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sábado, 25 de fevereiro de 2023

Desarmamento - Não adianta nada tirar armas sem combater a cultura da violência - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Governo Lula já revogou uma série de normas sobre posse e porte de armas do governo Bolsonaro - Foto: Hugo Harada/Arquivo Gazeta do Povo/Arquivo
 
A agropecuária brasileira está meio assustada. A avicultura está preocupada com a gripe aviária na Argentina, e agora apareceu um caso de vaca louca no Pará; a carcaça foi totalmente queimada. 
A China e o Canadá levaram um susto, porque recebem carne brasileira. Este é o primeiro desafio para o atual governo, para o novo ministro da Agricultura, que é do ramo. Não podemos deixar entrar a gripe aviária – o Rio Grande do Sul é o estado mais próximo – e precisa ficar bem claro que este caso de vaca louca é isolado.
 
O mundo inteiro está de olho no nosso agro. Nós somos o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.  
Já ultrapassamos a Rússia, grande produtora de grãos, graças ao quê? Aos brasileiros, que trabalham muito, 24 horas por dia, que não ficaram esperando o governo trabalhar por eles.
Eventos climáticos extremos não são novidade, nós é que não investimos em prevenção
 
Na quinta-feira, alguns ministros foram ao Rio Grande do Sul ver as consequências da seca. Vale para a seca o que vale para as chuvas no Rio de Janeiro e São Paulo. Acontece todos os anos, não é novidade.
É preciso haver uma estrutura que diminua os efeitos, as consequências ruins, tanto na Serra do Mar quanto no pampa gaúcho, onde a seca é mais severa: investir em irrigação artificial, reservas, reservatórios.
 
Quem tem de perder a arma é bandido, não quem tem posse legalizada
Estive em Sinop nos anos 1970, era uma rua só; agora é uma cidade imensa, no coração da grande produção de algodão, de milho e de soja desse Brasilzão
E foi horrível essa execução de sete pessoas num salão de sinuca, obra de dois homens armados que perderam o jogo, saíram, foram buscar armas, voltaram e simplesmente se vingaram de todo mundo, inclusive dos espectadores que estavam por ali e não tinham nada a ver. 
O ministro da Justiça já aproveitou para continuar sua campanha para retirar armas de fogo não dos bandidos, mas das pessoas que têm as armas legalmente. 
 Queria ver tirar todas aquelas armas de fogo dos bandidos no Rio de Janeiro. [no Rio o ministro Fachin proibiu que a polícia entre nas favelas; qualquer movimentação policial e os bandidos correm para as favelas  - com suas armas = arsenal moderno formado por armas com grande poder de fogo  e ficam livres de serem incomodados pelos policiais.]
 
Voltando à questão das armas, pesquisei as estatísticas do Distrito Federal sobre mulheres que foram mortas. Dos 65 casos de feminicídio, como passaram a chamar esse crime, a maior parte não foi por arma de fogo: apenas 13, ou seja, 20%, dois casos em cada dez
Nos outros 52 usaram faca, usaram as mãos, usaram paus, pedras, veneno. Isso confirma o óbvio: que não adianta tirar arma de fogo, tem de desarmar os cérebros, porque é o cérebro que dá a ordem para as mãos estrangularem, ou pegarem um pedaço de pau, uma pedra, uma faca ou uma arma de fogo.
 
Segundo uma ONG mexicana, das 50 cidades mais violentas do mundo, a primeira fica no México, e a mais violenta do Brasil seria Mossoró (RN)
E ainda há outras nove cidades brasileiras na lista, nas regiões Norte e Nordeste. O que é isso?  
Deve ser alguma cultura, algo que está na cabeça das pessoas. 
Não são as armas, porque faca todo mundo encontra em qualquer cozinha e ninguém vai interditar cozinhas por causa disso.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

STF vai comprar kit com armadura e capacete para se proteger de manifestações - O Globo


  Carolina Brígido

Edital de licitação foi aberto no início do mês no valor de R$ 69,6 mil


 Em meio a críticas contra sua atuação, o Supremo Tribunal Federal ( STF ) abriu licitação para comprar equipamentos para se proteger de eventuais manifestações e ataques físicos . Edital publicado no último dia 2 na página da Corte na internet anuncia a compra de “kit antimotim para controle de distúrbio civil”. O kit será composto de “armadura de proteção corporal completa (membros e tórax), capacete e escudo”. O valor estimado a ser gasto é de R$ 69.612,60.
LEIA: Toffoli diz que inquérito que apura ataques ao STF deve agir 'em toda a sua dimensão'

[faltou licitar a compra dos cavalos - cavaleiros medievais sem cavalos e sem lanças ficam fora do contexto;
há dúvidas quando a eficiência da proteção, para objetos pontiagudos e outros arremessados por mãos humanas, a proteção é excessiva - outros materiais mais leves são tão eficientes quanto  os pretendidos - fica a impressão de peso excessivo.

Outro ponto que foi esquecido: aumentar demais a proteção, apenas força o inimigo a usar meio mais contundente, que pode impedir o agente de sofrer traumas, impactos, mas que não impede seja arremessado a dezenas de metros com armadura e tudo.
É preocupante que a Suprema Corte cogite de usar meios medievais para proteger seus integrantes.
Afinal, a presidência do STM pode, constitucionalmente, requisitar ao comandante supremo das FF AA proteção adequada e mais eficiente.] 
A avaliação das propostas de preço apresentadas pelas empresas interessadas está marcada para a próxima segunda-feira, por meio eletrônico. Há preocupação com ataques vindos de objetos pontiagudos ou pesados – e até chamas provocadas por coquetéis Molotov. O edital anuncia a compra de 15 kits, que serão usados por agentes de segurança. O “traje antimotim” deve ser composto de “armadura de proteção corporal completa”, incluindo a parte frontal, ombros, braços, mãos, virilha e pernas. “A armadura deve oferecer proteção substancial contra impactos e traumas provocados por diversos tipos de materiais, além de flexibilidade e conforto ao usuário, apresentando facilidade na colocação e retirada do material”, diz o texto.

Há também exigência deproteção contra altos impactos, absorvendo e distribuindo a energia, podendo esses impactos ser provenientes de diversos materiais, tais como, pedras, tijolos, e certos artefatos pontiagudos”. O tecido deve ter “propriedade retardante de chamas, proporcionando ao usuário proteção contra situações de fogo repentino, protegendo, por exemplo, o usuário contra possíveis ataques de fogo, como os coquetéis Molotov”. Tudo deve ser confeccionado na cor preta.

Já o “escudo antitumulto “ deve ser fabricado em chapa de Policarbonato, com ao menos seis milímetros de espessura. Os “capacetes para atividades de controle de distúrbios civis” devem ser feitos “com casco inteiriço, na cor preta, sem emendas, de forma a prevenir ou minimizar lesões provocadas à cabeça do usuário provenientes de impacto ou penetração de objetos arremessados manualmente ou de forma mecânica, não incluindo armas de fogo”. O material “deve resistir a líquidos quentes, cáusticos ou inflamáveis”. 

Carolina Brígido - O Globo



quinta-feira, 22 de março de 2018

Apoiadores do condenado Lula estão levando cacete no Rio Grande

Grupos de apoio a Lula são recebidos com pedras em São Borja, no RS

A chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, foi acompanhada de protestos e confrontos entre ruralistas e integrantes de movimentos sociais nesta quarta-feira, 21. Caravanas que chegavam para apoiar Lula foram recebidas com pedras jogadas contra os ônibus, mas não houve feridos.  Já em frente ao Museu Getúlio Vargas foi registrado um pequeno incidente em que um manifestante do MST foi agredido sem maiores consequências. O forte aparato policial evitou confrontos e direcionou grupos rivais para locais em que pudessem ser controlados.

O ato político estava marcado para as 14h na Praça XV de Novembro, no centro da cidade onde fica o Mausoléu Presidente Getúlio Vargas, mas só começou por volta das 17h. Muitos pronunciamentos entremeados com apresentações artísticas seguraram o público por várias horas até a chegada de Lula, que estava acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e de lideranças locais como o ex-governador Olívio Dutra. 

O discurso de Dilma Rousseff destacou principalmente a instalação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e do Instituto Federal Farroupilha (IFF) na cidade, além do que chamou de “golpe” para tirá-la do poder. Ela ainda falou sobre os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e o ex-governador Leonel Brizola, todos com forte ligação com São Borja – os túmulos dos três políticos trabalhistas estão no cemitério do município.
 
Lula iniciou seu discurso atacando o que chamou de “direita fascista”, que, no seu entendimento, “muitas vezes se beneficiou dos recursos do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) para adquirir máquinas com valores subsidiados.” O ex-presidente lamentou o clima tenso comandado por “empresários e ruralistas”, afirmando que seu partido não adotaria a mesma atitude. “Isso não faz parte da democracia.”

Ocorreram pequenos confrontos entre um grupo que protestava contra Lula e usava frases que pediam sua prisão e, de outro lado, integrantes da CUT e do MST em defesa do ex-presidente. O ato foi encerrado pouco depois das 18h. A caravana seguiu, ainda sob forte esquema de segurança, para a região das Missões, onde Lula visita as cidades de São Miguel e Santo Ângelo.

IstoÉ