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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Crime no ABC: Das redes sociais aos gritos nas celas, a trajetória do casal Anaflávia e Carina - O Globo

Thiago Herdy e Dimitrius Dantas

Presa pela polícia desde a semana passada na condição de suspeita de participar do assassinato de seus pais e de seu irmão, Anaflávia Gonçalves virou protagonista de um crime que chocou o país não apenas pelos laços familiares com as vítimas, mas também pela brutalidade da cena. Os três corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro numa estrada de terra em São Bernardo Campo, no ABC paulista. Aos 24 anos, Anaflávia está em seu terceiro casamento. Sua atual parceira, Carina Ramos, de 26 anos, também é apontada como mandante da ação e está presa junto com ela na carceragem do 7º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.

StoryboardO que se sabe até agora sobre o assassinato de família em SP
Juntas há 15 meses, Anaflávia e Carina se conheceram pelas redes sociais. Nos últimos dias O GLOBO refez a trajetória do casal, para conhecer histórias e lances que antecederam o trágico triplo assassinato da família do ABC. No seu quarto depoimento sobre o caso, as duas confessaram a participação no roubo, mas negaram envolvimento na decisão de matar as vítimas — Romuyuki, de 43 anos, Flaviana, de 40, e Juan Victor, de 15. Elas atribuíram a decisão a Juliano Oliveira, de 22, primo de Carina, que faz a mesma acusação às jovens.


No sábado, a avó de Anaflávia e mãe de Flaviana, Vera Conceição, de 57 anos, afirmou que perdoava a neta e que irá até o fim das investigações para saber o que realmente aconteceu. Ela não endossou a versão do casal e disse esperar as conclusões da polícia.  — Eu perdoo a minha neta. Tenho que perdoar, para que meus três (filha, neto e genro) fiquem bem onde quer que eles estejam — disse Vera. — Mas perdoar não é aceitar. Não aceito o que ela fez.

Sonho realizado
Até o mês passado, a garagem de um sobrado de dois andares próximo a uma das áreas mais movimentadas do bairro Jardim Santo André, no extremo da cidade de mesmo nome, abrigava uma pequena lanchonete que vendia açaí, sucos, bolos, doces e porções de batata frita. Era realização de um sonho e a aposta de Carina para viabilizar economicamente uma vida ao lado da nova mulher, Anaflávia. Batizada de “Delícias da Cah”, a lanchonete incluía investimentos na estrutura de uma pequena cozinha, freezeres e gastos com insumos para levar o negócio adiante. Foi justamente a capacidade de investir e manter o negócio de pé que chamou a atenção de parentes e pessoas próximas a Carina, interessados em saber de onde vinha o dinheiro do casal, mais especificamente como eram as condições financeiras da família da nova moradora do bairro, Anaflávia.

As duas moravam em uma das casas localizadas entre vielas do entorno da Rua Toledanas, a poucos metros da lanchonete. De acordo com a polícia, é uma comunidade controlada pelo tráfico de drogas, que desde o crime vem recebendo visitas diárias de investigadores da Polícia Civil. Os agentes vão em busca de informações sobre o caso ou para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão. O GLOBO visitou o local na última quinta-feira, mas entre moradores e comerciantes, imperava a lei do silêncio na hora de falar sobre os integrantes da família de Carina.
Registros do Judiciário e de boletins de ocorrência ajudam a entender a reserva dos vizinhos. Mãe de Carina, Josiana Ramos tinha passagem pela polícia por furto e envolvimento com tráfico de drogas. Há alguns anos, foi encontrada morta no apartamento de um conjunto habitacional da comunidade. Meses antes, o padrasto de Carina fora assassinado a tiros, em frente ao mesmo endereço. Irmãos e primos da mulher de Anaflávia também têm passagens registradas pela polícia. Cozinheira no principal supermercado do bairro, uma das tias da menina prefere não falar sobre o caso. — Ninguém consegue explicar, a polícia que resolva. A história da minha família é difícil, mas segui meu caminho — afirma.
(.....)

Virada financeira
O novo relacionamento coincidiu com uma virada na vida financeira da família Gonçalves. Depois de 21 anos de dedicação à multinacional Basf — onde começou como analista de crédito e chegou a líder de uma equipe com 30 funcionários—, Romuyuki desligou-se da empresa e investiu em duas franquias de perfumes em shoppings de São Bernardo e Mauá (SP). Uma terceira unidade estava a caminho. Anaflávia trabalhava com a mãe em um desses quiosques.

Vendedores de lojas próximas citam a jovem como pessoa de hábitos simples, que pouco falava e trabalhava até tarde. Alguns observaram que o comportamento de Anaflávia era diferente quando Carina aparecia. Com personalidade forte, eram frequentes as demonstrações de ciúmes da parte dela.  O sucesso dos quiosques chamou a atenção da família de Carina, em especial Juliano. Por conta de dívidas ainda não esclarecidas, as duas combinaram com os parentes de Carina a realização de um roubo simulado, sem uso de violência, de acordo com o depoimento delas à polícia.

Ao encontrarem um cofre vazio, a situação teria saído do controle, no relato delas às autoridades. O roubo simulado caiu por terra, houve a decisão de matar os pais e o irmão de Anaflávia. A polícia espera concluir nos próximos dias quem está por trás da decisão, e o papel de cada um na história. Presas em celas separadas, Anaflávia ainda parece em choque, segundo investigadores. Carina responde a perguntas com eloquência. Elas se comunicam por gritos. Carina faz juras de amor à mulher.

Em O Globo, MATÉRIA COMPLETA



quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sistema Penitenciário do DF proíbe entrada de frutas nas celas

A decisão altera Ordem de Serviço 082/2013 e foi assinada no Diário Oficial de quarta-feira (29/1)

A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), proibiu familiares de entrarem com frutas no Centro de Detenção Provisória (CDP), no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), na Penitenciária I do Distrito Federal (PDF I) e na Penitenciária II do Distrito Federal (PDF II). A decisão foi divulgada no Diário Oficial de quarta-feira (29/1). 

[o governador Ibaneis, na ânsia por atrair holofotes sobre seu governo (o que nao consegue, mesmo  pagando publicidade para elogiar a Saúde Pública do DF, já que veicula tais propagandas mentirosas nos intervalos comerciais de um conhecido jornal local na TV e, ironicamente, entre as notícias veiculadas no noticiário do mesmo jornal, tem destaque as que mostram o CAOS CAÓTICO que assola a Saúde Pública no DF) resolveu desviar o foco e criar caso com o ministro Sérgio Moro por trazer chefões do crime organizado para o Presídio Federal do DF, o governador alegou risco de fuga.

Só que as fugas estão ocorrendo na Papuda, penitenciária subordinada ao GDF. Três criminosos fugiram da Papuda desde segunda-feira e ate o momento não foram recapturados.
Na Penitenciária Federal não ocorreram fugas e o Marcola foi levado até um hospital para exames e voltou para o Presídio.

Governador, assuma que governar não está entre suas especialidades e peça para sair.]

A medida altera a Ordem de Serviço nº 82/2013, que antes permitia aos familiares a entrada de até seis unidades de banana, goiaba, maçã e pera. De acordo com a decisão, o fornecimento diário de frutas é um dos serviços fornecidos pelas empresas de alimentação das Unidades Prisionais e, por isso, não há necessidade de os presos receberem dos conhecidos"As frutas fornecidas diariamente são aquelas previstas na Ordem de Serviço 082/2013-SSP e outras, a depender da sazonalidade", afirma texto do Diário Oficial.

Papuda interditada
Na manhã de quarta-feira a Sesipe divulgou decisão juíza da Vara de Execuções Penais do DF de bloquear o bloco 1 da Ala A do Centro de Detenção Provisória do Complexo da Papuda (CDP). A medida constatou a fragilidade da construção, após a fuga de três detentos do Complexo Penitenciário da Papuda, na noite de segunda-feira (27/1), por um buraco na parede. A Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesip) tem 120 dias para apresentar à Vara de Execuções Penais plano detalhado de obras. 

Cidades - Correio Braziliense
 



sábado, 21 de abril de 2018

Sérgio Cabral e Braga: regime diferenciado em Bangu

Sérgio Cabral e Hudson Braga (ex-secretário de Obras de Cabral) foram para Bangu 8, mas em condições mais duras do que imaginavam. 
Estão num regime diferenciado.

Domingo Peixoto

Só saem das celas por duas horas diárias. Em Benfica, por exemplo, as celas abriam às 8h, fechavam às 18h e eles circulavam. (Braga trabalhava na enfermaria).

Suas celas em Bangu têm quase nenhuma ventilação e a de Braga nem luz tem — iluminação só entra pela grade. Cada um dos presos fica numa ponta do corredor.

Lauro Jardim - O Globo

sábado, 1 de julho de 2017

O fortalecimento da delação premiada

Julgamento pelo STF da colaboração dos donos da JBS foi o mais sério risco que a Lava-Jato e todas as operações contra corrupção já correram

Durante quatro sessões, o Supremo Tribunal debateu com intensidade o acordo de delação premiada do grupo JBS — Joesley e Wesley Batista, principalmente o primeiro. Por ter resultado na denúncia do presidente Michel Temer, este acordo ganhou relevância. 

[a decisão do STF deixou na mão de uma única autoridade - o procurador-geral da República - o PODER de tomar decisões, incluindo conceder anistia a criminosos confessos, sem que sua decisão possa ser contestada junto ao Poder Judiciário.
Janot, anistiou Joesley Batista,  réu confesso em mais de dizendo crimes, e sua decisão só será examinada pelo STF quando da promulgação da sentença, em data não definida o que permitirá que Joesley esconda patrimônio e até mesmo troque de identidade.
Com a decisão do STF o procurador-geral a passa a ser a SUPREMA AUTORIDADE e mais uma vez fica claro que no Brasil, o CRIME COMPENSA.]

Justificava que o julgamento fosse acompanhado de perto, pois, na verdade, o que estava em questão era o instrumento da delação premiada, que tanto incomoda políticos de todos os grandes partidos, os acusados Lula, Aécio e Temer que o digam. Além de advogados e juízes.  Até agora, este julgamento representou o maior risco que a Lava-Jato e todo o combate à corrupção, também ao crime comum, baseados em colaborações premiadas, correram. Nem o projeto de lei contra abuso de autoridade, em tramitação no Senado, chegou tão próximo de invalidar tudo o que as instituições conseguiram até agora, desde 2013, contra corruptos. Quanto ao crime comum, registre-se que o importante desbaratamento de uma quadrilha de PMs que se associaram a traficantes, em São Gonçalo, só foi possível devido a uma delação premiada de um participante do grupo. Para que a Lava-Jato desmoronasse, bastaria que o Supremo aceitasse a tese do ministro Gilmar Mendes, seguido por Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, de que os termos do acordo firmado entre Ministério Público e denunciado pudessem ser revistos pela Justiça tão logo assinado.

Pode parecer um detalhe, mas longe disso. Na prática, se fixada esta jurisprudência, o próprio instrumento da colaboração em troca de atenuação de penas seria revogado, devido à enorme insegurança jurídica que pairaria sobre ele. Qual testemunha aceitaria colaborar, se os termos do acerto com o Ministério Público corressem risco de ser invalidados por um juiz ou um colegiado, a qualquer hora? Tanto quanto isso, seria aberta uma larga porta para a anulação, por meio de recursos judiciais, de acordos já consumados. Seria apagada dos registros judiciais toda esta repressão a criminosos de colarinho branco. As celas de Curitiba ficariam vazias.


No final, por oito votos a três — estes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio de Mello — consolidou-se a essência de pontos cruciais da Lei 12.850, de 2013, sobre organização criminosa e o combate a elas, em que se estabelecem regras para a contribuição premiada.

Os pontos: o acordo é negociado entre o MP e o colaborador, cabendo ao juiz apenas checar aspectos formais do acerto feito (“regularidade, legalidade e voluntariedade”); posteriormente, na promulgação da sentença, será avaliada a “eficácia” da delação. Neste momento, pode-se rever a sentença, por exemplo. No STF, estabeleceu-se que as ilegalidades que poderão anular os acordos são as descritas no Código de Processo Civil.
O instrumento da delação venceu duro teste. No final, recebeu apoio explícito da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia: “é um instituto essencial, muito bem-vindo à legislação penal”.

Fonte: O Globo -Editorial