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Mostrando postagens com marcador prefeito. Mostrar todas as postagens
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sábado, 1 de julho de 2017

Está prefeito, mas é pastor



Se as ruas do Rio enchem com bueiros entupidos e tiros ecoam pela cidade, Crivella vai cantar em Brasília 

Não sei por quanto tempo uma cidade consegue sobreviver sem prefeito. O Rio de Janeiro está tentando. Durante a campanha, Marcelo Crivella disfarçava seu propósito maior. Mas, na semana passada, ao cantar, da tribuna no Senado, em Brasília, uma música de sua autoria, “Perfume Universal”, que exalta o “sacrifício e coragem” de sua igreja e de seu tio, Edir Macedo, Crivella mostrou a que veio.

É só o que ele sabe fazer – e suas viagens internacionais para cultos e encontros com representantes da igreja comprovam. Foi assim na África do Sul, na Rússia. Crivella está prefeito, mas é pastor. Seis meses da atual prefeitura deixaram o carioca com uma certeza: não há ninguém no comando da cidade. O pior é que fica por isso mesmo. Diante de inundações ou de tiroteios, Crivella reage da mesma forma. Zero. O rosto não trai emoção. O prefeito não passa no teste. 

Se chove a cântaros e as ruas se enchem com bueiros entupidos, ele só aparece depois. No meio do caos, o carro de Crivella bate em outro carro e ele não se digna a abrir a janela, prefere bater em retirada para casa. Tiros ecoam pela cidade, o trânsito dá um nó com protestos por mortes – mas o “prefeito-pastor” não se amofina. Vai cantar na capital. Comanda um culto na Câmara Alta do Congresso, em sessão de homenagem aos 40 anos da Universal. O Estado é laico. Isso não é normal.

Dizia assim a música de Crivella: “Na perseguição que a Universal sofre em todo lugar/Na dor de ver o seu líder levado à prisão/Na força que existe entre nós/Na fé que nos põe de pé/Na união que faz todos irmãos/Ainda existe aquele perfume espalhado no ar”. O tio do prefeito, o bispo Edir Macedo, preso em 1992, acusado de estelionato, foi convidado, mas não compareceu.

Com todo o respeito, o afinado Crivella deveria cantar em casa no chuveiro. Ou em eventos particulares e familiares. Durante seu mandato, que não é divino, teria ao menos de fingir que é prefeito do Rio. A cidade está órfã e precisa que alguém cuide dela. A atual prefeitura teima em desafinar.

Foi uma semana de belas praias e muita violência no Rio. Uma granada lançada por traficante matou um porteiro que almoçava em Copacabana. Houve perseguição e troca de tiros em autoestrada. Teve gente baleada em confrontos com policiais em vários pontos da cidade. A Rocinha bloqueou o túnel que liga o Leblon a São Conrado e parou o trânsito, em protesto contra a morte de um jovem esfaqueado. Um universitário foi assassinado a tiro na Barra da Tijuca ao reagir ao roubo de sua motocicleta. Um policial foi morto em tentativa de assalto em Bonsucesso, Zona Norte. 

E onde estava Crivella? O que fez Crivella em seis meses? Meio ano? Além de criar caso com o samba e o Carnaval, fez exatamente o quê? Nomeou o filho Marcelinho para a Casa Civil, um exercício de nepotismo vetado pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello. Talvez fosse melhor deixar o Marcelinho assumir. Quem sabe era esse o plano original de Crivella: colocar o filho para trabalhar em seu lugar enquanto viaja e canta. O prefeito entrou com recurso e o ministro negou novamente na semana passada. O caso será julgado pelo plenário do Supremo. Santa paciência tem o STF.

Ok, a população do Rio elegeu o bispo licenciado Crivella como prefeito. Todo mundo já sabia que ele gostava de compor, rezar e amar. Até aí, nada. Seria até positivo ter um prefeito com fé, a mente aberta e dons artísticos. Mas Crivella não é conhecido por sua tolerância à diversidade cultural, sexual ou religiosa. Ao contrário. Que não inviabilize a Parada Gay do Rio com discursos demagógicos, como tenta fazer com o Carnaval, o atual bicho-papão das criancinhas nas creches. O prefeito passa para o eleitorado uma mensagem messiânica. Na surdina, mina avanços e conquistas contra a homofobia.[este é um dos poucos pontos positivos do Crivella, apesar de ser ofuscado pelo deboche que faz a conduta repugnante de um 'bispo' da Igreja Universal ao chutar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.
Destaque-se que apesar da má fama que carrega - merecida, por sinal - a Câmara Legislativa do DF acertou uma quando cancelou um estúpido decreto do Rollemberg que pretendia oficializar as aberrações LGBT no DF.]

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quarta-feira, 10 de junho de 2015

O assassinato que desafia o PT na Bahia

Começa nesta quinta-feira (11) mais um congresso do Partido dos Trabalhadores. Será realizado em Salvador. Antes de encerrar esta postagem, foi confirmada a presença de Dilma Rousseff na abertura. Não sabemos o que fizeram para forçar a presença da Presidente, mas posso imaginar. Para o tal Congresso, o partido recebeu sete teses, distribuídas em generosas 165 páginas, que vão fomentar os debates. A palavra “corrupção” aparece 63 vezes. Em nenhuma delas o PT admitiu que meteu a mão no dinheiro do povo. A corrupção é sempre da elite, da direita, do PSDB, do escambau, menos do PT. A frase melhorzinha, que se aproxima de um sentimento de mea culpa é esta: “Não pode haver uma ética socialista do PT sem uma ética pública, isto é, a corrupção ou a convivência com a corrupção mina a própria identidade socialista do PT.”

Mas não é só a corrupção que está matando o PT. É sua incompetência em ser governo de uma nova era. Aquela velha Bahia dos assassinatos sem elucidações, por exemplo, continuou como nunca antes na história deste país. E pego aqui o exemplo do assassinato de um filiado do próprio PT. No início da noite de uma sexta-feira, 02 de maio de 2014, o médico José Carlos Bezerra Carvalho, 49 anos, conhecido como “Dr. Zé Carlos”, ou ainda Zé Carlos do PT, proprietário da rede de clínicas UCP, foi assassinado em frente à academia de ginástica que frequentava. Calaram o médico com tiros na cabeça, desferidos por dois homens que chegaram em uma moto. Zé Carlos morreu no local.
Para que você se recorde bem, José Carlos foi candidato a prefeito nas últimas duas eleições em Paripiranga, 2008 e 2012. Na última, perdeu a eleição por algo em torno de 5% dos votos. Independente das desgraças provocadas pelo seu partido, seu nome era cotadíssimo para sentar na cadeira de prefeito de Paripiranga em 2017. O crime ocorreu no dia em que aconteceria uma grande festa em praça pública na cidade, para comemorar os 128 anos de emancipação política de Paripiranga. A festa foi cancelada e a prefeitura decretou luto oficial no município.

Ora, pois bem, estamos entrando no 14ª mês do crime e parece que tudo se resume à luta de um único nome para desvendar o mistério. Trata-se do delegado de Paripiranga, Geuvan França Passos Junior. Ele afirmou que o crime foi de mando e teve a assinatura de Alexandre Magno Rodrigues de Oliveira, braço forte do prefeito atual da cidade, George Roberto Ribeiro Nascimento (PSD), apontado também como um dos envolvidos na trama que matou José Carlos. Para o delegado, Alexandre contratou como executor um homem identificado como Leonardo Fraga de Baranhos. Motivo provável: a eleição de 2016. José Carlos era o favorito. O promotor, Alexandre Magno, seria o adversário. 
O delegado chegou a dizer em vários portais e emissoras de rádio que o crime começou a ser desvendado após a prisão de Igor Carvalho, condutor da moto usada no dia do crime e este apontou os outros envolvidos, que já eram suspeitos da polícia. Leonardo Baranhos está foragido. Outro fato citado pelo delegado foi a morte do chefe de gabinete do prefeito George, Lázaro Matos Fraga, ocorrido em 30 de novembro de 2014, e que também teria sido executado por Leonardo. Lázaro também era suspeito de ter mandado matar um tratorista da cidade de Lagarto, conhecido como Baiá. O executor deste crime teria sido o pistoleiro Zé Augusto, de Poço Verde, morto em 15 de outubro de 2014, noticiado aqui por este blog.

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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Lula e Dirceu comandavam o esquema em Santo André



Cesar Benjamin: Lula e Dirceu comandavam esquema em Santo André que resultou no assassinato de Celso Daniel
O sociólogo e editor Cesar Benjamin foi militante do PT de 1980 a 1995.
Foi ele que revelou na Folha, em 2009, o caso do “menino do MEP”, o preso que Lula se gabou de ter tentado subjugar sexualmente nos 30 dias em que ficara detido e “que frustrara a investida com cotoveladas e socos”.


Cesar Benjamin conhece bem as violações lulopetistas.

Em 2005, durante o escândalo do mensalão, ele já denunciava ao Estadão que “tinha havido uma série de financiamentos que desconhecíamos”, “de bancos e empreiteiras, para a campanha do Lula” de 1994(!) e que o processo de corrupção “talvez tenha começado antes”. “Quando vejo essa situação atual, tenho consciência de que não começou agora e é a expressão de uma prática continuada e sistêmica, que foi introduzida através do Lula e do Zé Dirceu”. 

Naquele ano, quase uma década antes de explodir o petrolão, Benjamin também disse à Época:  “Isso foi vivido como ascensão social para um grande número de quadros, de lideranças do PT, que mudaram individualmente de classe social. Passaram a ter um nível de vida que não tinham e viveram isso muito alegremente.” 

Questionado se este processo gerou o cadáver de Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado em 2002, o ex-militante petista respondeu:Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico.” 

Não só este, diga-se. Sete outras pessoas ligadas ao caso morreram, inclusive o legista que atestara que o prefeito fora barbaramente torturado antes de ser assassinado.  Agora, Cesar Benjamin voltou a tratar do assunto no Facebook, por ocasião da morte no domingo (24) de um dos fundadores do PT. 

Reproduzo seu post na íntegra, grifando os trechos sobre Lula e Dirceu: “Acabo de saber da morte de Antônio Neiva. Muito teria a dizer sobre ele: seu companheirismo, seu humor, sua lealdade, sua honestidade. Velho militante da época da ditadura, permaneceu no PT até o fim. Escolho apenas um momento das nossas vidas.
Eu era da direção do PT quando percebi que o processo de corrupção se alastrava no partido. Tentei debater isso na direção, sem sucesso, pois àquela altura todos já temiam os dois comandantes da desagregação, Lula e José Dirceu. 

Restou-me levar a questão ao Encontro Nacional do PT realizado em 1995 em Guarapari, no Espírito Santo. Fui à tribuna, que ficava numa quina do grande salão, de onde era possível ver, simultaneamente, o plenário e a mesa.
Logo depois de começar meu pronunciamento, vi José Dirceu se levantar, se colocar de frente para o plenário, de lado para mim, e fazer sinais na direção de um grupo que – depois eu soube – era a delegação de Santo André. 

Pelo tom da minha fala, Dirceu achou que eu trataria do esquema de corrupção nesse município, que ele e Lula comandavam e que resultaria depois no assassinato de Celso Daniel.
Ele estava enganado. Eu não falaria disso, simplesmente porque desconhecia esse esquema. Minha crítica era à perda geral de referência ética e moral no partido, que nessa fala eu denominei de ‘ovo da serpente’. 

Mobilizados por Dirceu, os bandidos de Santo André saltaram sobre mim, para interromper meu pronunciamento na base da porrada.
Foi Antônio Neiva quem se interpôs entre mim e eles, distribuindo safanões e impedindo a continuidade do massacre. Foi minha última participação no PT, que agora agoniza, engolido pela serpente que cultivou.
Descanse em paz Antônio Neiva, irmão, homem honrado. 

Cesar Benjamin.”