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sábado, 17 de janeiro de 2015

Escola de jihadistas ou o risco de receber estrangeiros

Como são formados os jihadistas

A trajetória de radicalização dos irmãos Kouachi, responsáveis pelo atentado terrorista em Paris, é comum a muitos outros extremistas: começa num ambiente de pobreza e discriminação e se intensifica na cadeia, onde os muçulmanos são maioria

Cherif Kouachi tinha vinte e poucos anos e um subemprego como entregador de pizzas quando, em 2003, no auge da “Guerra ao Terror”, os Estados Unidos invadiram o Iraque. Filho de argelinos, o francês morava na periferia de Paris e tinha pouco apego ao islã até conhecer o grupo liderado por Farid Benyettou, uma espécie de guru de uma mesquita próxima. Os rapazes de famílias pobres, desestruturadas e de baixa escolaridade se uniram em torno de Benyettou para conversar sobre jihad, a guerra sagrada, e os abusos do Exército americano no Iraque. Alguns foram para a guerra lutar contra o inimigo ocidental. Cherif estava a caminho do Oriente quando, em janeiro de 2005, foi preso pela polícia francesa. De acordo com o jornal britânico “The Guardian”, ele foi descrito pelos advogados responsáveis pelo caso como um “jovem frágil com poucas ideias políticas reais, psicologicamente manipulado por uma seita.” Na época, Cherif disse ao júri: “Eu queria voltar atrás, mas estava com medo de parecer um covarde”.
ESCOLA DO TERROR - Apesar de representarem menos de 10% da população francesa, 60% dos quase 70 mil presos
nas cadeias do país são muçulmanos

É na prisão de Fleury-Mérogis, no sul de Paris, para onde Cherif foi mandado, que sua trajetória rumo ao extremismo encontra seu lugar, num caminho sem volta. Há duas semanas, ele ficou conhecido como um dos terroristas que invadiram a redação do jornal satírico “Charlie Hebdo”, em Paris, matando 12 pessoas. O outro era seu irmão, Said. Os dois foram mortos pela polícia na sexta-feira 9. No período em que ficou preso, até 2008, Cherif conheceu Amedy Coulibaly, morto depois de assassinar quatro reféns e um policial num supermercado judaico no leste de Paris, dois dias depois do atentado ao “Charlie”. A ação foi coordenada com os irmãos Kouachi. Coulibaly também estava preso em Fleury-Mérogis por assalto à mão armada. Lá eles conheceram Djamel Beghal, recrutador da rede terrorista Al-Qaeda. Naquele ano, Beghal foi preso na França por conspirar um ataque à Embaixada dos Estados Unidos em Paris. Como os Kouachi, ele também tem origem argelina.

Até o dia 7 de janeiro, esses quatro personagens faziam parte de um roteiro cada vez mais comum nos guetos muçulmanos de Paris e das outras grandes cidades europeias. Suas histórias, seus fracassos, seus encontros na prisão e a conversão para um tipo de islamismo cada vez mais radical não são exceção. São, cada vez mais, a regra entre jovens fracassados no processo de integração cultural e ascensão social, que encontram na religião e nos ensinamentos distorcidos do “Corão” a válvula de escape para suas frustrações.

Como acontece com os negros no Brasil e nos Estados Unidos, os muçulmanos são super-representados no sistema prisional francês: correspondem a 60% do total de 66 mil presos, mas não são nem 10% da população geral. Na semana passada, o governo francês informou que 1,4 mil de seus prisioneiros têm tendências extremistas, 152 são considerados islâmicos totalmente radicais e, entre eles, 87 integram organizações terroristas. A ministra da Justiça, Christiane Taubira, aproveitou a ocasião para anunciar um plano de contenção do radicalismo nas penitenciárias. A ideia é isolar os extremistas e treinar os clérigos que visitam as cadeias para ter um discurso mais moderado. A escassez desses religiosos, aliás, é um dos fatores que transformam as prisões em campo fértil para a leitura do “Corão” ao pé da letra. Na França, há 182 clérigos muçulmanos e cerca de 700 cristãos, segundo a agência Reuters.

O contexto por trás do encarceramento envolve uma parte da população que, apesar de ter nascido na França e possuir a cidadania europeia, não se vê integrada à sociedade ocidental. Obrigados a viver nas habitações populares dos “banlieues”, nos subúrbios de Paris, onde a média de desemprego é maior que o dobro do índice nacional, esses franceses são, em geral, filhos ou netos de imigrantes – a maioria vem de antigas colônias como Argélia, Marrocos e Tunísia. O fluxo migratório do início do século XX levava mão de obra da África para a Europa. “Havia um entendimento entre os europeus de que essas pessoas só iriam trabalhar, a intenção nunca foi de uma ocupação permanente”, disse à ISTOÉ Demetrios Papademetriou, presidente do Instituto para Política Migratória (MPI, na sigla em inglês), na Europa, de Bruxelas. “Mas os trabalhadores naturalmente levaram suas famílias e seus costumes. Quanto mais eles se sentiam isolados, agredidos, sem as mesmas oportunidades, mais eles se fechavam em suas comunidades e desafiavam a maioria.” Segundo o MPI, para muitos franceses, os bairros com alta concentração de islâmicos e escolas segregadas funcionam como “sociedades paralelas".

"A integração fracassou”, diz Mohammed ElHajji, professor de comunicação e especialista em questões migratórias e culturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Nos anos 80 e 90, os imigrantes recorreram às antenas parabólicas para manter os laços com sua terra de origem. Agora a internet cumpre esse papel”, diz ele, um marroquino radicado no Brasil. Há dez anos vivendo em Paris, o tunisiano Nassim Touns, 31 anos, se sente ainda mais discriminado depois do atentado ao “Charlie Hebdo”. “É como se fôssemos cidadãos de segunda classe”, disse à ISTOÉ. Formado em comércio internacional e economia em seu país, Touns trabalha hoje como pintor de uma empresa subcontratada pelo Grupo Carrefour para reformar as lojas da rede varejista. Ele diz que não sai de Paris porque tem dois filhos – franceses – e que até na Tunísia é difícil encontrar emprego. “Eles preferem ‘francês-francês’.”

Na França, essa “preferência” já foi medida. Um estudo de 2011 da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, concluiu que um cidadão cristão de origem africana tem 2,5 vezes mais chances de ser chamado para uma entrevista de emprego do que um muçulmano igualmente qualificado. Nesses casos, as pessoas com nomes tipicamente franceses têm vantagens sobre quem carrega um nome que soa islâmico. Outras pesquisas já mostraram dificuldades semelhantes para os muçulmanos em aluguéis de imóveis e vendas de carros.

Numa sociedade em que a laicidade, que implica a separação total entre Estado e Igreja, é um valor inegociável, o sentimento de discriminação se espalhou quando, em 2011, a França proibiu o uso do véu islâmico e outros símbolos religiosos em locais públicos. Para Ariel Finguerut, pesquisador do Grupo de Pesquisas Oriente Médio e Mundo Muçulmano da Universidade de São Paulo, esses elementos sociais só reforçam “o estigma do islã como vítima de um Ocidente opressor.”

Desse ambiente, os irmãos Kouachi e seu cúmplice, Amedy Coulibaly, não conseguiram fugir. Eles não precisaram sair da França para se converter ao extremismo. Como acontece com milhares de jovens que vivem nas mesmas condições de vulnerabilidade, o discurso radical lhes ofereceu, enfim, reconhecimento e um propósito de vida. Mohammed Merah, o jovem que matou quatro judeus e três soldados em Toulouse, no sul do país, em 2012, também era um deles. Ciente disso, o governo francês está diante do desafio de repensar a maneira como lida com os fundamentalistas em seu próprio território, a começar pelas políticas de integração das diversas comunidades que ali coexistem.

Fonte: Revista IstoÉ

 

 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Terroristas mantêm reféns em duas regiões distintas da França



Polícia diz que suspeito de ataque em mercado judeu tem ligação com responsáveis por massacre na última quarta-feira
Ao menos um suspeito abriu fogo em um mercado kosher (judeu) no leste de Paris nesta sexta-feira e fez ao menos cinco reféns, informa a imprensa local. Mais cedo, fontes policiais haviam informado que duas pessoas tinham morrido, o que foi desmentido pelo governo. Suspeita-se que o atirador seja o mesmo homem que matou uma policial em um tiroteio em Montrouge, no sul de Paris, na quinta-feira. Ele estaria acompanhado de uma mulher, também suspeita de participação nos crimes.


 A polícia divulgou as imagens de Hayat Boumeddiene (esquerda) e Amedy Coulibaly (direita), suspeitos de serem os responsáveis pela morte de uma policial ontem e de estarem mantendo reféns em mercado judeu em Paris

Uma fonte policial informou à AFP que os suspeitos têm ligação com os dois irmãos que mataram 12 pessoas em um ataque contra a revista Charlie Hebdo na quarta-feira. Fontes próximas à investigação declararam que o tiroteio teve início na Ponte de Vincennes, no leste de Paris, na tarde desta sexta-feira. "É o atirador de Montrouge", disse uma das fontes, acrescentando que ao menos uma pessoa estava ferida. Um helicóptero sobrevoava a região enquanto a polícia cercava a área, pedindo que as pessoas permaneçam em casa. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, estava se dirigindo ao local do incidente.

Supostos terroristas se escondem e fazem refém
Os dois supostos autores do massacre na revista satírica Charlie Hebdo se entrincheiraram nesta sexta-feira com um refém em uma pequena empresa a 40 km de Paris, após um tiroteio com as forças de segurança. O ministro do Interior confirmou que está em andamento uma operação para "neutralizar os autores" do atentado.

Pela manhã, as forças de ordem perseguiram os dois suspeitos do atentado de quarta-feira, os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, e foi registrado um tiroteio em uma estrada a nordeste da capital, segundo fontes policiais. Os tiros ocorreram em uma área a cerca de meia hora de carro do local onde eram procurados na quinta-feira, segundo as fontes.

Fontes próximas à investigação informaram que após o tiroteio houve uma tomada de ao menos um refém em uma empresa de Dammartin-en-Goële, localidade de 8.000 habitantes a 40 km de Paris, não muito longe do aeroporto Charles De Gaulle. No momento, as forças de segurança e os suspeitos negociam uma possível rendição.

Há conexão entre jihadistas e morte de policial
Os investigadores franceses estabeleceram uma conexão entre os dois jihadistas acusados da chacina na revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos na quarta-feira, e o suposto assassino de uma policial no tiroteio registrado no sul do país na quinta, segundo fontes policiais. As autoridades francesas havia afirmado até então não haver aparentemente ligação entre os dois casos, mas as investigações teriam confirmado a existência dessa relação. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Marine Le Pen sugere referendo pela volta da pena de morte na França. Brasil teve durante o Governo Militar a pena de morte contra terroristas, alguns até foram condenados; mas, leniência da Justiça Militar impediu as execuções



Diante de atentado em Paris, líder da extrema-direita afirma que fará votação sobre o tema, caso seja eleita em 2017
Maior figura da extrema-direita francesa, Marine Le Pen disse em entrevista ao canal ‘France 2’ que quer reinstaurar a pena de morte no país, caso seja eleita presidente em 2017. Após criticar o que considera uma deterioração nas forças de segurança locais, a líder da Frente Nacional sugeriu também que os muçulmanos “declararam” guerra contra a França. — Pessoalmente, acredito que a pena de morte deveria existir em nosso arsenal legal. Quero oferecer aos franceses a oportunidade de um referendo sobre o tema, caso eleita. Sempre disse que daria aos franceses a oportunidade de se expressar sobre isto através de um referendo.
Segundo Le Pen, possíveis terroristas devem ser destituídos de conexão com o país. — A França está em guerra contra o fundamentalismo islâmico. Houve uma diminuição contínua na transferência de recursos para a polícia, a inteligência e o Exército. Devemos tomar medidas sobre as ameaças, e não minimizá-la, fazer negação e hipocrisia. — Temos que destituir estas pessoas da nacionalidade francesa, caso tenham dupla nacionalidade. Foram os islamitas que declararam guerra à França.
Na quarta-feira, dia do atentado, Le Pen afirmou que o fundamentalismo islâmico “causa milhares de mortes todo dia, em todo o mundo”. A última execução na França ocorreu em 1977, e a pena capital foi abolida em 1981 pela constituição e por tratados de direitos humanos.
‘A extrema-direita será favorecida’, diz analista sobre atentado em Paris
Especialista alerta que atentado beneficia discurso de Marine Le Pen 

Marine Le Pen direciona críticas aos muçulmanos - STEPHANE DE SAKUTIN / AFP
François-Bernard Huyghe, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), alerta para a crescente ameaça de pequenos grupos passarem à violência na prática, sem que as autoridades sejam capazes de prever e evitar. Para ele, a ação contra o “Charlie Hebdo” ajuda a reforçar o discurso da extrema direita.
Qual o significado do atentado desta quarta-feira?
Vemos hoje pequenos grupos que querem matar, ver a morte nos olhos de suas vítimas. Não usam bombas. E também não querem morrer no ataque. Estão habitados por uma sede de vingança em relação ao que estimam ser massacres de muçulmanos na Palestina, no Iraque, ou a ofensas ao profeta, como foi o caso das caricaturas de Maomé. São grupos que não exigem nada do Estado, não têm reivindicações, como a liberação de companheiros. Só querem verter sangue como vingança. [são adeptos da mesma filosofia do terrorista brasileiro, o porco Carlos Marighella, herói do atual ministro da Defesa da Dilma, Jaques Vagner. Esse ministro simplesmente retirou o nome de um general, ex-presidente do Brasil, de uma escola, substituindo pelo do porco guerrilheiro, em evidente e imperdoável afronta às Forças Armadas.] O que é alarmante, pois este tipo de terrorismo que busca a morte pura como resultado pode ser praticado por pequenos grupos que não têm necessidade de uma grande estrutura ou de conexões internacionais. São pessoas que conseguiram obter armas e coletes à prova de bala, podem ter contato com a grande criminalidade, é uma hipótese.

O fato de o alvo ter sido o “Charlie Hebdo" é um forte símbolo?
Não somente porque é um jornal, mas um jornal satírico conhecido há muitos anos na França, que zombava de tudo de forma anarquista. Eles receberam sinais por sua insolência a propósito das caricaturas do profeta, em 2006. Aparentemente, se quis punir “Charlie Hebdo” por suas caricaturas do profeta.

Como ficará a comunidade muçulmana na França?
A acumulação de tudo isso não facilita a situação para a comunidade muçulmana. Penso que 99% dos muçulmanos franceses são pessoas honestas e pacíficas, como 99% dos católicos... Mas num clima em que já houve outros atentados, e nesta tensão entre as comunidades judia e muçulmana na França, certamente conflitos serão reavivados, que é o objetivo do atentado.

Haverá um aumento das tensões?
Vai certamente contribuir para fazer do problema de coabitação com o Islã a principal tensão neste país. É preciso ver como as pessoas vão reagir. Haverá certamente declarações de autoridades muçulmanas condenando o atentado, o que é normal. Mas não se poderá continuar a dizer que não há problema jihadista na França. Sabe-se que o país provavelmente fornece o maior contingente de jihadistas para o Estado Islâmico. Não há mais como esconder esta minoria radical. E há o perigo de novos atentados, pois há cada vez mais radicalização.

A extrema-direita sai reforçada?
Já havia razões sociológicas e econômicas para o sucesso da extrema-direita, mas é claro que isso favorece Marine Le Pen, que vai atacar ainda mais o fundamentalismo islâmico. Mas não será uma grande mudança. Aqueles que são contra a imigração e o multiculturalismo já eram sensíveis às suas ideias. Para alguns, o que ocorreu dá razão a Marine Le Pen, e certamente não beneficia o discurso a favor do Islã.

Fonte: AFP