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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Recado dos EUA é direto para as Forças Armadas - O Globo

Tanto a nota da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil quanto a declaração do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, reiterando a confiança do governo norte-americano no processo eleitoral brasileiro têm outro destinatário direto, além de Jair Bolsonaro: as Forças Armadas brasileiras. 
[qual o valor que a jornalista esquerdista, autora da matéria, atribui aos recados dados pelo governo do esquerdista esquecido que preside os EUA? O Brasil é uma NAÇÃO SOBERANA e o fracassado governo Biden já tem seus problemas = na ânsia de agradar a NOM, Biden interviu (se mete em tudo, até parece ter pretensões de ser o 'supremo', no caso governo do mundo', ) na operação militar que a Rússia realiza na Ucrânia, achando que sanções econômicas e os discursos do ex-comediante e de seus aliados de palanque, amedrontariam Vladimir Putin.
Agora, a Ucrânia está, infelizmente, diante do dilema: ou aceita uma paz fazendo concessão ao Putin ou será destruída lentamente, sob os discursos dos palanqueiros. Será que a jornalista acha que os Estados Unidos vão invadir o Brasil para implantar um governo progressista, esquerdista e ladrão?]

Escaldado em tentativas da nova extrema-direita de tumultuar a democracia e contestar o resultado de eleições graças ao que Donald Trump promoveu internamente, o governo Joe Biden sabe que o apoio militar a aventuras deste tipo é a chave para o maior ou menor grau de risco de ruptura democrática.

Por lá, os militares foram firmes em deixar Trump falando sozinho quanto ao questionamento do resultado das eleições e o incentivo a atos como o que culminou na invasão do Capitólio. Ao reiterar a expectativa de que as eleições ocorram de forma justa, livre e confiável, "com todas as instituições agindo conforme seu papel constitucional", o governo Biden comunica aos militares que o resultado das eleições será prontamente reconhecido por Washington.[sendo recorrente: ' a condição de ser o Brasil uma  NAÇÃO SOBERANA, faz com que caiba aos brasileiros a escolha e reconhecimento do governo brasileiro.]

Mais: dá a senha para que diplomacias de governos de outros países democráticos se manifestem mais firmemente contra o show de Bolsonaro, agora que já receberam relatos de seus representantes no ato de segunda-feira.

No caso do Brasil, os EUA demonstram ter uma clara radiografia dos sinais dúbios emitidos pelas Forças Armadas, agravados nas últimas semanas pelo protagonismo adquirido pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, em manifestações de dúvida quanto à segurança e à transparência da votação e da apuração pelo sistema de urnas eletrônicas no Brasil.

Essa reação firme, reiterada e sem rodeios também evidencia o papel temerário que o Itamaraty desempenhou nessa pantomima, totalmente fora do que é a tradição diplomática brasileira e absolutamente atrelado ao discurso de campanha de Bolsonaro à reeleição.

 Ele se soma a outros internos, com a união de burocracias técnicas do próprio Executivo, do Legislativo e do Ministério Público em defesa da Justiça Eleitoral. [quando as Forças Armadas brasileiras  são ameaçadas pela mídia militante ou por algumas autoridades, sempre nos lembramos da pergunta do Stalin.]

Vera Magalhães - jornalista - O Globo 

 

quarta-feira, 16 de junho de 2021

"Uma característica de Bolsonaro é não perder contato com a população"

Correio Braziliense

 "O presidente costuma entrar no boteco, na padaria, na sinuca, pede licença para entrar nas residências — onde gosta de conferir o abastecimento da geladeira"

A passeata de motos em São Paulo, no último sábado, revela uma caraterística do atual presidente da República: a de não perder contato com a população. Ele tem saído de Brasília praticamente todas as semanas, para todos os cantos do país, em viagens de inauguração, inspeção, celebração, confraternização — enfim, por vários motivos, mas o principal é sentir o povo. Onde quer que vá, é alvo de demonstrações. A de sábado foi uma reunião de motociclistas e motos que, um dos participantes, o ministro Tarcísio, calcula em 120 mil veículos.

A região mais visitada nessas viagens semanais tem sido a do Nordeste. Esteve, há duas semanas, nos confins do noroeste brasileiro, na região da Cabeça do Cachorro, onde conviveu com brasileiros cujos ancestrais já estavam aqui quando Cabral chegou, e inaugurou uma ponte de madeira, recém-refeita. Tem feito isso às quintas e sextas-feiras, e em alguns fins de semana, aproveita para visitar de moto a periferia de Brasília.

Outro dia, escrevi aqui sobre os males de quem se isola na bolha de sua atividade e fica alienado do Brasil real. Não é o caso do presidente que, em campanha eleitoral, percorreu o país inteiro. E depois de eleito, não se recolheu aos palácios da Alvorada e do Planalto. Continua percorrendo o país, sondando, ouvindo, aprendendo, sentindo. Costuma entrar no boteco, na padaria, na sinuca, pede licença para entrar nas residências — onde gosta de conferir o abastecimento da geladeira.

Aí se entende porque o porta-voz ficou ocioso, e o cargo foi extinto. [um comentário; o estilo franco, solto do  presidente Bolsonaro, facilita ciladas armadas por integrantes da mídia militante - jogam a isca (pergunta), o presidente responde ao seu estilo e a resposta é 'trabalhada' em uma tentativa, quase sempre fracassada, de comprometer o presidente.
O ideal seria que ele se dirigisse ao povão = seus admiradores =  com a espontaneidade que o caracteriza e ignorasse perguntas lançadas por jornalistas a serviço dos inimigos do Brasil. 
Sem entrevistas de corredor ou de cercadinho; entrevistas só quando convocada e perguntas apresentadas previamente e por escrito. Qualquer manifestação sobre temas específicos seria sempre do porta-voz.]

Devido esses inconvenientes é que a presença do porta-voz é essencial.] O presidente não tem intermediários. Nunca teve. Ganhou a eleição sem marqueteiro. Porta-voz de si próprio, deixa seus recados nos encontros quase diários com os que vão ao portão do Palácio da Alvorada, residência oficial. Contato direto, espontâneo, com todos, inclusive com essa multidão recordista de motociclistas que foi por conta própria. Por isso, seu gabinete no palácio não corre o risco de ser ilha da fantasia. O contato com o povo, sem intermediários, o imuniza dos áulicos de corte.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 

 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Duas caixas de segredos - Eliane Cantanhêde

Guerra contra a operação não é só da Procuradoria Geral da República nem é só contra a força-tarefa de Curitiba

Se a Lava Jato é uma ‘caixa de segredos’, como diz Aras, guerra contra ela também é

A guerra contra a Lava Jato não é só da Procuradoria Geral da República nem é só contra a força-tarefa de Curitiba. O procurador-geral Augusto Aras é o líder ostensivo e porta-voz, mas o ataque à maior operação de combate à corrupção do mundo vai muito além dele, incluindo Congresso e parte de Supremo, OAB, Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e da própria mídia. É um movimento combinado e visa Curitiba, São Paulo e Rio.

Ninguém questiona a fala de Aras sobre “correção de rumos” e “garantias individuais”, mas é preciso ficar claro se, por trás, não está em curso o desmanche da Lava Jato, punir e demonizar seus expoentes, impactar processos em andamento e até anular condenações já em execução. Ou seja, se a intenção é acabar com “excessos”, “hipertrofia”, investigações indevidas, dribles em leis e regras – que podem efetivamente ter ocorrido –, ou desfazer tudo e demolir, por exemplo, o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

Enquanto Aras ataca a Lava Jato por atacado, seus aliados agem no varejo contra Moro e Dallagnol. No Supremo, Dias Toffoli propõe que magistrados só disputem eleições após quarentena de oito anos. Na Câmara, Rodrigo Maia acata a ideia – e já para 2022. É para cortar uma candidatura Moro pela raiz? [digamos que seja para evitar que o'herói' Moro seja derrotado em 2022 - os acertos dele, quando juiz, motivam a evitar que passe por tal constrangimento.] Do PT ao Centrão, passando por MDB e PSDB, levante o dedo quem apoia Moro e Lava Jato no Congresso!

Simultaneamente, entra em ação o CNMP. O conselheiro Marcelo Weitzel determinou intervenção na distribuição de processos no MP Federal de São Paulo, visando os que têm o carimbo da Lava Jato. Outro, Luiz Fernando Bandeira, pretende retirar Dallagnol da força-tarefa de Curitiba, por ter sugerido um fundo lavajatista com bilhões de reais recuperados do petrolão. Além disso, Dallagnol também foi pivô das mensagens hackeadas entre procuradores e Moro. Esses movimentos contra a Lava Jato vêm num crescendo. O marco foi a ida da subprocuradora-geral Lindora Araujo a Curitiba para requisitar todo o arquivo e rastrear os equipamentos da força-tarefa. Em seguida, o vice-procurador Humberto Jacques criticou o modelo da operação como “desagregador”, “disruptivo” e “incompatível com o MPF”.

Foi aí que Toffoli autorizou a PGR a centralizar em Brasília todos os arquivos de Curitiba, Rio e São Paulo. Segundo Aras, o MPF inteiro tem 50 terabites de dados e Curitiba, sozinha, 350. É com base nessa documentação fenomenal que ele e sua equipe – que até aqui só jogam no ar suspeitas vagas – pretendem comprovar que o chamado “lavajatismo” grampeava pessoas e investigava alvos com foro privilegiado ilegalmente, usava conduções coercitivas como tortura psicológica, aceitava e compensava excessivamente qualquer delação premiada, dispensando provas daqui e dali.

Ao condenar o suposto “vale tudo” da Lava Jato, porém, a PGR e seus aliados podem estar justamente recorrendo a um “vale tudo” para desmontar as estruturas e demonizar os líderes da Lava Jato, numa repetição do que ocorreu contra a Operação Mãos Limpas, que passou de grande sucesso a triste derrota na Itália. Além disso, há o risco natural da centralização de dados na capital: o uso político. Hoje, o procurador é Aras. E amanhã?

Onde fica o presidente Bolsonaro nisso tudo? Depois de meter a mão no Coaf, mexer os pauzinhos na Receita, romper com Moro [que agia como quinta coluna contra o presidente;
aceitem que dói menos:  o presidente da República NÃO É OBRIGADO a escolher como Procurador-geral, nome imposto pelos membros do MPF - pode desprezar (aliás, fez) desprezar a lista tríplice ou qualquer outra.]
e ser investigado por suspeita de intervenção na PF, ele escolheu Aras fora da lista tríplice e reforça a percepção de uma união de Judiciário, Legislativo e Executivo contra a Lava Jato – que, entre erros e acertos, foi [foi = passado; a Lava-Jato não pode ser elevada à condição de instituição.] importantíssima para o País. E, se a Lava Jato é uma “caixa de segredos”, como diz Aras, a articulação contra ela também é. E seus segredos podem ser bem mais cabeludos.

 Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Governo tem ‘festa militar’ na ausência de Bolsonaro em Brasília - Veja

Homenagem do comando do Exército para o general e porta-voz Rêgo Barros terá presença de Mourão, o general e presidente em exercício



Com Jair Bolsonaro no estaleiro em São Paulo, o comandante do Exército Edson Pujol vai realizar nesta quarta-feira uma homenagem para o porta-voz Otávio Rêgo Barros, general que vai para a reserva depois de quase 40 anos de caserna.
A cerimônia, marcada para 10h30 desta quarta, será também uma rara oportunidade de confraternização da ala militar do governo. Afinal, o presidente da República amanhã ainda será Hamilton Mourão.

Veja

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Bolsonaro vai a jogo do Flamengo junto com Moro



Em meio à crise provocada pelas mensagens que revelam bastidores tóxicos da Lava Jato, Jair Bolsonaro foi ao estádio Mané Garrincha, em Brasília, com Sergio Moro a tiracolo. O presidente e seu ministro da Justiça assistiram, na noite desta quarta-feira, à partida entre Flamengo e CSA.



Do alto da tribuna, a dupla foi saudada pela torcida rubro-negra. Um torcedor arremessou uma camiseta do Flamengo na direção de Bolsonaro. Palmeirense, o presidente vestiu a peça. Pediu que fosse arremessada uma para Moro. Foi atendido. O ministro trocou o paletó pela camiseta. Sorridente, Bolsonaro queria ser visto ao lado de Moro. Mandou postar um vídeo no Facebook. Limitou-se, porém às imagens. 


Nenhuma palavra. Desde a noite de domingo, quando o site The Intercept Brasil divulgou a primeira leva de mensagens eletrônicas trocadas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato de Curitiba, o capitão não disse uma mísera palavra sobre a encrenca em público. [presidente da República só deve se manifestar através do porta-voz ou de nota oficial.
Excepcionalmente, poderá conceder entrevista coletiva, com perguntas apresentadas previamente.
A atitude do nosso presidente, ontem, ao encerrar uma entrevista coletiva devido pergunta impertinente de uma repórter foi correta e típica de estadista.]



Mais cedo, Bolsonaro reunira-se privadamente com o ministro. Os dois almoçaram na companhia do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Conversaram sobre a encrenca das mensagens, confirmou o porta-voz da Presidência Otávio Rêgo Barros. Falaram também sobre o desejo de que a PF aprofunde as investigações em torno de Adélio Bispo, o personagem que esfaqueou Bolsonaro na campanha presidencial. Foi a segunda conversa do presidente com Moro desde a deflagração da crise. Os dois já haviam se reunido na véspera. Depois, participaram juntos de uma cerimônia promovida pela Marinha. À noite, porém, de passagem por São Paulo, Bolsonaro interrompeu abruptamente uma entrevista ao ser questionado sobre a situação de Moro.




O blog apurou que estiveram também no Mané Garrincha o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro Paulo Guedes (Economia).








domingo, 19 de maio de 2019

Os Bolsonaros a perigo

Flávio mostra-se assustado, Jair sai pela arrogância, e Carlos recolhe-se ao silêncio

[detesto Romário, tanto quando jogador - mesmo quando jogou pelo Mengão (a propósito, a derrota de ontem para o 'galinho' é perdoável, visto que na quarta abateu o 'corinthians') - como político  e o que mais for, mas, a famosa frase cometida pelo jogador quando disse que 'Pelé calado é um poeta ...' (frase que o senador não deveria ter pronunciado, ele deve respeito ao REI do Futebol) - e perfeitamente aplicável ao Carlos Bolsonaro e seus dignos irmãos, perfeita também para o 'aiatolá de Virginia'.

Quanto ao nosso presidente Jair Bolsonaro, ele pode de deve falar - preferencialmente através do porta-voz.

Em 2022 aí sim, ele pode e deve falar no estilo capitão - ainda acredito que seu Governo será excelente (ainda há tempo para ajustes) e ele será reeleito.]

Os ardis que consistem em contratação de funcionários fantasmas, repartição das remunerações desses e de funcionários ativos e ainda o uso de funcionários para serviços privados não se limitam a irregularidades administrativas de gabinetes parlamentares, federais ou estaduais. Configuram desvio e apropriação de dinheiro público, tanto faz se para o próprio parlamentar ou para outros. É isso que, na verdade, caracteriza a numerosa série desses fatos atribuídos a Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro pelo Ministério Público do Rio. ['atribuídos' tem  significado bem diferente de praticados e provados.
Se deve ter sempre presente, que JAIR BOLSONARO e seus familiares não são a mesma pessoa.]
Inexiste ainda a caracterização real e pública dessas sucessivas constatações, por serem seus relatos moderados e intermitentes. O oposto dos vazamentos e do carnaval de manchetes e telejornais nos casos envolvendo Lula, o PT e Dilma.
Nestes, jornalismo propriamente dito e política + Ministério Público brigaram o tempo todo. A briga continua, mas a rubrica “política” tem composição diferente, sem partidos enlaçados com poder econômico e imprensa/TV/rádio. E os Ministérios Públicos não denotam o facciosismo e o desregramento da Lava Jato. “Venham pra cima, não vão me pegar!” é uma boa frase de efeito, mas Bolsonaro deve saber que as circunstâncias, se não a negam, também não a confirmam. Basta o primeiro lote de sigilos bancários a serem quebrados, já próximos de uma centena, para sugerir o que é esperado daí sobre o pai e dois dos filhos. Todo o caso, por sinal, foi constatado por causa de Flávio, mas o iniciador das atividades merecedoras de investigação foi Jair. [até mesmo aparentes irregularidades em quebras de sigilo, podem ser esclarecidas e explicadas.
 
Criticam o depósito em espécie de R$24.000,00 feito por Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro - alegam que poderia ter feito um DOC ou uma TED.
Qual a diferença entre quem está em um Banco, tem uma quantia em espécie para pagar a determinada pessoa, que é correntista daquele Banco, e optar por depositar direto na conta ou fazer um DOC ou um TED - que, estão sujeitos à cobrança de tarifa, o que não ocorre com os depósitos?
 
Quanto a Bolsonaro, pelo menos até agora e creio que vai assim permanecer, nada há contra ele (ganhou um recurso impetrado no Ibama, contra uma multa aplicada) - ter uma multa anulada é normal, qualquer cidadão tem o direito a recorrer e ganhar o recurso.
Provem que Bolsonaro teve a multa cancelada por determinação legal de alguma autoridade e que tal fato a autoridade praticou por determinação do presidente da República.
 
Por fim, não esqueçam que Bolsonaro tem um CPF e cada um de seus familiares tem um  CPF diferente, único, individual.]
Também envolvedor daquele filho, quando, eleito deputado federal, transferiu-lhe os beneficiados, práticas e “fantasmas” que mantinha no Rio. De quebra, entre os investigados predominam pessoas ligadas a Bolsonaro, agora ou em suas famílias passadas. E ainda a proximidade com milicianos, motivo de explicações escapistas e não menos indagações em aberto. Os riscos são grandes. Pendentes apenas da maior ou menor disposição do Ministério Público de ir adiante na sua função —o que, triste é dizê-lo, nunca se sabe. [o MP até que exerce seu múnus, as vezes até com exagero; é que acusações precisam ser provadas.]
Não é uma situação em que Bolsonaro possa contar com a proteção que o levou a cercar-se de generais. Embora, por enquanto, essa trincheira seja uma das intimidações que atenuam os relatos do caso em sua gravidade inequívoca. Funcionários fantasmas, ou só fantasiados de ativos, recebem dinheiro público, tomado à população. [provas? provas?: provas? onde estão?] Trata-se, portanto, de desvio caracterizador do ato criminoso de peculato. Flávio Bolsonaro mostra-se assustado com o inquérito. Jair Bolsonaro sai pela arrogância. Carlos recolhe-se ao silêncio sugestivo. Mas a ansiedade não se divide por três. É equânime.


Janio de Freitas - O Estado de S. Paulo



terça-feira, 23 de abril de 2019

Quem lidera?

“Passados 100 dias de mandato, a liderança de Bolsonaro na equipe que formou começa a dar sinais de esgarçamento; não há sintonia entre o racional-legal, o carisma e a tradição”


Ao estudar os tipos de liderança existentes na sociedade, o filósofo e sociólogo alemão Max Weber buscou o arquétipo das lideranças carismáticas no guerreiro bárbaro: o mais valoroso, audaz e astucioso seria escolhido para chefe, porque as mais dolorosas experiências ensinaram que, sem chefe para a batalha, a horda levaria a pior, seria derrotada e dizimada pelo inimigo implacável. Entretanto, Weber amplia essa tipificação da dominação carismática para os profetas e os demagogos e a contextualiza no processo civilizatório, no qual o exercício do poder exige legitimidade e legalidade.

Grosso modo, as lideranças carismáticas estão associadas a revoluções: Robespierre, Marat e Danton na Revolução Francesa; Oliver Cromwell na Revolução Puritana; e Martinho Lutero na Reforma Protestante. Ou a regimes autoritários: Benito Mussolini, na Itália; e Adolf Hitler, na Alemanha. Mas isso é relativo, porque já exerciam esse tipo de liderança antes de chegarem ao poder. No Brasil, os exemplos clássicos de lideranças carismáticas são encontrados nos sertões do Nordeste, com Lampião, Antônio Conselheiro e Padre Cícero; na política, em Getúlio Vargas, Luís Carlos Prestes, Leonel Brizola e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. [Os três primeiros só realizaram façanhas, caso os assaltos perpetrados por Lampião contra sertanejos indefesos e as loucuras do Conselheiro sejam qualificadas como façanhas, o terceiro é fruto da mistura religião x fanatismo x política, o quarto se destacou pela capacidade de após ser ditador ter sido eleito presidente da República, Brizola não merece sequer comentário e Prestes foi um nojento traidor.  

- A liderança do presidiário Lula não se deve a façanhas por ele realizadas, já que sua única atividade durante sua vida pública, antes de se tornar presidente, foi a traição aos colegas metalúrgicos - tanto que era informante, codinome 'boi' do delegado-geral do DOPS na época - e após passar a ser presidente foi comandar uma organização criminosa = pt = perda total = cujo único objetivo era o assalto aos cofres públicos.]


Essas lideranças ganharam fama devido às façanhas que realizaram e aos meios de comunicação, a chamada grande imprensa, o rádio e a televisão. O presidente Jair Bolsonaro é uma novidade: seu carisma está associado à emergência das redes sociais. O problema da liderança carismática quando chega ao poder pelo voto, porém, são os de sempre: a legitimidade e a legalidade. É aí que as coisas começam a se complicar. Num governo democrático, não basta o carisma popular do líder, é preciso que ele exerça a liderança pela competência na tomada de decisões e pela capacidade de coordenação de sua própria equipe.

O Estado democrático moderno é uma forma de dominação legal-racional muito sofisticada, cuja legitimidade se estabelece constitucionalmente. Conta com uma burocracia estruturada, com competências, limites e funções exclusivas e bem definidas, que opera de acordo com as atribuições do cargo e não a partir da fulanização das relações de poder, que é uma espécie de “humanograma” estabelecido a partir de critérios extralegais, ou seja, de acordo com os caprichos do líder.

Esgarçamento
Boa parte dos problemas do governo Bolsonaro decorre dessa contradição entre o exercício de uma dominação carismática, de um lado, e necessidade de respeitar as regras do jogo para que as coisas deem certo. No momento, na máquina administrativa, a opção de Bolsonaro é virar a mesa para domar a burocracia. Para isso, recorre aos militares, mais afeitos à hierarquia legal-racional, mas viciados no “quem manda aqui sou eu”, e aos partidários ideológicos, cuja maioria é neófita nos jogos de poder e está mais perdida do que cachorro que caiu do caminhão de mudanças.

Outra dificuldade enfrentada por Bolsonaro está na sua relação com as lideranças tradicionais, ou seja, a maioria dos políticos e, perdão para o “tipo ideal”, a magistratura. O velho patriarcado brasileiro, que se reproduz secularmente, ainda é uma força decisiva no Congresso e está encastelado no Judiciário, haja vista os sobrenomes que desfilam pelo Congresso ou lideram as bancas de advocacia.

Nem mesmo o partido de Bolsonaro foge à regra, muito bem representado na bancada do PSL pelo príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, deputado federal eleito por São Paulo, trineto da princesa Isabel e tetraneto do imperador Dom Pedro II. Preterido pelo general Hamilton Mourão (PRTB) para o posto de vice, faz parte do grupo de amigos de Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente da República.
Mourão, a propósito desse conflito, volta à ribalta das disputas palacianas ao dar um chega pra lá no ideólogo do clã Bolsonaro, Olavo de Carvalho, que verbaliza o que os filhos do presidente pensam sobre os militares que tentam tutelar seu pai. No domingo, um vídeo no site do presidente da República exibia fortes críticas do guru aos militares; ontem, Mourão respondeu ao ataque, mandando Olavo cuidar de astrologia, para não falar outras coisas.

No fim da tarde, o porta-voz Otávio do Rêgo Barros divulgou nota do presidente Jair Bolsonaro, na qual afirma que as declarações “não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento de objetivos propostos em nosso projeto de governo”; ao mesmo tempo, destaca que Olavo “teve um papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fez ao país”. Passados 100 dias de mandato, a liderança de Bolsonaro na equipe que formou começa a dar sinais de esgarçamento; não há sintonia entre o racional-legal, o carisma e a tradição.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB


terça-feira, 16 de abril de 2019

Bolsonaro e os caminhoneiros

Jair Bolsonaro se julga comprometido com sua base eleitoral, como se fosse deputado, e não com os brasileiros em geral, como deveria fazer o presidente da República

Na campanha eleitoral do ano passado, o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro manifestou apoio à greve dos caminhoneiros que emparedou o governo, fez a sociedade de refém e causou imensos prejuízos econômicos a todo o País. Agora na condição de presidente da República, Jair Bolsonaro continua a agir como se fosse representante dos interesses dessa categoria profissional, em detrimento dos interesses dos demais brasileiros. “O presidente está do nosso lado”, comemorou Wallace Landim, vulgo “Chorão”, líder dos caminhoneiros. 

“Chorão” tem acesso direto ao gabinete do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e foi graças a esse trânsito que, na semana passada, fez chegar ao presidente Bolsonaro a ameaça de nova paralisação caso a Petrobrás consumasse o anunciado aumento de 5,7% no preço do óleo diesel. Como se sabe, no mesmo dia Bolsonaro telefonou para o presidente da Petrobrás e mandou suspender o reajuste

O custo econômico da interferência do presidente da República na política de preços da Petrobrás já é conhecido - a empresa perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado em questão de horas. Para o País, contudo, o episódio, do ponto de vista político, pode representar um prejuízo ainda maior, pois ficou claro que Jair Bolsonaro ainda se vê e ainda é visto como deputado, e não como presidente. Ou seja, Bolsonaro se julga comprometido com sua base eleitoral, como se fosse apenas deputado, e não com os brasileiros em geral, como deveria fazer o presidente da República. 

O episódio do reajuste do diesel pela Petrobrás é um indicativo do quão longe o presidente Bolsonaro pretende ir para preservar o que julga ser seu capital eleitoral. Ao Estado, “Chorão” lembrou que os caminhoneiros trabalharam para a campanha de Bolsonaro e que esse é “um comprometimento que ele tem com a categoria”. Informou ainda que, segundo lhe disseram seus contatos na Casa Civil, os caminhoneiros “sempre terão o respeito e respostas imediatas” do governo.
É bastante incômodo saber que líderes sindicais desse calibre têm tamanha influência sobre a cúpula do Executivo federal. Num passado recente, durante os governos lulopetistas, eram as centrais sindicais ligadas ao PT que desfrutavam da atenção incondicional do governo, gerando uma casta de privilegiados que impôs sua agenda retrógrada e economicamente danosa ao País. O mesmo parece estar acontecendo agora no governo de Bolsonaro, que, ao justificar a ordem para sustar o aumento do preço do diesel, se disse “preocupado” com os caminhoneiros, a quem prometeu tratar “com o devido carinho e atenção”. Pouco importam os efeitos desastrosos que esse “carinho” terá sobre o País e o conjunto da Nação. 

A esta altura, terão efeitos limitados os esforços do ministro da Economia, Paulo Guedes, para reduzir os danos causados pela decisão de Bolsonaro. “Se ele (o presidente) eventualmente fizer alguma coisa que não seja razoável (na economia), tenho certeza de que conseguiremos consertar”, disse Paulo Guedes. É possível, mas o problema de fundo não é a reconhecida ignorância de Bolsonaro sobre como funciona a economia, e sim o fato de que o presidente parece cada vez mais agir à mercê daqueles que considera seus eleitores - especialmente aqueles que, muito bem organizados, fazem da truculência sua forma preferida de comunicação. 

Diante do rápido derretimento de sua popularidade, Bolsonaro aparentemente passou a se dedicar com mais afinco a cultivar seu eleitorado fiel, entre os quais julga estarem os caminhoneiros. O problema é que, ao premiar com “carinho” a truculência dos líderes daquela categoria, o presidente sinaliza que está vulnerável a todo tipo de pressão, especialmente daqueles que julgam estar na base eleitoral de Bolsonaro. 

É tarefa do presidente da República preocupar-se com um movimento grevista que já se provou extremamente danoso para o País. Mas não cabe ao presidente, em nome desse imperativo, servir como porta-voz das reivindicações dessa ou de qualquer outra categoria profissional. Ao fazê-lo, Bolsonaro não só demonstra desconhecer a natureza do cargo que ocupa - ele não é procurador de interesses sindicais nem recebeu delegação para entregar a Nação, como refém, aos grupos que acreditam ter chegado com ele ao poder.


 

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Bolsonaro procura uma porta-voz para o governo entre militares

Aliados de Bolsonaro defendem a necessidade de um representante oficial, ideia endossada pelo Palácio do Planalto

A falta de um porta-voz do governo federal abre espaços para declarações conflituosas, como as ocorridas na sexta-feira passada, quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou o aumento da alíquota do Imposto de Operações Financeiras (IOF) e foi corrigido pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que disse que o presidente se “equivocou”.  Aliados de Bolsonaro defendem a necessidade de um representante oficial, ideia endossada pelo Palácio do Planalto que, em nota, disse, porém, não haver previsão para que a vaga seja ocupada. O chefe do Executivo federal avalia nomes de militares mulheres do Exército e da Marinha.

A intenção inicial era de que o nome tivesse sido oficializado na semana passada, mas o anúncio acabou adiado. A expectativa é de que o porta-voz seja anunciado nesta semana. Bolsonaro já disse, em conversas reservadas, que procura alguém afinado com as suas ideologias. O escolhido deixará de ser vinculado à Secretaria de Comunicação Social e responderá diretamente ao gabinete presidencial.  Inicialmente, o nome pensado pela equipe governista foi o do jornalista Alexandre Garcia, que deixou a Rede Globo há duas semanas e ocupou o cargo na gestão do presidente João Figueiredo, na ditadura militar. Pelas redes sociais, Garcia declarou não ter intenção de participar do governo. Um dos assessores palacianos, entretanto, afirmou que o jornalista tem sido consultado sobre os nomes aventados pelo presidente antes da oficializarão do escolhido.

Ministros estão pressionando Bolsonaro a escolhê-lo o mais rápido possível. Para eles, o presidente não pode conceder várias entrevistas por dia e de maneira improvisada. Um dos problemas até agora é que não foi encontrado um profissional com perfil que agrade plenamente ao Planalto, especialmente no quesito financeiro. Tudo porque, segundo aliados, o lema do presidente é o tripé de austeridade, transparência e honestidade.  O salário de um porta-voz governista pode chegar a R$ 26 mil. O valor que o representante de Michel Temer, Alexandre Parola, diplomata de carreira, teria direito a receber, no entanto, era bem menor: cerca de R$ 15 mil líquidos.