de Gaza, onde a "fome e a desesperança"aumentam, segundo a
ONU, após mais de dois meses de conflito. [comentando um fato: hoje, 28 de dezembro, a Igreja Católica Romana, celebra o dia dos SANTOS INOCENTES- crianças inocentes, com idade inferior a 2 anos, inocentes executados há mais de 2.000 anos, em Belém e circunvizinhança, por ordem do Rei Herodes.
Herodes, então rei dos Judeus, temia que JESUS CRISTO, citado como 'rei dos judeus', então com idade inferior a 2 se tornasse um rei terreno, depondo o tirano, praticante do judaísmo.
Sem condições de identificar com exatidão o 'concorrente', Herodes ciente que Jesus tinha idade inferior àquela, determinou que todas as crianças até dois anos de idade fossem sumariamente eliminadas. (São Mateus, 2.)
Hoje, mais de dois mil anos após aquele nefasto evento, crianças inocentes são abatidas em bombardeios efetuados pela Força Aérea de Israel - morticínio que se estende aos civis palestinos confinados na Faixa de Gaza.]
Um correspondente da AFP observou disparos de artilharia
durante a noite em vários pontos de Gaza, como Khan Yunis, no sul do território
palestino, onde se concentra uma parte significativa dos 1,9 milhão de
deslocados de Gaza.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou na quarta-feira que
mais 21.100 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram em Gaza
desde o início das operações militares israelenses.
Os combates aumentaram de intensidade nesta quinta-feira na Faixa de Gaza, enquanto a ONU alertou para um grave perigo para a população.
Israel prometeu manter a campanha para destruir o Hamas como
resposta ao ataque de 7 de outubro do movimento islamista, que deixou quase de
1.140 mortos em território israelense, a maioria civis, segundo um balanço da
AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades do país. O movimento palestino também sequestrou quase 250 pessoas,
das quais 129 continuam como reféns.
As Forças Armadas israelenses anunciaram nesta quinta-feira
que os bombardeios prosseguem em Khan Yunis, onde, segundo autoridades do país,
se concentram parte dos milicianos do Hamas. Também exibiram imagens dos soldados avançando nos túneis
cavados pela organização islamista palestina perto do hospital pediátrico Al
Rantisi, no oeste da cidade de Gaza.
O Ministério da Saúde do Hamas informou que bombardeios
durante a madrugada provocaram mortes em Nuseirat e Deir al Balah.
Netanyahu diz
que Hamas deve ser destruído para haver paz[não é uma tarefa dificil para Israel destruir Gaza, condição que aponta como necessária para uma paz duradoura - milhares e milhares de civis palestinos estão sendo eliminados pela Forças Armadas de Israel, situação que inevitavelmente levará a destruição de toda a vida humana naquela região.]
- "Cessar-fogo duradouro" -
A pressão por uma trégua aumentou na quarta-feira, quando o
presidente francês Emmanuel Macron insistiu, em uma conversa telefônica com o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na "necessidade de
trabalhar para alcançar um cessar-fogo duradouro".
Ele também expressou uma"profunda preocupação"
com o número de civis mortos em Gaza, informou seu gabinete em um comunicado. Desde que Israel impôs o cerco ao território no início da
guerra, os moradores de Gaza enfrentam a escassez de comida, água, combustível
e medicamentos.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS),
Tedros Adhanom Ghebreyesus, também pediu uma trégua e afirmou que a comunidade
internacional deve "adotar passos urgentes para aliviar o grave perigo que
a população de Gaza enfrenta, que coloca em risco a capacidade dos
trabalhadores humanitários de ajudar as pessoas com ferimentos graves, fome e
que estão expostas a doenças".
Em um comunicado, a OMS afirmou que seus funcionários
relataram que "pessoas com fome novamente interromperam nossos comboios
com a esperança de encontrar comida".
"A fome e a desesperança aumentam no território palestino",
lamentou.
- Quadrigêmeos em Gaza -
Uma das moradoras de Gaza, Iman al-Masry, deu à luz
recentemente a quadrigêmeos em um hospital no sul de Gaza, depois de fugir da
casa da família no norte do território, uma área devastada pela guerra. A viagem "afetou minha gravidez",
declarou a mulher de 28 anos, que teve dois meninos e duas meninas em um parto cesárea.
Ela precisou desocupar rapidamente o leito no hospital para
dar espaço a outros pacientes, mas deixou um dos filhos no hospital porque ele
estava com a saúde muito frágil para receber alta. "Estão muito magros", afirmou sobre os filhos em um abrigo
improvisado em Deir al Balah. "Com a falta de leite em pó para bebês, tento
amamentá-los, mas não há nada nutritivo que eu possa comer para amamentar três
bebês", lamentou.
No campo de refugiados de Al Maghazi, uma escola da ONU
transformada em abrigo foi atingida por um bombardeio."Eles dizem que existem zonas verdes e zonas com outras
cores. São apenas boatos, não há zonas seguras em Gaza", declarou à AFP um
homem no território que não revelou seu nome.
"A situação também é crítica em Rafah, no sul do território,
onde vivem quase 1,5 milhão meio de habitantes", explicou Nedal Abu
Shbeka, proprietário de uma loja de colchões."Pessoas estão nas escolas, campos e outros
lugares",disse, em referência ao número elevado de deslocados.
- "Ação direta" -
A guerra aumentou o temor de um conflito regional, com
agressões frequentes entre Israel e o Hezbollah na fronteira com o Líbano,
assim como os ataques dos rebeldes huthis do Iêmen contra navios no Mar
Vermelho, em solidariedade com o Hamas.
Todos estes grupos são apoiados pelo Irã.
O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, sugeriu uma
possível "expansão dos combates ao norte", na fronteira com o Líbano,
cenário de trocas de tiros constantes entre as forças de Israel e o movimento
islamista Hezbollah desde o início da guerra. A Guarda Revolucionária do Irã advertiu Israel que Teerã e
seus aliados adotarão uma"ação direta" para vingar a morte do
comandante Razi Moussavi, que ocorreu na segunda-feira em um ataque com mísseis
na Síria atribuído às forças israelenses, que negam qualquer envolvimento.
Milhares de pessoas compareceram nesta quinta-feira ao funeral de
Moussavi em Teerã. Ele era comandante da Força Qods, setor de operações no
exterior e unidade de elite da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do
Irã. A violência também explodiu na Cisjordânia ocupada, com mais
de 310 palestinos mortospor soldados ou colonos israelenses desde 7 de
outubro, segundo o Ministério palestino da Saúde. Um palestino morreu na madrugada desta quinta-feira durante
uma incursão do Exército israelense em Ramallah, depois que seis faleceram em
circunstâncias similares na quarta-feira em outro ponto do território. A ONU pediu a Israel o "fim dos homicídios
ilegais" na Cisjordânia ocupada.
Cleriston Pereira da Cunha é o primeiro cadáver da repressão ilegal comandada pelo STF aos 'atos golpistas' de 8 de janeiro
Regimes que não respeitam a lei, eliminam direitos individuais e suprimem liberdades públicas acabam, mais cedo ou mais tarde, entrando em contato com a morte. Não há como ser diferente.
Uma decisão ilegal leva a outra, pior que a primeira.
A decisão seguinte é pior ainda — e por aí se vai, numa reação em cadeia na qual os autores das ordens só conseguem dar sequência a uma ação radical tomando outra mais radical que a precedente.
Como não encontram nenhuma oposição de verdade, e dispõem da força armada para impor qualquer decisão, passam a agir como se não tivessem limites.
O resultado, inevitável, é que vão perdendo cada vez mais o controle sobre as consequências dos seus atos.
Uma violação da lei, para manter-se de pé, exige sempre uma outra mais grave, e mais uma, e mais uma — até que alguém morre. É o que acaba de acontecer com o cidadão Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos nos tumultos do dia 8 de janeiro em Brasília.
O Supremo Tribunal Federal foi tirando todos os seus direitos, um depois do outro. Acabou, agora, por lhe tirar o direito à vida (Leia também, nesta edição, as reportagens de Augusto Nunes e Cristyan Costa). [felizmente, os fatos narrados na presente matéria serão julgados pelo SUPREMO JUIZ, o único realmente Supremo e Eterno, Justo e Infalível - cujas sentenças são IRRECORRÍVEIS e ETERNAS e alcançarão TODOS os envolvidos no ocorrido e que tiveram alguma participação nos fatos lamentáveis, são IRRECORRÍVEIS e ETERNAS.]
Cleriston morreu por falta de cuidados médicos adequados no pátio da penitenciária da Papuda, em Brasília — pouco antes de completar 11 meses de prisão preventiva, sem julgamento. Sua morte não foi um acidente que poderia acontecer a qualquer um. Com diabetes, problemas de circulação e hipertensão, ele não poderia, pela lei brasileira, estar numa cadeia. Teria, obrigatoriamente, de estar num hospital, recebendo os medicamentos indicados, nas doses certas e nos horários corretos. Não se trata de uma opinião de quem “não gosta do STF” ou da “democracia”, como diz o ministro Luís Roberto Barroso. Segundo informa um relatório médico oficial assinado e apresentado pela doutora Tania Maria Antunes de Oliveira no dia 27 de fevereiro de 2023, Cleriston corria “risco de morte por imunossupressão e infecções”. A médica pedia urgência no tratamento do seu caso, mesmo porque ele tinha perdido uma consulta marcada para o dia 30 de janeiro, por estar na prisão. Já tinha sido internado no hospital durante 33 dias no ano passado, para tratar da mesma doença. Tinha de tomar pelo menos quatro remédios diferentes por dia.[a presente matéria está disponível, GRATUITAMENTE, na ÍNTEGRA, naRevista Oeste.]
Em sua foto de perfil do Facebook, Cleriston Pereira da Cunha (conhecido como “Clezão”) posa, sorridente, com sua mulher, Edjane, e as duas filhas do casal | Foto: Reprodução/Facebook/Clezão do Ramalho
Durante oito meses e meio inteiros, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, não tomou conhecimento dessas informações — e dos pedidos de soltura do réu para tratamento médico de emergência, feitos por seus advogados com base no relatório da doutora Tania.
Cleriston, ao longo desse período, sofreu diversos desmaios e ataques de vômito, e teve de ser levado ao pronto-socorro da penitenciária; seu estado tornou-se cada vez mais grave.
A situação chegou a tal ponto que o próprio Ministério Público, encarregado de fazer a acusação, pediu a Alexandre de Moraes que Cleriston fosse solto, agora no dia 1º de setembro.
Como já tinha acontecido com o relatório médico, o ministro ignorou o pedido do MP.
Não disse nem sim nem não; apenas não respondeu nada.
Agora, depois de 285 dias de prisão sem ter sofrido condenação nenhuma, e quase dois meses após a solicitação de sua soltura pelo MP, Cleriston morreu na Papuda.
É aonde se chegou, enfim, pelo encadeamento de uma ilegalidade com outra, em gravidade crescente; ele não podia ter sido preso, o inquérito do STF não podia ter sido feito, sua prisão não podia ser mantida.
Naturalmente, o STF não liga a mínima para a morte de Cleriston ou de
qualquer dos mais de mil cidadãos que estão sendo condenados a até 17
anos de cadeia por terem participado de um quebra-quebra.
Por que
ligaria?Não ocorre a quase nenhum ministro que as suas decisões
envolvem seres humanos de carne, osso e alma — e, portanto, merecedores
naturais de sentimentos como a compaixão, piedade ou clemência.
A única
maneira pela qual Alexandre de Moares e a maioria dos seus colegas
enxergam essas pessoas é como “bolsonaristas” — e na sua visão de
democracia bolsonaristas não têm direitos constitucionais, nem de
qualquer outro tipo.
Se tivessem, no entender do STF, iriam “usar” seus
direitos para acabar com o “estado democrático de direito”; não podem,
portanto, pretender a proteção da lei e do sistema judicial.
Além disso,
os ministros estão convencidos de que são eles, e mais ninguém, que
dizem o que é a realidade.
Se decidem que um fato não existe, esse fato
não aparece na Rede Globo — e, se não aparece na Rede Globo, eles ficam
com a certeza de que o fato não existiu.
“Cleriston? Que Cleriston? Não
temos nada a ver com isso.”
.....
Em compensação, o STF se envolve numa situação de dependência cada vez
maior em relação ao governo Lula e às forças que lhe dão apoio. É uma
dependência mútua, pois o presidente, o PT e os seus partidos-satélites
da extrema esquerda também dependem hoje do Supremo. Mas continua sendo
uma dependência — para sobreviver, o STF precisa cada vez mais de Lula e
de quem obedece às suas ordens. Como consequência direta disso, o
tribunal está operando, já há muito tempo, sem um código legal ou moral:
age e reage em função dos interesses do governo e dos seus. Que código
de conduta pode ter uma corte de Justiça que anula provas materiais de
corrupção, como a livre confissão dos culpados e a devolução de bilhões
de reais em dinheiro roubado — e, ao mesmo tempo, decide que não é
preciso nenhuma prova para condenar a penas de prisão extremas os
acusados do 8 de janeiro? O STF não tem mais um mapa para indicar o rumo
correto a seguir nas suas decisões — o caminho da lei, da
jurisprudência ou da reponsabilidade pelos efeitos práticos que provoca
na ordem social, econômica e política do país. Sem código e sem mapa,
fica também sem lógica. Sai o raciocínio. Entra a força.
..... “Os
senhores são as pessoas mais odiadas do Brasil”, disse o advogado
Sebastião Coelho, que defende um dos réus, na sessão que abriu o
julgamento dos episódios do dia 8 de janeiro. Os ministros, na ocasião,
se mostraram revoltados; os bajuladores mais excitados chegaram,
inclusive, a pedir “punição” para Coelho. Mas a verdade é que, ao
insistir num tipo de conduta que conduz a tragédias como a morte de
Cleriston, o STF está deixando junto à população uma imagem de crueldade
que a Justiça brasileira nunca teve. Isso, como dito acima, não parece
ser um problema para os ministros. Não prestam contas a ninguém, têm o
apoio da polícia e das Forças Armadas e apostam na covardia das mesas
diretoras do Congresso para continuarem agindo sem correr nenhum risco.
Transformaram a Rede Globo e quase toda a imprensa brasileira num
departamento de propaganda política — em perfeita simetria, aliás, com o
que faz o governo Lula. Vivem numa cápsula impermeável ao Brasil e ao
resto do mundo, protegidos por carros blindados, por seguranças que têm
armamento pesado e por um isolamento físico que lhes permite viver
praticamente sem nenhum contato com o cidadão brasileiro comum. Suas
sentenças são a primeira, a segunda e a terceira instâncias ao mesmo
tempo; qualquer decisão que tomam passa mecanicamente “em julgado” e
torna-se um “ato jurídico perfeito”.
Alguém aí tem dúvidas sobre o resultado da votação que vai ao plenário
do STF com relação à descriminalização do aborto?
É certo que não. Lá,
os votos são contados antes de pronunciados.
Lá, a agenda corrosiva do
falso progressismo, traduzida e xerocada do inglês, está em pleno curso.
Lá, as visões de pessoa humana, sociedade, estado, política, economia
e, frequentemente, de justiça e de direito, são peculiares e comuns a um
corpo político bem conhecido que está na origem da unção que os levou
ao poder.
Por vezes, os
cavalheiros e damas que ali atuam dão sinais de terem à disposição um
gentil e bajulador espelho mágico. Crendo-se deuses, não precisam olhar
para os réus a quem condenam, como jamais verão os pequenos seres a quem
se propõem negar o direito de viver.
Você
provavelmente não lembra quem éAmillia Taylor.No entanto, em 2007,
jornais do mundo inteiro falaram desse bebê, nascido na 21ª semana de
gestação, medindo pouco mais de um palmo, com o peso de uma barra de
sabão.
Exatos 24 centímetros e 284 gramas. O caso de Amillia permanece
como severíssima reprimenda ao egoísmo e à insensibilidade dos
abortistas.
Depois da
foto da menina, reclinada sobre a mão do médico, com seus pezinhos de
dois centímetros, deveria ter ficado proibido para todo o sempre tratar
feto como coisa.
E não haveria diferença se a foto fosse tirada semanas
para trás ou para frente.
A natureza permanece a mesma, assim como você,
leitor, dentro de dois ou três meses, não terá deixado de ser o que é.
Estará apenas dois ou três meses mais velho. Amillia, até nascer,
obtinha da mãe os mesmos nutrientes que passou a receber do hospital.
Os
mesmos que fizeram dela a adolescente que completará 16 anos no próximo
dia 24 de outubro.
No útero, era tão dependente de cuidados para
sobreviver quanto qualquer bebê após o parto.
Por que não fazem
isso com alguém do tamanho deles?
A que título o
fazem?Não raro sob o indecente argumento de que a mulher é dona do
próprio corpo, onde se haveria infiltrado, insidioso, um monstrengo
qualquer, um bebê de Rosemary, ou um tumor a exigir radical extirpação.
Noutras vezes, mediante alegações emocionais concebidas para justificar o
injustificável.
É claro que podem ocorrem fortíssimos motivos, para um
aborto voluntário. Terríveis dramas pessoais! Mas motivos não são razões
da razão.
Motivos igualmente fortes também levam a outros crimes e
podem ser acolhidos como atenuantes, jamais como legitimação.
E, menos
ainda, podem originar leis que os liberem ou os regulamentem. Acolher
motivos como se razões fossem seria a falência da própria razão e do
Direito Penal.
Mas quem se importa, se o espelho mágico adulador concede
a certas canetaso poder negacionista e terraplanista de revogar a
ciência, expurgar o óbvio e recusar à pequena Amillia sua natureza
humana.
É a pedra no
meio do caminho para a grande chacina. O argumento que não conseguem
contornar é a incongruência de legitimar a eliminação de vidas humanas
inocentes e indefesas (olhem a agravante aí!) quando a mesma sociedade
que o faz preserva, justificadamente, os santuários ecológicos e até os
períodos de reprodução de muitas espécies animais e vegetais.
A vítima do
aborto é um Pequeno Polegar(*) sem sorte.
Tivesse bota de sete-léguas
sairia em disparada do cativeiro mortal onde o ogro o vem buscar.
* Personagem de um clássico de literatura infantil, dos Irmãos Grimm.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.
A menina relatou a situação à mãe quando voltou para
casa. "Ele iria ficar com ela uma semana em casa e, depois, iria ser
escrava dele", diz progenitora
Segundo a mãe, o suspeito falava que a vítima podia
pedir tudo, menos ir embora. “Ele disse que iria ficar no apartamento
por uma semana e, depois, ela iria ser escrava dele”, relata a
progenitora, cuja identidade foi preservada.
Na tarde da última terça-feira 4/7), a criança foi
atendida por um médico infectologista em um hospital particular da Asa
Sul. Lá, o profissional de saúde passou pomadas e mais medicamentos para
a menina passar nas feridas causadas pelas queimaduras do produto usado
pelos suspeitos para dopá-la.
De acordo com a mãe, a filha se recupera bem na casa de
familiares, onde tem conversado para se distrair após o caso. “O braço e
a costela ainda estão bem feridos por causa das queimaduras de um
produto químico que feriu bastante o braço dela. Estamos passando até um
óleo para não ressecar a pele dela”, detalha.
Na última quarta-feira (5/7), ela, o marido e a
adolescente foram à 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), onde prestaram
depoimento sobre o caso. A mãe contou que, desde o início do caso, não
tem se alimentado da forma adequada, apenas bebendo café em vez de
comer.
Ela tenta ser forte para não se abalar mais. “Passo o
dia todo com a cabeça doendo, procurando entender como uma pessoa faz
uma coisa malvada dessa”, desabafa. Na próxima segunda-feira (10/7), às
10h, os pais começam uma terapia psicológica em grupo, com a filha, no
Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na L2 Sul, para saber como
lidar com a situação.
Em nota, a Defensoria Pública do Distrito Federal
(DPDF) informa que realizou a audiência de custódia de Geisy Souza.
“Caso ela não constitua advogado, a DPDF será responsável por promover a
defesa dela em juízo”, diz o órgão.
Manifestantes detidos na Academia Nacional de Polícia em Brasília. - Foto: Reprodução/ Redes sociais
Pelas regras do visto norte-americano, quem entra nos EUA com passaporte diplomático, como foi o caso do ex-presidente Bolsonaro, e depois perde o direito a esse passaporte diplomático porque já não exerce mais a função pública só pode ficar no país por mais 30 dias. Isso quer dizer que seu visto diplomático vence antes do fim de janeiro; se quiser permanecer nos EUA depois disso, Bolsonaro precisará de outro visto, como um de turista.
A última informação que tenho é a de que ele já está saindo do hospital, pois teve uma melhora. Mas ele tem de tomar cuidado com os excessos gastronômicos, porque seus intestinos têm aderências, como resultado de sete cirurgias, além da facada. Mexeram demais nos intestinos dele e Bolsonaro vai carregar isso para o resto da vida: a sequela da facada de um seguidor do PSol, que dizem ter agido sozinho, o que é impossível, já que naquele dia o nome de Adélio Bispo estava na Câmara, algum deputado autorizou uma entrada fictícia para servir de álibi; depois ainda apareceram advogados que certamente alguém chamou.
Prisão generalizada não está pegando bem e já virou notícia no exterior
Alexandre de Moraes continua prendendo. Agora, prendeu um ex-comandante da PM, um coronel, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres – que não tinha nem reassumido a Secretaria de Segurança do Distrito Federal –, como se fosse responsável pelo que aconteceu. Enquanto isso, senadores estão se unindo para convocar o ministro da Justiça, para que ele explique por que não houve reação,uma vez que todos os órgãos de segurança pública tinham a informação sobre o que haveria no domingo.
Em consequência dos acontecimentos de domingo, houve prisão preventiva de quatro pessoas; muitos dos manifestantes pacíficos já apontavam um homem e uma mulher como principais organizadores da facção extremista que queria arrombar e quebrar tudo – queria e conseguiu, porque teve uns 300 seguidores. Na hora em que fiz essa gravação havia 277 presos, e houve prisão indiscriminada de famílias, idosos, crianças e mães que estavam desmanchando o acampamento na frente do QG do Exército.
Botaram todo mundo em ônibus,como lá na Alemanha se punha judeu em vagão, e levaram para um campo de concentração, que foi o ginásio da Academia da Polícia Federal.
Eram 1,5 mil pessoas lá dentro, imagine se alguém lá tem Covid...
Pessoas reclamando de falta d’água, de comida e outros inconvenientes.
Gente passando mal, tendo pouca assistência médica,mas eu não vi aparecer o ministro de Direitos Humanos.[ele tem coisa mais importante a fazer = humanizar as cadeias, tornando mais fácil e confortável a vida dos bandidos.] Depois, foram liberadas 599 pessoas por serem idosos ou mães de crianças pequenas; para vermos como tinha muita gente desse perfil. Mas ainda ficaram lá detidos outros 527, decerto à espera de alguma triagem. Mais 277 estão presos temporariamente,além desses quatro com prisão preventiva, para preservar a ordem pública.
As prisões foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, mas caíram no colo do presidente Lula. Ele pegou o limão de domingo, fez uma limonada na segunda-feira com esse encontro com governadores, chefes de poder político e ministros do Supremo, mas ficou algo muito grave, que é esse campo de concentração.
Na terça-feira, ele fez uma declaração em que se podia ver que ele sentiu o impacto, pois isso é notícia que está no exterior e falam até da Convenção de Genebra, que se aplica a prisioneiros de guerra.
Lula disse que certamente a maioria dos manifestantes de direita é de pessoas pacíficas, de boa consciência, de boa índole, que não devem ter concordado com os extremistas que fizeram as invasões, o quebra-quebra, etc.
Domingo não houve terrorismo, houve baderna O nome disso que aconteceu é baderna; eu ensinaria aos meus alunos de Jornalismo, no tempo que eu lecionei, que terrorismo é outra coisa, não é o que a mídia está dizendo. Eu cobri terrorismo no Líbano, em Paris, no Chile, na Argentina, em Angola e na África do Sul;sei que é terrorismo, e domingo não houve terrorismo.
O que houve foi baderna, causada por baderneiros extremistas como aqueles que já quebraram tudo na Câmara em 2006, ou os que jogaram bombas que acabaram matando um cinegrafista da Band. Isso é baderna, e é preciso descobrir aqueles que promoveram a baderna e puni-los exemplarmente.
O problema é que os outros, que não tiveram nada a ver com isso e queriam fazer apenas uma manifestação lá na frente da Praça dos Três Poderes, acabaram envolvidos.
Suicídios, defenestrações, ataques cardíacos e até uma intoxicação por veneno de sapo mataram 24 russos em posições importantes
Pode ser coincidência? Pode, mas a sequência de mortes de figurões russos no ano que acabou exige uma credulidade que desafia as probabilidades.
A revista The Atlantic inventou até um termo irônico para qualificar tantas coincidências, a Síndrome Russa de Morte Súbita e a Wikipedia tem um verbete específico, “As mortes misteriosas de homens de negócio russos em 2022”.
Nem todos foram oligarcas, embora haja uma frequência marcante de executivos da indústria de gás e petróleo. O penúltimo caso da lista impressionou pela reincidência: Pavel Antov, apelidado de “o rei da linguiça” por sua indústria de processamento de carne, caiu da janela de um hotel na Índia onde dois dias antes um amigo com que viajava junto tinha sofrido morte súbita ainda a ser esclarecida.
Embora fosse deputado pelo mesmo partido de Putin, Antov tinha criticado a invasão da Ucrânia, o que depois desmentiu.
Janela parece ter virado uma coisa perigosa. O presidente do conselho da gigante petrolífera Lukoil, Ravil Maganov, “caiu da janela de um hospital em Moscou”, segundo informaram agências russas – um detalhe posteriormente desaparecido. A Lukoil falou em “morte depois de lutar contra uma longa doença”.
Não foi o primeiro caso do ano na empresa. O ex-diretor Alexander Subbotin morreu aos 43 anos depois de uma sessão com um curandeiro que injetou veneno de sapo em seu corpo para curar uma ressaca.
É claro que as mortes não podem ser colocadas oficialmente na conta de reações à guerra na Ucrânia e as graves consequências internas, provocadas pelas sanções ao país, com prejuízos e perda do estilo de vida internacional que os russos ricos desfrutaram durante as duas décadas em que Vladimir Putin efetivamente recuperou a economia daRússia e fez um pacto com as elites – cada um na sua pista, com os devidos e milionários pagamentos.“Imaginem o que acontece a um país globalizado quando cai a ficha das sanções. Alguns cometem suicídio”, disse à Atlantic o historiador Edward Luttwak.
Pelo menos dois casos dados como suicídio envolveram a família. A mulher e a filha de 13 anos de Vladislav Avaiev, ex-vice-presidente do Gazprobank, estavam junto de seu corpo num apartamento em Moscou. Sergei Protosenia, vice-presidente da gigante do gás Novatek, apareceu enforcado na viga da casa de veraneio na Espanha depois de, supostamente, matar a mulher e a filha a machadadas.
Michael Weiss, jornalista que está escrevendo um livro sobre o serviço militar de inteligência, acha que alguns suicídios podem ter acontecido depois do “telefonema” –um aviso, como na Roma antiga, de que o cidadão tinha a opção de tirar a própria vida. Ou ela seria tirada dele.
A dubiedade faz parte do jogo:suicídio, suicídio induzido, homicídio?
“Eles querem que nós saibamos que foi assassinato, mas não querem que possamos concluir definitivamente que foi isso”, disse Weiss à Atlantic.
A legendária eficiência dos serviços russos às vezes é apenas isso – uma lenda. Em dois casos notórios de envenenamento com Novichok, um dentro e um fora do país, as vítimas sobreviveram.
Alexei Navalny escapou com vida do agente que paralisa o sistema nervoso, aparentemente espalhado em sua cueca num quarto de hotel, porque o piloto do avião onde entrou em crise fez um pouso de emergência e ele recebeu tratamento médico na Alemanha. Hoje está preso e só se comunica por mensagens através de seus advogados. Os assassinos que deveriam ter despachado o ex-espião Sergei Skripal, que havia desertado e se transformado em agente da inteligência britânica, erraram na dose – ou provavelmente o atendimento médico foi mais eficiente do que o esperado. Skripal e a filha, Julia, escaparam com graves sequelas.
O percurso dos dois agentes russos foi quase que inteiramente reconstituído por câmeras de segurança.
Os agentes que envenenam Alexander Litvinienko, outro ex-espião que mudou de lado, foram mais desastrados ainda. O próprio Litvinienko viveu três dias, o suficiente para relatar como foi atraído para um chá letal num hotel de Londres. A substância usada, polônio-210, deixou traços radiativos em toda a trilha dos assassinos, inclusive no avião de volta para Moscou.
A infame reação de Putin à reconstituição comprovando o atentado contra Alexei Navalny ficou famosa: se os serviços secretos quisessem realmente matar o dissidente, “teriam ido até o fim”, disse ele.
A última morte “importante” do ano foi de Vladimir Nesterov, engenheiro espacial que continuava a trabalhar no novo sistema russo de foguetes mesmo depois de um processo por desvio de dinheiro, entre outras encrencas. Imaginem a quantidade de homens em posições importantes que não estão dormindo tranquilos. Esse é um dos instrumentos clássicos de controle dos regimes autoritários. Algumas das mortes suspeitas podem ter tido até causas naturais, mas o regime putinista quer que as pessoas tenham dúvidas.
Ao contrário do que repetem os defensores do desarmamento, permitir o acesso a armas é profundamente democrático
O debate sobre armas costuma ser contaminado por uma retórica emocional,
quase sempre depois de tragédias com armas de fogo, como as chacinas em
escolas que marcaram a sociedade norte-americana recente.
Apenas nos
últimos quatro meses, foram registrados 11 tiroteios em massa. ]
Em 14 de
maio, um homem matou dez pessoas num supermercado em Buffalo, Nova
Iorque,mirando em alvos preferencialmente negros.
Foto: Shutterstock
Dez dias depois, no Texas,um estudante de 18 anos da escola elementar de Uvalde, que sofria bullying, matou 19 crianças e três adultos,além de deixar outros 18 hospitalizados. Na semana seguinte, cinco pessoas foram mortas por um atirador num hospital em Tulsa, Oklahoma. No 4 de Julho, feriado da Independência norte-americana, sete homens e mulheres foram mortos e 48 feridos no desfile de Highland Park, em Illinois.
Entre os casos que não repercutiram, um é especialmente emblemático. Um homem abriu fogo no shopping Greenwood Park Mall, em Indiana.Depois de assassinar quatro pessoas e ferir outras duas, foi morto por um civil armado. Saudado como herói por parte da população norte-americana, ele apenas respondeu:“I did my job” (Eu fiz o meu trabalho).
O herói de Indiana é um caso concreto que joga luz sobre uma parte importante do debate, sempre ignorada: o que fazer quando um homem mau está armado? A política desarmamentista apenas ignora a questão, crendo de maneira incauta que, desarmando a população, as armas desaparecerão também das mãos daqueles que querem ferir inocentes. Países com forte tradição com armas, como os Estados Unidos — que impedem o Estado de tomá-las dos cidadãos já na Segunda Emenda da Constituição —, sabem que a única forma de impedir um assassino armado é com uma pessoa boa, também armada, nas redondezas.
O caso da escola de Uvalde e o tiroteio no shopping de Indiana mostram dois pontos diametralmente opostos da política sobre armas num mesmo país.
Recentes filmagens sobre a reação policial no Texas mostram que o Departamento de Polícia impediu que as unidades policiais invadissem a escola,esperando “negociar” com o assassino, acreditando que poderia ser uma ação “pacífica”, e ignorando o risco que as crianças corriam, mesmo com chamadas de celular desesperadas.
Um policial chega a fazer uma pausa para passar álcool em gel nas mãos, após quase uma hora sem nenhuma ação.
Já em Indiana, o que se viu foi a resposta imediata de um cidadão, sabendo que exigir do Estado o monopólio do combate à violência custaria um enorme tempo de resposta — e, por conseguinte, muitas vidas perdidas.
Armas como defesa da vida Os discursos emotivos depois dessas tragédias ignoram pontos cruciais para um debate mais saudável sobre a questão. As armas, por exemplo, não parecem afetar as famosas “discussões de bar” que terminam em morte, com estatísticas mostrando que países com forte restrição de armas — como o Brasil — não são paraísos de segurança em bares, estádios e vida noturna comparados a outros, como os Estados Unidos, a Áustria ou a Suíça — onde o acesso a armas é bem mais fácil.
Na verdade, estudos provam o contrário: a mera possibilidade de cogitar que a outra parte em uma discussão esteja armada — em vez da quase certeza de que esteja desarmada — costuma evitar mortes. Uma pesquisa do FBI de 2013revelou que 137 mil casos de ataques envolviam armas de fogo. Outros 126 mil, facas.
Enquanto em 154 mil foram usados mãos, pés e punhos.
Mesmo diante desses dados, ninguém jamais pensou em proibir facas, facões, machados, cutelos ou equipamentos do tipo.
Outro estudo, do Centro de Controle de Doenças, publicado durante a gestão Obama, mostrou que mais de 2,5 milhões de crimes são evitados por ano nos Estados Unidos graças a armas — o tipo de ação que dificilmente ganha as manchetes dos jornais, justamente pelo fato de o crime não ter ocorrido. Na maioria das vezes, a arma não é nem disparada. Quase 1 milhão de crimes também foram evitados com a própria arma do agressor.
Essa realidade é completamente alheia ao Brasil, que tem uma tradição menor de contato com armas e quase duas décadas de política forçada de desarmamento. O referendo realizado em 2005 para proibir a venda de armas de fogo foi recusado por 63% da população, enquanto as pesquisas acreditavam que o resultado seria 10 pontos porcentuais a menos. A vitória foi simplesmente ignorada, e a vontade popular, desrespeitada em mais uma das tramoias da democracia brasileira. Os homicídios no Brasil dispararam no período.
As armas no Brasil Uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro (PL) foi mudar o panorama de acesso a armas no país. Hoje, a cinco meses do fim do mandato, é possível dizer que esse será um dos legados do atual governo.
Apesar dos muitos discursos emotivos sobre as armas num país que não tem tradição no assunto, as estatísticas mostram que a realidade é bem diferente da fantasia. Nos últimos três anos, o número de pessoas com acesso a armas aumentou 473%, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em junho deste ano. Mas os decretos presidenciais que flexibilizaram as regras para conseguir comprar uma arma ainda precisam do aval do Congresso Nacional.
Antes de 2018, havia pouco mais de 117 mil certificados de registros ativos para Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs). Já no primeiro ano do governo Bolsonaro, esse número saltou para cerca de 197 mil cadastros. Em junho de 2022, foram quase 674 mil pessoas com acesso a armamentos no país, segundo o Exército.
Nos dados da Polícia Federal, o número de armas registradas no país também disparou. Em 2017, eram aproximadamente 640 mil. No ano passado, passaram a ser 1,5 milhão — aumento de 133% em quatro anos.
A expansão fica evidenciada também no número de clubes de tiros esportivos. Em 2021, foram abertas 457 entidades do gênero, um crescimento de 34% em relação ao ano anterior. Ao todo, segundo dados do Exército, existem pouco mais de 2 mil unidades ativas no país.
Segundo o discurso de boa parte da esquerda, tais números deveriam vir acompanhados de mais assassinatos, mais roubos, mais latrocínios e mais violência. Faltou combinar com os fatos.
Mais armas e menos crimes Desde que Jair Bolsonaro chegou ao poder, os indicadores sobre mortes violentas estão em queda no Brasil. Só no ano passado, foram menos 6% (tendência já observada desde 2018): cerca de 47,5 mil pessoas, o que corresponde a 22,3 assassinatos para cada 100 mil habitantes. É a menor taxa desde 2011, primeiro ano em que o índice foi registrado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. “O aumento nos registros de armas coincide com a maior queda histórica de homicídios”, afirmou o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP), autor de um projeto de lei que autoriza propagandas de armas de fogo no país. “O ano de 2019 registrou 20% a menos de homicídios que em 2018.” De acordo com Derrite, sem os devidos estudos qualitativos, tal queda não deve ser atribuída à posse de armas. Porém, é possível afirmar que o argumento segundo o qual mais armas levariam a mais crime não é real.
“Tecnicamente, não dá para vincular uma coisa a outra, mas a oposição vai dar um tiro n’água se quiser usar esse discurso”, observou o deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP), membro da bancada da segurança pública na Câmara. “O bandido agora tem de pensar duas vezes antes de abordar uma vítima, porque sabe que pode ter um atirador pela frente.”
Os ativistas do movimento civil armamentista sempre consideraram uma falácia relacionar o aumento de armas nas mãos do povo com mais violência. “Se você pesquisar os 25 países mais armados do mundo — e entre eles temos não apenas nações de Primeiro Mundo, como a Suíça, mas também países menos desenvolvidos —, vai verificar que nenhum deles figura entre os recordistas de violência”, afirmou Bene Barbosa, especialista em segurança pública, numa entrevista em 2021 para Oeste.
Em números absolutos, o Brasil ainda é o país com a maior taxa de homicídios do planeta. Já na categoria de mortes violentas para cada 100 mil habitantes, está em oitavo lugar, segundo ranking do UNODC, o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Burocracia kafkiana Embora a velha imprensa e a oposição propaguem a ideia de que, depois que Bolsonaro assumiu o poder, conseguir uma arma passou a ser tão simples quanto comprar um pão na padaria, a realidade é completamente diferente. Apesar de ter havido uma flexibilização das regras, as armas legais não estão facilmente ao alcance de qualquer interessado.
Mesmo com os avanços a favor do acesso, o Brasil está a anos-luz dos Estados Unidos, onde os modelos estão disponíveis mesmo em lojas populares de departamentos. Por aqui, até o porte virar oficial, o candidato a figurar na lista de CACs precisa enfrentar uma maratona burocrática. São inúmeras etapas, que podem fazer o percurso durar mais de um ano. Nesse aspecto, a legislação ainda tem muito a prosperar.
O primeiro requisito para comprar uma arma no Brasil é ter mais de 25 anos. Depois, não responder a nenhum inquérito ou processo criminal. Além disso, é obrigatório apresentar todas as certidões negativas das Justiças municipal, estadual e federal. É obrigatório, também, um teste prático de tiro, atividade em que um instrutor credenciado pela Polícia Federal precisa atestar que o indivíduo sabe atirar com um mínimo de técnica. A seguir, vêm os testes psicológicos: o interessado deve comprovar que tem aptidão mental e emocional para possuir uma arma de fogo. O cidadão ainda terá de pagar todas as taxas desses processos burocráticos. No fim da jornada, ainda falta aguardar o deferimento da Polícia Federal.
A reportagem conversou com um homem recentemente aprovado como CAC, que conseguiu cumprir o trâmite em uma cidade média, com auxílio de um despachante, em 130 dias — prazo considerado ágil. Outros interessados têm enfrentado processos bem mais morosos, de até um ano.
Sobre a experiência, reclamações sobre a instabilidade na plataforma eletrônica do Exército e falta de clareza a respeito das normas de transporte de armas e munições entre endereços cadastrados e clubes de tiros, com temor de abordagens policiais. “A gente vê alguns relatos sobre abordagens e detenções e há uma certa insegurança sobre isso”, contou o entrevistado. “O que vale em um lugar do país parece diferente em outro.”
O que muita gente não sabe é que o certificado CAC não dá direito a andar armado.A arma pode ficar guardada apenas em locais determinados e ser transportadas sem a munição, que deve estar num compartimento separado.
Estar com ela carregada só é permitido em deslocamentos específicos: entre a residência e o clube de tiro, locais de competições ou entre a residência e a propriedade rural, por exemplo.
Para andar armado é necessário ter o porte de armas,o que é ainda mais difícil de conseguir e depende da aprovação da Polícia Federal — não só do Exército, como o CAC.
Armas e Congresso Logo no primeiro ano de mandato, Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que previa ampliações na legislação sobre armamento. A proposta foi aprovada no plenário da Câmara em 2019, mas acabou sendo deixada de lado no Senado, onde não tem sequer prazo para ser votada.
O projeto aprovado pelos deputados trazia mudanças consideráveis no Estatuto do Desarmamento, ainda que não tenha sido, de toda, a matéria que o governo havia sugerido. Entre as alterações, a Câmara autorizou a aquisição de no mínimo 16 armas para caçadores, atiradores e colecionadores (grupo conhecido como CACs). Destas, até seis poderão ser de calibre restrito, que são mais potentes, como queria o governo.
Os deputados também permitiram ao proprietário obter, com a Polícia Federal ou com o Comando do Exército, certificado de registro provisório. O texto revoga ainda o artigo do Estatuto do Desarmamento que exige a venda de munições em embalagens com código de rastreio e de armas com dispositivo de segurança e de identificação gravado no corpo da arma.
Mas nem tudo foi vitória aos defensores de uma maior flexibilização da posse e do porte de armas no país. Apesar dos avanços, ao chegar ao Congresso Nacional o projeto também recebeu alterações que não foram bem recebidas pelos seus defensores, como em relação à regularização de armas em até dois anos a partir da publicação da futura lei. O texto aprovado restringe essa regularização às armas com data de fabricação igual ou anterior a 31 de dezembro de 2009, prazo final de um período de regularização criado inicialmente em 2008. A bancada governista não conseguiu reverter esse tópico, e foi assim que a proposta chegou ao Senado, onde engatinha desde então.
Diante da inércia dos senadores, Bolsonaro reagiu. Três meses depois de o projeto ter sido encaminhado ao Senado, o presidente editou decretos que flexibilizaram o uso e a compra de armas de fogo no país. Embora tenha havido manifestações contrárias, não há absolutamente nada de ilegal nisso. A medida foi usada para tornar menos rígidos trechos da lei em vigor, uma vez que o tema não encontra respaldo para avançar no Congresso Nacional.
Foram ao todo quatro decretos presidenciais, que trouxeram uma série de avanços em dispositivos que estavam estagnados desde que o Estatuto do Desarmamento foi implementado (leia gráfico). Ainda que esteja parado no Congresso, os próprios integrantes da base governista sabem que o tema precisa avançar e vir ao encontro das expectativas do governo.
Marcos do Val (Podemos-ES), relator da proposta no Senado, já acolheu emendas que subsidiam os decretos presidenciais, mas ainda não conseguiu apoio para levar o projeto para votação nem mesmo na Comissão de Constituição e Justiça, primeiro passo antes de a proposta ser votada em plenário.
“A política de armas foi positiva, porém muita coisa depende do Congresso Nacional”, comenta o deputado federal Capitão Derrite. “O que o presidente Bolsonaro poderia fazer fez via decreto. Além disso, o Congresso aprovou a posse rural. Não apenas dentro da casa no ambiente rural, mas em todo o território da propriedade a posse foi legalizada.”
Para o jurista Fabricio Rebelo, diretor do Centro de Pesquisas em Direito e Segurança (Cepedes) e autor do livro Armas e Números, o governo foi até o limite político. “O governo foi inicialmente muito tímido, quando teve a primeira norma, ainda com Sergio Moro no Ministério da Justiça, que gerou um enorme descontentamento”, disse. “No momento seguinte, foi extremamente ousado e chegou ao extremo do que poderia fazer.”
Esquerda derrapa em falsas versões A campanha oficial para as eleições ainda não começou, mas a política armamentista já é um dos temas preferidos da oposição, que derrapa em versões sem sustentação estatística.No fim de abril, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretendia fechar os clubes de tiros abertos durante o governo Bolsonaro e transformá-los em bibliotecas. Alguns dias depois, o ex-presidente compareceu a um evento em Campinas protegido por seguranças fortemente armados. A imagem correu as redes sociais e foi um prato cheio para quem contesta o discurso do pré-candidato. “Não se trata de ignorância, trata-se de má-fé, somada a uma boa dose de hipocrisia”, comentou Marcos Pollon, um dos principais ativistas de armas do país, em entrevista a Oeste em junho. “O sujeito fala que vai transformar clubes de tiros em clubes de leitura e, na semana seguinte, aparece com vários seguranças armados. Toda a narrativa dele é baseada em mentiras.”
O jurista Fabricio Rebelo também contesta o argumento do petista. “É curioso, porque quem tiver mais contato com livros sobre esse tema vai entender a necessidade de estar armado”, afirma. “Aliás, toda a política de segurança conduzida pelo PT foi um estrondoso fracasso. Eles ficam nessas platitudes, de vitimização do criminoso, e os resultados foram tenebrosos. Nós tivemos recordes de homicídios durante os governos petistas e fortalecimento de organizações criminosas, muito graças a políticas do governo.”
Há poucos meses, em outro momento infeliz, Lula afirmou que Bolsonaro “não gosta de gente, gosta de policial”. O petista pediu desculpas no dia seguinte, mas a frase já fora incluída no rol de declarações em defesa da violência e da bandidagem.
Desarmar as forças policiais, por exemplo, é uma bandeira típica da esquerda.
A mesma que elogia Luiz Edson Fachin, quando o ministro do STFproibiu incursões da polícia nas favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia, rejeita a aplicação de penas mais duras a menores infratores que cometem crimes graves e aplaude a instalação de câmeras nos coletes dos policiais.
Democracias x ditaduras Ao contrário do que repetem os defensores do desarmamento, permitir o acesso a armas é profundamente democrático. Em vez de depender do governo, o povo também tem chances de cuidar da própria defesa. “Há uma correlação bastante óbvia entre governos autoritários e desarmamento, como vem sendo demonstrado ao longo da história”, afirmou Bene Barbosa. Entre os exemplos, ele inclui o Japão, que no século 16 desarmou a população para que os senhores feudais mantivessem o poder absoluto sobre as terras, a Alemanha nazista — “que foi provavelmente o país que melhor conseguiu impor o desarmamento de sua população, com o claro objetivo de exterminar certos grupos de pessoas” — e a Venezuela de Hugo Chávez.
“Cuba é outro exemplo”, acrescenta Bene. “Nas batalhas pela derrubada da ditadura de Fulgencio Batista, Fidel Castro pedia ajuda aos camponeses que tinham armas de fogo. Após a vitória dos comunistas, Castro instaurou uma legislação draconiana sobre a posse e o porte de armas, desarmando o povo cubano. Por consequência, conseguiu manter uma ditadura ao longo de décadas. Nenhum tirano quer a população armada.”
Nos Estados Unidos, uma das democracias mais sólidas do planeta, o direito às armas foi eternizado na Constituição. Os brasileiros precisam escolher entre dois caminhos. Um leva aos Estados Unidos, o outro termina em Cuba ou na Venezuela.