A
exigência de visto para entrada no Brasil de turistas procedentes do
Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos começa a valer a partir do dia
10 de janeiro.
O governo
brasileiro é pilotado por pessoas com cabeça de militante de centro
acadêmico.
O pessoal preserva suas saudosas memórias da UNE e mantém
seus automáticos alinhamentos antiamericanistas, anticapitalistas e
anti-imperialistas.
Prefere o impávido e exitoso modelo cubano ao do
inimigo ianque, tornando inevitável à preservação da honra nacional que a
reciprocidade se impusesse: ou os brasileiros são dispensados do visto
nesses três países ou vamos exigir visto dos turistas deles!
A moçada já
grisalha, mas com o cérebro ainda deitado no colchão do centro
acadêmico, ficou eufórica: “Agora eles vão ver o que é bom para a
tosse!”. Só que o prejuízo será nosso.
A medida vai afetar o setor
turístico porque embora a entrada de canadenses e australianos seja
inexpressiva, a de norte-americanos chegou próxima dos 500 mil no ano de
2023.
O topete e a
presunção desaparecem quando nos propomos uma simples questão: quantos
cidadãos desses três países tentam permanecer clandestinamente no
Brasil? Ah, pois é.
E quantos brasileiros, você conhece que já estão
vivendo nos EUA, no Canadá e na Austrália.? Ah, pois é.
Aliás é bom
que o fã clube nessa turma também saiba: o Brasil está longe de ser
considerado um país atrativo no grande negócio do turismo internacional.
Vir ao Rio de Janeiro, por exemplo, é turismo de aventura, tipo Gaza em
versão dietética, e os criminosos fazem questão de proporcionar seus
espetáculos na “safra” de verão, reforçando a mensagem que diz – “Não
venham!”.
Então, quando tudo corre bem, o Brasil recebe 6% do número de
turistas que visitam a França ou a Espanha e 10% dos turistas que vão à
Nova Iorque. E olha que temos espaço para acomodar nossos visitantes!
A insegurança
em que vivemos foi cuidadosamente cultivada por sucessivos governos de
esquerda que viram a criminalidade como agente da revolução social, a
ser paparicada como se parceira de causa fosse. Nossa atual condição de
pária internacional em virtude das parcerias do petismo com governos
criminosos só veio complicar mais a situação.
O turismo
brasileiro fica, então, na grande dependência dos glúteos femininos
rebolando nas praias e no carnaval. A insensatez abunda.
Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org),
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.
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