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domingo, 7 de janeiro de 2024

A insensatez abunda - Percival Puggina

          A exigência de visto para entrada no Brasil de turistas procedentes do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos começa a valer a partir do dia 10 de janeiro.

O governo brasileiro é pilotado por pessoas com cabeça de militante de centro acadêmico
O pessoal preserva suas saudosas memórias da UNE e mantém seus automáticos alinhamentos antiamericanistas, anticapitalistas e anti-imperialistas. 
Prefere o impávido e exitoso modelo cubano ao do inimigo ianque, tornando inevitável à preservação da honra nacional que a reciprocidade se impusesse: ou os brasileiros são dispensados do visto nesses três países ou vamos exigir visto dos turistas deles!
 
A moçada já grisalha, mas com o cérebro ainda deitado no colchão do centro acadêmico, ficou eufórica: “Agora eles vão ver o que é bom para a tosse!”. Só que o prejuízo será nosso. 
A medida vai afetar o setor turístico porque embora a entrada de canadenses e australianos seja inexpressiva, a de norte-americanos chegou próxima dos 500 mil no ano de 2023.
 
O topete e a presunção desaparecem quando nos propomos uma simples questão: quantos cidadãos desses três países tentam permanecer clandestinamente no Brasil? Ah, pois é
E quantos brasileiros, você conhece que já estão vivendo nos EUA, no Canadá e na Austrália.? Ah, pois é.
 
Aliás é bom que o fã clube nessa turma também saiba: o Brasil está longe de ser considerado um país atrativo no grande negócio do turismo internacional. 
Vir ao Rio de Janeiro, por exemplo, é turismo de aventura, tipo Gaza em versão dietética, e os criminosos fazem questão de proporcionar seus espetáculos na “safra” de verão, reforçando a mensagem que diz – “Não venham!”. 
Então, quando tudo corre bem, o Brasil recebe 6% do número de turistas que visitam a França ou a Espanha e 10% dos turistas que vão à Nova Iorque. E olha que temos espaço para acomodar nossos visitantes!

A insegurança em que vivemos foi cuidadosamente cultivada por sucessivos governos de esquerda que viram a criminalidade como agente da revolução social, a ser paparicada como se parceira de causa fosse. Nossa atual condição de pária internacional em virtude das parcerias do petismo com governos criminosos só veio complicar mais a situação.

O turismo brasileiro fica, então, na grande dependência dos glúteos femininos rebolando nas praias e no carnaval. A insensatez abunda.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

domingo, 30 de abril de 2023

Os danos à imagem do Brasil - Governo Lula transformou a si mesmo em inimigo da Ucrânia

Vilma Gryzinski

Festival de atrocidades sobre política externa não acontece por acaso

Posto em sossego na cama de 42 000 reais, talvez o presidente Lula tenha deixado de pensar “toda noite” nos misteriosos motivos que levam os países a usar o dólar nas transações internacionais em lugar de uma moeda sólida e confiável como o peso argentino. 

Ou talvez tenha motivos de preocupação mais recentes, como a controvérsia sobre seu discurso aos parlamentares portugueses, uma reação às ofensas proferidas contra o país maciçamente favorável à Ucrânia, quando disse que Estados Unidos e União Europeia “incentivam” a guerra. 
Deixar como marca de uma viagem a um país tão amistoso como Portugal a compra de uma gravata de 195 euros e o repúdio a um discurso ignóbil é um momentoso e autoinfligido fracasso de política externa. Cabeças frias do entorno presidencial devem entender muito bem isso. 
 
O presidente anterior permitiu, tolamente, que sua imagem internacional se transformasse na de vilão ambiental, quando bastavam umas coisinhas aqui e ali, como tantos hipocritamente fazem, para se passar por guerreiro da floresta. 
Mas a mancha colada agora à honra nacional, pela tomada de posição em favor da Rússia de Vladimir Putin, inutilmente desmentida, é mais grave. Ninguém precisa ser especialista em política internacional para entender que é errado torcer pelo equivalente, simultaneamente, a Darth Vader, Lorde Voldemort e Sauron, os piores elementos da cultura popular mundial das últimas décadas.

“O governo brasileiro transformou a si mesmo em inimigo da Ucrânia”

Experiências no campo da psicologia comportamental mostram que bebês de menos de 2 anos já têm senso de moral. Numa delas, criancinhas de 1 ano e 1 mês interagiam mais com os pesquisadores que premiavam “imparcialmente” adultos participantes do que com os que distribuíam com desigualdade os petiscos usados na encenação. 
Se até bebês entendem o que é certo e o que é errado, os pronunciamentos do presidente que responsabilizam a vítima, a Ucrânia, são produto apenas das escapadas aos discursos escritos, do narcisismo inerente aos políticos populistas, de um “desequilíbrio de parafuso”? Claro que não. 
É só ver de onde procedem as ideias sobre a “culpa” dos Estados Unidos e seus aliados europeus e a responsabilização da Otan
Quem sussurra no ouvido de Lula é Celso Amorim. 
O ex-chanceler e atual assessor especial é um diplomata culto, experiente e informadíssimo, provavelmente leitor de jornais alinhados com o apoio das esquerdas da Europa e dos Estados Unidos à Ucrânia, como The Guardian, El País e The New York Times. Mas a formatação antiamericana não tem jeito. 

A invasão da Ucrânia, disse ele numa entrevista em outubro passado, “tem como antecedente a expansão da Otan”. Condescendentemente, ele garantiu ter “consciência de como a guerra mexe com os nervos europeus”. Ou seja, reduz séculos de invasões russas, execuções em massa, deportações de milhões para a Sibéria, transferências brutais de população e eliminação de países inteiros como entidades nacionais a um ataque de nervos. Ah, esses europeus sensíveis que não entendem que o alinhamento com os Estados Unidos “é muito perigoso”.

Caros ucranianos, não acreditem em nada do que Amorim disser na viagem montada com Lula para ficar menos mal na foto
Encenar uma recepção diplomática faz parte do jogo, mas vocês já sabem: o atual governo brasileiro transformou a si mesmo, voluntariamente e sem necessidade, em inimigo da Ucrânia. E, consequentemente, da paz que alega promover.

Publicado em VEJA, edição nº 2839 de 3 de maio de 2023

Vilma Gryzinski,  jornalista, coluna Mundialista - Revista VEJA