Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador motociclistas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador motociclistas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 16 de junho de 2021

"Uma característica de Bolsonaro é não perder contato com a população"

Correio Braziliense

 "O presidente costuma entrar no boteco, na padaria, na sinuca, pede licença para entrar nas residências — onde gosta de conferir o abastecimento da geladeira"

A passeata de motos em São Paulo, no último sábado, revela uma caraterística do atual presidente da República: a de não perder contato com a população. Ele tem saído de Brasília praticamente todas as semanas, para todos os cantos do país, em viagens de inauguração, inspeção, celebração, confraternização — enfim, por vários motivos, mas o principal é sentir o povo. Onde quer que vá, é alvo de demonstrações. A de sábado foi uma reunião de motociclistas e motos que, um dos participantes, o ministro Tarcísio, calcula em 120 mil veículos.

A região mais visitada nessas viagens semanais tem sido a do Nordeste. Esteve, há duas semanas, nos confins do noroeste brasileiro, na região da Cabeça do Cachorro, onde conviveu com brasileiros cujos ancestrais já estavam aqui quando Cabral chegou, e inaugurou uma ponte de madeira, recém-refeita. Tem feito isso às quintas e sextas-feiras, e em alguns fins de semana, aproveita para visitar de moto a periferia de Brasília.

Outro dia, escrevi aqui sobre os males de quem se isola na bolha de sua atividade e fica alienado do Brasil real. Não é o caso do presidente que, em campanha eleitoral, percorreu o país inteiro. E depois de eleito, não se recolheu aos palácios da Alvorada e do Planalto. Continua percorrendo o país, sondando, ouvindo, aprendendo, sentindo. Costuma entrar no boteco, na padaria, na sinuca, pede licença para entrar nas residências — onde gosta de conferir o abastecimento da geladeira.

Aí se entende porque o porta-voz ficou ocioso, e o cargo foi extinto. [um comentário; o estilo franco, solto do  presidente Bolsonaro, facilita ciladas armadas por integrantes da mídia militante - jogam a isca (pergunta), o presidente responde ao seu estilo e a resposta é 'trabalhada' em uma tentativa, quase sempre fracassada, de comprometer o presidente.
O ideal seria que ele se dirigisse ao povão = seus admiradores =  com a espontaneidade que o caracteriza e ignorasse perguntas lançadas por jornalistas a serviço dos inimigos do Brasil. 
Sem entrevistas de corredor ou de cercadinho; entrevistas só quando convocada e perguntas apresentadas previamente e por escrito. Qualquer manifestação sobre temas específicos seria sempre do porta-voz.]

Devido esses inconvenientes é que a presença do porta-voz é essencial.] O presidente não tem intermediários. Nunca teve. Ganhou a eleição sem marqueteiro. Porta-voz de si próprio, deixa seus recados nos encontros quase diários com os que vão ao portão do Palácio da Alvorada, residência oficial. Contato direto, espontâneo, com todos, inclusive com essa multidão recordista de motociclistas que foi por conta própria. Por isso, seu gabinete no palácio não corre o risco de ser ilha da fantasia. O contato com o povo, sem intermediários, o imuniza dos áulicos de corte.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 

 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A máscara da hipocrisia - Demétrio Magnoli

O Globo

Há um governador esperto culpando o povo pelo fracasso do governo

Máscaras são proteções úteis contra a transmissão do vírus em lugares confinados ou em meio a aglomerações. 
O Congresso aprovou lei que obriga o uso de máscara em todos os locais públicos, inclusive os abertos, onde são inúteis. Sabe-se que o vírus é transmitido à curta distância por partículas emanadas pela respiração e emissão de sons de infectados. Bolsonaro vetou trechos da lei sobre lugares fechados, como lojas, templos, escolas e penitenciárias — mas não os que tratam de calçadas, parques ou praias. Os dois atos não têm relação com as necessidades postas pela emergência sanitária. Discute-se, entre especialistas, a hipótese provável de que nuvens microscópicas de partículas permaneçam suspensas no ar por algum tempo, o que reforçaria a utilidade das máscaras e exigiria mudanças na ventilação dos ambientes. Mas o debate mira, apenas, os locais confinados.

O consenso científico assegura que é estatisticamente desprezível a chance de contaminação em lugares abertos, com exceção de aglomerações. Nesses locais, máscaras são contraproducentes pois sofrem manipulação frequente e cobrem-se de sujeira. Mesmo assim, o Congresso resolveu obrigar pedestres, ciclistas e motociclistas a transitarem mascarados. Como o ridículo desconhece fronteiras, máscaras tornaram-se obrigatórias até em trilhas rurais desertas.

A exigência é duplamente punitiva. De um lado, impõe desconforto permanente, que atinge com mais força os trabalhadores envolvidos em longos deslocamentos. De outro, incute a ideia opressiva de que somos, todos, riscos biológicos perenes. Mas, com a lei, os parlamentares preferiram marcar distância frente a Bolsonaro, virando as costas para a vida cotidiana das pessoas comuns. Algo similar foi feito pelo governo separatista catalão, para distinguir a Catalunha da Espanha.

Os governadores alinharam-se à letra da lei votada pelos parlamentares, apressando-se a ameaçar os cidadãos com pesadas multas. No Distrito Federal, o governador bolsonarista Ibaneis Rocha, um dos pioneiros da multa infame, ficou impune quando flagrado de rosto nu em local aberto. Mas, Brasil afora, sob o silêncio cúmplice do Ministério Público, a polícia ganhou o direito de pescar aleatoriamente violadores da norma absurda.

Os países que controlaram a onda inicial da pandemia com rigorosas quarentenas e programas extensivos de testagem nunca impuseram o uso de máscaras em lugares abertos. A imposição da máscara nesses lugares destina-se a mascarar a negligência generalizada das autoridades. As pessoas devem andar mascaradas para disfarçar a ausência de coordenação sanitária nacional, a falta de programas de testagem em massa, o casuísmo na seleção de medidas de flexibilização.

A Flórida, governada por um fiel de Trump, impôs o uso do apetrecho em  locais abertos após novo surto provocado por uma reabertura descontrolada. A obrigação da máscara em lugares não confinados é indicador seguro da negligência sanitária oficial. No Brasil, a “rigidez” estadual para chinês ver acompanha, como uma sombra, a displicência explícita, criminosa, do governo federal.

Atrás da máscara, há um governador esperto culpando o povo pelo fracasso do governo. 
A máscara na praça vazia oculta o templo lotado, que abriu antes da praia. 
A máscara na face do motoboy encobre os kits de testes estocados, aos milhões, pelos governos estaduais. 
A máscara no rosto do ciclista dissimula o abandono das favelas sem água potável, esgoto ou sabonete.

A hipocrisia — é isso que a máscara protege.

Demétrio Magnoli, sociólogo - O Globo


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Plano de Segurança Viária

Tal como já acontece na Marginal do Tietê, os motociclistas só poderão circular pela pista local da Marginal do Pinheiros


A proibição de circulação de motocicletas na pista expressa da Marginal do Pinheiros, no sentido Interlagos-Castelo Branco, e a redução da velocidade em várias ruas da cidades, dentro de Áreas Calmas a serem criadas previstas no Plano de Segurança Viária 2019-2028 anunciado pelo prefeito Bruno Covas ─, são medidas positivas, que podem ajudar a reduzir o elevado número de acidentes na capital.

Tal como já acontece na Marginal do Tietê ─ onde medida idêntica produziu bons resultados, segundo as autoridades municipais ─, os motociclistas só poderão circular pela pista local da Marginal do Pinheiros. “As marginais são pistas expressas e assim devem ser tratadas. O principal fator de acidentes nessas vias são as motos e, por isso, a ação adotada será essa”, afirmou o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram. A aplicação da proibição na Marginal do Pinheiros começa até maio, menos nos pontos em que não existe separação entre as pistas expressa e local. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estuda uma forma de resolver esse problema.

Nas marginais, como mostra a experiência da Marginal do Tietê, a presença de motociclistas só é mesmo tolerável, se tanto, na pista local. E a proibição corresponde perfeitamente ao objetivo de redução de acidentes. Dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga) indicam que o número de mortos em acidentes na capital continua elevado e ficou estável em 2018 em relação a 2017 ─ eles foram 884, apenas 1 a menos em relação ao ano anterior. Esse mau resultado interrompeu uma sequência de diminuição observada nos dois anos anteriores.

Segundo técnicos da CET, a principal causa disso foi o crescimento de 18% das mortes de motociclistas (360 no total). E estas, por sua vez, estão ligadas à utilização cada vez mais intensa pelos motoboys, desde meados de 2018, de aplicativos de entrega de vários tipos de mercadorias. Incentivos para fazer o maior número de entregas no menor tempo possível estariam estimulando a direção imprudente, com a agravante de que a prudência, como é notório, nunca foi uma característica dos motoboys.

Nas ruas que integrarão as chamadas Áreas Calmas, a velocidade máxima permitida para carros e motos será de 30 km/h. Elas serão implantadas até 2020 em várias regiões, como a Área do Centro, Santana (zona norte) e São Miguel Paulista (zona leste). A redução de velocidade, uma tendência mundial nas áreas urbanas, já havia começado a ser feita em São Paulo. A Prefeitura promete também mudanças no sistema viário, estreitamento de pistas, implantação de lombadas e faixas de pedestre elevadas e alargamento de calçadas, além de campanhas de comunicação sobre segurança de trânsito. Para cobrir essas despesas ela diz ter reservado R$ 35 milhões.

Os méritos do Plano de Segurança Viária não justificam, porém, os arroubos de otimismo do prefeito Covas, que fixou como seu objetivo transformar São Paulo numa das cidades de tráfego mais seguro do mundo. Além de as medidas anunciadas não estarem à altura dessa meta ambiciosa, é preciso atentar para dois aspectos da questão. Um é que a experiência indica que é prudente esperar para ver em que medida o plano será de fato executado por Covas e seus sucessores, já que ele se estende até 2028.

Outro é que, para se tornarem realidade, as medidas anunciadas dependem da adoção de outras sobre as quais nada foi dito. É preciso, por exemplo, como lembra o especialista em trânsito e transportes Horácio Figueira, “aumentar a fiscalização, mas de forma inteligente para que ela esteja voltada para a redução de mortes. Hoje, a fiscalização na cidade é voltada para estacionamento irregular ou em área de zona azul, não para identificar e coibir quem tem atitudes que matam”.

O mais realista é ver o Plano de Segurança Viária como um bom começo. Ou, como diz ainda Figueira, “passos iniciais” para atingir o objetivo de reduzir as mortes no trânsito.
Editorial - O Estado de S. Paulo

 

sexta-feira, 25 de maio de 2018

'Ordem é não sair', dizem caminhoneiros em greve - Governo tem condições de abastecer Aeroporto de Brasília, mas, falta pulso

Greve continua em 20 estados. Grupos se organizam pelo Whatsapp e mostram hostilidade contra sindicatos que fizeram acordo com governo. Confira análises de jornalistas do GLOBO e veja como está o movimento nas estradas, nos postos, no comércio e nos serviços públicos 

[a base da Petrobras em Brasília é abastecida por oleoduto, assim, está com os tanques cheios.

É só dispersar o bloqueio de caminhoneiros que impede a saída dos tanqueiros; neutralizado o bloqueio pode enviar, com escolta policial, quantos caminhões desejar para o Aeroporto e outros locais.]

Postos fechados e sem combustível em Brasília
A paralisação dos caminhoneiros causa impacto no abastecimento dos postos do Distrito Federal. Muitos estabelecimentos estão sem combustíveis e com frentistas parados nesta sexta-feira. Há uma corrida aos postos onde ainda é possível abastecer. O Sindicado de Comércio Varejista de Combustíveis (Sindcombustiveis-DF) informou que a situação se agravou, mas não tem dados sobre o estoque. Distribuidoras de gás também estão com problemas para distribuição do produto. (Adriana Mendes, sucursal de Brasília)

Motociclistas paralisam Radial Leste, em SP
Um grupo de motociclistas, com apoio de vans escolares, bloqueou o tráfego da Radial Leste, em São Paulo. A avenida é uma das mais importantes da cidade e liga os principais bairros da Zona leste ao centro da capital paulista. A interferência no trânsito ocorreu na altura do Metrô Carrão em um dos sentidos da via.

O protesto de vans escolares atrapalhou o trânsito em diversos pontos de São Paulo desde o início da manhã desta sexta-feira. Os motoristas ocuparam várias vias, como a Marginal Tietê, o Corredor Norte-Sul e a Avenida do Estado. Em resposta à greve dos caminhoneiros, a Prefeitura optou por suspender, desde quinta-feira, o rodízio municipal de veículos, que proíbe que veículos com determinado final de placa trafeguem pela cidade.  O transporte público também foi afetado na cidade: de acordo com a última atualização da SPTrans, apenas 57% da frota está nas ruas em razão da escassez de combustível na cidade.

O Globo