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quinta-feira, 6 de julho de 2023

No Brasil, as cotas serviram para acabar com a universidade - Bruna Frascolla

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Gazeta do Povo - VOZES

 Progressismo

Milton Santos no Roda Viva. Um egresso da Universidade Federal da Bahia dos tempos em que ela era uma universidade de elite.| Foto: Reprodução do Youtube/Roda Viva

As cotas raciais caíram na sua terra natal, os EUA, graças a uma decisão da Suprema Corte. Como o Brasil é uma espécie de quintal dos EUA, em tese seria de esperar que caísse aqui também, e pelos mesmos moldes: decisão do STF
Nos EUA as grandes decisões morais são tomadas pela Suprema Corte afastada do povo; no Brasil, idem, só que por um STF que é conhecido demais por boa parte do povo.
 
Longe de mim saber o que está acontecendo nos bastidores dos EUA, mas num curto espaço de tempo caíram dois pilares do progressismo: a impossibilidade de proibir o aborto e a possibilidade de usar a raça como critério de admissão
Foram juízes indicados por Trump. Por que essas decisões saíram agora e não antes? Não sei. Haverá uma crise interna na tecnocracia dos EUA, ou tais decisões estavam previstas? Não sei.

De todo modo, é preciso observar que as cotas raciais do Brasil e dos EUA são bem diferentes e atendem a propósitos distintos. Nos EUA, as recém-extintas cotas serviam ao propósito de colocar o negro em posição inferior.  

No Brasil, as cotas serviram ao propósito de destruir a universidade pública.

    Na expressão de Sowell, o negro fica sempre mismatched (descasado) em relação à turma. É mais fácil dizer que as quotas nos EUA desenharam um sistema que garantia ao negro o posto de burro da sala.

Comecemos pelos EUA. O país tem um vestibular nacional único chamado SAT, do qual o nosso ENEM é imitação
Tal como aqui, instituições diferentes têm notas de corte diferentes – e as notas de corte das quotas são diferentes das notas de corte normais. 
O SAT é uma prova criada para refletir o QI. Digamos que um branco e um negro tenham o QI 100: o negro de QI 100, graças às quotas, ia para uma sala onde os brancos tinham um QI superior ao seu, enquanto que o branco de QI 100 ficará entre pares – sentindo-se superior, porém, ao cotista de QI inferior que, graças à política de quotas, era negro. 
Na expressão de Sowell, o negro fica sempre mismatched (descasado) em relação à turma. É mais fácil dizer que as quotas desenharam um sistema que garantia ao negro o posto de burro da sala. 
A única possibilidade de escapar disso seria ter uma nota altíssima, que colocasse qualquer um (independente da cor) no curso com a nota de corte mais alta de todas. Mas aí seria, naturalmente, exceção, já que nem todos podem estar no topo do pódio. A menos que esteja no topo do pódio, o negro sempre estaria na posição de inferioridade intelectual entre os colegas.
 
A polêmica obra The Bell Curve alegava que o QI decide o sucesso profissional e financeiro de um indivíduo nos Estados Unidos. 
Essa é uma afirmação bastante parcimoniosa, já que lá o diploma importava muito, e o acesso ao diploma era mediado pelo QI
Um efeito colateral previsível, inclusive, é o sucesso dos orientais, que costumam se sair melhor em testes de QI e açambarcam as vagas nas melhores universidades – que passaram então a fazer provas de personalidade para excluir os orientais, aflitos com a “sobre-representação” (o excesso) de orientais mais ou menos como os alemães se afligiam com a “sobre-representação” de judeus nas universidades.  
Se a obra The Bell Curve estiver correta, a política de cotas serviu precisamente para que o QI de um indivíduo negro fosse obstado pela sua raça.

Se as cotas raciais dos EUA eram anti-negro, podemos dizer que as cotas no Brasil – raciais ou não – são anti-universitárias.  A implementação das quotas aqui se deu no quadro mais amplo do Reuni, o Plano de Reestruturação do então ministro da Educação Fernando Haddad. Uma das primeiras medidas foi substituir a pluralidade de vestibulares locais por um exame único nacional: o ENEM, que deixou de ser uma avaliação do Ensino Médio e passou a ser o SAT brasileiro.

Diferentemente dos EUA, o Brasil até hoje não tem uma classificação racial clara e burocrática da sua população. Antes das cotas e depois das cotas os negros entraram na universidade sem usar cotas. À época da implementação das cotas, tentou-se criar um sistema de identificação racial de todas as crianças ainda no ensino básico (Demétrio Magnoli registrou isso na coletânea Divisões Perigosas). 
No sistema vigente, quem pleiteia uma vaga de quotas raciais precisa passar por um tribunal racial, que irá aprová-lo ou não. 
Ser considerado negro por uma banca não é garantia de nada; cada tribunal tem autonomia para dar um veredito diferente, de modo que a cada vestibular se pode ganhar, do Estado, uma classificação racial diferente. Há nesta Gazeta uma matéria preciosa detalhando o funcionamento de tal instituição-jabuticaba.

    No caso brasileiro, as cotas são uma seleção negativa de QI.

Quem viveu a mudança do vestibular para o ENEM há de se lembrar que uma das promessas do novo método de acesso era acabar com o decoreba para criar uma prova que qualquer pessoa inteligente e bem alfabetizada pudesse responder só com base no texto. 
Eu tenho memória privilegiada nesse quesito porque peguei os anos finais do vestibular como método de acesso à UFBA e era filha de professora de colégios particulares prestigiosos. Então eu me lembro bem disso. 
E uma prova que não precisa de decoreba porque pessoas inteligentes resolvem é isto: seleção segundo o QI. No caso brasileiro, seleção negativa de QI.
 
As federais hoje reservam incríveis 50% das vagas para as cotas. Seja você um branco rico que estudou em escola de elite, ou um preto pobre que estudou numa escola pública ruim, se você tirar uma nota boa no ENEM, você não entra por cotas e preenche as vagas de acesso livre, ou seja, a outra metade das vagas. 
Só se você não conseguir uma nota boa, é que vai usar suas cartas junto à burocracia – cartas essas que incluem a raça, mas não se limitam a ela; e que são variáveis de universidade para universidade
Por exemplo, além das quotas estritamente raciais (que são julgadas por tribunais), pode haver quotas para quilombolas, índios de aldeia, deficientes… Criam-se assim sinecuras para atestar, driblando o tribunal racial da universidade, que tal aluno é um quilombola ou índio aldeado, comprando certificados de lideranças.

Seja como for, o Reuni acabou com o vestibular rigoroso que cobrava conhecimentos da história local e substituiu-o por uma prova centralizada que exige QI e conhecimento do politicamente correto… para destinar metade das vagas aos burros. Um curso é feito de professores e alunos. O Reuni se certificou de que a universidade pública deixasse de ser a universidade de elite. Foi sabotagem. Quem ganha com isso? Logicamente, as corporações transnacionais de uniesquinas, que têm dinheiro para comprar políticos. Mas os vilões mais em evidência são os demagogos de esquerda, os docentes apedeutas e os discentes oligofrênicos. São vilões reais, ainda assim, é preciso dar a eles a sua real dimensão.

A direita liberal aponta o funcionalismo como o grande ganhador. Esta é uma meia verdade. A parte do funcionalismo que já tinha emprego antes do Reuni não ganhou nada; é mais fácil ter perdido por causa do congelamento de salários.  
No entanto, como o Reuni inchou o funcionalismo, podemos dizer que a maior parte desse funcionalismo que está aí hoje de fato ganhou com a destruição da universidade, pois deve o emprego à abertura exagerada de concursos. 
Um dos meus primeiros textos para esta Gazeta foi justamente para explicar que concurso docente é tudo menos impessoal
Aí entrou um monte de lacrador uspiano nas federais do Brasil todo.
 
Mas o fato mais importante é que os docentes, enquanto classe, se enfraqueceram com o Reuni. 
O professor universitário não pode mais ter ares de aristocrata independente; a classe agora é mais numerosa, menos remunerada, menos inteligente e, sobretudo, menos autônoma, porque o ambiente institucional foi tomado pela esquerda lacradora.  
Os bons professores se autocensuram porque temem a administração e o linchamento dos alunos burros.


    O que resta à maioria da população é a dívida estudantil, um problema crônico dos EUA que Haddad vigorosamente importou para cá ao mesmo tempo em que destruía a universidade pública. Há quem creia que isso é coincidência.

O professor que ganhou com o Reuni é um insignificante. Outro insignificante que ganhou foi o rentista pobre, um tipo social novo, criado pelo liberalismo (“imposto negativo”), que não quer saber de trabalhar e vive catando auxílio aqui e ali. 
É tanta bolsa que os alunos de federal recebem que é constrangedor perceber que as reitorias agora só falam de dinheiro. Ninguém mais quer estudar.
 
O Reuni começou a ser implementado em 2008; lá se vão quinze anos
De lá para cá, as universidades públicas deixaram de ser cobiçadas pelas famílias de classe média e média alta. Agora, quem pode, paga para os filhos irem estudar em universidades particulares caras de São Paulo
E o pobre dedicado, que já perdeu a escola pública boa na década de 70, perdeu a universidade pública boa nos anos 2010
Não tem mais como ascender por meio da educação pública em seu estado de nascimento.
 
O que resta à maioria da população é a dívida estudantil, um problema crônico dos EUA que Haddad vigorosamente importou para cá ao mesmo tempo em que destruía a universidade pública
Há quem creia que isso é coincidência. Eu, não. A marcha globalista sobre as universidades é real; essa marcha é ligada ao mercado financeiro (Soros não é exatamente um funcionário público); e ao cabo o que ela conseguiu, em 15 anos, foi fazer uma mídia amestrada comemorar a redução da carga horária do curso universitário mais antigo do Brasil.
 
De um lado, a esquerda americanizada diz que é racismo esperar que gato, cachorro, papagaio e periquito não entrem nas universidades públicas e combate a ideia de que deva existir uma elite intelectual no país. 
De outro, vulgata liberal da direita repete que os problemas do Brasil se resumem ao Estado, sem atentar à destruição da vida universitária brasileira concomitante ao ingresso do capital transacional no ensino superior.  
Meus senhores, sem investimento do Estado em pesquisa, não haveria agronegócio no Brasil! 
Vocês estão trocando Paolinelli por Lemann e acham bonito. 
É preciso superar essa terra arrasada e reerguer a ciência nacional.
 

 Bruna Frascolla, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A CONTA DO CRIME – Furto de energia em áreas violentas afeta caixa de distribuidoras no Rio

Nota DefesaNet

As consequências da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPDF) 635, que proibiu as ações policiais nas comunidades(Favelas) do Rio de Janeiro.

O ministro Fachin no alto de sua veia marxista-leninista plantou um problema, que custará caro para a sociedade carioca e também nacional.

Junte a isto as ações dos partidos de esquerda e ONGs que pleiteiam, com apoio do Comandante do Exército a desativação das Forças Especiais Militares e Policiais.

LEIA TAMBÉM:

No caso da Light, perdas com ‘gatos’ chegam a 54% e ameaçam futuro da concessão. Especialistas defendem colaboração de vários órgãos para combater o problema

O furto de energia elétrica no Rio de Janeiro está corroendo as finanças das concessionárias que atuam no setor, Light e Enel. O problema cresce principalmente em razão das falhas nas políticas de segurança pública para impedir o domínio de áreas urbanas pelo crime organizado, o que costuma vir acompanhado da cobrança de taxas por serviços ilegais e de obstáculos ao trabalho de concessionárias.

Entre 2017 e 2021, as perdas de energia das distribuidoras com “gatos” em residências e pequenos comércios subiram de 13,9% para 14,8% no país. O problema é mais agudo no Rio. Na Light, o salto foi de 37,2% para 54% no período, ficando atrás apenas de duas empresas da Região Norte. Na Enel Distribuição Rio, foi de 24,8% para 31,4%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

As concessionárias sustentam que metade dessas perdas vem de áreas onde estão impedidas de entrar pela criminalidade. Furtar energia é crime passível de prisão, mas está cada vez mais disseminado no cotidiano de áreas marcadas pela ausência do Estado.

Na Rocinha, Zona Sul do Rio, onde a equipe do GLOBO encontrou dois técnicos da Light em uma das principais vias da comunidade na última quinta-feira, há emaranhados de fios entre os postes que não são removidos. Um cenário parecido foi visto em Rio das Pedras, na Zona Oeste. No trecho conhecido como Areinha, os “gatos” de luz se misturam à fiação de outros serviços.

Uma liderança comunitária ouvida sob anonimato conta que, como em outras favelas do Rio, sempre houve “gato” ali. A diferença é que, antes, não havia intermediação da milícia. Agora, esses grupos paramilitares cobram pela luz desviada de R$ 50 a R$ 100 ao mês, ela conta. Para muitos moradores, há o incentivo de pagar menos num quadro de inflação alta.

Uma moradora de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, diz que desligou o relógio da Light quando a conta chegou a R$ 600: Alguma coisa estava sobrecarregando nossa demanda de energia, como se tivéssemos um frigorífico no quintal.

Gato’ vira ‘oportunidade’

Os “gatos” também abastecem pequenos comércios e camelôs, que puxam pontos da rede no meio da rua. Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, diz que fábricas de gelo buscam áreas de milícia para escaparem do custo da energia com “gatos”. Em São João de Meriti, uma moradora conta que há furto de energia “da padaria à igreja”.

Um morador do Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, usuário de “gato” há dois anos, diz saber que o furto de energia acaba onerando quem paga conta de luz, mas resolveu ficar do outro lado para aliviar o bolso: “Ou você paga a conta por causa do gato dos outros ou adere para não sofrer também.”

O “gato” também é usado em áreas nobres ou no asfalto de classes média e baixa. A diferença é que, fora de zonas de risco, as concessionárias podem atuar para cobrar.

Uma moradora de Irajá, na Zona Norte do Rio, admite ser usuária de “gato” há 27 anos. Ela diz que a maioria das casas de sua rua furta energia. Todos querem usar ar-condicionado, mas a tarifa cara e a falta de fiscalização deixam os serviços clandestinos mais atraentes: — Aqui tem essa “oportunidade” de pessoas que vêm fazer o gato e cobram barato.

As distribuidoras de energia podem repassar parte do prejuízo com perdas para as contas de luz dos que pagam, mas até um patamar definido pelo regulador. O resto é prejuízo.

A parcela das perdas por furto de energia que fica com as distribuidoras está crescendo. E há o problema das áreas de restrição, notadamente no Rio. As metas regulatórias estão ficando impossíveis de serem atingidas, levando a discussão para a Aneel — diz Marcos Madureira, presidente da Abradee, que reúne as distribuidoras de energia do país. — Para ter o benefício da tarifa social de energia, o consumidor tem de ter a ligação formal à rede. Precisamos de políticas para reincorporar essas áreas criminalizadas, olhar o que está onerando a conta de luz, coibir perdas e cortar subsídios.

Na semana passada, a Light, que atua em 31 dos 92 municípios do Rio de Janeiro, abastecendo 11,6 milhões de pessoas, informou à Aneel que não tem geração de caixa suficiente para manter a sustentabilidade da concessão, sobretudo pelo furto de energia. Em setembro de 2022, as perdas da empresa bateram 53,7%. Mas a regulação do setor só fixa um limite de 40,9% para perdas que podem ser repassadas às tarifas. Este teto existe para incentivar que as empresas busquem mais eficiência. Procurada, a Light não quis falar sobre o tema.

A Enel Distribuição Rio tem três milhões de clientes em 66 municípios do estado, no total de 7,1 milhões de pessoas. Anna Paula Pacheco, presidente da empresa, traduz em números o avanço do problema:

Em 2004, tínhamos 7,4 mil unidades consumidoras em áreas de risco. Em 2021, eram 470 mil. Isso equivale a 15% dos consumidores. É muito relevante. Nessas áreas, dois de cada três consumidores furtam energia.

Além da perda, diz Anna Paula, a dificuldade de operar nessas áreas prejudica a qualidade do serviço prestado e eleva a inadimplência, punida com corte, o que não pode ser feito sem segurança para enviar um técnico ao local. A Aneel define o limite de perdas para incentivar a concessionária a ser mais eficiente, mas a executiva diz que isso não é viável:

— Entre melhorar a sustentabilidade da concessão e proteger o colaborador, às vezes recebido a bala, optamos pelo funcionário. É preciso discutir com o poder concedente, governo estadual e agência, ou não se conseguirá manter o mesmo nível de serviço.

A concessionária paga o ICMS sobre as contas faturadas, mesmo as não pagas. E toda energia que distribui já foi contratada. Com isso, a conta cresce. Na ponta, o problema bate no bolso do consumidor. — Vira um looping negativo: quanto mais cara a conta de luz, mais “gato”, mais inadimplência e maior o custo para quem está pagando. A melhor solução é ter segurança. Sem ela, é preciso buscar outras. Um estudo amplo, analisando o efeito de diferentes variáveis nessas áreas de risco, pode ajudar a desenhar uma estratégia e fazer um projeto-piloto. Há recursos para isso. Mas leva tempo — diz Amanda Schutze, coordenadora de Avaliação de Política Pública com foco em Energia do Climate Policy Initiative, da PUC-Rio.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Quebrando o tabu: comentar Big Brother não é defesa de minorias - Gazeta do Povo

Madeleine Lacsko

Identitarismo Tóxico

Quebrando o tabu: comentar Big Brother não é defesa de minorias. A tese tóxica de que pessoas com vitiligo não são capazes de lidar com rejeição é um exemplo lapidar para você entender como o identitarismo funciona.

Começo pedindo mil desculpas se você gosta de Big Brother, eu tenho uma birra monumental. 
E não é pela baixa qualidade do entretenimento, mas porque precisaria piorar bastante para ser realmente boa diversão trash. O morno se vomita, gosto de quente ou frio. Vou exemplificar com casos reais para deixar ainda mais claro.

Esta é uma semana em que estou muito feliz porque um amigo que entende de ópera se dispôs a me explicar operetas de compositores húngaros. Estou maravilhada com a versão alemã de Gräfin Mariza. Também me diverti muito assistindo ao canal do Edinaldo Pereira no YouTube e vendo trechos de "A Casa dos Desesperados", de Sergio Mallandro. Para mim, ela é muito melhor que o Big Brother.

No meio disso tudo, acabei perdendo a paciência com esse mercado do identitarismo, que cria teorias malucas para que o parque de areia antialérgica possa se sentir revolucionário. Tudo tem limite. Para mim, o limite é quando eu perco a paciência e foi hoje. O site de bom-mocismo para elites metropolitanas Quebrando o Tabu conseguiu a façanha com uma postagem sobre Big Brother.

Parece para você uma defesa exagerada de minorias?
Pois eu te digo que é o oposto, como todo identitarismo. O único resultado é a proteção psicológica de filho de rico que quer se sentir revolucionário mas tem preguiça de fazer revolução. É uma postagem mais do que superficial ou negacionista, é perversa. A mensagem que passa para quem realmente tem problemas para lidar com rejeição é cruel, a pior possível: diz que fica cada vez pior e o único jeito é ninguém mais te rejeitar.

Pense no primeiro e no último fora que você levou na vida.
Independentemente de qual tenha sido o mais dolorido, com qual deles você teve mais facilidade para lidar? Pois é, nós aprendemos com erros e traumas, é isso o que mostra a psicologia. Obviamente o sofrimento também traz consequências ruins. E isso pode ser superado com ajuda, como comprova a psicologia.

O Quebrando o Tabu resolveu dizer a todas as meninas com vitiligo que serão eternamente rejeitadas e vão ficar cada vez mais feridas com isso. Passou uma mensagem tóxica e negacionista para lacrar. Eu vou fazer o oposto. Vou dar a informação que vem da ciência para que nós possamos estender a mão a quem sofre com rejeição ou com a própria aparência. Essas pessoas não estão sozinhas e a ciência já evoluiu o suficiente para que elas possam proteger sua saúde mental.

Há pessoas que sofrem demais com rejeição de qualquer tipo. Não são necessariamente as que são mais rejeitadas. Somos humanos, não tamagochis. É possível que uma pessoa sofra demais com rejeição sem passar tanto por isso e vice-versa. Ocorre que este sofrimento hoje é desnecessário. Já há diversas terapias comprovadas para aprender a lidar com rejeição.

Se é o seu caso ou se você conhece alguém nessa situação, sugiro a leitura do livro "The Coddling of The American Mind", do psicólogo Jonathan Haidt, que eu cito bastante e foi uma das leituras mais esclarecedoras que já fiz. Ele fala muito sobre uma terapia comum que ajuda demais quando a pessoa sofre demais com traumas reais, a Cognitivo-Comportamental. Também explica que é possível entender esse sofrimento e se libertar da paralisia ou descontrole a cada lembrança.

Pessoas que têm problemas com a aparência às vezes pensam que vão viver sofrendo eternamente a cada olhar torto.  
O ideal seria as pessoas não olharem feio para quem é diferente ou tem deficiência, mas é possível? Não. O olhar torto será constante, infelizmente. 
Ocorre que é possível proteger a saúde mental de quem passa por isso. Sugiro vivamente que leiam os livros do meu querido amigo José Luiz Tejon. É uma inspiração para quem sofre virar a mesa.

Tejon teve o rosto queimado com uma lata de cera que explodiu no quintal quando tinha 5 anos de idade. Não queria nunca mais sair de casa. Pessoas com marcas bem menores costumam ter uma postura encolhida, acanhada, tentam esconder quem são para que os outros não olhem estranho. Ele não. Descobri isso quando a queimadura dele e a minha distração constante se encontraram pela primeira vez. Eu estava preparando uma pauta, fui apresentada ao Tejon, que é professor em diversas universidades e palestrante talentosíssimo. Estava sentada olhando o computador, ele sentou-se ao lado e começou a me ajudar. Quem me conhece sabe que pode cair o mundo e eu continuo no livro ou no computador.

Depois de um tempão trocando ideias, olhei para ele pela primeira vez. "Você tem a cara queimada, Tejon?" - quando eu vi, já tinha saído e exatamente desse jeito. Morri de vergonha. Fui tentar corrigir. Ele gargalhou do meu embaraço. Então me contou toda a história dele, dos livros, de como esse acidente que marcou a aparência ajudou a forjar o caráter porque ele teve ajuda para lidar com o trauma. Acabei fazendo o prefácio de um dos livros dele, "Guerreiros Não Nascem Prontos".

O mais engraçado é que os identitaristas vivem falando do tal "lugar de fala". Para falar sobre como é ter vitiligo e levar um fora você precisa ter vitiligo e ter levado um fora. Em tese, eu não poderia comentar sobre isso. Mas, por que o Quebrando o Tabu pode? E sem nem ouvir quem tem vitiligo? Porque identitarismo é um produto de luxo, o freepass do grande defensor de fracos e oprimidos. Já eu, que sou fascista, prefiro ouvir quem tem vitiligo, como essa moça:

E por que uma publicação que diz defender minorias lança ao público uma teoria negacionista que prejudica a saúde mental dessas minorias? Porque o identitarismo não é defesa das minorias, é um produto de luxo para elites metropolitanas. E se prejudicar as minorias, não tem problema. Elite metropolitana não é minoria, então tudo bem. O pessoal é encostado, superficial e egoísta? É, mas não quer se sentir assim nem mudar. 
Então o Quebrando o Tabu ensina que ver Big Brother é ser revolucionário. Pronto!

Mas o revolucionário não pode ver Big Brother? E quem vê Big Brother não pode comentar que gostou o não do fora que o rapaz deu na moça? Claro que pode! Só não pode dizer que isso é fazer militância ou defender minorias porque não é. Trata-se apenas de ver entretenimento lixo e entreter-se conversando sobre ele com quem faz o mesmo.

Eu assumo que gosto mesmo de entretenimento lixo como DNA do Ratinho e a Casa dos Desesperados de Sergio Mallandro. Tenho direito, ué, qual o problema? 
O pessoal do Quebrando o Tabu tem vergonha de ser quem é, então precisa fingir que vê Big Brother porque defende minorias em programas de grande audiência. 
Eu vou dizer então que vejo Ratinho e Sergio Mallandro porque rejeito a universalização da visão eurocêntrica de entretenimento e prefiro produções latinoamericanas.

Se você está precisando fazer uma grana, não vou julgar. Termino o artigo com uma pequena aula sobre como ganhar a vida enganando otário que tem pai rico. Uma alternativa é começar a xingar todo mundo que vê Big Brother dizendo que estão contribuindo para uma massificação do entretenimento eurocentrado. É preciso descolonizar a indústria do espetáculo.

Big Brother é uma criação da holandesa Endemol. Além de propagar os valores e o estilo de entretenimento do colonizador, ainda faz com que as culturas originárias percam o espaço na grade de programação das emissoras de seus próprios países. Em vez de um Chico Anysio e um Jô Soares, temos dona Endemol branca de olhos azuis dando as cartas. Eu só vejo DNA do Ratinho por isso, porque sou uma revolucionária.

E como ganha dinheiro com isso? Simples, tem que mirar em quem é rico e mencionou ou curtiu qualquer coisa do Big Brother. Junta uma turma de desocupados precisando de grana igual você e começa a xingar a pessoa. Ela tem de ser fascista e nazista porque está perpetuando o modelo opressor de entretenimento do colonizador, impedindo que as próximas gerações valorizem a cultura local. Daí, você começa a oferecer consultoria de letramento em descolonização. Contratou, a gangue para de xingar. Se você for pessoa honesta, ao ganhar sua primeira bolada, compartilhe a comissão comigo. Obrigada.

Madeleine Lackso, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

MG: Jovem confessa ter enterrado a mãe ainda viva no quintal de casa - GO: Mãe e filho são executados dentro de casa

MG: Jovem confessa ter enterrado a mãe ainda viva no quintal de casa

Mulher de 57 anos estava desaparecida desde março em Igarapé, na Grande BH; indícios confirmam tese de que ela foi enterrada viva 
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu nessa quinta-feira (20/5) um rapaz de 23 anos suspeito de matar e enterrar a própria mãe em Igarapé, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo foi encontrado pelos agentes no quintal da residência dela, situada no Bairro Jequitibá. Segundo a corporação, o filho da vítima confessou o crime. Há indícios de que a senhora tenha sido enterrada viva.

O corpo da pensionista Ronalda dos Passos de Morais foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros próximo a um pé de abacate. De acordo com a polícia, ela estava desaparecida desde 14 de março. Familiares da mulher chegaram a contratar detetives particulares para desvendar o desaparecimento dela.

Conforme a PCMG, o filho da vítima teria confessado o assassinato durante uma consulta com o psicólogo. Um irmão dele relatou aos agentes que o jovem sofre de transtornos psiquiátricos, é usuário de drogas e mantinha uma relação conturbada com Ronalda, permeada por agressões. Conduzido à delegacia, o suspeito já foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça. Ele deve responder por homicídio e ocultação de cadáver.

Mãe e filho são executados a tiros em casa, no Jardim Ingá (GO)

Segundo a polícia militar, a mãe morreu no local, e o filho foi socorrido, mas morreu na UPA

 Uma mulher de 46 anos e seu filho, 20, foram encontrados mortos, no Jardim Ingá, no município de Luziânia (GO), Entorno do Distrito Federal. De acordo com a Polícia Militar do Goiás (PMGO), as duas vítimas foram baleadas na noite desta quinta-feira (20/5). A Central de Operações da Polícia Militar (Copom) foi acionada por volta das 17h41. As viaturas se deslocaram até o local onde, possivelmente, teriam duas vítimas de arma de fogo, sendo mãe e filho.

De acordo com a corporação, no local, a equipe se deparou com corpo da mãe, identificado como Maria, no chão, em frente ao portão da residência. Ela foi atingida com dois disparos na cabeça. Já o filho, identificado como Thelmysson, também atingido por disparos, chegou a ser socorrido e oi encaminhado para a unidade de pronto atendimento (UPA) do Jardim Ingá, por populares que estavam no local. A equipe policial tomou conhecimento que o jovem socorrido morreu.

No local, os policiais descobriram, através de moradores da região, que um veículo de cor branca foi até a residência horas antes. Um homem, desceu do carro e foi em direção a Maria disparando os tiros. De acordo com informações dos populares, após atingir a mãe, o autor entrou na residência e atirou em Thelmysson. O autor saiu da residência entrou no veículo e tomou rumo desconhecido. A PMGO fez diligências nas proximidades, com o intuito de encontrar o autor do crime. Até a publicação desta matéria ninguém foi preso.

Correio Braziliense


domingo, 4 de outubro de 2020

Esquerda entreguista [e estúpida] aplaude ameaças de Biden. Chego a ter saudades do Brizola

Alexandre Garcia 

Amazônia

Havia tempos em que o presidente dos Estados Unidos julgava que o Brasil era o quintal deles. Pois, o candidato democrata à presidência dos EUA, Joe Biden, expressou isso no debate da última quarta-feira (30) à noite. Biden nos ameaçou com sanções econômicas e falando que vai internacionalizar a Amazônia. Além disso, tentou nos humilhar oferecendo dinheiro para ajudar na preservação da Amazônia. Ele está achando que isso aqui é um quintal. [esse candidato americano, escalado para perder, certamente não foi orientado que para  internacionalizar a Amazônia é necessário primeiro invadi-la - guerra sem quartel, metro a metro (sem poder usar armas atômicas = por muitos e muitos anos a imensa floresta, nossa, dos brasileiros, seria um deserto radioativo.

Bombas convencionais, de grande capacidade explosiva, mataria também os indígenas -  que os ambientalistas de gabinete e as ONGs vendidas, apoiados por presidentes de países colonialistas - dizem que querem manter vivos.
Biden é compatriota de Búfalo Bill, portanto... 

Quanto a sanções econômicas, apliquem a primeira e saberão que o Brasil é a  OPEP de alimentos, o celeiro do mundo, e alimentos são mais necessários que petróleo.

Se o primeiro a aplicar sanções for a Noruega, que não serão lá grande coisa, o Brasil já sairá ganhando - terá um motivo para expulsar empresas norueguesas que poluem rios no Pará.]

Eu lembro que a esquerda brasileira, no tempo em que era liderada por Leonel Brizola, era nacionalista e não entreguista. Hoje, boa parte da esquerda apoia o entreguismo da Amazônia.  Por isso, eu fico com o pé atrás quando vejo “coalizões” com banqueiros e supostos agropecuaristas para salvar a Amazônia. Além de ter brasileiros de esquerda fazendo uma propaganda de boicote a produtos feitos no Brasil. Infelizmente, o nacionalismo da esquerda brasileira acabou.

Kassio Nunes será indicado mesmo
O presidente Jair Bolsonaro confirmou a indicação de Kassio Nunes Marques para a vaga a ser deixada por Celso de Mello no STF. O desembargador foi nomeado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região por Dilma Rousseff, em 2011 — ele foi o mais votado da lista tríplice apresentada pela OAB.


Nascido no Piauí e advogado por formação, Nunes já trabalhou no Tribunal Regional Eleitoral e atualmente está no TRF-1, que tem sede em Brasília e atende um grande número de estados. Neste tribunal, ele obteve destaque por sua produtividade.

É conhecido por votos curtos, ou seja, estaremos livres de 40 a 50 minutos de leitura de voto em futuros julgamentos no STF. Provavelmente, ele vai demorar uns cinco minutos para dizer qual o voto dele. Além de ser conciso e simples, Kassio Nunes é católico e tido como conservador. Bolsonaro o conhece há mais de ano e gosta dele.

Antes de fazer a indicação, o presidente consultou ministros do Supremo e parlamentares do Senado. Apesar de o ministro Marco Aurélio dizer que há preconceito contra o presidente dentro do STF, Bolsonaro deu aos preconceituosos um exemplo de harmonia e respeito à independência entre os poderes ao consultá-los. Bolsonaro disse que não considera que o STF vá hospedar alguém do círculo dele, que é fechado, de assessores e ministros. [por ser um gesto político a consulta do presidente ao STF, desnecessária, já que o presidente é a autoridade competente para indicar nomes para integrar o STF - pela mesma razão expressamos o nosso entendimento, mas aceitamos a decisão soberana do presidente da República Federativa do Brasil].

[um adendo, de comentário sobre o futuro ministro:

“Hoje próximo à família Bolsonaro, Kassio Marques emergiu na magistratura, em 2011, via Quinto Constitucional, graças a uma articulação feita pelo governador do Piauí, Wellington Dias, do PT, de quem é amigo”; "A relação de Kassio com Wellington Dias transcende o lobby para a vaga de desembargador. Quando esteve no Senado, o petista empregou a mulher de Kassio Marques como assessora de seu gabinete. Maria do Socorro Marques segue na casa, agora lotada no gabinete do também piauiense Elmano Férrer, que acaba de trocar o Podemos pelo Progressistas de Ciro Nogueira.”]

No Senado aconteceu a mesma coisa. Bolsonaro nunca ultrapassou as fronteiras do Legislativo, novamente mostra exemplo de respeito à independência e harmonia entre os poderes. Um exemplo que, infelizmente, Paulo Guedes e Rodrigo Maia não estão seguindo. Os dois não param de trocar farpas. O presidente da Câmara chegou a comparar o ministro com a queda de Hitler. [o problema é que o deputado Maia não perde a mania de se intrometer onde não é chamado].

Enfim, a consequência desse bem-estar entre os poderes já se revelou na quinta-feira (1º). O governo ganhou no STF, por 6 votos a 4, o direito de vender refinarias da Petrobras sem a necessidade de consulta ao Congresso. O governo conseguiu a vitória, apesar do voto do relator do processo, Edson Fachin, votar contra o pedido. Entre as refinarias que serão vendidas está a malfadada Abreu e Lima, de Pernambuco.

Rosa quer explicações do Conama
A ministra Rosa Weber está pedindo explicações sobre o cancelamento de resoluções de normas de proteção ambiental, por decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), já que o órgão é de execução e não legislativo. O pedido foi feito pelo PT. Mas a notícia foi deturpada em alguns portais. Disseram que a ministra deu 48 horas para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explicar, mas a ordem foi para o Conama, que tem 23 integrantes e deliberou sobre o assunto. [atualizando: a Segunda Instância da Justiça Federal já determinou o cancelamento da liminar que pretendia impedir o Conama de deliberar sobre o Meio Ambiente.

Uma boa providência seria o Conama, destinatário da ordem da ministra, anexar seu Regimento à resposta].

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes