Preços recuaram 15% no mês e aceleram a queda do IPCA já que o peso dos transportes é o maior da cesta
A gasolina caiu 15% no mês, puxando os transportes 4,5% para baixo e acelerando a queda. “Os dados da inflação tiveram pontos positivos além dos administrados, como a difusão cair para 62%, os serviços desacelerar. Pensando mais para frente é ver os efeitos secundários dessa queda dos combustíveis, onde eles vão chegar. No primeiro momento, o consumidor sente o preço na bomba mais barato, mas é acompanhar se o frete vai ficar mais barato nos próximos meses, no transporte de alimentos, se isso fará que outros itens do IPCA caiam nos próximos meses”, analisa Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Segundo André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas, a opção pela redução focada em gasolina e energia — o que aconteceu como consequência do projeto de lei que fixou um teto do ICMS sobre esses produtos — é uma estratégia efetiva para registrar um resultado mais rápido no recuo do IPCA. “O mais pobre não consome gasolina e energia a nível da queda do imposto gerar o benefício. Como o gasto dessas famílias é majoritariamente em alimentação, elas não sentem essa trajetória. Ela vai no mercado, vê que o preço do alimento está absurdo e não vai falar que tem essa de inflação mais baixa. E essa pessoa não está equivocada, para ela realmente não está mais baixo”.