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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Qual o tamanho do arsenal nuclear que a Rússia de Putin tem nas mãos

Em discurso à nação, presidente russo disse que poderia usar 'todos os meios necessários' para defender país, levantando temores de armas nucleares

Silhueta de mísseis em um fundo da bandeira da Rússia e o sol. Conceito de arma nuclear. Demonstração de armas da Federação Russa. renderização 3D.

Silhueta de mísseis em um fundo da bandeira da Rússia e o sol. Conceito de arma nuclear. Demonstração de armas da Federação Russa.

 Em discurso à nação na última quarta-feira, 21, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma “mobilização parcial” para enviar mais de 300.000 reservistas à guerra na Ucrânia e alertou que usará “todos os meios necessários” para defender a Rússia, levantando preocupações em todo o mundo. 

Apesar da ameaça velada, analistas apontam que sua fala deve ser interpretada mais como um alerta para os países que se envolvem com a Ucrânia do que propriamente uma sinalização de que pretende avançar com o uso de armas nucleares. [é notório que países ocidentais estão armando a Ucrânia - aliás,sequer procuram disfarçar = ação que pode ser interpretada como participação ativa na guerra; 
se a Rússia optar pelo uso de armas nucleares começará usando armas táticas, com alcance e capacidade limitadas; o risco é que o outro arme a Ucrânia com armas táticas e cada um dos lados vai procurar aumentar o seu poder de fogo o que levará ar mas mais potentes e ao FIM DO MUNDO - que, se DEUS não for misericordioso acabará com o mundo, levando junto o 'inquérito do fim do mundo' do ministro Moraes.]

+ Rússia pode usar armas nucleares para defender territórios, diz Medvedev

No entanto, a fala de Putin traz inquietação para todo o planeta devido ao tamanho de seu arsenal nuclear. Todos os números existentes sobre o assunto são especulativos, mas de acordo com a Federação de Cientistas Americanos, a Rússia tem 5.977 ogivas nucleares. Destas, 1.500 estão aposentadas.

Das 4.500 restantes, a grande maioria está classificada como armas nucleares estratégicas, ou seja, que podem ser direcionadas a longas distâncias como mísseis balísticos e foguetes
É esse armamento que geralmente está associado à guerra nuclear. 
Há ainda armas nucleares menores e de menor poder destrutivo que podem ser usadas para curto alcance ou para batalhas em mar. 

Isso não significa que a Rússia tenha todo esse armamento pronto para ser utilizado a qualquer momento. Especialistas apontam que cerca de 1.500 ogivas estão implantadas, o que significa que estão localizadas em bases de mísseis, bombardeiros e submarinos.

Atualmente, nove países possuem armas nucleares: China, França, Índia, Israel, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Estados Unidos e Reino Unido. 

+ Após reveses na guerra, Putin convoca mais 300.000 soldados para exército

Com 5.977 ogivas, os russos lideram o ranking como o país com maior quantidade de armamento nuclear. Na sequência, os Estados Unidos aparecem com 5.428, seguido pela China com 350.

Completam a lista França (290), Reino Unido (250), Paquistão (165), Índia (16), Israel (90) e Coreia do Norte (20). 

Destes nove, China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido estão entre os 191 países que assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, que prevê a redução do estoque de ogivas gradualmente até sua completa eliminação. 

Já Índia e Paquistão nunca aderiram ao tratado, enquanto a Coreia do Norte optou por sair em 2003. Israel é o único dos países que nunca reconheceu formalmente seu programa nuclear, embora seja amplamente aceito pela comunidade internacional que o país possui tal armamento.

Apesar do tratado, um relatório divulgado pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), centro de estudos sobre conflitos e armamentos, disse que que o arsenal nuclear global vai crescer pela primeira desde a Guerra Fria e que o risco de uso dessas armas atingiu o pico em décadas.

Em um conjunto novo de pesquisas, o instituto afirmou que a invasão da Ucrânia pela Rússia e o apoio internacional a Kiev aumentaram as tensões entre os nove países que possuem armas nucleares. “Todos os estados com armas nucleares estão aumentando ou atualizando seus arsenais e a maioria está aprimorando a retórica nuclear e o papel que as armas nucleares desempenham em suas estratégias militares”, disse Wilfred Wan, diretor do Programa de Armas de Destruição em Massa do SIPRI.

Além disso, em abril, o governo russo testou um novo míssil com capacidade nuclear “sem igual” capaz de carregar várias ogivas nucleares. Em imagens veiculadas por redes de TV russas, Putin foi informado por militares que o míssil havia sido lançado de Plesetsk, no noroeste do país, e atingiu alvos na península de Kamchatka, a quase 6 mil quilômetros de distância.

O argumento para manter um grande número de armas nucleares tem sido ter a capacidade de destruir totalmente o seu inimigo em caso de uma guerra, algo que ficou conhecido como destruição mútua assegurada. Embora os países tenham aumentado consideravelmente seu arsenal nas últimas décadas, nenhuma bomba nuclear é utilizada desde 1945, quando os Estados Unidos bombardearam as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. 

+Rússia testa novo míssil com capacidade nuclear ‘sem igual’, anuncia Putin

Apesar da ameaça velada de Putin, a legislação russa prevê o seu uso em apenas quatro oportunidades: lançamento de mísseis balísticos contra o território russo ou seus aliados; uso de armas nucleares contra a Rússia ou seus aliados; ataque a locais críticos governamentais ou militares que ameace a sua capacidade nuclear; e agressão contra a Federação russa com uso de armas convencionais quando a própria existência do Estado está em perigo.

Mundo - Revista VEJA


terça-feira, 1 de março de 2022

Putin prepara assalto mais destrutivo após erros na guerra da Ucrânia - Folha de S. Paulo

Folha Press

Após enfrentar problemas logísticos e violar o manual das invasões militares, as forças de Vladimir Putin chegam ao sexto dia da guerra na Ucrânia numa nova etapa, potencialmente mais destrutiva para Kiev. O surgimento do comboio de 64 km de comprimento rumo à capital ucraniana e a intensificação do bombardeio sobre Kharkiv, a segunda maior cidade do país, são o símbolo dessa mudança.

A resistência local deverá ter problemas para segurar o assalto que se ensaia. Não que ela não tenha tido seus momentos de glória, apesar da romantização exacerbada na mídia ocidental, mas eles parecem ter derivado mais de erros de Moscou do que de sua qualidade técnica intrínseca.

Em novembro de 2020, após a derrota armênia na guerra contra o Azerbaijão, o analista militar russo Konstantin Makienko, do Centro de Análises de Estratégias e Tecnologias, de Moscou, escreveu um texto profético no jornal Vedomosti. "A principal lição que Moscou deve tirar da tragédia [a Armênia é um aliado indócil russo, e o apoio de Ancara a Baku aumentou a influência turca no Cáucaso] é que nunca subestime o inimigo. Reina aqui uma atitude condescendente e irônica em relação ao Exército ucraniano", afirmou. "Os militares ucranianos já possuem sistemas de armas que os russos não possuem. Mísseis antitanque de terceira geração e drones kamikaze. E, em breve, os drones turcos Bayraktar-TB2", completou.

Kostia, como era chamado pelos amigos, não viveria para ver a profecia realizada: morreu há um ano. Mas seus alertas eram precisos acerca das dificuldades que os russos encontraram. Mas não só essas.

Dois princípios de invasões terrestres foram violados por Moscou. O primeiro, o da finalidade: a mais bem-sucedida operação do gênero da guerra moderna, a expulsão do Iraque do Kuwait na Guerra do Golfo (1991), era desenhada com um objetivo só. O conflito que tirou Saddam Hussein 12 anos depois, também. Não foi o que se viu agora. Putin deixou claro desde o começo que seu objetivo era Kiev: decapitar o governo de Volodimir Zelenski com o mínimo de danos civis, para provavelmente instalar um aliado que não enfrentasse uma guerra civil e manter apoio em casa.

Mas seu ataque foi extremamente complexo, envolvendo as forças irregulares do Donbass, a ação rumo a Kiev pela Belarus sem uma coordenação aparente com a força vinda mais do leste e uma ofensiva com rumos divergentes no sudeste do país: tropas que deveriam atacar Mariupol se dividiram no meio.

O segundo princípio é um corolário do primeiro: concentração de forças. Apesar de chegar às ruas centrais de Kiev no terceiro dia de ação, o fez apenas com infiltrações mínimas de militares aerotransportados. Isso sugere que Putin subestimou Kiev, acreditando que apenas sua chegada ao país forçaria a rendição de Zelenski, pintado na Rússia como um fantoche americano, uma versão vida real do comediante que vivia na TV antes se tornar presidente, em 2019.

Pedra angular da doutrina militar russa, o uso maciço de barragens de artilharia e mísseis não foi aplicado nas primeiras fases do conflito. Houve, claro, ataques mais fortes como os vistos em Kharkiv e Mariupol, mas ainda não configura o "choque e terror" do então secretário de Defesa dos EUA Donald Rumsfeld no Iraque de 2003.

A Força Aérea russa ainda não foi usada de forma decisiva, deixando o trabalho principal para mísseis de cruzeiro e balísticos. Apenas um punhado de aviões de ataque Su-25 e talvez algum modelo avançado Su-34, amplamente usados na guerra civil síria, foi visto em ação. Helicópteros só foram vistos na tomada do aeroporto de Hostomel, perto de Kiev. A ideia é destruir toda a defesa antiaérea ucraniana, e esse objetivo parece perto de sua conclusão, evitando assim o constrangimento de ver aeronaves abatidas.

Os drones turcos que dominaram a guerra de 2020, como Kostia previu, fizeram estrago. Até a última conta disponível, Kiev tinha recebido seis deles, e ao menos uma coluna de blindados russa foi destruída. Os russos, contudo, dizem que já praticamente abateram todos. "A operação inicial foi baseada em suposições terríveis sobre a capacidade e a vontade da Ucrânia de lutar, e um conceito operacional impossível. Moscou errou feio no cálculo. Mas suas forças ainda não entraram na guerra", escreveu no Twitter o americano Michael Kofman, diretor para Rússia do centro CNA. "Houve dificuldades, claro. Mas a degradação das forças ucranianas é diária. É matemática, ao fim", afirmou Konstantin Frolov, analista político em Moscou.

Na segunda (28) e nesta terça (1º), o cenário mudou. O Kremlin não colocaria quilômetros de veículos expostos a ataques aéreos, o que mostra confiança em sua tática de supressão. E a intensificação dos bombardeios em Kharkiv, para onde foi enviada ao menos uma bateria do temível sistema de mísseis termobáricos TOS-1, quase uma arma de destruição em massa, prenuncia uma escalada.

Não é casual, assim, as informações vazadas pelo Pentágono à mídia americana sobre a renovada ação do Kremlin. Mais importante, tudo indica que as linhas de suprimento foram regularizadas. Este é um problema inerente a qualquer operação terrestre: os nazistas perderam a conquista de Moscou porque acabaram a gasolina, a munição e a comida às portas da capital soviética, em 1941.

Em 1991, a famosa "guerra das 100 horas" dos EUA contra Saddam só não perdeu o título porque soldados americanos foram feitos de motoristas de caminhões-tanque para levar combustível para a exaurida 1ª Divisão Blindada rumo a Bagdá.

O que se coloca agora é cálculo cruzado com o relógio correndo contra o Kremlin, pressionado sob todos os lados por sanções econômicas e políticas. Com o canal diplomático bem ou mal aberto em Gomel (Belarus), os russos podem contar ainda com alguma chance de rendição ucraniana. As promessas de ajuda militar dos vizinhos da Otan não parecem se materializar na velocidade para mudar a guerra: se Kiev de fato receber algum caça, não será em quantidade para mudar o rumo da ação.

Mas Zelenski parece bastante firme em seu posto de defensor, dado o apoio que recebe no Ocidente. Nisso concordam Kofman e Frolov: Kiev tem enorme vantagem na guerra midiática, o que não é pouco no mundo das redes sociais. Enquanto o Kremlin basicamente tenta esconder a guerra em casa, proibindo até as TVs de chamarem assim, Zelenski tem vantagem mundo afora. Putin se importa com isso? Enquanto sua posição interna não estiver ameaçada, parece que não. Mas uma intervenção prolongada traz riscos crescentes que sua retórica inflamada de guerra nuclear e confronto com a Otan indica.

O baixo número relativo de vítimas civis, central para o russo dada interligação entre seu povo e o ucraniano, também não ficará assim se ele usar mão pesada enquanto retém a iniciativa para subjugar a Ucrânia ou encontrar um cenário intermediário para manter o país dividido e fora da órbita do Ocidente.

Mundo - Folha de S.Paulo