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sexta-feira, 6 de agosto de 2021

O retrato acabado da CPI da Covid - Zero Hora

J.R. Guzzo

Nada deixa o vice-presidente da comissão mais feliz do que chamar os jornalistas para ameaçar alguém de prisão

Se o Brasil tivesse instituições que valessem uma nota de 2 reais, e políticos com a qualidade profissional de um flanelinha, não teria acontecido uma aberração tão miserável como essa CPI da Covid. Tendo acontecido, não poderia ter nomeado um presidente investigado por corrupção alguns anos atrás pela Polícia Federal – sua própria mulher e três irmãos foram para a cadeia sob a acusação de meterem a mão em verbas da saúde. 
Também não teria um relator como esse que está aí, com nove processos penais no lombo e a fama pública de ser um dos políticos mais enrolados do Brasil diante das leis criminais.  
Não poderia, igualmente, ter como vice-presidente um indivíduo que não entendeu até agora o que é uma investigação parlamentar séria, que já deu provas repetidas de histeria [presidente Bolsonaro o chama de 'pessoa alegre' do Amapá.] e trata como criminosos e inimigos da pátria todos os depoentes que fazem parte da sua listinha negra pessoal.
A CPI do Senado não investiga nada – existe unicamente para a mídia e a oposição conduzirem, há três meses, um show contra o governo. Centenas de depoimentos, diligências, perícias e tudo o mais foram se amontoando uns sobre os outros sem deixar claro, com um mínimo de competência no trabalho investigatório, o que houve realmente de errado, quem errou, quando, onde, no que e como. 
Não há um único inquérito penal que possa levar à condenação de alguém, mesmo porque não há nenhuma prova decente a respeito de nada ou de alguém até agora. Milhões de reais de dinheiro público são queimados em troca de literalmente coisa nenhuma.

O vice-presidente da CPI, que desde o começo do espetáculo quis disputar a boca de cena com os outros dois, parece ter encontrado de algum tempo para cá o papel que mais lhe satisfaz; talvez, sem saber, esteja tendo a grande oportunidade de colocar para fora, à vista de todos, o que realmente sempre quis ser e até agora esteve escondido nas dobras da sua estrutura psicológica. Está se revelando, talvez mais que os outros, um policialzinho frustrado e subitamente portador de uma farda desses – que sempre sonhou com um revólver na cinta e uma carteirinha escrita “Polícia”, para intimidar as pessoas e se comportar como o pequeno ditador de quarteirão que tanta gente conhece e lamenta.

Nada deixa o senador mais feliz do que chamar os jornalistas para ameaçar alguém de prisão como no caso de um empresário acusado por ele de “evadir-se”, para não comparecer à um interrogatório na delegacia de polícia que está armada no Senado Federal. É o seu jeito de ser “autoridade” através da repressão, como sonha boa parte da esquerda neste país. É o seu jeito de aparecer no noticiário. É um retrato acabado desta CPI.

J. R. Guzzo, colunistas - GauchaZH


segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Em 2020 - Covid-19 foi o paraíso para quem tem carteirinha de “autoridade local”

Equívocos das autoridades brasileiras na pandemia de Covid-19, como as que o governador João Doria cometeu em São Paulo, jamais serão esquecidos.

Um decreto da gestão João Doria (PSDB) estipulou na última terça-feira (22), que todo o Estado entrasse na fase vermelha. O ano de 2020 realmente já vai mais do que tarde – para servir a alguma coisa, na verdade, nem deveria ter vindo. Não é preciso falar do vírus chinês e do desastre que veio com ele; não há “balanço de fim de ano” que não esteja falando disso, de maneira que não existe nenhum risco de que o público fique sub-informado a respeito dessa praga.

O que marcou 2020 como um ano especialmente horrível, mais do que a Covid-19, foi a incompetência abjeta da maioria das autoridades na gestão do problema mais o seu oportunismo, sua falsidade e a malversação no uso da palavra “ciência”.

De forma quase unânime, no Brasil e na maior parte do mundo, o poder público cedeu ao pânico. É natural: diante de situações realmente adversas, governantes que não estão à altura das suas responsabilidades reagem, quase automaticamente, com a fuga.                               Como poderiam agir com uma coragem que jamais tiveram? Deu no que se sabe: tudo o que os governos fizeram foi voltar à Idade Média, quando o único tratamento que a ignorância e a superstição conseguiam recomendar era que as pessoas ficassem “em casa”.

A covardia, como se sabe, está sempre pronta a sair do quarto escuro onde é guardada pelas pessoas; 
basta uma situação mais difícil para se abandonar correndo qualquer tentativa de agir com decência. Governantes de pequeno porte, então, como é o caso da imensa maioria dos nossos homens públicos, são os primeiros a correr para baixo da cama. Ficam ali, dando ordens por cujas consequências não correm o menor risco de responder um dia – [será que não correm? quando a pandemia passar - está passando a imunidade de rebanho será alcançada pela evolução normal da praga e será apressada com as vacinas - responsabilidades serão apuradas;
decisões hoje aplaudidas, especialmente pela imprensa, talvez sejam contestadas de forma substanciosa.]  principalmente perante a justiça penal. Enquanto isso, o povo que se exploda.

A Covid-19 no Brasil foi uma desgraça para todos, mas foi um paraíso para quem tem carteirinha de “autoridade local” governadores de estado e prefeito. Por ordem do STF, todos eles ganharam poderes de ditador em seus quintais. Usaram e abusaram da situação de dar todo o tipo de ordem que lhes passou na telha – foram autorizados a impor a lei seca em bares e restaurantes, mandar no horário de funcionamento das cartomantes e gastar dinheiro público em compras sem licitação.

Numa palavra, receberam essa coisa mágica que tanto fascina os políticos: o poder de dar ou de negar licenças. O público brasileiro sabe tudo a respeito de quanto custa tirar uma licença neste país. A ciência, ao mesmo tempo, foi transformada pelas autoridades, pelas elites e pela mídia numa questão de opinião. “Eu acho que dois mais dois são sete; eu acho que o ângulo reto ferve 90 graus”; etc, etc, etc. Em nome do “combate à pandemia” e da prioridade à vida”, qualquer Zé Mané ganhou o direito de se manifestar como um professor de Medicina sobre o assunto desde, é claro, que fosse a favor da máscara, do álcool-gel e do “distanciamento social”.

Quando os ministros Lewandowski, Luiz Fux e o resto da turma no STF começam a decidir sobre vacina ou sobre os efeitos da bebida alcoólica em favor do vírus, estamos realmente com um problema: é a ignorância sem limites transformando em lei aquilo que não sabe.  
Quando a maioria das pessoas e das instituições acha que isso é perfeitamente natural, o problema fica pior ainda.

Infelizmente, o ano de 2020 não acabou à meia-noite do dia 31 de dezembro. Essa gente toda estará ai em 2021.

J.R. Guzzo, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES