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sábado, 9 de janeiro de 2021

Dúvidas sobre CoronaVac obscurecem resultado positivo – O Globo

Opinião

Uso político e ciência praticada por meio de comunicados opacos em nada contribuem no combate à pandemia

Houve celebração em torno do resultado das pesquisas do Instituto Butantan com a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela chinesa Sinovac. Na teoria, trata-se de uma vacina barata (R$ 58,20 a dose), que não impõe maiores desafios logísticos e tende a despertar menos reações adversas. É também a primeira vacina com condição de ser aplicada rapidamente em escala nacional e de permitir que o Brasil tire o atraso na corrida da imunização.

Mas os resultados divulgados não esclarecem dúvidas essenciais sobre a eficácia e a distribuição. Tais incógnitas contribuem para obscurecer os resultados positivos. O Butantan divulgou apenas dois números: 78% de eficácia contra casos leves e moderados, 100% contra os graves. Depois da pressão, deixou escapar que, dos 12,4 mil profissionais de saúde voluntários dos testes, 218 haviam contraído a Covid-19. O governo paulista informou que só divulgaria os dados completos depois da análise da Anvisa, para onde encaminhou o pedido de uso emergencial.

Pode parecer mero exercício aritmético saber quantos doentes havia no grupo que tomou a vacina e quantos tomaram placebo. Mas a questão não termina aí. Toda pesquisa precisa fornecer informações detalhadas sobre eficácia e efeitos adversos em grupos sob maior risco e diferentes faixas etárias. Outras pesquisas foram bem mais transparentes nos dados publicados, mesmo que ainda não tivessem recebido o aval de publicações científicas. Foi o caso da AstraZeneca, cuja vacina será produzida aqui pela Fiocruz.

É importante entender os detalhes, pois os números podem enganar à primeira vista. Uma vacina 78% eficaz pode ser melhor que outra 95% eficaz, desde que, em virtude do custo e das características de distribuição, possa ser aplicada em escala maior. O importante para controlar a pandemia é o patamar de imunidade coletiva atingido com a vacinação, resultado não apenas da eficácia, mas do total de vacinados.

Em nada ajuda que a CoronaVac tenha se tornado foco do embate entre Jair Bolsonaro e João Doria. Depois da resistência inicial, o Ministério da Saúde encomendou 46 milhões de doses. Mas isso não encerrou a disputa. Doria quer iniciar a vacinação dia 25. O governo federal diz que não pode haver diferença no cronograma do país inteiro, mas ninguém conhece ainda detalhes do plano de vacinação.

O uso político da vacina e a divulgação de resultados científicos em comunicados opacos só prejudicam o combate ao vírus. Não dá para fazer ciência por press release.  
Ainda é preciso conhecer bem mais sobre a eficácia e a distribuição da CoronaVac para saber se ela tem mesmo condição de, como pretende a propaganda de Doria, ser a vacina do Brasil.
 
Opinião - Jornal O Globo 

terça-feira, 21 de abril de 2020

A vez das máscaras – Editorial - Folha de S. Paulo

Artefato, já obrigatório em alguns locais, deve acompanhar abertura do comércio

Demorou um pouco, talvez demais, mas a obrigatoriedade do uso de máscaras respiratórias em público se dissemina pelo Brasil. Várias capitais e estados inteiros já adotam essa forma de prevenção contra a epidemia do novo coronavírus.  Os governadores de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal estenderam a providência a todo o território. A medida protetiva acompanha progressiva liberação do comércio nessas unidades da Federação, em graus diferenciados, e por ora não se preveem multas.

Decretos municipais determinam o uso compulsório em pelo menos seis capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Vitória e Teresina. A abrangência da obrigatoriedade varia, em alguns casos restrita a trabalhadores encarregados de atendimento ao público, noutros alcançando a população geral.  Os prefeitos prometem distribuir milhões de máscaras em semanas. Não estipularam sanções para a desobediência da norma, e por ora agem bem ao não fazê-lo, porque até há pouco a recomendação era de que o dispositivo fosse envergado apenas por quem tivesse sintomas da Covid-19, além, claro, dos profissionais de saúde.

Outros alcaides adotaram multas, como os de Betim (MG), de R$ 80, e Volta Redonda (RJ), de R$ 500. Parece certo que encontrarão dificuldade para fazer com que sejam aplicadas, cobradas e pagas, o que pode contribuir para desmoralizar a norma.  No intuito de evitar corrida aos estoques e garantir o fornecimento a profissionais de saúde, que de fato são os que mais necessitam do equipamento de proteção individual, algumas autoridades cometeram o equívoco de divulgar que as máscaras não traziam benefício individual. Não é bem assim, como cumpre esclarecer.

A maior utilidade das máscaras é, sim, diminuir a probabilidade de que alcancem outras pessoas os vírus expelidos ao tossir, espirrar e mesmo respirar. Elas são menos eficientes para impedir que alguém aspire partículas do Sars-CoV-2 presentes no ar, mas não inteiramente ineficazes.  A política mais sensata reside em garantir farta distribuição gratuita, orientação sobre o uso correto e comunicação inteligente para combater o preconceito social. Em lugar de multas, faz mais sentido impedir o acesso dos refratários a estabelecimentos de comércio e transportes públicos.


Nessa direção caminha o estado de Nova York, que só cogita vir a multar estabelecimentos reincidentes no desrespeito à determinação. Em Buenos Aires, por outro lado, estão previstas sanções de mais de R$ 6.000. É um exagero.

Editorial  - Folha de S. Paulo


segunda-feira, 30 de março de 2020

Comida na mesa - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

Proponho um “aplausaço” aos soldados do alimento

Muito se falou sobre os desentendimentos entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores. Eu acho que essa seria a hora de união, de fazer uma trégua.  É preciso esquecer todas as divergências pessoais, políticas e eleitorais. Porque acima de tudo está o Brasil e com duas grandes crises, a sanitária e a econômica. Nós temos que resolver as duas ao mesmo tempo.

Não tem como perder tempo com picuinhas pessoais. Desavenças como a de Bolsonaro com João Doria, que governa São Paulo, o estado com o maior número de casos de coronavírus e de mortes. O presidente perdeu também um aliado importante que é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Os dois divergiram acerca de ter ou não o confinamento social.

Acho que está na hora de acabar com isso. Eles podem voltar a discutir depois que tudo estiver resolvido tanto na economia, quanto na saúde. A gente não sabe nem até quando essa crise vai se estender. Prefeitos pegam carona na doença É possível que as eleições municipais sejam adiadas. Está cheio de prefeito achando que por conta do coronavírus vai conseguir mais votos durante o pleito e isso não é dedicação ao país.
Winston Churchill, por exemplo, disse que se aliaria ao diabo para combater Hitler. E tem gente que está se aliando ao coronavírus para ver se atrapalha o presidente BolsonaroEstão pegando carona no corona. Não é hora disso, está na hora de pensar em algo mais importante que é defender as pessoas do vírus e defender a economia da possibilidade de uma depressão econômica.

Suécia paga para ver
O Japão não ordenou que os habitantes do país fiquem em quarentena, exceto quem está no grupo de risco como os que estão com suspeita da doença, os mais idosos e os que já tem doenças prévias. A economia está  crescendo.
A Suécia por outro lado não está fazendo nada porque quer ver como o vírus se comporta e está sendo criticada por isso. A Suécia é um país muito frio, diferente do Brasil que tem temperaturas altas e população jovem.

Coronavírus tem o seu ciclo
Tenho notícia de duas pessoas que se recuperaram do coronavírus, o general Augusto Heleno e o Fábio Wajngarten. O general já está no Palácio do Planalto trabalhando, ele tem 73 anos.
Wajngarten conta que só tomou dois remédios de Novalgina quando estava com febre e muita vitamina C. Segundo o secretário de Comunicação, ele sentiu dor no  corpo e febre. Disse que teve efeitos colaterais piores quando teve gripe.
Esse é o coronavírus. Ele tem um ciclo. Além  disso, a doença atinge majoritariamente pessoas que já tem outras doenças cardíacas, respiratórias ou outras.

[as três categorias, adiante citadas,  merecem aplausos,  e os profissionais de saúde já estão recebendo - merecidamente.

Os que produzem alimentos - em todas as etapas - também merecem os aplausos.

Os caminhoneiros também - nossos dois leitores sabem que não concordamos com esta categoria (somos a favor do transporte ferroviário..... mas, isto é para outra hora).
Agora reconhecer que eles são essenciais e estão fazendo tudo para ajudar - trabalhando sem apoio e sem ceder à tentação do lucro fácil. 
Falta a borracharia, refeições - tudo consequência do para total.
Fica prejudicado o borracheiro - na penúria - o dono do restaurante que não tem mais clientela - e, nos  digam que aglomerado causa uma borracharia de beira de estrada?
Vai chegar uma hora que o pessoal da boleia não aguenta - espero que todos lembrem, especialmente os isolacionistas, o que 30 dias sem caminhoneiro faz.]


Salva de palmas
O pessoal aplaudiu muito os profissionais de saúde, mas os que fazem a comida chegar na nossa mesa também merecem esse tipo de atitude. Todos os que plantaram, colheram, venderam e transportaram merecem nossos aplausos. Tem motorista que está fazendo de tudo para enfrentar a BR mesmo sem os serviços de beira de estrada, como almoço e borracharia, porque está tudo fechado. Esses são os soldados do alimento e também merecem os nossos aplausos.

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo