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quarta-feira, 1 de março de 2023

Os dois meses da democracia verde-amarela - Alex Pipkin, PhD

Passados dois meses da volta de petistas à cena do crime, o espetáculo, literalmente artístico, é hilário, constrangedor e, pior, devastador.

Nem com a máscara de Rivotril é possível acreditar que esse governo pode dar certo.

Só verdadeiros idiotas - embora nem todos, há interesseiros -, para crer num governo que tem como rocha da sabedoria, o Estado inchado, o estatismo, o nacionalismo barato, a intensa e grotesca intervenção estatal, o aumento dos impostos, e o empresariado como inimigo.

O governo rubro tem a cara repleta de naftalina e de incompetentes comprovados.

Qualquer sujeito com o mínimo de discernimento - com conhecimento - sabe que o crescimento econômico e social acontece por meio de baixa (justa) tributação, regulamentação sensata, e através de políticas que incentivem o empreendedorismo e a assunção de riscos econômicos responsáveis.

O setor privado, gerador de riqueza, é quem deve ser incentivado, a fim de criar empregos e maior atividade econômica para impulsionar a cobrança de impostos para a provisão de serviços públicos de qualidade.

O crescimento econômico e social não pode ser decretado!

Ligue a TV e/ou pergunte a amigos petistas - eu os tenho, ninguém é perfeito -, e eles bocejarão que a grande conquista do governo vermelho foi a preservação das instituições democráticas.

Deixe eu dar mais um gole aqui no meu café bem preto/forte... Essa "democracia" tupiniquim é factualmente uma piada de mau-gosto!

Uma ficção surreal em que o povaréu imagina estar no poder.

A volta de petistas e da sua respectiva "democracia", representam apenas a substituição de alguns incompetentes e corruptos que saíram em 2019 por outros (e muitos) igualmente incompetentes e corruptos.

Que "democracia petista" é essa?

É, claramente, aquela que beneficia apenas uma elite podre do poder, e não o "demos", os comuns de carne e ossos.

Essa retórica "democrática" atropela e joga na lata do lixo, algo mais importante que essa tal democracia: a liberdade individual.

A ordem constitucional genuinamente democrática, ao contrário do que se passa na Republiqueta das Bananas, deveria limitar os poderes desses incompetentes e corruptos, a fim de assegurar a liberdade individual de todos os brasileiros, especialmente, aqueles como eu, que sabiamente não votaram no grande "pai dos pobres".

O que dizer mais? Simplesmente nada.

 Alex Pipkin, PhD

 

 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

De que adianta falar tanto em democracia e agredi-la o tempo todo? - Gazeta do Povo

Atenção: esta quinta-feira é o último dia para quem não vai votar no dia 2 de outubro em seu próprio domicílio eleitoral, na sua cidade. Quem estiver em outro estado pode votar só para presidente. Quem estiver no mesmo estado pode dar o voto normal, também para governador, senador e deputados. Mas é preciso procurar um cartório eleitoral e fazer lá o requerimento, registrar-se como eleitor em trânsito.

Quem mais fala em democracia é quem mais desrespeita a Constituição

A campanha eleitoral começou e a Justiça Eleitoral está com um novo presidente, que fez um discurso em defesa da democracia
Eu digo que, quando a gente fala muito de arroz e feijão, é porque está faltando arroz e feijão; se a gente fala muito de esgoto e água, é porque está sem água e esgoto. Por que falar tanto de democracia? 
Será um ato falho? Será que o inconsciente o está fazendo falar?
 
Porque todo mundo está vendo que há inquérito sem o devido processo legal, que presos por crime de opinião, censura, desrespeito ao artigo 53, que fala da inviolabilidade do parlamentar por quaisquer palavras
Tem o que aconteceu na pandemia sobre direitos fundamentais, como liberdade de reunião, de ir e vir, de culto. Todo mundo sabe disso, está vendo isso, talvez por isso estejam falando tanto de democracia. 
Mas quem agride a democracia é quem agride a Constituição, isso é a coisa mais óbvia do mundo. Então, é hipocrisia falar tanto em democracia enquanto se faz tudo isso que estamos vendo.
 
E já comentei aqui sobre José Levi, o novo secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral, o número dois do presidente Alexandre de Moraes. Quem é ele? Ele foi advogado-geral da União no governo Bolsonaro, foi procurador-geral da Fazenda Nacional no ministério de Paulo Guedes, e foi número dois de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça. 
Tem experiência, portanto; esperamos que tenha um bom desempenho no TSE.

O fim do uso obrigatório de máscaras em aviões em aeroportos          Também nesta quinta-feira, depois de uns dois anos, não será mais necessário usar máscara em aeroportos e em aviões, por decisão da Anvisa.                                                                                                Permanecem outras regras que, acho eu, deveriam ser para toda a vida: microfiltragem nos filtros do ar dos aviões, distanciamento e, obviamente, uso de máscara por quem estiver gripado, como deveria ser sempre.    Aliás, é uma coisa em que eu já insistia: só quem deve usar máscara é quem está doente porque, para quem não está, não parece que a máscara seja uma proteção efetiva contra um vírus que passa por telas em geral.    A exigência de máscara já caiu no Reino Unido, na França, em Portugal e nos Estados Unidos, para falar nos principais destinos dos nossos brasileiros viajantes.

Movimentações importantes na campanha eleitoral
E vejam só que interessante este início de campanha eleitoral.  
Ciro Gomes está pegando o que o PT não quis: aquele programa de renda mínima do Eduardo Suplicy, que ficou furioso em junho, na reunião em que o PT anunciou seu plano de governo, sem a renda mínima
Suplicy se levantou, se queixou e foi embora; Ciro Gomes aproveitou a ideia. Outra notícia da campanha é esse apoio importantíssimo de Gilberto Kassab, o chefão do PSD, aos ex-ministros Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes para governo e Senado em São Paulo.
 

Barbaridade contra animais no Rio de Janeiro
Por fim, eu queria mencionar a decisão certíssima de um juiz de Mangaratiba, no Rio de Janeiro.
Por recomendação do Ministério Público, o juiz decretou a prisão preventiva – não é prisão temporária, é preventiva: para prevenir outros crimes, a pessoa fica privada da liberdade, sob custódia do Estado – do sujeito que matou a pauladas o cachorro Branquinho, um cachorro de porte médio para pequeno. 

Eu vi as imagens; ele foi flagrado pela câmera, mas matou achando que ninguém estava vendo. Quando soube que tinha sido tudo gravado, ele fugiu. O Branquinho não o estava atacando na rua; foi ele que entrou no terreno para matar o cão, que era de alguém que morava por ali. Depois ele aparece carregando o corpo do cachorro para jogá-lo no mato. É uma maldade o que fez esse Leonardo Gualandi da Silva. Ele estava com um pau de uns 2 metros de comprimento, matou o cachorro a pauladas. Ele está preso porque, se estiver solto, os cachorros, que são os nossos melhores amigos, correrão risco de vida.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 15 de abril de 2022

O lamentável cala boca de professores contra a divergência de pensamento - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo

Doutrinação

Em ano eleitoral, famílias relatam preocupação com aumento da doutrinação ideológica em sala de aula

Há alguma coisa definitivamente errada com o país quando as salas de aula se transformam em delegacias de polícia, os professores viram sargentos da tropa de choque e os alunos são tratados como criminosos. É o que está acontecendo no Brasil de hoje, do ensino médio ao ensino universitário, sob o silêncio e com a cumplicidade das autoridades responsáveis pela educação dos nossos jovens.
 

Convidada por professor, Sonia Guajajara, filiada ao PSOL, trouxe diversas manifestações políticas pessoais em palestra a alunos da escola Avenues - Foto: Reprodução

[não esqueçam que o professor ao efetuar o convite não levou em conta que o Colégio Avenues cobra mensalidade de R$ 12.000,00 - o que deveria conceder aos alunos, no mínimo, o direito de assistirem palestras em que não fossem apresentadas, e envaidecidas, posições políticas pessoais.] Cada vez mais os professores agem como militantes políticos de esquerda e conduzem suas classes como células de ação partidária. 
Exigem obediência dos alunos não em questões didáticas ou disciplinares, mas em relação aos mandamentos ideológicos que pregam nos seus cursos. Punem os que expressam ideias próprias ou, até mesmo, os que queiram exercer os seus simples direitos civis. Estão comandando a maior lavagem cerebral já vivida pelo sistema de ensino no Brasil, público ou privado.

Ainda agora, em mais um surto de repressão aberta, um professor da Universidade de São Paulo chamou os agentes de segurança do campus para tirarem da aula, à força, um aluno que estava sem máscara seu direito líquido, certo e indiscutível, já que por lei, no estado de São Paulo, o uso de máscara só é obrigatório nos hospitais e nos transportes coletivos.

Mas a máscara, hoje, é um sinal público de “resistência política” ao presidente Jair Bolsonaro e ao seu governo; há gente que usa sem pensar em nada disso, é claro, mas para o militante esquerdeiro virou um item indispensável da indumentária de todos os dias. O professor em questão exigiu que o rapaz usasse o uniforme de sua fé – e quando ele quis valer os seus direitos, chamou a polícia. “Sou um servidor público”, ameaçou. Ou obedece ou vai preso. Os alunos da classe, em vez de darem força para o próprio colega, ficaram ao lado da repressão. É como está o ensino superior no Brasil em 2022.

É óbvio que esse ato de demência não aconteceu em nenhum curso de matemática, engenharia, física ou nada que se relacione às “ciências exatas” onde os alunos não fazem greve, os professores são obrigados a ter conhecimentos verdadeiros sobre o que estão falando, e o ensino se destina a dar algo de realmente útil à sociedade que está pagando por ele.

O episódio aconteceu nas “humanas”, num curso de “Gestão de Políticas Públicas”, e quem chamou a Guarda Universitária para expulsar o aluno é um professor de “Sociedade e Estado”. O que poderiam ser esse curso e esse professor? Só os interessados sabem; faz parte da prodigiosa, e caríssima, empulhação que arruína a qualidade da universidade brasileira de hoje, onde se multiplicam cursos dematemática negra”, ou de “vestimentas indígenas”, ou sobre como mascar chicletes, ou sobre qualquer disparate que forneça empregos para professores e funcionários vindos do universo de “esquerda”.

Pouco antes disso, no que vai se tornando uma rotina, um professor de antropologia também de São Paulo – “antropologia”, é claro, do que mais poderia ser? agora da escola privada Avenues, que cobra mensalidades de R$ 12 mil reais, mandou um aluno calar a boca em plena classe, pela pura e simples infração de discordar de algo que estava ouvindo. “Eu sou um doutor em antropologia com especialidade em Harvard”, disse ele – o que é mentira: ele nunca recebeu qualquer diploma ou título de Harvard. “No dia em que você souber tudo o que eu sei, aí você pode se manifestar”.

Não se trata apenas de repressão grosseira, retrógrada e covarde, com o uso velhaco da posição de “autoridade” para intimidar um garoto de ginásio. É, também, a negação dos princípios mais elementares da atividade pedagógica, ao punir um aluno que tenta expressar um ponto de vista pessoal. E por que isso tudo? 
Porque o doutor em antropologia tinha trazido a líder indígena profissional Sonia Guajajara, militante aberta do PT e da esquerda, para fazer uma palestra de denúncia do agronegócio.

Segundo a sua ladainha de sempre, a agricultura e a pecuária brasileira estariam “destruindo” o Brasil e o planeta. É o contrário do que deveria ser: convites como esse são para dar aos jovens uma oportunidade de ouvir colocações imparciais, objetivas e científicas sobre os temas atuais. Um aluno quis discordar; o mundo caiu em cima dele.

Os pequenos tiranos do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP e da Escola Avenues foram deixados em perfeita paz; continuarão a agir exatamente como agiram
Tudo bem, talvez, com a Escola Avenues – se os pais querem tirar R$ 12 mil do seu bolso, todos os meses, para pagar os ensinamentos da índia Guajajara, problema deles. 
No caso da universidade pública, é o cidadão brasileiro que está pagando a conta, com os seus impostos de cada dia.
 
J. R. Guzzo, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES
 
 

segunda-feira, 28 de março de 2022

Nulidade doriana - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Em recente pesquisa, o governador de São Paulo João Doria conseguiu uma façanha: cair dos seus míseros 2% para apenas 1% nas intenções de voto. Acelerou! 
Em que pese a desconfiança geral com tais pesquisas, que sustentam um favoritismo suspeito do ladrão Lula, está claro que Doria realmente derreteu e não tem a menor chance de vitória. Para alguém tão ambicioso e obcecado com a Presidência, isso deve ser duro de aceitar. Mas é a verdade, e justamente por conta dessa demasiada ambição.

Entender a queda política de Doria é compreender uma lição importante: o excesso de oportunismo cobra seu preço eventualmente. Doria, não custa lembrar, surfou na onda bolsonarista para ser eleito. Sua breve carreira política foi marcada por traições a antigos aliados, o caso mais claro sendo o de Geraldo Alckmin, que agora, sem espaço no PSDB, debandou para o lado criminoso de Lula. Aliás, isso só mostra que tucanos e petistas sempre foram mais próximos do que simulavam ao público, na manjada estratégia das tesouras.

Doria também traiu Bolsonaro, e ainda teria trabalhado para sabotar seu governo. O ministro Paulo Guedes revelou que o governador o telefonou quando Sergio Moro saiu do ministério, pressionando para que o ministro da Economia fizesse o mesmo. 
Doria queria ver Bolsonaro se dando mal, mesmo que isso significasse o Brasil indo junto para o buraco. 
Essa, aliás, é a mentalidade de quase todos esses oportunistas: quanto pior, melhor. Por isso passaram a torcer – e agir – contra o país. Apenas para desgastar Bolsonaro.

Bolsonaro aceita pedido de exoneração e Milton Ribeiro deixa comando do MEC

Quais são as cidades estratégicas da Ucrânia que a Rússia está tentando dominar

Na pandemia, essa postura ficou mais evidente. Doria assumiu o protagonismo entre os governadores da linha autoritária que decretava lockdowns radicais sem qualquer respaldo científico. Não obstante, Doria passou a falar como se fosse a própria voz da ciência, com extrema arrogância. Quem discordasse de seus meios extremistas era um “negacionista” ou um “terraplanista” – sei bem disso, pois o governador usou tais rótulos quando pediu minha demissão ao vivo numa rádio.

Na questão das vacinas foi semelhante: Doria agiu como ninguém para calar qualquer dúvida pertinente, mais parecendo um lobista do laboratório chinês do que um governador. [nos causa surpresa que até o momento não tenha sido questionado, investigado, o comportamento do 'joãozinho', - vulgo calcinha apertada,  segundo o capitão - em agir como verdadeiro caixeiro viajante dos chineses na publicidade da coronaVac.]  Tentou assumir o papel de “pai das vacinas”, mas só cativou mesmo os militantes tucanos disfarçados de jornalistas na velha imprensa – boa parte dela com gordas verbas publicitárias do próprio governo de SP. O povo viu outra coisa: a hipocrisia de quem só aparecida com máscara diante das câmeras, mas circulava em Miami ou em hotel carioca mais à vontade.

Após um jogo sujo de bastidores, Doria conseguiu ser o candidato tucano para presidente, apesar de lideranças do partido ainda tentarem reverter o quadro - o que Doria tem chamado de "golpe". Mas faltou só combinar com os russos. Ou melhor, com o povo brasileiro mesmo, que quer distância dele.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

De máscara e testado para Covid, Bolsonaro desembarca em Moscou - O Globo

Jussara Soares

Presidente brasileiro inicia visita em meio à tensão sobre Ucrânia

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou na Rússia nesta terça-feira pouco depois das 10h, horário de Brasília. Ele saiu do avião presidencial usando máscara, acessório que costuma ignorar quando está no Brasil. Bolsonaro vai se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira e, para isso, teve de se submeter a teste de Covid-19, atendendo as exigências sanitárias do governo local. 

Presidente Bolsonaro chega a Moscou Foto: Reprodução                                              
 Presidente Bolsonaro chega a Moscou Foto: Reprodução

Bolsonaro foi recebido pelo vice-ministro das Relações Exteriores, embaixador Sergey Ryabkov, e pelo diretor do Departamento de Protocolo Estatal, embaixador Igor Bogdashev. Ele foi do aeroporto ao hotel Four Seasons, na Praça Vermelha, aonde chegou pouco antes das 11h de Brasília, tendo entrado por uma porta lateral.

Na manhã desta terça, o governo russo anunciou a retirada de parte das tropas militares na fronteira com a Ucrânia. Não está claro, porém, quantos soldados serão retirados. A Rússia já anunciou outras vezes a remoção de tropas perto da fronteira ucraniana, sem que, nos dias posteriores, fotos de satélite indicassem uma efetiva diminuição no número de forças.

Artigo:Bolsonaro na Rússia é ruim para o Brasil, mas bom para sua campanha

Além disso, pouco depois do anúncio, o Ministério da Defesa russo anunciou planos de realizar exercícios navais no Mediterrâneo, com o envio de bombardeiros e jatos equipados com mísseis hipersônicos para a base do país na Síria.

Por causa das tensões e dos alertas emitidos pelos EUA e por outros países do risco de uma invasão iminente da Rússia na Ucrânia, a visita de Bolsonaro foi alvo de críticas. Como havia um temor de auxiliares da Presidência de que a agenda bilateral com Putin pudesse ser mal avaliada pela Casa Branca, Bolsonaro foi aconselhado a pregar a paz e uma solução diplomática em todas suas declarações durante a estada em Moscou.

Diplomatas brasileiros argumentam que o convite de Putin foi feito antes mesmo da crise ganhar maiores proporções, lembrando repetidamente que os dois países têm relações comerciais que justificam o encontro com Putin, previsto para ocorrer na quarta-feira entre 13h e 15h no horário local.

Nas redes sociais, Bolsonaro publicou, pouco antes das 8h, que já estava no espaço aéreo russo. Ele também divulgou uma imagem mostrando a notícia de que a Rússia anunciou o retorno de algumas tropas que tinham sido enviadas para a fronteira com a Ucrânia.

'Todo mundo tem problemas'
Na segunda-feira, Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão minimizaram a tensão entre Rússia e Ucrânia, e defenderam a realização da viagem. Em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que quer a paz, mas disse que "o mundo todo tem seus problemas" e citou vários exemplos históricos de um país anexando terras de outro. Bolsonaro não mencionou a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, mas citou outros episódios:

— O mundo todo tem seus problemas. Se você começar a querer resolver o problema dos outros... O que for possível, a palavra lá é de paz para ajudar, tudo bem. Mas sabe o que está em jogo, não vou entrar em detalhes aqui. Temos problemas. A Argentina tem problemas com as Malvinas. No passado tivemos problemas, perdemos o Uruguai, ganhamos o Acre. Hoje a Venezuela quer a região de Essequibo, na Guiana. O americano mesmo pegou alguns estados do México no passado. A gente quer a paz, mas tem que entender que todo mundo é ser humano. Vamos torcer. Se depender de uma palavra minha, o mundo teria a paz — disse Bolsonaro.

O presidente reconheceu o "momento difícil" na região, mas defendeu a realização da viagem: — Temos a viagem à Rússia. Sabemos do momento difícil que existe naquela região. Temos negócios com eles, comerciais. Em grande parte, o nosso agronegócio depende dos fertilizantes deles. Temos assunto para tratar sobre defesa, sobre energia. Muita coisa para tratar. O Brasil é um país soberano. Vamos torcer pela paz lá, que dê tudo certo.

Também na segunda, Mourão disse não ver problemas na viagem de Bolsonaro. Segundo ele, o que há na região é um "jogo de pressão" envolvendo Rússia, Ucrânia e a Otan, que é a aliança militar com os Estados Unidos à frente. O vice-presidente avalia que o cenário vai ficar apenas nesse jogo de pressão.

Semana passada, o presidente da Argentina [Alberto Fernández] esteve lá [na Rússia]. Zero trauma. Não vejo problema. Essa tensão que está ocorrendo é fruto aí das pressões de ambos lados, entre a Rússia, a própria Ucrânia que está imprensada, e óbvio o pessoal da Otan, com os Estados Unidos à frente. Na minha opinião, vai ficar nesse jogo de pressão. Então a viagem do presidente lá é só um dia. Sem maiores problemas — disse Mourão.

Mundo - O Globo


quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A economia fica para ‘depois’. Pois o ‘depois’ chegou - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Após dois anos de covid e de repressão, a pobreza aumentou no Brasil, mas os responsáveis pelo desastre põem a culpa no governo

Descobriu-se de repente, neste final de ano, um acontecimento realmente prodigioso: a pobreza aumentou no Brasil, após dois anos de covid e de repressão, inclusive policial, contra a atividade econômica. Quem poderia imaginar uma coisa dessas, não é mesmo? Fazem lockdown. Fecham o comércio e a indústria. Suspendem os serviços. Proíbem as pessoas de trabalhar – até camelô foi perseguido pela polícia.

Transformam o Brasil num país de fiscais. Agridem, como nunca antes, a liberdade de produzir – a de produzir e mais um caminhão de outras. Daí, quando se vê que há 13 milhões de desempregados e milhares de negócios reduzidos à ruína, se escandalizam: o Brasil ficou mais pobre. 

Eliane Cantanhêde: Totalmente irracional

Como a vida política neste país se reduz cada vez mais à fraude, à mentira e à eliminação da lógica, nada mais natural que o partido dos iluminados-progressistas-etc., que se dá o direito de pensar por todos, tenha chegado à uma conclusão falsa sobre o desastre. A culpa, dizem os viajantes desse bonde, é do “governo”.  
A calamidade na economia atingiu todos os países do mundo, sem nenhuma exceção – ricos ou pobres, bem ou mal governados, democracias ou ditaduras. Há inflação mundial. Há desemprego mundial. Há aumento na pobreza mundial. Mas só o governo do Brasil é culpado. No resto do mundo a culpa é da covid.

Essa falsificação é especialmente grosseira, malandra e mal intencionada quando se considera que no Brasil, por decisão do Supremo Tribunal Federal e com o pleno acordo da elite pensante, as “autoridades locais” ganharam a exclusividade no trato da epidemia. Dizem que não foi assim, mas foi exatamente assim, na prática – já que nenhuma das suas decisões, segundo ordenou o STF, podia ser contrariada pelo governo federal ou por quem quer que fosse. Governadores e prefeitos, na verdade, foram colocados acima da lei.

Todo mundo está cansado de saber o que fizeram: reagindo como uma manada em pânico, as “autoridades locais” se jogaram de corpo e alma no “fecha tudo”, no “fique em casa” e no “cale a boca” e adoraram isso, porque nunca mandaram tanto. A prioridade, repetida até enjoar, era “salvar vidas”. O “ser humano” vale mais que “os negócios”, diziam, e a economia deveria ficar “para depois”. É melhor cancelar um CNPJ do que um CPF – quem não se lembra deste lema, considerado então a quinta essência da sabedoria humana? 
Para os ricos, tudo bem: puseram máscara, fizeram “home office” e continuaram circulando nos seus SUVs. Para os pobres, foi uma tragédia. Não passou pela cabeça das “autoridades locais”, do STF e da elite que a imensa maioria da população brasileira precisa trabalhar todos os dias para sobreviver. Não pode ficar “em casa”. Não é opcional.

A economia fica para “depois”? Pois então: o “depois” chegou. Agora, como o batedor de carteira que tenta se safar gritando “pega ladrão”, os responsáveis pelo desastre lamentam a miséria que causaram e põem a culpa no governo. Nada mais normal, nesse Brasil doente que está aí.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

NÃO SEI DO QUE SE TRATA, MAS O CULPADO É BOLSONARO

Vaterlucio Campelo

Pertenço ao clubinho cada vez menor dos que não encontram respostas Simples para problemas complexos. Depois que tive a oportunidade de conhecer umas três ou quatro linhas de Edgar Morin e umas duas ou três sobre sistemas complexos, tento dar as costas ao simplismo que contamina certas declarações, especialmente de políticos e analistas a respeito de temas importantes. Confesso que nem sempre consigo.

Dou como exemplo a volta insistente do aumento de preços, o velho dragão da inflação, que estava praticamente dominado desde o plano real, um dos mais elaborados e complexos planos econômicos experimentados no mundo. Hoje, convenhamos, nenhum brasileiro está tranquilo perante a situação econômica, os preços sobem e sobem. O mundo todo, aliás, incluindo o Tibet, se encontra em alvoroço.

Há, contudo, quem se satisfaça dizendo que é culpa do Bolsonaro e pronto. Diz essa bobagem e vai dormir sossegado. 
Crise energética na China? Crise de combustíveis? Desorganização das cadeias de suprimento? Inflação e taxa de juros nos EUA? Crise na oferta de fertilizantes? Restrições ambientais? Crise hídrica? Expansão monetária para cobrir despesas e proteger pobres e empresas? Tudo isso e muito mais ocorreu em escala global e os vermelhinhos, disfarçados ou não, estão lá berrando com pose de especialistas que a culpa é do Bolsonaro que não usa máscara.

Quando em março de 2020 já gritavam “finkincasa” que a economia resolvemos depois”, exigindo somas sem fim e sem controle para o sistema de saúde, ou quando acharam pouco o socorro financeiro sem contrapartida laboral para milhões de necessitados, não pensaram na inflação. Ou será que pensaram e empurraram só para que ela acordasse e hoje justificasse o novo berro?

Não tenho muita paciência, aliás, não tenho nenhuma paciência para ser professor, algo que só experimentei entre 21 e 23 anos de idade, mas vou contar umas coisinhas aqui na “sala” dos leitores.  O barril de petróleo está na casa dos 80 dólares você queria que Bolsonaro fizesse como a Dilmanta, [Dilma x Anta] segurasse os preços dos combustíveis artificialmente e quebrasse a Petrobras, mandando a conta para TODOS os pagadores de impostos?

A Crise energética na China, fabricante até daquela argola que seu filho usa nas ventas, danou a oferta global gerando escassez de brinquedos a chips para seu celular. Resultado: Aumento de preços.

– O preço do gás natural na Europa, dependendo do país, subiu até 300% no último ano por causa da política ambiental adotada na Europa que hoje está, por causa disso, de joelhos para o Putin, que se ficar mais “putin”, com o inverno chegando, fará a rainha da Inglaterra voltar aos tempos de dois ou três banhos por ano. Resultado: Aumento de preços.

– A Rússia limitou drasticamente a oferta de nitrogenados. Sabe o que é isso não? É fertilizante que importamos de lá mais de 20% do que usamos. Resultado: Aumento dos preços.

O Bolsonaro já enfiou o pé na jaca keynesiana até onde pode, e hoje tem 50% a mais de papel moeda circulando na economia brasileira. Precisa explicar que mais moeda sem níveis elevados de crescimento econômico e alta demanda implica inflação?

Enquanto o mundo todo tenta se refazer da peste de crises (desculpem o trocadilho), os babacas daqui fecham o site do UOL ou do G1 e saem papagueando “a culpa é do Bolsonaro!”. Culpa de quê, homem de Deus? 
Você não entendeu nem a primeira sílaba da palavra pandemia, passou mais de um ano em casa gastando a tecla do celular, engordou feito um leitão (falei que não tenho paciência) e quer agora mais dinheiro na economia e menos inflação? Pior ainda é acompanhar esse “raciocínio” e em seguida ouvir que o programa Auxílio Brasil é eleitoreiro, mas R$400,00 não dá pra nada.

Outros, aplaudem e alimentam diariamente a insegurança do país, apoiam as decisões judiciais que causam insegurança jurídica, torcem pela prisão dos jornalistas decentes, vibram com CPI’s de araque e trocentos pedidos ridículos de impeachment que causam instabilidade política, fazem da questão sanitária uma espécie de guerrilha anti-governo, desgraçam a democracia com decisões por cima e por baixo da Constituição e “inocentemente” se assustam com a alta do dólar “Ui, não posso comprar o iphone 13 que minha filha pediu, culpa do Bolsonaro!”

O sujeito entra com gosto na guerra da pandemia e quer sair ileso, quem sabe, contabilizando despojos. 
Preste atenção, amiguinho: Se você ficou em casa e não estava naquele consórcio lá do Nordeste, ou em outro rolo qualquer de compras sem licitação, perdeu, playboy! 
Sim, porque mesmo sendo servidor público, a inflação lhe tomou a picanha da feira. Não notou?

Já que o Congresso não está disposto a fazer reformas econômicas que propiciem liberdade e crescimento econômico, parece certo que o Banco Central vai ter que dar mais porrada pra cima na taxa de juros. É o jeito. É necessário que uma política monetária restritiva seja mantida a fim de que não percamos o controle da moeda. Entrar 2022 com IPCA na marca de 10% seria péssimo sinal.

Alta inflação em ano eleitoral, com mídia, justiça e políticos contra, será explorado como descontrole e estabelecerá descrédito na equipe econômica. Por outro lado, ao elevar a taxa Selic para uns 9-10% como prevê o mercado, o Banco Central – guardião da moeda, estará enviando um recado às empresas para que adiem seus planos de investimentos. A tendência é enxugar o mercado.

Do lado do consumidor, uma Selic mais alta fará elevarem-se os juros bancários diminuindo também o consumo, situação que não pode ser sustentada no longo prazo sob pena de dano estrutural na economia, desinvestimento, desindustrialização, desemprego, aumento da pobreza e perda de arrecadação, sem falar no custo da dívida pública.

Este cenário, difícil, turbulento e ameaçador, rapidamente esboçado como permite este espaço, é realmente dramático, mas é hoje a regra na maioria dos países. Talvez um jovem de vinte e poucos anos, que não sabe o que é viver sob alta inflação, tenha o direito de traduzir sua raiva culpando estupidamente o governo, porém, seu pai ou sua mãe, se não perdeu a memória ou age de boa-fé, não pode culpar Bolsonaro com a simplicidade de quem o acusa de não usar máscara.

Sim, eu sei. Tem um monte de gente torcendo para o “quanto pior, melhor”. A única forma de voltarem ao poder é desgraçando o país e com isto eles não se importam, já que estarão (?) no andar de cima. Mas, pelo menos, poderiam ser um pouco mais honestos. Por favor, tenham respeito e não tratem a economia com a ligeireza e a expertise de quem frita um ovo.

Publicado originalmente em https://ac24horas.com/2021/11/12/nao-sei-do-que-se-trata-mas-o-culpado-e-bolsonaro/

valbcampelo@gmail.com  Valterlucio Campelo


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Nova tensão entre STF e Bolsonaro antecede posse de Mendonça marcada para quinta-feira - O Globo

 

Mariana Muniz e Dimitrius Dantas

Trégua entre presidente e o Supremo Tribunal Federal (STF) dá sinais de fadiga 

A trégua entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) dá sinais de fadiga às vésperas da posse de André Mendonça, marcada para o dia 16. Na última semana, o presidente voltou a atacar ministros da Corte, três meses após o armistício que sucedeu as falas de teor golpista, em 7 de setembro. A tensão voltou a crescer depois que o ministro Alexandre de Moraes abriu inquérito para investigar declaração de Bolsonaro, que atribuiu de forma falsa relação entre a vacina da Covid e o vírus do HIV. A temperatura subiu ainda mais anteontem, quando o ministro Luís Roberto Barroso [em decisão monocrática]  determinou a adoção de um passaporte de vacina nas fronteiras do país, medida criticada pelo chefe do Executivo, apesar de recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Julgamentos polêmicos e temas de interesse de Bolsonaro no Supremo ficam para 2022

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça Foto: Marcos Oliveira / Marcos Oliveira/Agência Senado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça Foto: Marcos Oliveira / Marcos Oliveira/Agência Senado

O clima pode azedar ainda mais na quinta-feira, quando Mendonça será incorporado ao grupo de 11 ministros do STF, como informou ontem o colunista Lauro Jardim. Em razão dos protocolos sanitários adotados na Corte, será necessária a apresentação ou do comprovante de vacinação contra a Covid-19 ou de um teste RT-PCR negativo para participar da cerimônia de posse. O GLOBO apurou que auxiliares do presidente e da Advocacia-Geral da União (AGU) já trabalham para evitar um desgaste causado pela exigência sanitária do STF e aconselham Bolsonaro a fazer o exame laboratorial. 

[situação bem complicada e não havendo boa vontade pode complicar; entendemos que o presidente da República, Chefe do Poder Executivo e maior autoridade da Nação, não poder ingressar em um prédio público em solo pátrio é inconcebível. Tal procedimento só poderia ser adotado se ocorresse em uma representação diplomática estrangeira - mesmo assim, seria em consonância com protocolos certamente adequados.
Protocolos sanitários do STF exigem que o presidente Bolsonaro adote procedimentos com os quais não concorda e a sustentar a manutenção das exigências apresentam que todos são iguais perante a lei - o que é pacífico. Só que a exigência não consta de lei, sendo uma norma interna, de caráter administrativo da Suprema Corte.
Respeitosamente, pedimos vênia para sugerir um meio termo: o presidente não se vacina, nem realiza o teste RT-PCR, mas comparece à solenidade, se comprometendo a usar tal acessório durante todo o tempo que permanecer nas dependências da Suprema Corte.
Ao que se sabe a máscara é eficiente para impedir a transmissão, ou recepção, por quem a usa. A SAÚDE PÚBLICA estará preservada e nem o STF, a instância máxima do PODER JUDICIÁRIO, nem o Presidente da República, autoridade máxima do PODER EXECUTIVO terão sido desautorizados e mais uma vez os "adeptos do 'quanto pior, melhor'" perderão para o Brasil, para a Constituição Federal e para a Democracia.]

De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, há no Supremo a compreensão de que a cobrança a respeito da vacinação ou da comprovação de que o visitante não está infectado deve valer para todos, sem que haja exceções. Existe, no entanto, o temor de que o presidente insista em não cumprir a medida e abra, assim, uma nova frente de batalha com o tribunal.

Criador do 'maior programa do mundo':Para neutralizar Lula, Bolsonaro tenta criar marca social para 2022:

Além da presença de Bolsonaro, a restrita lista de convidados para a posse de Mendonça tem a presença de lideranças evangélicas como o pastor Silas Malafaia, em cuja igreja no Rio de Janeiro o novo ministro do STF pregou na última quinta-feira, e o bispo Samuel Ferreira, um dos maiores cabos eleitorais quando o ainda advogado-geral da União não havia sido indicado para o cargo. O número de participantes que poderão estar presencialmente no evento foi reduzido para observar as medidas de distanciamento.

Na posse de André Mendonça, os ministros Ricardo Lewandowski, que substituirá Gilmar Mendes, atual decano do Supremo, e Nunes Marques, o mais novo, conduzirão o colega ao plenário. Alçado ao STF por ser “terrivelmente evangélico”, Mendonça fará um juramento, em seguida, em que dirá: “Prometo bem e fielmente cumprir os deveres de ministro do Supremo Tribunal Federal, em conformidade com a Constituição e as leis da República".

Críticas ao “passaporte”
Mendonça toma posse um dia antes de a Corte entrar em recesso, no dia 17, mas poderá, caso queira, trabalhar durante o período em que as atividades oficiais estão suspensas.

Bolsonaro é um crítico contumaz da exigência de comprovantes de vacinação, os chamados “passaportes da vacina”, e já repetiu em inúmeras oportunidades que não iria se vacinar contra a Covid-19. Na última terça-feira, durante solenidade no Palácio do Planalto, chegou a comparar o passaporte com uma coleira e disse que preferia perder a vida do que a liberdade, frase repetida horas depois pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Tanto a vacinação quanto a exigência de apresentação de comprovantes de imunização são medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias em todo o mundo.

O presidente ainda não comentou publicamente sobre a decisão de Barroso, relativa à exigência de comprovante de vacinação nas fronteiras. Porém, ontem pela manhã, ele enviou um recado aos apoiadores nas redes sociais, lembrando que, caso seja reeleito, poderá indicar mais dois ministros para o Supremo.“Vale lembrar. O vencedor das eleições de 2022 escolhe mais dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Bom Dia a todos!”, escreveu.

A decisão de Barroso ocorreu ao final de uma semana em que Bolsonaro abandonou o tom de comedimento em relação aos ministros do STF. Na última quarta-feira, ele voltou a atacar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, por causa do novo inquérito que trata do vídeo com o elo, que não existe, entre a vacina da Covid e o vírus do HIV. E aproveitou para lembrar de ordens de prisão proferidas pelo ministro do STF contra seus aliados.Lamento a prisão do jornalista, do Zé Trovão, do Roberto (Jefferson), isso é uma violência praticada por um ministro do Supremo que agora abriu mais um inquérito em função de uma live que eu fiz há poucos meses. É um abuso — disse Bolsonaro durante uma entrevista ao jornal “Gazeta do Povo”.

A tensão entre o presidente e Alexandre de Moares atingiu o ponto mais alto em 7 de setembro, após o discurso inflamado de Bolsonaro na Avenida Paulista. Pressionado pela reação negativa aos ataques de teor golpista, quando disse que não obedeceria mais a decisões de Moraes, o presidente chamou o ex-presidente Michel Temer para negociar uma trégua com o Supremo. O resultado foi uma carta em que Bolsonaro dizia que as declarações foram feitas no calor do momento.

 Política - O Globo


sábado, 20 de novembro de 2021

A negação do jornalismo - Jovem Pan

J.R. Guzzo

Existência do ‘consórcio da imprensa’ é a negação do jornalismo e a vitória do conformismo de rebanho

A impressão é que o sonho de muito jornalista brasileiro é trabalhar num grande Pravda nacional, com redação única e Lula na cadeira de redator-chefe [entre as centenas de erros cometidos pelo tal consórcio, está o de muitas vezes apresentar como atuais dados já veiculados em prazo superior as 24h.]

Andrys/PixabayDiariamente, veículos da imprensa brasileira se juntam para divulgar os mesmos dados a respeito da Covid-19

Parece destinada em breve ao cemitério, por falência progressiva dos motivos que tinha para manter-se viva, uma das piores ideias que a imprensa brasileira já teve em seus duzentos e poucos anos de existência. Com a diminuição dos casos de Covid-19, e o seu desaparecimento das manchetes e do horário nobre da televisão, pode estar caindo em exercício findo, como se diz em português de funcionário público, o “consórcio” dos principais veículos da mídia brasileira para divulgar em conjunto os mesmos números diários sobre mortos na epidemia. Virou uma coisa de religião. Só esses números, segundo os jornalistas, são (ou eram) a verdade, o caminho e a luz. Ficou a cargo do “consórcio”, desde o dia em que foi criado, o direito exclusivo de dizer quantas pessoas tinham morrido na véspera nenhum outro poderia ser admitido, sob pena de incentivo ao genocídio e sabe lá quanta desgraça ainda pior. Não haveria mais perigo, a partir daí, de que “o Bolsonaro inventasse números e acabasse, em sua estratégia de “desinformação”, com os objetos de desejo mais intensos que a imprensa brasileira já teve em tempos modernos: o “fique em casa”, a máscara e o uso do álcool em gel.

Durante meses a fio, ou até mais, era o momento do dia mais empolgante para muito jornalista deste país: a hora de fechar os mortos da edição com o número sagrado que baixava do “consórcio”. Quanto mais alto o número, maior a alegria nas redações, secreta ou sem disfarce. Yesssss!”, exultava-se intimamente, a cada vez que os números produzidos pelo “consórcio” batiam recordes – diários, mensais, quinzenais, nos dias ímpares, nos dias de chuva, nas vésperas de feriados, nos dias santos e por aí afora. Era sinal, então, que a Covid continuava à toda. Isso, no tumulto mental de muito comunicador, iria enfraquecer o governo Bolsonaro, apressar o fim do capitalismo e dar um impulso decisivo nas lutas pela diversidade, por mais terras para os índios e contra o aquecimento global. [a propósito lembramos que jornalistas famosos, ou que se consideravam importantes, além do prazer obtido com os recordes no número de mortos (a possibilidade de orgasmos virtuais não pode ser descartada) que justificativa até o encerramento do 'velório'  noticioso, na penumbra mortuária) ainda - padecem dos malefícios de tentar 'derrubar' o capitão, tarefa impossível,  por se basear em crimes que não ocorreram.
Só que de tão azarados, tudo conspira contra eles. Vejamos: 
tentaram a covid-19, fracassaram, se tornaram ridículos e levaram ao descrédito o veículo que servem;
- tentaram atribuir ao capitão  o genocídio só que faltaram os cadáveres;
- tentaram criar a crise hídrica e "deram com os burros n' água" - graças a DEUS e a São Pedro as chuvas são fartas;
- tentaram  o 'apagão energético' - tipo o ocorrido no incompetente governo do ex-presidente sociólogo  - fracassaram.
Mesmo assim,  tentaram a narrativa dos incêndios no 'pantanal' e outras florestas = coisa que só a mídia militante pode tentar criar: incêndios em áreas encharcadas - consequência das abundantes chuvas.]

Onde foi parar a vontade de competir e de dar matéria melhor que a do competidor?

Foi um momento de ruptura violenta com a vida inteligente, mas, até aí, tudo mais ou menos bem – são coisas que acontecem e depois, com o passar do tempo, se dissolvem em sua própria mediocridade orgânica. O que chama a atenção no “consórcio de mídia” é a brutalidade do equívoco profissional cometido por quem imaginou e criou esta deformidade. É simples. O consórcio é a própria negação da ideia mais elementar do jornalismo independente: a capacidade, por parte de cada órgão de imprensa, de apurar, escrever e publicar as notícias que julga de interesse para o público, sem consulta aos vizinhos, sem a sua licença e sem a interferência de ninguém. Não deveria ter existido, em nenhuma circunstância – até por uma questão mínima de amor próprio.
 
Os editores, nesse episódio, não apenas levaram os veículos a abrir mão do principal patrimônio que podem ter: a sua identidade como órgão de fé pública. Nessa condição, espera-se que um jornalista não renuncie à sua liberdade de publicar o que acha correto para os leitores, ouvintes ou espectadores – e que assuma a responsabilidade plena pelo que está publicando. 
Os criadores do “consórcio” deram, além disso, uma demonstração de vacilo profissional. 
Por que pedir ajuda ao concorrente para publicar uma notícia? 
Será que a gente não tem competência para apurar as nossas próprias informações?  
Onde foi parar a vontade de competir e de dar matéria melhor que a do competidor? 
É a vitória do conformismo de rebanho – o importante é obedecer a ordens, ser igual ao colega, aceitar, colocar “limites” na liberdade individual, seguir um comando político. Disso não sai nada que preste. Só um Saara mental – um deserto sem sombra, sem vida e sem alegria.
Não adianta nada, obviamente, dizer que cada órgão de imprensa tem um representante no “consórcio”. Por que diabo, então, o representante não entrega ao seu próprio veículo o que está entregando ao “consórcio”? 
A partir daí, cada veículo que cuide da sua vida e trate de fazer mais e melhor que a concorrência. 
Se é para o sujeito colaborar com o conjunto e doar a todos os outros membros do “consórcio” a sua informação, em vez de levá-la ao lugar onde ele próprio trabalha, por que tanto jornal, rádio ou emissora de televisão assim? 
Por que quando cai um avião, por exemplo, não se junta todo mundo para dar o mesmo número de mortos e feridos? 
Vidas são vidas, é o que a mídia diz sem parar há quase dois anos. 
Morto de desastre de avião seria menos importante, então, que morto de Covid? [o nexo está que o consórcio foi criado em uma tentativa infrutífera de derrubar o presidente da República Federativa do Brasil - JAIR MESSIAS BOLSONARO.]
Não faz nexo. É uma busca inédita, insaciável e irracional pelo coletivo; a impressão é que o sonho de muito jornalista brasileiro é trabalhar num grande Pravda nacional, com redação única, Lula na cadeira de redator-chefe e nenhum outro veículo em circulação

Seria difícil, tempos atrás, acreditar que um jornalista poderia se tornar um defensor da proibição de dar notícia

É a mesma coisa, ou uma ideia ainda pior, com as “agências de verificação” que se dedicam a verificar aquilo que os seus donos consideram “notícias falsas”, ou fake news. São os censores de 2021 – uma criação não da autoridade pública nos regimes de força, como sempre é o caso nos mecanismos de censura, mas dos próprios jornalistas. Seria difícil, tempos atrás, acreditar que um jornalista profissional pudesse se tornar um defensor extremado da proibição de dar notícia ou do castigo, inclusive penal, para quem publicar notícias proibidas pelas “agências”. Mas é isso, exatamente, o que aconteceu. Grupos particulares, sem identidade jurídica ou fiscal, sem diretores legais ou endereço, deram a si próprios o direito de dizer o que é verdade e o que é mentira em tudo o que a mídia publica ou pode publicar. É claro que têm um viés político, e mais claro ainda que viés é esse: não há uma única agência de fake news fazendo vigilância sobre notícias falsas contra o governo federal, por exemplo. Todas, sem exceção, variam da esquerda para a esquerda. “Falso”, naturalmente, é tudo aquilo que o grupo não quer que seja publicado. 

Ao se associarem às “agências de verificação”, os órgãos de imprensa, mais uma vez, estão entregando a terceiros uma parte essencial de sua alma: definir sem interferência de ninguém o que é correto e, portanto, passível de publicação. Um veículo de respeito está aí para isso: apurar as suas próprias informações, publicar o que considera fiel aos fatos e assumir a responsabilidade pelo que publicou. “Se saiu impresso, ou foi ao ar, é porque nós fizemos o nosso trabalho, verificamos exatamente o que aconteceu e garantimos que isso aqui é verdade. É por esse motivo que o público paga para ter acesso ao que nós publicamos. É esse o nosso trabalho. Não é o governo, nem uma empresa, nem uma entidade qualquer, seja qual for, que está nos instruindo ou autorizando a dizer isso ou aquilo; somos nós mesmos.”  

Um órgão de imprensa de verdade não precisa de agência de fake news – faz o seu trabalho de verificação por conta própria, e o selo de qualidade de suas informações não tem de ser dado por ninguém, a não ser por ele mesmo. Também não faz o papel de polícia do conteúdo alheio, e nem terceiriza a própria credibilidade. Se essa ou aquela notícia não sai, é porque os jornalistas deste ou daquele veículo constataram que ela não é verdadeira; não é porque a “agência de verificação” não deixou. Não dá para entregar a outros, para quem está interessado em fazer jornalismo a sério, a tarefa de apurar nada do que é publicado. Ou você é responsável por tudo o que publica, ou não é. Não há meio termo.

J. R. Guzzo,  jornalista - coluna na Jovem Pan

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

CPI concluiu que o vírus é inocente. Adivinha quem é o culpado - Vozes

Alexandre Garcia - Gazeta do Povo

 
Outras cidades começam a seguir o exemplo do Rio de Janeiro para dispensar o uso de máscara em lugares públicos abertos. No Rio, a partir desta quinta-feira (28), não será mais necessário usar máscara na praia, no Maracanã, no Jardim Botânico, na calçada... No Distrito Federal, o governador falou que a partir do dia 3 de novembro, logo após o feriado de Finados, também será assim.

Parecer final da CPI da Covid teve 80 pedidos de indiciamento feitos pelo relator Renan Calheiros.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A propósito, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) entrou com um projeto de lei, que nem precisaria se a Constituição simplesmente fosse cumprida. O projeto diz que é inconstitucional a exigência do passaporte da vacina, porque a Constituição diz em duas linhas do artigo 5ª, que trata dos direitos e garantias individuais, a começar pelo direito à vida e o direito de você circular pelo território nacional em tempos de paz, livremente, sem restrições. Ou de se reunir com quem quiser, sem armas e sem restrições. Isso é garantia, que está na Constituição.

Eu fico temeroso porque daqui a pouco tem empresa proibindo a entrada sem passaporte. Liberdade é uma coisa que a gente não pode permitir que o totalitarismo avance sobre ela. É uma questão de qualidade de vida. Não adianta viver sem liberdade.

Coronavírus absolvido
Senadores da CPI da Covid entregaram ao procurador-geral da República o relatório. Até o senador Tasso Jereissati (PSDB) avalizou aquela coisa toda que está no relatório e inclusive inocenta o coronavírus: o vírus não matou ninguém, quem matou foi o presidente Bolsonaro.

Não tem nenhuma pesquisa sobre a origem do vírus, se houve alguma intenção, o porquê ou alguma explicação. Ninguém fala sequer sobre a discussão no carnaval de 2020, isso não foi mencionado. Mas, enfim, faz parte da política.

Desemprego cai
Depois do desastre Dilma e da pandemia, o desemprego está caindo: são 2,5 milhões de carteiras assinadas este ano e agora o IBGE diz que o desemprego está em 13,2% — há 90 milhões de brasileiros ocupados e 13,7 milhões de desocupados.

Não foi fácil porque disseram que você devia ficar sem renda, fechar a sua loja, fechar a sua fábrica. Tentaram arruinar você e o país, e o governo precisou ajudar muita gente. E ajudou milhões de pessoas, e continua ajudando. Agora está sobrando mais dinheiro público, porque não tem mais ninguém roubando. Estão conseguindo usar o dinheiro dos impostos para ajudar as pessoas, mas veja a surpresa: a Secretaria do Tesouro Nacional anunciou ontem que a dívida pública caiu em setembro, 0,68%. Ainda está grande, mas caiu: R$ 5,443 trilhões.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

General, muitos não estão aqui e Poder Moderador - O Globo

Míriam Leitão

General, muitos não estão aqui

O general Braga Netto mentiu sobre a História do país, ao dizer que não houve ditadura no Brasil. Ontem foi a vez de o general Ramos ofender os fatos. O ministro da Defesa disse que se tivesse havido ditadura “muitos não estariam aqui”. Ele está querendo dizer que as mortes foram poucas, e isso é odioso. [É pacífico que não houve ditadura no Brasil. O que houve foi um Governo Militar forte, que teve de usar da energia necessária e medidas adequadas e indispensáveis para promover o retorno do Brasil aos trilhos da Lei, da Ordem e da Democracia - sim, também da democracia, que seria a primeira vítima se os malditos comunistas conseguissem transformar o Brasil em mais um satélite da extinta URSS - naquela época era o objetivo da maldita esquerda comunista. 
Os comunistas, contrários ao Governo Militar, não vacilaram em usar ações de guerrilha e atos terroristas, provocando a morte de integrantes das Forças de Segurança e, pior ainda, de civis inocentes.
O Governo Militar foi forçado pelos terroristas ao uso da força necessária para conter os traidores da Pátria, resultando em mortes - em número bem inferior ao que teria ocorrido se os guerrilheiros e terroristas dispusessem dos meios adequado para seus atos covardes e repugnantes = falta de escrúpulos e de respeito à vida humana era algo que abundava naqueles seres covardes. Mas está também usando o mesmo método identificado pela Polícia Federal nos disseminadores de fake news, que é o de dissolver a fronteira entre a mentira e a verdade. Essa técnica de Steve Banon serve para o assalto ao poder, mas tem tido também como consequência trágica a morte de centenas de milhares de brasileiros pela Covid.

Muitos não estão aqui porque foram assassinados pela ditadura que o general Braga Netto nega ter existido. Para o general Ramos, segundo disse ontem, tudo é apenas uma questão semântica. Nesse raciocínio, basta usar algum eufemismo que o problema desaparece. Generais, muitos brasileiros foram assassinados dentro de quartéis militares e por ordem de seus comandantes. Por isso não estão aqui. A técnica da negação faz vítimas ainda hoje. Milhares de vítimas desta pandemia poderiam estar aqui. Teriam sido protegidos da morte se mentiras sobre a Covid-19 e sobre as medidas de proteção, o uso de máscara, a cloroquina e as vacinas, não tivessem sido divulgadas com tanta insistência pelo presidente da República e pelos bolsonaristas.

A mentira do general Braga Netto tenta matar os fatos de ontem. As mentiras do presidente Bolsonaro e de seus apoiadores matam pessoas no presente. A mentira colocada em documento oficial pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo é uma colaboração à morte de brasileiros e um flagrante de desvio de função. Em vez de proteger a sociedade, a Procuradoria-Geral da República (PGR) nega a ciência, rasga o princípio da precaução e desmoraliza a máscara. [os inimigos do Brasil começam, ainda que a contragosto, a perceber que não conseguirão derrubar o presidente Bolsonaro e passam a dirigir o fogo, já fraco, quase em extinção, contra a PGR, seja na pessoa do seu chefe ou de algum dos seus integrantes que cometa o 'crime' de não concordar com acusações inúteis de partidecos sem votos ou de outros inimigos da Pátria Amada
Para eles, qualquer cidadão, autoridade ou não, que em respeito às leis e à Justiça, assuma uma posição que seja justa em relação ao presidente Bolsonaro, deve se tornar um alvo. 
Esquecem que a CPI Covid-9, sob reputada e conhecida direção, gastou todo o seu arsenal e nada conseguiu nem conseguirá contra o Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO.]

Lindôra Araújo tenta desmentir o que a ciência já provou. Disse que não “é possível realizar testes rigorosos” sobre a eficácia da máscara. Segundo ela, os estudos que existem são “somente observacionais e epidemiológicos”. E ela continua com seu insulto à ciência afirmando que o presidente não foi notificado de que deveria usar máscaras em eventos públicos e chega ao cúmulo de afirmar que na ocasião dos fatos Bolsonaro “não estava doente, nem apresentava sintomas de Covid-19”, como se só os pacientes devessem usar a medida de proteção. O presidente fora questionado em ação pelo seu comportamento delinquente de promover aglomerações, em geral com recursos públicos, e nelas não usar máscaras, e ainda ter tirado a proteção de duas crianças. Lindôra acha que “inexistem elementos mínimos” para uma ação contra o presidente.

A mentira é terrível. A mentira histórica dos generais, a da subprocuradora, e a dos influenciadores bolsonaristas. E é terrível porque atinge a vida e a democracia. Quando procuram se esconder na semântica ou na falsificação histórica, os generais Braga Netto e Ramos mostram que essa geração militar é cúmplice dos que naquele tempo fecharam o Congresso, aposentaram ministros do Supremo, censuraram, torturaram e mataram. Braga Netto parecia querer se referir até aos próprios parlamentares. A fala dele na Câmara foi assim: “Se houvesse ditadura, talvez muitos dos… muitas pessoas não estariam aqui.”

Muitos não estão aqui, general Braga Netto. Stuart Angel não está aqui. Tinha 25 anos quando foi assassinado, seu corpo jamais foi entregue à família, teria hoje 75 anos. Sua mãe Zuzu também foi morta. Vladimir Herzog não viu os filhos crescerem, morreu aos 38. Rubens Paiva não esteve com a mulher Eunice na criação dos filhos. [vamos citar três exemplos que que serão suficientes para mostrar a covardia, a ignomínia, dos porcos terroristas: 
-  um jovem de 18 anos, SD MARIO KOZEL FILHO, prestando o Serviço Militar Inicial, tirando serviço de sentinela, perdeu a vida, corpo dilacerado, por uma explosão decorrente de um  artefato atirado por terroristas. Um dos terroristas, o famigerado Diógenes do PT, ainda vive, foi anistiado, indenizado em R$ 400.000,00, valor que recebeu há mais de 20 anos e recebe pensão mensal vitalícia;  
- tenente Mendes, valoroso oficial da PM-SP, que em ação contra terroristas - o traidor Lamarca entre eles - se rendeu em troca da libertação de soldados que comandava e estavam em poder dos vermes terroristas.  Foi assassinado a coronhadas - para evitar barulho de tiros, que chamaria atenção das forças policiais próximas;
- um mateiro, que por ser suspeito de guiar militares combatendo os 'corajosos' comunistas na 'guerrilha do Araguaia', teve mãos, braços e outras partes do corpo decepadas, com ele vivo e na frente de familiares.] O que o general quis dizer? Que aquele horror precisava ter matado mais para que fosse chamado de ditadura? O ministro da Defesa pode gostar da ditadura, mas negar que ela existiu é mentir.

A técnica dos sites bolsonaristas é mentir também. A Polícia Federal explicou ao TSE que eles tentam “diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira”. Usaram isso nas postagens sobre as urnas eletrônicas, nas divulgações falsas sobre a pandemia, nos ataques ao Judiciário e ao Congresso. Eles usam fragmentos de verdade para construir suas mentiras. Os bolsonaristas tentam enfraquecer a democracia e, nas fake news sobre a pandemia, atentam contra a vida humana.

Com Alvaro Gribel (de São Paulo)

Míriam Leitão, jornalista - O Globo

Poder moderador - O imoderado Bolsonaro

Na sua busca cotidiana do confronto, o presidente Bolsonaro replicou nas suas redes sociais uma convocação para uma “manifestação gigante” no dia 7 de setembro que demonstre que ele tem a força popular para executar “um bastante provável e necessário contragolpe”. O apoio significa uma perigosa validação do governo a uma ilegalidade.

Fazer manifestação para apoiar um movimento que se anuncia como greve política, para paralisar as estradas do país e pedir a substituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal não é democrático, é militância radicalizada. Ainda mais que os representantes sindicais dos caminhoneiros já negaram apoio à iniciativa, atribuindo-a a interesses políticos do cantor sertanejo Sérgio Reis e a outros apoiadores bolsonaristas.

Os líderes dizem não haver nenhuma pauta específica para eles nessa manifestação. É mais uma escalada de Bolsonaro para esticar a corda, confrontar os Poderes e avançar sobre as limitações naturais de um Executivo que depende dos demais Poderes para atuar corretamente dentro da Constituição.  Acredito que, sem o apoio dos verdadeiros líderes caminhoneiros, [com uma Lei de Greve séria, condição que deve estar presente no seu conteúdo e na sua aplicação, caminhoneiros e categorias essenciais não devem, nem podem participar de qualquer movimento grevista.] a tendência seja virar um movimento reduzido a militantes políticos radicais de apoio a Bolsonaro, que se aproveitam dessa categoria importante na economia brasileira para criar um clima de tensão. Uma a esta altura improvável paralisação prejudicaria o abastecimento dos supermercados e levaria pânico à população.

Provavelmente é o que querem, com a antecipação da divulgação nas redes sociais. É um trabalho político que estão fazendo, incentivados pelo presidente da República, o que é inaceitável. O presidente Bolsonaro vale-se de um pretenso apoio das Forças Armadas para avançar sobre a democracia brasileira, insistindo numa leitura arrevesada da Constituição para definir o papel das Forças Armadas.

Na semana passada, em cerimônia de cumprimentos aos oficiais-generais promovidos, no Palácio do Planalto, afirmou: “Nas mãos das Forças Armadas, o poder moderador; nas mãos das Forças Armadas, a certeza de garantia de nossa liberdade, da nossa democracia e o apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação”. Esse papel de “poder moderador” não existe, embora a redação do artigo 142 da Constituição possa dar margem a mal-entendidos quando diz quais são as funções das Forças Armadas: “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. [a Lei Complementar nº 97/99, - decretada em função do comando contido no citado artigo 142 da CF -  no 'caput' do seu artigo 15, estabelece ser de responsabilidade do Presidente da República o emprego das FF AA e nos §§ 1º e 2º, inciso III, do mesmo artigo atribui ao Presidente da República a decisão e o estabelecimento das diretrizes necessárias ao emprego das FF AA.]

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, já havia decidido, numa ação impetrada pelo PDT em junho do ano passado, que “a missão institucional das Forças Armadas (...) não acomoda o exercício do poder moderador entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”.

Nessa mesma decisão, Fux diz que o poder das Forças Armadas é “limitado”, excluindo “qualquer interpretação que permita sua utilização para indevidas intromissões no independente funcionamento dos outros Poderes”.

MATÉRIA COMPLETA, Merval Pereira, colunista - O Globo