Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador cearenses. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cearenses. Mostrar todas as postagens

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Bolsonaro: Lockdown é "politicalha" e quem adotar terá que bancar auxílio

Em visita ao Ceará, presidente diz que ninguém aguenta mais ficar em casa, e que governadores "não podem continuar fazendo política e jogando no colo do presidente da República essas responsabilidades"

[Presidente Bolsonaro! a regra no Brasil sempre foi, e continuará sendo,  a dos governadores e  prefeitos ficarem com o BÔNUS de todas as realizações exitosas do Governo Federal  nos entes que governam e o ÔNUS, financeiro e politico, das que inventam e fracassam, ficar com o Poder Executivo da União.]

O presidente Jair Bolsonaro reclamou nesta sexta-feira (26/02) dos estados que aderiram ao lockdown. Ele repetiu críticas, caracterizando a medida contra a covid-19 como "politicalha". O mandatário disse ainda que o estado que aderir ao fechamento da economia após os novos quatro meses de auxílio emergencial, deverá "bancar" a ajuda. O chefe do Executivo voltou a dizer que o povo quer trabalhar e não aguenta mais ficar em casa. Vários estados estão adotando o lockdown, incluindo o DF por conta do aumento de casos do contágio pelo novo coronavírus e da lotação nas UTIs. "A pandemia nos atrapalhou bastante, mas nós venceremos esse mal. Pode ter certeza. Agora, o que o povo mais pede e eu tenho visto, em especial no Ceará, é trabalhar. Essa politicalha do 'fique em casa, a economia a gente vê depois', não deu certo e não vai dar certo, Não podemos dissociar a questão do vírus do desemprego. São dois problemas que devemos tratar de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. E o povo assim o quer. O auxílio emergencial vem por mais alguns meses e, daqui para frente, o governador que fechar seu estado, o governador que destrói emprego, ele é quem deve bancar o auxilio emergencial", afirmou, sendo ovacionado por apoiadores.

Bolsonaro disse ainda que os governadores "não podem continuar fazendo política e jogando no colo do presidente da República essas responsabilidades". O presidente relatou satisfação em voltar ao Ceará, onde iniciou a corrida presidencial. Ele bradou também que "não se entregará aos inimigos".  
"É sempre uma satisfação voltar aqui para o nosso Ceará. A campanha de 18 de eleição começou aqui no Ceará. Nós sabíamos que não seria fácil, mas os inimigos podem ter certeza de uma coisa: nós não nos entregaremos. Estamos aqui hoje apresentando uma parte do serviço feito pelo ministro Tarcísio, da Infraestrutura. Como podem notar, um serviço de qualidade. Coisa que nunca teve aqui no Ceará", disparou. [o que estraga o Ceará é quando os cearenses vão exercer o direito de votar para governador.]

Por fim, Bolsonaro disse que, em governos anteriores, havia desvio de dinheiro público em obras, mas que em seu mandato, isso "acabou". "Aqui, de governos anteriores, tínhamos sim, desvio de dinheiro publico e obras mal feitas. Essa época acabou. Agradeço a todos vocês pelo apoio, pela consideração e pela confiança que depositam em nós, acreditando que nós podemos mudar o destino do Brasil. Estamos certos disso", concluiu.

Auxílio emergencial
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em live ontem (25/2), que o auxílio emergencial deverá voltar a partir de março, com quatro parcelas de R$ 250.

"Eu estive hoje com o Paulo Guedes. A princípio, né, o que deve ser feito. A partir de m
arço por quatro meses, R$ 250 de auxílio emergencial. Está sendo conversado ainda, em especial com os presidente da Câmara e do Senado, porque a gente tem que ter certeza de que o que nós acertamos que vai ser em conjunto, não vai ser só eu ou a equipe econômica, vai ser junto com o Legislativo também, que na ponta da linha aquilo seja honrado por todos nós", apontou.

O presidente disse ainda que o país está altamente endividado, mas que a extensão das parcelas servirá para ver se a economia "pega de vez". Ao final do período, Bolsonaro anunciou ainda que aguarda ter uma nova proposta para o Bolsa Família.

Política - Correio Braziliense


quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

País corre contra o tempo na retomada da educação - Valor Econômico

Opinião

O país está correndo contra o tempo para corrigir a desigualdade e conter a evasão dos estudantes

Um dos maiores desafios deste ano será a reabertura das escolas, após meses de estudos interrompidos ou intermitentes, seriamente prejudicados pela pandemia do novo coronavírus. O problema não é exclusivo do Brasil, mas algumas peculiaridades nacionais tornam a tarefa mais difícil e mais urgente.

Os fundamentos já eram frágeis antes da pandemia. No mais recente exame internacional Pisa, aplicado em 2018 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em estudantes de 15 anos de 79 países, o Brasil ficou entre os 21 piores. Com metade dos estudantes sem entender o que lê, ficou em 58º lugar em leitura;  
com apenas 32% capazes de atingir o segundo nível de um total de seis considerados mínimos para a pessoa exercer sua cidadania, ficou em 71º em matemática; e em 67º em ciências.

A pandemia acentuou essas deficiências, em especial entre os estudantes das escolas públicas. Grande parte dos municípios conseguiu colocar de pé alguma espécie de ensino remoto, desde os que recorreram ao rádio e apostilas no Rio Grande do Norte às aulas pela internet na região Sudeste. O que não se sabe exatamente é qual é a eficiência dessa modalidade de ensino, com a qual provavelmente os estudantes terão que conviver ainda durante boa parte deste ano, alternando com o ensino presencial.

Mas já se tem certeza de que o ensino remoto acentua a desigualdade dada às dificuldades dos alunos de baixa renda, sem acesso fácil à internet nem equipamentos adequados. As situações são bastante diversas. Em artigo no Valor (18/12), o professor Naércio Menezes Filho ampliou a análise ao acrescentar aos fatores renda familiar dos alunos e acesso à internet a gestão das redes educacionais. Para responder à questão, ele usou informações apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas pesquisas Pnad Covid e Pnad Contínua referentes aos Estados do Pará, Ceará e Rio de Janeiro e a nota de matemática na Prova Brasil obtida pelo Estado de residência dos alunos antes da pandemia.

A comparação mostrou que o acesso à internet não é dominante: 90% dos estudantes do Ceará estão realizando atividades escolares, percentual superior aos 80% dos cariocas e aos 50% dos paraenses, apesar de terem uma taxa de acesso à rede de 70%, semelhante à do Pará, e inferior aos 92% do Rio. Mais importante, concluiu a análise, foi a gestão das redes escolares, que foram proativas e fizeram as atividades escolares chegarem aos estudantes. Os cearenses tiveram nota mais elevada na Prova Brasil do que os cariocas, que ficaram à frente dos paraenses. O artigo ressalta ainda que o investimento não influencia o resultado uma vez que Pará e Ceará gastam praticamente o mesmo por aluno, e o Rio despende mais.

Ainda assim, mais recursos ajudam, desde que acompanhados de mecanismos de monitoramento da aplicação do dinheiro e checagem dos resultados. Daí o otimismo com a entrada em vigor neste ano do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

O Fundeb ia acabar no ano passado, sem qualquer gesto em contrário do então ministro da Educação, Abraham Weintraub. Após forte pressão popular junto ao Congresso, foi ampliado, tornou-se perene, e ganhou novos mecanismos graças a uma proposta de emenda à Constituição. A PEC ampliou de 10% para 23% a participação do governo federal na formação do Fundeb que é composto por parcela de impostos recolhidos por Estados e municípios. O aumento do percentual vai ocorrer gradualmente até 2026 e significará reforço estimado em R$ 36 bilhões no fim do período.

Durante sua regulamentação, o Fundeb sofreu duas tentativas de saque de parte dos recursos recém-obtidos. Primeiro, a ala conservadora da Câmara dos Deputados tentou transferir uma parcela para escolas privadas, filantrópicas e confessionais; e, depois, para o Renda Cidadã. Novamente a pressão popular foi eficiente e conseguiu deter as manobras.

Entre as novidades bem recebidas estão a canalização de recursos para a creches e a pré-escola, dada a importância da educação das crianças até seis anos; a nova sistemática de distribuição que alcança municípios antes não beneficiados, e os mecanismos que abrem espaço para a avaliação dos resultados educacionais, embora a regulamentação dessa novidade tenha ficado para 2023. O país está correndo contra o tempo nesse campo, dada a urgência em superar as deficiências de conhecimento existentes, corrigir a desigualdade e conter a evasão dos estudantes.

Opinião - Valor Econômico