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domingo, 27 de agosto de 2023

STF vai julgar Bolsonaro por ‘atos preparatórios ao terrorismo’

Vereadora acusou o ex-presidente de colocar em 'risco a paz social'

 

Na ação, a vereadora menciona o assassinato do petista Marcelo Aloizio de Arruda | Foto: Foto: Reprodução YouTube

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Policial Penal atirou ao menos três vezes em tesoureiro do PT, diz laudo [petista atirou 13 vezes]

Laudo também mostra que Marcelo Arruda revidou com outros 13 tiros contra Jorge Guaranho

O policial penal, Jorge Guaranho,  atirou ao menos três vezes contra o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, que acabou morto durante a própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, em 9 de julho. A conclusão é do laudo de confronto balístico do Instituto de Criminalística do Paraná, que foi anexado ao porcesso do caso nesta terça-feira (26/7).

O laudo ainda aponta que Marcelo Arruda revidou com outros 13 disparos. Jorge Guaranho ainda está internado no Hospital Ministro Costa Cavalcanti. Para o laudo, foram analisadas duas pistolas e projéteis encontrados no local do crime. Guaranho é policial penal federal e usava uma pistola semiautomática calibre .40 com a inscrição do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen).

Já a arma usada por Arruda era uma pistola semiautomática de calibre .380 com Brasão da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu. Marcelo Arruda era guarda municipal.

Na semana passada, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou Jorge Guaranho réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e colocando a vida de outras pessoas em risco. No texto, o MP ressalta que foi um "gravíssimo crime comum (homicídio consumado duplamente qualificado), notoriamente praticado em razão de divergência político-partidária (motivo fútil), que expôs a perigo comum todos aqueles que se encontravam no local".

Brasil - Correio Braziliense


sexta-feira, 22 de julho de 2022

“Lúcido”, bolsonarista que matou petista diz que se defenderá na Justiça

Jorge Guaranho está internado em hospital de Foz do Iguaçu há duas semanas

Jorge Guaranho, o policial penal que matou petista em Foz do Iguaçu -

 O policial penal Jorge Guaranho, que atirou no tesoureiro do PT Marcelo Arruda e acabou matando-o há duas semanas em Foz do Iguaçu, no Parará, tem prazo de dez dias para apresentar defesa perante a Justiça. Na quarta 20, Guaranho foi denunciado pelo Ministério Público e se tornou réu. No dia seguinte, o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello determinou que o acusado fosse citado no Hospital Ministro Costa Cavalcante.

Segundo o oficial de Justiça que esteve na unidade de saúde, Guaranho, que deixou a UTI e foi transferido para a enfermaria, estava lúcido e entendeu as acusações que lhe foram imputadas. Nas tentativas de contatos anteriores, o policial penal estava sedado e não conseguiu se comunicar com as autoridades. “O denunciado no ato de sua citação/intimação demonstrou-se apto a manifestar vontade e a receber a contrafé. Encontrava-se lúcido e compreendendo todo o teor da contrafé que lhe foi lida. Fez perguntas e respondeu a todas as minhas indagações acerca do mandado”, disse o emissário judicial.

Após a citação, o réu deverá responder às acusações por escrito e poderá arrolar testemunhas, além de especificar provas.

Maquiavel -  Coluna em VEJA


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Família de bolsonarista diz que crime em Foz não foi político e que vive pesadelo - Folha de S. Paulo

Familiares do policial penal Jorge Guaranho negam que o caso em que ele matou o militante petista Marcelo de Arruda tenha sido político e dizem viver um pesadelo.

O bolsonarista invadiu a festa de 50 anos de Marcelo, que tinha o PT como tema, e o matou, no último sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR). Ele também acabou baleado e segue internado em estado grave. Irmão de Guaranho, John Lennon Araújo diz que o policial foi até o clube social da Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), onde acontecia a festa, para fazer uma ronda. Ele era associado ao clube e, segundo o irmão, essa era uma rotina."Várias outras pessoas que eram associadas também faziam essa ronda. Então não foi nada de anormal como foi noticiado, é uma rotina deles fazerem isso", disse.

A polícia, por outro lado, investiga se o homem não foi até lá após ter tido acesso a imagens das câmeras do local onde acontecia a festa com temática petista.Sobre o caso que acabou em morte, Araújo afirma que os atos do irmão não se justificam por questões políticas.Segundo pessoas que estavam na festa, no dia do crime, Jorge passou de carro em frente ao salão de festas dizendo "aqui é Bolsonaro" e "Lula ladrão", além de proferir xingamentos. Ele saiu após uma rápida discussão e disse que retornaria.

De acordo com as testemunhas, Marcelo então foi ao seu carro e pegou uma arma para se defender. Jorge de fato retornou, invadiu o salão de festas e atirou. O petista, já ferido no chão, também baleou o bolsonarista. Uma câmera de segurança registrou o crime. O irmão contesta a versão das pessoas que estavam na festa. "Eu tenho certeza que ele estava ali defendendo a família dele, foi somente isso. Não teve nada a mais do que isso. Meu irmão não estava nem aí que o cara era Lula, aniversário era do Lula, tema do Lula."

"Pra gente isso é indiferente, tenho certeza que para o meu irmão também. O cara é que, quando ouviu uma música do Bolsonaro, infelizmente, perdeu a linha", disse Araújo.

Ele afirmou que o irmão era apoiador de Bolsonaro, mas não fanático. Araújo disse que o irmão jamais foi a alguma passeata ou participou de partido e que só fez algumas postagens a favor do presidente."Ele não estava nem aí se o cara era PT ou não. Tem vários amigos nossos que são da esquerda, que frequentam a minha casa, frequentam a casa dele, nunca tivemos problemas com isso", disse.

"A gente sempre teve esse relacionamento de diversidade. Eu sou flamenguista, meu irmão é vascaíno. Eu sou evangélico, meu irmão é católico, a gente conversava sobre esses assuntos, nunca discutimos por causa disso", disse.

Dalvalice Rosa, mãe de Jorge Guaranho, diz que toda a situação tem dois lados. "Nós estamos vivendo um pesadelo desde sábado", disse, em curta conversa por telefone.

A reportagem entrou em contato com ela posteriormente. Rosa disse que estava muito mal e que a ficha estava caindo agora, por isso, não conseguiria falar mais naquele momento. A reportagem também foi até a vizinhança de Jorge Guaranho, em um bairro de classe média em Foz do Iguaçu. No local, encontrou a mulher de Guaranho, que preferiu não falar. A esposa do bolsonarista disse apenas que estava indo até o hospital.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, Guaranho se encontrava sedado em assistência ventilatória mecânica, hemodinamicamente estável e sem previsão de alta.Jorge Guaranho parece ter uma vida discreta na vizinhança do Jardim das Laranjeiras, onde vive com a família em Foz do Iguaçu. Em comércios próximos de sua casa, as pessoas se mostraram surpresas com o fato de que ele morava ali e não lembravam de tê-lo visto.

Em suas redes sociais, Jorge se define como conservador e cristão. Ele usa as redes sociais principalmente para defender Bolsonaro, se diz contra o aborto e as drogas e considera arma sinônimo de defesa.Em junho de 2021, ele aparece sorrindo em uma foto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do mandatário. "Vamos fortalecer a direita", escreveu em 30 de abril numa corrente da "#DireitaForte" para impulsionar perfis de conservadores com poucos seguidores.

Sua última postagem antes do crime é um retuíte de uma publicação do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares Sérgio Camargo, dizendo: "Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder no Brasil. A responsabilidade é de cada um de nós".

Semanas atrás, o policial penal (trabalha em unidades prisionais) publicou ainda uma mensagem de cunho LGBTfóbico ao comentar o anúncio do jogador de futebol Richarlyson sobre ser bissexual. "Popeye assume que come espinafre", escreveu Guaranho.

Xingamentos e palavrões de cunho sexual também são comuns. "Sua bunda" e "meus ovos", respondeu a postagens da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e do influenciador Felipe Neto em setembro do ano passado. 

Poder - Eleições 2022 - Folha de S.Paulo