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terça-feira, 18 de abril de 2023

O crime compensa - Para Justiça, “crimes de opinião” são piores que crimes reais do MST - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Militantes do MST invadem a sede do Incra em Maceió (AL), em abril de 2023.| Foto: Divulgação/Mykesio Max/MST

Como se sabe, o MST não apenas invade propriedades rurais, propriedade alheia, pratica crime contra o direito de propriedade, que está previsto na Constituição como cláusula pétrea, no mesmo nível do direito à vida, mas também invade prédios públicos. 
Agora, pergunto o seguinte: tem tratamento diferente entre MST e os manifestantes lá da frente do QG?  
Esses últimos invadiram as sedes dos três poderes e foram todos presos. Já o MST é só enxotado quando chega a polícia, e ninguém está pagando pelos crimes de invasão de propriedade alheia e destruição do patrimônio público, como está acontecendo com 1,4 mil pessoas, talvez mais, enquadrados no crime de incitação ao crime, que está no artigo 286 do Código Penal. E o líder do MST, que faz incitação ao crime?  
Que diz “vamos invadir agora em abril pra forçar a reforma agrária”? 
Ele integra uma comitiva presidencial e, lá na China, repete a ameaça. E não acontece nada.
 
São dois pesos e duas medidas. É o crime político, crime de opinião, que não existe na Constituição, enquanto para os crimes de invasão de terra e incitação à violência não acontece nada
André do Rap recebe tudo de volta, helicóptero, lancha, tranca-se todas as provas que pegaram dele porque não tinham autorização para pegar a prova do bandido, é incrível. 
Ou seja, no Brasil, neste momento, o crime de opinião e o crime político, que não existem e não estão nos códigos legais, são considerados pelo Judiciário mais graves que o narcotráfico, por exemplo. É complicado acreditarmos numa coisa dessa.

Veja Também:
    Insegurança agrária

    Os verdadeiros negacionistas da pandemia foram os que negaram tratamento

    Invasão de terra tem de ser tratada como o que é: crime

Cada vez mais histórias esquisitas em torno das vacinas
Li um alerta de março de 2021 da Organização Mundial de Saúde sobre a vacina AstraZeneca e o risco de trombose – não apenas de trombose, mas também de síndrome de Guillain-Barre; para ambas as doenças, são casos raros, podem acontecer de 1 em mil até 1 em 1 milhão
A saúde britânica fez recomendação parecida em maio de 2021, mas só agora, no fim do ano passado, é que o Ministério da Saúde se manifestou. 
Que estranho isso; será que não se importam com a saúde das pessoas? A recomendação aqui é de que, para pessoas abaixo de 40 anos, só se deve usar essa vacina em casos extremos.
 
Estou lembrando disso porque a Cecília Moraes, que era uma narradora de jogos eletrônicos de 24 anos, morreu em Balneário Camboriú, tem imagens dela tomando vacina. Morreu com miocardite; as notícias falam em infecção ou inflamação no coração
Eu não sei que vacina ela tomou, e a miocardite não está na lista de efeitos da AstraZeneca. 
Em muitos países da Europa e em Israel os documentos, os contratos da Pfizer sumiram. 
A Fiocruz está impondo sigilo de 15 anos para o contrato com a AstraZeneca, vai ficar tudo guardadinho e não podem mostrar. 
O que está acontecendo? 
No site da OMS, há uma pergunta sobre se a AstraZeneca “previne infecção ou transmissão do vírus”. 
A resposta da OMS é “Não há dados substantivos para avaliar”
Aqui em Portugal, a Direção Geral de Saúde recomenda aos profissionais de saúde muita atenção para os sinais de miocardite e pericardite após a vacina Pfizer em crianças.  
Vejam o resultado quando saúde pública, ética e moralidade são misturados com política e biologia.[especialmente quando o Congresso investiga com um Circo Parlamentar de Inquérito -CPI, presidido por cidadãos da laia do Omar Aziz, Renan Calheiros e o senador estridente, entre outras peças do mesmo tipo.]

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo -VOZES


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

O contrato que ninguém leu - Revista Oeste

Paula Schmitt

Enquanto Bolsonaro era chamado de negacionista genocida, a Fiocruz usava os mesmos argumentos do ex-presidente para justificar a produção acelerada de uma vacina 

Ilustração: Shutterstock

 Ilustração: Shutterstock
De todas as críticas que Bolsonaro recebeu durante a pandemia, talvez a mais frequente tenha sido contra a sua defesa da economia e da sobrevivência de pequenos negócios.  
Bastava mencionar o risco de desemprego ou os danos à indústria nacional, e Bolsonaro era atacado com insistência injustificada, desferida como chutes redundantes dados pelo covarde que não perde um linchamento. 
A conclusão da imprensa cartelizada parecia unânime: Bolsonaro era um negacionista genocida por se preocupar com a economia.

O argumento contra o presidente geralmente se resumia ao uso dessas duas palavras-chaves, negacionista e genocida, condenações rasteiras e despropositadas que serviam como apito nos cérebros mais pavlovianos. Bastava colocá-las numa frase, e o raciocínio lógico se tornava algo desnecessário, porque o julgamento já havia sido feito.

Foto: Reprodução UOL

“Em nova fala negacionista” começa a manchete do UÓ, o presidente comete novamente o erro de se preocupar com a economia. Erro imperdoável, claro, já que o “posicionamento do presidente contraria os principais epidemiologistas do mundo”. Neste artigo do Estadinho, o jornal faz alarde com um deslumbramento e uma inteligência dignos de uma cabeça de alface: “Cientistas e autoridades da área de saúde e do governo dos Estados Unidos veem o Brasil como uma ameaça para o mundo por causa do descontrole da propagação da nova variante do Sars-cov-2 no país”.

Aqui, o jornalista mais bem pago da TV carinhosamente referida como Globbels diz que “Bolsonaro contrariou tudo o que especialistas e autoridades sanitárias do Brasil e do mundo inteiro têm pregado. Bonner, [os dois indivíduos, tanto o leitor de notícias  quanto sua colega são todos emproados, mas com cérebros baldios.] apara quem não se lembra, é aquele amante da ciência que deu uma aula sobre a relação entre o posicionamento dos astros e a invasão do Iraque. Como ele diz neste vídeo histórico, sem nenhum sinal de enrubescimento.

“O que está escrito na terra também está escrito no céu, e Nostradamus previu tudo isso há quatro séculos”, afirmou o apresentador. “De acordo com Nostradamus, justamente na véspera do ano 2000 haveria uma grande invasão maometana sob a liderança do sétimo anti-Cristo. O primeiro foi Nero, na Roma antiga, e o mais importante até agora foi Hitler, na Alemanha nazista. Este novo anti-Cristo já foi confundido com o aiatolá Khomeini, mas parece se encaixar melhor na figura de Saddam Hussein. Nostradamus previu ainda que haveria um eclipse solar antes do momento do conflito. E amanhã, no dia seguinte ao prazo para o início da guerra no Golfo, vai haver um eclipse solar.”

Perdoem-me a digressão, mas não posso ignorar um detalhe dessa obra-prima da propaganda política. Reparem neste trecho: “O novo anti-Cristo já foi confundido com o aiatolá Khomeini, mas parece se encaixar melhor na figura de Saddam Hussein”. Sabe por que Bonner falou isso? Porque o departamento de propaganda da CIA, possível “inspiração” (cof cof) da “reportagem” de Bonner, tinha decidido num passado não muito longínquo que o anti-Cristo era Khomeini líder xiita —, inimigo mortal de Saddam Hussein líder sunita.  
A atualização foi feita para apaziguar a galera que poderia estranhar aquela mudança inexplicável da ciência astrológica.

É impossível afirmar se algum governo estrangeiro ou banco de investimento inspiraram as reportagens em defesa do lockdown, e os exemplos são muitos para caberem aqui. Mas a mensagem ficou clara para todos os teleguiados: a economia a gente vê depois. Essa ideia — que desemprego e estagnação econômica não matam e não escravizam foi sintetizada com perfeição por uma jornalista da Globo, numa fala de frieza indescritível. Sem nenhum sinal de empatia para com os mais pobres, Maju Coutinho virou um emblema nesta pandemia, com uma frase memorável: “O choro é livre”.

Enquanto isso, Bolsonaro falava sozinho: “Queremos a liberdade para poder trabalhar. Queremos o nosso direito de ir e vir. Ninguém pode contestar isso,” disse, numa briga federal contra os Estados — ele lutando para garantir direitos, os Estados se unindo para retirá-los. “De onde nasceu isso, de onde nasceu essa excrescência para dar poderes a governadores e prefeitos e nos prender dentro de casa? Nos condenar à miséria, roubar milhões de empregos. Levar família ao desespero por não poder trabalhar, por não poder se locomover?”

Bolsonaro afirmava que as restrições de lockdown, isolamento social e toque de recolher iriam ter impacto econômico e empobrecer o Brasil mas, como lamenta este artigo, o presidente “não apresentou nenhum dado sobre pobreza ou desigualdade de renda para embasar sua afirmação”. Eu também tenho esse defeito: sempre que me falta dinheiro no fim do mês, consigo prever que vou ficar devendo algumas contas, mesmo sem nenhum estudo embasando minha convicção.

Mas supondo que toda essa unanimidade da imprensa não fosse falsa e estapafúrdia, e não pudesse ser desmentida com uma rápida busca pelos meandros da internet, qual não teria sido minha surpresa ao ler o documento oficial assinado pela mulher que hoje ocupa a cadeira mais importante na área da saúde. Sim, senhores, acomodem-se nos seus assentos, porque a seguir vou lhes mostrar exemplos de um negacionismo e um genocídio indescritíveis. Se estiverem de pé, sentem-se; se estiverem sentados, deitem-se.

“Para além das questões que envolvem a tragédia humana, a Pandemia da COVID-19 ainda gerou graves efeitos econômicos associados às medidas adotadas para o seu enfrentamento”

A Fiocruz e a AstraZeneca assinaram um contrato sobre a fabricação de uma vacina que já custou mais de R$ 1 bilhão dos nossos impostos. 
 Infelizmente, essa vacina provocou tantos efeitos adversos que foi suspensa em vários países europeus e nos EUA
No Brasil, ela continua sendo aplicada normalmente.

Por essa razão, talvez temendo uma revolta popular, a Fiocruz decretou sigilo de 15 anos sobre trechos do contrato com a AstraZeneca, e sua chefe foi devidamente premiada como ministra da Saúde mesmo ela não sendo médica, nem cientista (a não ser, claro, que você considere ciências sociais uma ciência. Neste caso, prazer, Paula Schmitt, cientista; política).

Mas existe um contrato entre a Fiocruz e a AstraZeneca que está liberado para leitura, disponível no site da instituição. O que está descrito nesse contrato como justificativa para a produção acelerada da vacina é praticamente tudo que Bolsonaro falou sobre os efeitos do lockdown, o toque de recolher, o distanciamento social e o famigerado “fique em casa”. Não acredita? Leia você mesmo. Copio aqui, verbatim, alguns trechos desse documento negacio-genocida:

“Para além das questões que envolvem a tragédia humana, a Pandemia da COVID-19 ainda gerou graves efeitos econômicos associados às medidas adotadas para o seu enfrentamento, como o distanciamento social. 
Assim, se apesar de o desenvolvimento de uma nova vacina demandar vultosos investimentos, aproximadamente de R$ 2.000.000.000,00 (2 bilhões de reais), a sua descoberta poderá mitigar consideravelmente os impactos da Pandemia na economia mundial e, consequentemente, na economia brasileira.”

“CONSIDERANDO QUE diferentes países, entre eles o Brasil, tomaram diferentes medidas para conter o avanço do novo coronavírus, mas, em geral, a regra foi o distanciamento social com a proibição do funcionamento de atividades não essenciais. Essas ações levaram ao fechamento de Empresas e ao aumento do desemprego, como consequência: i) cadeias de fornecimento foram rompidas, ii) diminui-se a arrecadação dos governos e iii) uma nova e forte pressão por instrumentos de renda mínima passaram a ditar a agenda política dos países.”

Foto: Shutterstock

“Em razão das medidas de proibição de funcionamento de determinadas atividades econômicas e do estímulo ao distanciamento social, as previsões de crescimento da economia brasileira foram substituídas por cenários de forte retração. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima uma queda de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, em comparação com o ano anterior. Por outro lado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que, se houver uma nova onda de infecção (segunda onda), a diminuição do PIB brasileiro pode chegar a 9,1%.”

“Os indicadores atualmente disponíveis apontam que, apesar de as grandes empresas, como por exemplo, as que exploram os setores de transporte aéreo e concessionárias de serviços públicos, terem sido fortemente atingidas, o impacto negativo maior recairá sobre micros e pequenas empresas, agravando o impacto social provocado pela crise econômica, haja vista que as micros e pequenas empresas empregam um alto número de mão de obra pouco qualificada, profissionais já vulneráveis na economia brasileira.”

“Se por um lado as ações de distanciamento social, muitas vezes transformadas em lockdown, e o fechamento de atividades econômicas não essenciais têm o poder de diminuir a difusão do vírus e promover um efetivo achatamento da curva de transmissão, por outro causam grave impacto econômico negativo, que mesmo as ações econômicas estatais mais contundentes não são capazes de reverter.”

Leia também “O terrorismo e a certeza do imprevisto”

Paula Schmitt, Colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Médicos questionam Anvisa sobre aprovação de vacinas em crianças

Profissionais pedem providências das autoridades em relação a supostas falhas no registro de aprovação de imunizantes contra covid-19

Na quinta-feira 13, um grupo formado por 45 profissionais da saúde, entre infectologistas, cardiologistas e imunologistas, enviou um pedido de informações endereçado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e a diversas autoridades, como a Controladoria-Geral da União, a Procuradoria-Geral do Ministério Público, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina, pedindo providências em relação a supostas falhas no registro de aprovação da vacina contra a covid-19 para crianças a partir de 5 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Assim que a Anvisa autorizou a vacinação infantil, em 16 de dezembro, o mesmo grupo de médicos já havia encaminhado um documento à Anvisa intitulado “Questionamentos sobre vacinação de crianças brasileiras — 45 médicos”. Em resposta, a agência reguladora emitiu uma nota técnica, e prestou esclarecimentos aos profissionais.

Para os médicos, no entanto, o “documento elaborado pela Anvisa causou indignação em face da quantidade de inverdades declaradas”. Por isso, o grupo elaborou um novo pedido com mais de 300 páginas reunindo estudos, pesquisas e referências bibliográficas, para que as autoridades apurem possíveis irregularidades e para que a Anvisa forneça mais explicações. O documento pode ser lido na íntegra aqui.

Autorização das vacinas pela Anvisa
Na avaliação dos médicos, as vacinas contra covid-19 em aplicação no Brasil ainda estão em “caráter experimental”, uma vez que os estudos não foram totalmente concluídos.

O documento explica que são quatro as fases de pesquisa clínica para desenvolvimento de uma vacina. No Brasil, segundo a papelada, todas as vacinas contra covid aprovadas pela Anvisa se encontram na fase 3, que ainda deve ser complementada pela fase 4, cujo objetivo mais importante é “detectar e definir efeitos colaterais previamente desconhecidos ou incompletamente qualificados, assim como os fatores de risco relacionados. Essa fase é conhecida como Farmacovigilância”.

Assim, pelo fato de não terem completado integralmente a terceira fase dos estudos, nem mesmo as vacinas que conseguiram obter o registro definitivo na Anvisa, como a da Pfizer e a da AstraZeneca, “deixaram de ser medicamentos experimentais apenas em decorrência do registro, uma vez que ainda estão sendo submetidas à Fase III dos respectivos estudos científicos,” defendem os médicos.

No entanto, em nota técnica publicada em dezembro, a Anvisa informou que “as vacinas contra covid-19 autorizadas no Brasil não são experimentais, tendo todas cumprido com as etapas de desenvolvimento clínico completo”. Os profissionais rebatem a afirmação da Anvisa:Como pode a Anvisa afirmar, portanto, que o produto não é experimental e que a segurança e eficácia já estão comprovadas, se o registro sanitário ‘definitivo’ foi concedido sob a condição de que a empresa teria até janeiro de 2024 para concluir os estudos e provar a segurança e eficácia da Cominarty/Pfizer?

No caso da vacina pediátrica da Pfizer, o documento questiona ainda o fato de que a Anvisa autorizou o pedido da farmacêutica sem que “fosse efetuado um novo registro de fármaco para contemplar a faixa etária de 5 a 11 anos, já que até mesmo as fórmulas dos produtos eram totalmente diferentes”. Os médicos também contestam o VigiMed — o sistema utilizado hoje pela Anvisa para reportar casos de reações adversas a medicamentos, inclusive vacinas contra a covid-19. Segundo o documento, os dados do Vigimed apresentam diversas inconsistências, além da dificuldade para submeter informações no sistema. 

Requerimentos
Por fim, o grupo pede investigação dos fatos apontados no documento e a instauração de procedimento para que:
A Anvisa seja compelida a anular imediatamente o ato administrativo que autorizou o registro “definitivo” da Cominarty/Pfizer para as faixas etárias de 5 a 11 anos e de 12 a 15 anos;
Apure-se criminal e administrativamente os eventuais erros cometidos na vacinação de crianças e adolescentes até o momento;
Determine-se para que haja notificação compulsória dos eventos adversos relacionados à vacinação de crianças, adolescentes e de gestantes;
Realize-se perícias nas vacinas da Pfizer de rótulos laranja, cinza e roxo, para que se investigue a composição integral dos produtos após as quinze alterações de bulas autorizadas pela Anvisa;
As autoridades competentes determinem que no mínimo três amostras de cada uma das atuais vacinas contra covid-19, de lotes diferentes, sejam auditadas por laboratórios independentes.

[um comentário leigo, porém, sensato: A Anvisa sempre realizou seu trabalho de agência reguladora de forma competente e exemplar. Porém, com o surgimento da covid-19, os inimigos do Brasil, abriram espaço para um protagonismo inusitado para aquela Agência. 
Tudo indica que uma mosca azul contaminou o senso de limites da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que passou a ver,  antecedendo seu nome,  o adjetivo "suprema".
Tão nefasto a qualquer instituição quanto o exercício de forma autoritária e abusiva do poder que possui, é tentar exercer da mesma forma um poder que apenas pensa possuir.
Para agravar mais ainda o quadro a 'mosca azul', tudo indica, não picou apenas a instituição Anvisa, alcançou também alguns dirigentes.]
 
 
Revista Oeste 
 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Bruno Graf morreu devido à reação da vacina da AstraZeneca, informa boletim da Secretaria de Saúde de SC

Cristyan Costa

Documento da Diretoria de Vigilância Epidemiológica foi divulgado no último dia 10 

O advogado Bruno Graf, de 28 anos, morreu em razão de efeitos colaterais provocados pela vacina anticoronavírus da AstraZeneca. É o que informou boletim epidemiológico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, pertencente à Secretaria Estadual da Saúde. Divulgado na quinta-feira 10, o documento explica que o caso passou por investigação de equipes de imunização estadual, regional e municipal. “Trata-se de um homem de 28 anos, residente em Blumenau, que iniciou sintomas (calafrios, sensação febril e cefaleia) no dia 23 de agosto, evoluindo a óbito em 26 de agosto, sendo este desfecho desencadeado por um quadro de trombose de sistema nervoso central com plaquetopenia associada”, informa o documento, ao mencionar também a morte de uma mulher de 27 anos, com reações semelhantes às de Bruno, após tomar a mesma injeção.

“Ambos os óbitos foram temporalmente associados à vacina da AstraZeneca, sendo esses dois casos confirmados tendo seus desfechos com relação à Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT)”, salienta o órgão. “A STT é definida pela presença de trombose - tromboembolismo, geralmente em locais incomuns, como o seio venoso cerebral ou as veias esplâncnicas com trombocitopenia acentuada após a vacinação com uma vacina de vetor de adenovírus não replicante contra a covid-19.”

A Revista Oeste entrou em contato com a assessoria da DIVE e confirmou as duas mortes citadas no boletim.

A DIVE ressaltou, porém, que os dois casos que tiveram relação causal com a vacina representam uma taxa de incidência de 0,05 casos por 100 mil doses aplicadas. “Estes EAPVs (Eventos Adversos Pós-Vacinação) são descritos na literatura médica como eventos raros e associados a vacinas de plataforma de vetor viral, das quais as vacinas dos laboratórios AstraZeneca e Janssen são as únicas distribuídas no Brasil pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde”, concluiu a DIVE.

Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Governadores ignoram Ministério da Saúde e vacinação de adolescente continua

Ministério da Saúde manda suspender a imunização de jovens entre 12 e 17 anos sem comorbidade contra a covid-19 por falta de "evidências científicas sólidas" e "cautela". Governadores, porém, anunciam que vão ignorar a ordem e se baseiam em decisão da Anvisa tomada em junho

A confusão causada pelo Ministério da Saúde, que suspendeu a indicação de imunizar os adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades contra a covid-19, colocou o governo federal em rota de colisão com os estados. Alguns governadores anunciaram que ignorarão a decisão e que continuarão a vacinação desse grupo. Além disso, especialistas criticaram a decisão da pasta, salientando que gerou confusão e insegurança.

Um dos estados que não seguirão a determinação do ministério é São Paulo e informou a continuação por recomendação do Comitê Científico de estado. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, foram imunizados cerca de 72% deste público. “São Paulo lamenta a decisão do Ministério da Saúde, que vai na contramão da orientação do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e de autoridades sanitárias de outros países. A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos Estados Unidos, no Chile, no Canadá, em Israel, na França, na Itália, entre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles”, diz nota do governo paulista. [São Paulo não aceitar uma decisão do governo federal só surpreende aos estúpidos - todos agora, felizmente, na esquerda. Afinal, aquele  Estado é considerado por seu atual governador, o 'joãozinho', um curral eleitoral e em tudo que 'joãozinho' tiver condições de usar aquele Estado para tentar ser candidato em 2022, ele faz. Percebam que nos referimos não a ele ganhar a eleição - lhe faltam cacife e votos - e sim ser indicado para ser candidato, já que por enquanto ele é apenas um candidato a candidato.
Aliás,  o Brasil vive a fase expressa naquele provérbio português: "Onde muitos mandam, ninguém obedece."
Atualmente no Brasil o Supremo manda - inclusive nos outros dois Poderes, que diz a Constituição são harmônicos e independentes; O Poder Legislativo manda. 
Só quem não manda é o Presidente da República Federativa do Brasil, Chefe do Poder Executivo da União. 
Ele só manda quando alguma coisa dá errado, ainda que ele tenha sido impedido de fazer por decisão de um dos dois Poderes - neste caso o Poder que decidiu impedir o Presidente de fazer o que considerava certo, simplesmente dá para trás e diz que nada ter a ver com a confusão.]

A nova recomendação é de que os jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 não devem retornar para a segunda. “Em relação a orientação, aqueles sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, param e não tomam outra. Por uma questão de cautela, até que se tenha mais evidências, como falei aqui, para se seguir em frente”, disse o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde.

No caso dos jovens dessa faixa com comorbidades ou deficiência que tomaram a dose da Pfizer, única autorizada para esse grupo, deve-se completar a cobertura imunológica com a segunda. Já os adolescentes, com ou sem comorbidades, que tomaram alguma vacina diferente da Pfizer, não devem buscar a segunda aplicação.

Explicação
O ministério tentou explicar as razões para a suspensão. Segundo Queiroga, a decisão foi tomada por causa da falta de “evidências científicas sólidas” e “cautela”. Além disso, Queiroga reclamou que muitos municípios aplicaram vacinas que não estavam autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse grupo.

Segundo o ministro, um efeito adverso grave — segundo anunciou o governo — que motivou a paralisação da vacinação dos adolescentes sem comorbidades é a morte de um jovem, de 16 anos, em São Paulo, que tomou a Pfizer. Mas a relação do óbito com a vacina não foi comprovada e a Anvisa iniciou a investigação do episódio — mas ressaltou que não seria necessário mudar as condições aprovadas para a vacina. “A Anvisa já iniciou avaliação e a comunicação com outras autoridades públicas e adotará todas as ações necessárias para a rápida conclusão da investigação. Entretanto, com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”, disse a agência, que aprovou a aplicação da Pfizer em adolescentes entre 12 e 17 anos em junho.

Mesmo com o aval da agência, Queiroga disse que as evidências científicas da vacina em relação aos subgrupos “estão sendo construídas”. “Recentemente, o NHS (órgão regulador inglês) restringiu a vacina nos adolescentes sem comorbidades. Àqueles que já tinham sido imunizados com a primeira dose, se recomendou parar por ali e aplicar as duas doses somente nos com comorbidades. Em função desses aspectos todos, nós resolvemos restringir essa imunização aos adolescentes acima de 12 anos com comorbidades e aqueles privados de liberdade”, explicou.

Crítica aos gestores
O ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, criticou ontem
o fato de estados e municípios não seguirem as regras do Programa Nacional de Imunizações (PNI) contra a covid-19. Irritado, acusou os gestores de terem começado a vacinar adolescentes antes da data indicada pela pasta e que muitas cidades aplicaram doses que não estavam autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a esse grupo — a única autorizada é a da Pfizer. “A vacinação era para começar ontem (quarta-feira) nos adolescentes acima de 12 anos. Sabe quantos já tem vacinados no Brasil? Quase 3,5 milhões de adolescentes. Como é que nós conseguimos coordenar uma campanha nacional de imunização dessa forma?”, indignou-se. [No DF o governador Ibaneis destrambelhou de vez acelerou a aplicação da  segunda dose e para os adolescentes e reduziu a imunização com a primeira dose. As contas não vão fechar = faltarão  imunizados com a primeira dose para recebimento da segunda.]
Segundo dados do Ministério da Saúde, dos 3.538.528 adolescentes que receberam pelo menos uma dose, 26.777 receberam aplicações de AstraZeneca, Janssen e CoronaVac, imunizantes que não têm autorização para serem aplicados na faixa etária. Os demais tomaram a vacina da Pfizer. Além de continuar com a vacinação dos jovens de 12 a 15 anos, os secretários de Saúde estaduais e municipais pediram, ontem, à Anvisa, uma posição da agência. O ofício foi assinado pelos presidentes dos conselhos nacionais de secretários de saúde estaduais (Conass) e municipais (Conasems). A solicitação foi feita porque diversos estados e cidades começaram a vacinar adolescentes sem comorbidades com a vacina da Pfizer, única autorizada pela autarquia a ser utilizada neste público.

Brasil - Correio Braziliense


domingo, 15 de agosto de 2021

Veja o que se sabe sobre a 3ª dose e sobre perda de eficácia de vacinas

O Tempo

Esquema atual protege contra doença grave, mas risco de imunossuprimidos e idosos suscita debate 

As vacinas contra Covid-19 continuam a conferir boa proteção contra a doença grave, hospitalização e morte, mas uma possível queda nos índices de imunidade levou recentemente ao debate sobre a necessidade de uma dose de reforço dos imunizantes. Alguns estudos têm demonstrado que, alguns meses depois da segunda dose de qualquer vacina, a quantidade de anticorpos tende a cair, mas isso não significa que as pessoas vão ficar vulneráveis à infecção, uma vez que organismo tem outras formas de defesa.

Embora uma dose de reforço seja uma estratégia já bem estabelecida para outros imunizantes, a questão principal hoje é qual seria a necessidade de começar a aplicação dessa injeção extra quando grande parte da população ainda está parcialmente imunizada ou não recebeu ainda nenhuma dose das vacinas, explica o pediatra e diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri.  A maioria dos países da África não vacinou nem 5% da população com a primeira dose. O Haiti, na América Central, só iniciou a campanha de vacinação contra o coronavírus no mês passado.

Além disso, os cientistas ainda estão começando a colher dados de estudos científicos controlados, randomizados e duplo-cegos (o chamado padrão-ouro em ensaios clínicos) sobre a eficácia de uma dose de reforço das vacinas. Mesmo assim, diversos países já anunciaram ou até mesmo começaram a aplicação de uma terceira dose, contrariando o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) por não fazê-lo até que a desigualdade da vacinação seja resolvida. Veja abaixo o que se sabe sobre a dose de reforço e sobre a perda de eficácia das vacinas com duas doses ou dose única. [ignorar a África, Haiti e outros países pobres, não propiciando vacinação completa para para todos, equivale a manter um campo de cultura para o coronavírus.]

O que se sabe sobre a eficácia de uma terceira dose da vacina contra Covid-19?
Ainda não há estudos científicos demonstrando que a eficácia das vacinas aumenta com uma terceira dose. Algumas evidências, no entanto, já começam a se acumular.  O que se sabe até agora é que uma dose de reforço pode estimular o organismo a produzir mais anticorpos específicos contra o coronavírus Sars-CoV-2 e células do tipo B (produtoras de anticorpos) de memória, o que ajudaria a fornecer uma proteção imunológica mais duradoura.

Recentemente, o laboratório chinês Sinovac, fabricante da vacina Coronavac, divulgou dois estudos controlados, randomizados e duplo-cegos sugerindo que uma terceira dose da vacina de seis a oito meses após o esquema tradicional com duas doses pode aumentar em até sete vezes a taxa de anticorpos neutralizantes capazes de bloquear a entrada do vírus nas células.

Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Oxford mostrou que o intervalo maior entre as duas doses da vacina AstraZeneca, de até 45 semanas, e a aplicação de uma terceira dose do imunizante tiveram sucesso em aumentar até 18 vezes a taxa de anticorpos contra o Sars-CoV-2 no organismo.

E, em Israel, dados do ministério da saúde apontam uma queda para um terço na taxa de casos da doença em pessoas com mais de 60 anos após a dose reforço.

A proteção conferida pelas vacinas diminui com o tempo?
Ainda é cedo para saber por quanto tempo a resposta imune gerada pelas vacinas vai durar. Até o momento, dados de acompanhamento dos ensaios de fase 3 apontam para uma duração de pelo menos oito meses da proteção conferida por anticorpos neutralizantes para a maioria das vacinas. Contudo, a proteção dada por essas moléculas é uma, mas não a única, forma de defesa do organismo.

A imunidade conferida por infecção natural, segundo alguns estudos, pode durar anos, mas essa proteção tende a ser ligeiramente menor frente a novas variantes capazes de fugir dos anticorpos específicos contra a forma ancestral do vírus, como é o caso da delta. Mesmo com uma melhor capacidade de induzir resposta imune do que a infecção natural, é natural que a taxa de anticorpos em circulação no sangue caia após alguns meses até um ano. 


As vacinas aplicadas no início do ano ainda podem prevenir infecções?
As vacinas contra Covid-19 foram desenvolvidas para proteger especialmente contra a hospitalização e morte, mas não têm o poder de conter totalmente o contágio em si. Assim, mesmo indivíduos vacinados com duas doses ainda podem se infectar e disseminar o vírus, embora em uma proporção menor do que os não vacinados.

Até o momento, estudos de efetividade em todo o mundo comprovaram que as vacinas reduzem novas hospitalizações e mortes, como ocorreu no Chile, que apresentou uma queda de mais de 80% das hospitalizações, 86% das mortes e quase 90% de internações por UTI com cerca de 75% da população vacinada. No entanto, o país enfrentou uma subida de casos recente, muito provavelmente devido a uma falsa sensação de proteção das pessoas após apenas uma dose das vacinas e ao relaxamento das medidas de distanciamento.

No final de julho, a Pfizer divulgou um estudo, ainda em formato de pré-print, indicando que a efetividade de sua vacina seis meses após a conclusão do ensaio clínico é de 91%, mas essa taxa cai para até 86% dependendo das variantes em circulação.  Também no último mês, um estudo conduzido em Israel apontou que há uma queda na efetividade da vacina da Pfizer de 64% para 39% contra infecções causadas pela variante delta. A proteção contra hospitalização e doença grave, no entanto, continua elevada, acima de 90%.

No Reino Unido, a proteção por resposta humoral (de anticorpos) dos imunizantes AstraZeneca ou Pfizer contra a delta caiu de 49% para 30,7%, após uma dose, e, com as duas doses, de 93,7% para 88%, no caso da Pfizer, e de 74,5% para 67% com a AstraZeneca.

Já uma pesquisa feita pela Clínica Mayo, nos Estados Unidos, centro de referência em estudos de medicina, apontou que a chegada da delta no estado de Minnesota reduziu a efetividade da vacina da Pfizer contra infecção de 76% para 42%. Essa queda não foi tão pronunciada assim para a vacina da Moderna, cuja proteção era de 86% contra infecção e, em julho, esse índice chegava a 76%.

No Brasil, dados da pesquisa Vebra Covid-19 com as vacinas AstraZeneca e Coronavac apontam para uma proteção de 77,9% contra casos sintomáticos, no caso da primeira, e 50,7%, para o segundo fármaco em pessoas de 18 a 59 anos. A proteção para casos sintomáticos em indivíduos com idade acima de 60 anos da Coronavac, no entanto, varia de 28% a 62%. 

E em relação às hospitalizações e mortes, o que sabemos sobre a proteção das vacinas de seis a oito meses após o seu uso?
No geral, apesar da leve queda de níveis de anticorpos que pode ocorrer alguns meses após a vacina, todas as vacinas contra Covid-19 têm se mostrado bem-sucedidas em proteger contra o agravamento do quadro, hospitalizações e morte. Isso não significa, no entanto, que a eficácia dos imunizantes é de 100%, pois nenhuma vacina ou medicamento tem esse poder.

Nos países com alta de casos e já com elevada cobertura vacinal, a maioria das internações e mortes por Covid ocorre em indivíduos não vacinados. Nos EUA, 99% das mortes foram nas pessoas que não se vacinaram.  Uma pesquisa do grupo Vebra Covid com mais de 60 mil moradores do estado de São Paulo indicou uma proteção, de janeiro a julho, de 93,6% de duas doses da vacina AstraZeneca contra morte, e 87,6% para internações. A mesma efetividade foi encontrada no estudo feito com a Coronavac no município de Serrana, de 95% de proteção para mortes e 86% contra hospitalização pela doença do coronavírus.

E um levantamento do InfoTracker mostrou que pessoas completamente vacinadas representaram somente 3,68% das mortes por Covid que ocorreram no Brasil entre 28 de fevereiro e 27 de julho. 

A terceira dose será necessária para todos ou só para grupos específicos, como os mais velhos ou imunossuprimidos?
As vacinas contra Covid apresentam, em geral, uma eficácia mais baixa para pessoas imunossuprimidas, como aquelas com doenças autoimunes ou em tratamento contra câncer, por exemplo. Esse público não foi inicialmente incluído nos ensaios clínicos, mas com o uso em massa dos imunizantes, dados sobre sua eficácia ou efetividade nesse grupo tendem a aparecer.

Um artigo publicado no dia 23 de julho na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association) mostrou que uma terceira dose da vacina da Moderna em pacientes com transplante de rim induz uma boa proteção em quase metade (49%) daqueles que não tiveram resposta imune após as duas doses.

Até então, apesar de as vacinas de RNA terem apresentado uma alta eficácia nos ensaios clínicos (acima de 95%), uma pesquisa mostrou que nesse grupo uma única dose não conferia proteção em quase 8 em cada 10 pacientes, mas aplicação de uma segunda dose das vacinas eleva a proteção para até 54% dos transplantados. Já uma pesquisa do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, apontou que a vacinação contra a Covid-19 em pacientes imunossuprimidos é segura e produz boa resposta imune, chegando até 70,4% da chamada soroconversão (presença de anticorpos específicos contra o vírus no sangue) após duas doses da Coronavac.

Na última quinta-feira (12), a agência reguladora de medicamentos e vacinas norte-americana, FDA, aprovou uma terceira dose das vacinas de RNA em uso no país (Pfizer e Moderna) para pessoas imunossuprimidas. Essa seria uma necessidade para que essas pessoas sejam completamente imunizadas, e não é equivalente a uma dose reforço em pessoas saudáveis, explica Kfouri, da SBIm.
Em relação aos mais idosos, em geral as vacinas em uso apontam para uma diminuição da taxa de anticorpos induzidos pós-imunização nesse grupo.

A proteção de duas doses da Coronavac em pessoas com 70 a 74 anos é de cerca de 80% contra hospitalizações e 86% contra mortes. No entanto, a proteção cai na população com 80 anos ou mais, sendo de 43,4% contra hospitalizações e 49,9% contra mortes. Esses valores podem indicar a necessidade de uma dose de reforço nas pessoas com mais de 80 anos. 

Quais países já começaram a aplicação de uma terceira dose? Em quais situações a recomendação faz sentido?
O governo de Israel passou a oferecer no final de julho uma dose reforço para pessoas com mais de 60 anos já vacinadas com duas doses da Pfizer no país. Recentemente, autoridades de saúde do país decidiram diminuir a faixa etária da terceira dose para aqueles com 50 anos ou mais.

Ja a Indonésia começou a aplicar uma dose reforço nos profissionais da saúde do país que foram vacinados com a Coronavac. A decisão veio após a morte de médicos no país alguns meses após terem recebido as duas doses do imunizante. O país asiático, no entanto, tem 19% da população vacinada com ao menos uma dose e apenas 10% com o esquema completo.

E, na quarta-feira (11), o Chile começou a aplicar uma dose extra da vacina AstraZeneca nos idosos que já receberam as duas doses da Coronavac.
O Uruguai, com 64% da população com esquema completo e 73% com pelo menos uma dose, aprovou uma dose reforço do imunizante da Pfizer para aqueles que já receberam duas injeções da Coronavac. Outros países, como Inglaterra, França e Alemanha, pretendem começar a vacinação com uma dose reforço a partir de setembro, quando a maioria dos adultos já tiver recebido o esquema normal de imunização. 

O Brasil já está realizando estudos sobre a terceira dose?
Uma terceira dose da vacina da Pfizer está sendo testada com 1.160 voluntários, segundo a farmacêutica, Metade tomou a vacina, metade tomou placebo. A ideia é mostrar se a eficácia da vacina tomada na dose de reforço é significantemente maior do que naquelas pessoas que só tomaram duas doses.

O mesmo tem acontecido com a Oxford/Astrazeneca, que começou os testes com a terceira dose nas últimas semanas. O Ministério da Saúde e o Instituto Butantan também já anunciaram estudos de doses de reforço com a Coronavac. 

O surgimento de novas variantes reforça a necessidade de terceira dose?
Pelo o que se sabe até agora, as novas cepas do coronavírus não conseguiram driblar completamente o efeito das vacinas. Elas até podem diminuir um pouco a eficácia dos atuais imunizantes, mas não chegam a torná-los obsoletos.

Imunização - O Tempo 

 

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Ameaças - Bolsonaro é a pedra no caminho - O Globo

In Blog 

Ameaças - Bolsonaro é a pedra no caminho - É ilusório supor que o país volte à calma sem neutralizar Bolsonaro

À medida que o carro avança, os nomes dos lugares me fascinam: Divinópolis, Doresópolis. Qualquer dia, paro para dar um balanço desses nomes em Minas. Ou então para documentar as configurações e nuances do céu. Hemingway descrevia certas nuvens como camadas de sorvete. No crepúsculo em Minas, róseo e dourado, sinto como se o universo fosse uma capela com o teto pintado pelo Mestre Ataíde. Com um país tão interessante, não consigo ainda explicar por que tanta confusão converge para sua capital, Brasília.

Essa história da vacina da Davati, por exemplo, é um roteiro de chanchada. Um dirigente de empresa que recebe auxílio emergencial e um cabo da PM que não consegue pagar o aluguel resolvem oferecer 400 milhões de inexistentes vacinas AstraZeneca. Usam um reverendo para se aproximar do governo. O reverendo é amigo de um homem que se diz super-homem. Sua entidade religiosa falsifica logotipos da ONU, e ele se diz embaixador da paz. Ungido por quem? Por outro reverendo, o famoso Moon. [quando muitos reverendos entram em uma mesma história, nos lembramos de um outro: Jim Jones, Templo dos Povos, Jonestown, Guiana. Vale destacar que só os inimigos do Brasil = inimigos do presidente Bolsonaro, são capazes de acreditar nessa balela de prevaricação por compra que não houve, por vacinas que não foram compradas, por contrato que não foi assinado, por pagamento que não foi efetuado. Íamos esquecendo: o Circo da CPI Covidão, também acreditou - o que se explica por ser o objetivo real daquele Circo derrubar Bolsonaro = operação que está se revelando um fracasso total = nada encontraram nem encontrarão contra Bolsonaro. Nos estertores da desmoralização eles agora acreditam nos reverendos, nos irmãos Miranda, na mulher de branco, etc, etc.] Sua grande missão diplomática foi ir a Israel para unir judeus e árabes, tarefa que, como todos sabemos, alcançou um perene êxito.

Às vezes, o enredo que passa pela CPI ganha um tom de pornochanchada com a contribuição do senador Heinze, que descobriu pesquisas contra a cloroquina financiadas por uma ex-atriz pornô chamada Mia Khalifa, que, agora, empolgada com sua inclusão no roteiro, quer visitar o Brasil para ajudar no combate à pandemia. É tudo inacreditável, mas gira em torno de um governo que manda uma comissão a Israel para monitorar um spray contra a Covid-19, repleta de parlamentares que, certamente, levaram bomba nas aulas de ciência.

Num desvario como este, o próprio Bolsonaro se dedica agora a reproduzir, no âmbito tropical, a derrotada trajetória de Donald Trump. Primeiro passo: questionar previamente as eleições. Segundo passo, perdê-las e entupir a Justiça com recursos unanimemente rejeitados. Terceiro passo: tentar o golpe invadindo o Capitólio e, finalmente, sobreviver na planície como um presidente injustamente vencido pelas “fraudes eleitorais”.

Tudo isso poderia ser tão patético quanto o plano do grupo que queria vender vacinas inexistentes. No entanto não é, porque nem todas as forças que reagiram nos EUA podem ter a mesma ênfase no Brasil. Nos EUA, as Forças Armadas se colocaram de forma inequívoca contra qualquer tipo de golpe. As brasileiras não parecem tão enfáticas. Não é impossível que Bolsonaro tente realizar suas ameaças. O que parece realmente impossível é qualquer êxito, no médio e longo prazos. Teria de suprimir a internet com grandes repercussões econômicas, sentiria o peso do isolamento internacional e a rejeição de uma ampla maioria do povo.

Claro que Bolsonaro não se importa com essas variáveis. Mas potenciais aliados deveriam contar com elas. Nos primeiros dias, tocam o Hino Nacional, escrevem-se pequenas biografias dos vencedores ocasionais, e o país se enche de árvores pintadas de branco e oportunistas com bandeirinhas. Mas o curso da história é terrível para quem se aventura a negá-lo e reinaugurar a Idade das Trevas. Por isso, é importante que a Justiça puna ameaças, para dissuadir os impulsos golpistas de Bolsonaro. Mas tudo indica que ele não se deterá até a fase três de seu delírio tropical. Nesse caso, será preciso derrotá-lo de vez, profundamente.

Todos os lances de seu projeto autoritário estão claramente delineados. O preço de considerá-lo apenas um fanfarrão seria muito alto: ele estimulou a compra de armas, mobilizou-se para negar a pandemia e apontou, cuidadosamente, inimigos para que não faltassem alvos para o ódio acumulado. Serão necessários muito cuidado e habilidade, mas é ilusório supor que o país volte à calma sem neutralizar Bolsonaro, assim como são risíveis as constantes promessas de que um dia, finalmente, ele vai adotar a moderação.
 
Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista

Artigo publicado no jornal O Globo em 09/08/2021


segunda-feira, 19 de julho de 2021

Personagens e situações obscuras - Alon Feuerwerker

Análise Política

Quando o Supremo Tribunal Federal arbitrou que governadores e prefeitos teriam autonomia para decidir sobre medidas de distanciamento e isolamento social, retirou uma parte do poder do presidente da República. Mas abriu-lhe, indiretamente, um caminho alternativo potencialmente promissor: ofereceu ao governo federal a oportunidade de concentrar-se no tema das vacinas.[enfatizando que a vacina só se tornou eficaz - mediante sua inoculação no braço das pessoas - em 8 dezembro 2020, no Reino Unido. Ainda que o Brasil se esforçasse ao máximo, não conseguiria imunizar uma única pessoa antes daquela data. 
Aliás, a desastrosa decisão do STF - tão incoerente que se fosse possível a Suprema Corte decidiria "esqueçam, o que decidimos sobre autonomia das 'autoridades locais' e todo o resto  que nos vincule ao tema". A CPI Covidão, mais dia menos dia, terá que se debruçar sobre o tema e comprometer as 'autoridades locais'  e muitas outras.
A decisão foi tão sem sentido, que ainda hoje permanece válido o enigma: ' como é possível dar autoridade total ao Poder Executivo da União para coordenar as ações de combate à covid-19,desde que respeitando o decidido pelas autoridades locais? acrescentamos: que diabo de autoridade total é esta que depende da concordância dos terceiros envolvidos?]

Pelo que se vê até o momento da Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19, o Planalto não apenas aproveitou mal a possibilidade, mas, na melhor das hipóteses, deixou florescer um ecossistema entrópico em assunto tão importante. Daí a emergência no noticiário de um amontoado de personagens obscuros apanhados em situações idem. Já se podia antever, e foi antevisto, pelo menos desde outubro do ano passado: se o governo escorregasse no assunto das vacinas cometeria um erro político de consequências potencialmente graves (“Salada indigesta”). Para quem quis enxergar, o sinal amarelo acendeu quando o presidente reagiu biliosamente ao anúncio de que o Ministério da Saúde compraria a CoronaVac.

Aliás o Brasil vive uma situação surreal: o governo federal acabou decidindo gastar bilhões com ela, que hoje está no braço de metade dos imunizados, mas quem fatura politicamente são os governadores, enquanto o entorno presidencial continua falando mal da vacina chinesa do Butantan. Mesmo que todos os estudos comprovem a eficácia dela.

E não é só com a vacina da Sinovac. Um problema menos alardeado é a inexplicável demora para a aprovação do uso maciço por aqui da russa Sputnik V. Outra bem eficaz. Neste caso, nota-se uma curiosa aliança entre a direita saudosa da guerra fria e a esquerda corporativista que, na dúvida, toma as dores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Estivesse a CPI realmente tão preocupada em salvar vidas quanto em emparedar o governo, e a Anvisa já estaria faz tempo dançando em chapa quente por causa da Sputnik V. A vacinação brasileira contra a Covid-19 vai razoavelmente, mas poderia estar indo melhor. Velocidade é fundamental, também por causa da corrida contra as novas cepas. E o Brasil tem estrutura para vacinar diariamente pelo menos o dobro do que está conseguindo imunizar hoje, inclusive pela verificada e crescente adesão popular.

Não é engenharia de obra pronta, porque vem sendo dito desde sempre: a única política razoável sobre vacinas é trazer todas, na maior quantidade possível, e no menor prazo possível. Claro que demandas assim superaquecidas ensejam risco de maus modos administrativos, e também por isso é necessário centralizar e adotar transparência máxima.

O governo federal carrega o mérito de ter buscado nacionalizar a produção da AstraZeneca na Fiocruz, mas errou em dois aspectos estratégicos: confiou na política de uma só vacina e não cuidou adequadamente de ter vacinas aqui em grande quantidade no curtíssimo prazo. Este segundo ponto foi fatal quando a segunda onda veio como um tsunami a partir de Manaus.

É a típica situação em que o acúmulo de erros acaba impedindo a capitalização política. 
Todas as pesquisas mostram que o eleitorado 1) está mais otimista quanto ao controle da epidemia e 2) credita em boa medida a vacinação ao Ministério da Saúde. 
Enquanto isso, o presidente da República vive seu momento mais crítico, na popularidade e na política. [popularidade agora é o que menos importa; o que conta mesmo é em 2022, teclar BOLSONARO e CONFIRMA - de preferência com o VOTO IMPRESSO impedindo fraudes mediante desvio de votos.]
 
Alon Feuerwerker,  jornalista e analista político 
 

 

Anvisa autoriza estudos clínicos com 3ª dose de vacina da AstraZeneca e com a proxalutamida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje o estudo clínico para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca — a AZD1222 - ChAdox1 nCoV-19. Participam do ensaio voluntários do estudo inicial que já haviam recebido as duas doses do imunizante, com intervalo de quatro semanas entre as aplicações. A terceira dose será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda dose, informa a autarquia em nota.“Trata-se de um estudo de fase III, controlado, randomizado, simples-cego, ou seja, em que só o voluntário não saberá o que tomou: se uma dose da vacina ou de placebo”, detalha o comunicado.

Segundo a Anvisa, serão incluídos voluntários com idade entre 18 e 55 anos, que estejam altamente expostos à infecção com o novo coronavírus, como profissionais de saúde. Não participarão do estudo gestantes ou pessoas com comorbidades. O estudo, patrocinado pela AstraZeneca, ocorrerá somente no Brasil. Inclui os Estados da Bahia (1.500 voluntários), Rio de Janeiro (1.500 voluntários), Rio Grande do Sul (3.000 voluntários), Rio Grande do Norte (1.500 voluntários) e São Paulo (2.500 voluntários).“Após a quebra do cegamento da pesquisa (quando os voluntários ficam sabendo se receberam a vacina ou o placebo), todos os participantes do grupo placebo serão convidados a ser imunizados”, diz a nota.

Nova versão da AstraZeneca
Na quarta-feira da semana passada (14/7), a Anvisa tinha autorizado um estudo clínico com a vacina AstraZeneca AZD2816 uma nova versão do produto atualmente disponível no Brasil (AZD1222), modificada para também fornecer imunidade contra a recém-emergente variante B.1.351, identificada primeiro na África do Sul. O estudo aprovado anteriormente, segundo a agência, testava nova versão da vacina em três diferentes esquemas terapêuticos. Na pesquisa aprovada hoje, diferentemente, o imunizante testado é exatamente o mesmo que já estava em uso no Brasil, ou seja, a primeira versão do produto, esclarece. 
 
Proxalutamida
A agência também autorizou estudo clínico para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento proxalutamida na redução da infecção viral causada pelo novo coronavírus e no processo inflamatório provocado pela covid-19.“Trata-se de um estudo de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, para avaliar a eficácia e a segurança da substância em participantes ambulatoriais do sexo masculino com Covid-19 leve a moderada (Protocolo GT0918-US-3001)”, diz a Anvisa.

O estudo é patrocinado pela empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals, sediada na China, e será realizado na Alemanha, Argentina, África do Sul, Ucrânia, México, Estados Unidos e Brasil, onde participarão 12 voluntários do estado de Roraima e outros 38 de São Paulo. 

Brasil - Valor Econômico

 

sábado, 17 de julho de 2021

Eficácia x eficiência: compare as vacinas contra covid disponíveis no Brasil - IstoÉl

Mesmo com o avanço da vacinação, a pandemia de covid-19 entra em um momento delicado com a expansão da variante delta, surgida da Índia e presente em ao menos 92 países. À medida que os laboratórios tentam descobrir o quanto seus imunizantes protegem contra as novas mutações do coronavírus, novos estudos sobre eficiência e eficácia são publicados e permitem compreender melhor como combater a crise sanitária internacional.

Para entender as diferenças entre os estudos científicos publicados é 
importante distinguir três conceitos básicos: 

1 – A eficácia de uma vacina é analisada em um ambiente controlado, geralmente em testes da fase 3, e é eficaz quando produz o efeito esperado. Dentro desta perspectiva, as taxas de eficácia das vacinas contra a Covid-19 são:

– Moderna: 95,5%
Pfizer: 95% 
– Sputnik V: 91,6%
Novavax: 89,3%
– AstraZeneca: 70%
– Janss
en: 66%
– Coronavac: 50,4%

É fundamental ressaltar que essas taxas de eficácia dizem respeito à proteção contra a forma leve da doença. Considerando-se as formas mais graves de desenvolvimento da Covid-19 e os óbitos decorrentes desse agravamento, as vacinas apresentam uma proteção muito maior. A campanha de vacinação visa à imunização de toda uma população, o que permitiria controlar a circulação do vírus, então o fenômeno de escolha de vacinas não se justifica.

2 – A efetividade diz respeito ao mundo real, com todas as adversidades e alcance em massa sob condições adversas – é efetiva quando observada de uma perspectiva realista de impacto e proteção em uma sociedade

3 – A eficiência é atrelada à relação custo-efetividade, ou seja, leva em consideração seu custo e aplicação (dose única ou dupla).

CoronaVac
Acusada de ter a mais baixa eficácia contra a forma leve da Covid, a vacina produzida no Instituto Butantan também tem sido majoritariamente utilizada no Chile. Um estudo, o primeiro sobre a efetividade da coronavac, publicado no último dia 7 de julho pela revista científica New England Journal of Medicine, com dados de vacinação chilenos, aponta que o imunizante teve efetividade de 86% na prevenção de mortes provocadas pela Covid-19. O levantamento analisou um grupo de 10,2 milhões de chilenos entre 2 de fevereiro e 1 de maio. As conclusões listam as efetividades da Coronavac:

– Prevenção de casos de Covid-19: 65,9%
– Prevenção de hospitalizações: 87,5%
– Prevenção de internações em UTI: 90,3%
– Prevenção de mortes: 86,3%

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AstraZeneca
Desenvolvida no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a vacina teve um novo estudo de eficácia feito pela Universidade de Oxford com 32 mil participantes na Inglaterra que elevaram sua eficácia dos 70% originais para 79% contra casos sintomáticos de Covid-19. Alvo de polêmica pelo risco raro de desenvolvimento de coagulação sanguínea e trombose, é consenso médico que os benefícios da vacina superar em muito qualquer risco de efeito colateral.

No Brasil, a Fiocruz concluiu no início deste mês um estudo de efetividade com 40 milhões de brasileiros a partir dos 60 anos que tomaram AstraZeneca e CoronaVac. Os números confirmam a efetividade de ambos os imunizantes: com uma dose, a efetividade das vacinas foi de 73,7% entre 60 e 79 anos, o que aumenta para 79,8% com as duas doses na mesma faixa etária. Há evidências de eficiência de 92% de proteção contra a variante gama, diz estudo da Public Health England

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Janssen
A vacina da Johnson & Johnson possui dose única e apresentou eficácia de 66% que aumenta para 85% (após 28 dias da aplicação) contra casos graves e 100% de proteção contra hospitalização e morte após 28 dias da aplicação. Os dados são do Laboratório Farmacêutico Janssen em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), com mais de 44 mil voluntários de Argentina, Brasil, Chile, México, Colômbia, Peru e África do Sul.

A Food and Drug Administration, agência reguladora dos Estados Unidos, informa eficácia geral de 72% da Janssen.

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Pfizer
Das preferidas dos “sommeliers de vacina” devido à alta eficácia, a vacina Pfizer apresentou efetividade reduzida contra as variantes alfa e beta, de acordo com estudo da agência inglesa de saúde pública (Publich Health England). Foram analisados 14 mil casos da variante delta entre 12 de abril e 4 de junho deste ano.

96% de efetividade contra hospitalização provocado pela variante delta após 2 doses – a AstraZeneca apresentou efetividade de 92% nas mesmas condições.

– 88% de proteção contra formas leves de Covid-19 causados pela delta

Já uma pesquisa israelense publicada na revista Nature indica que a Pfizer perde eficácia após seis meses da aplicação – sua taxa de proteção contra sintomas leves caiu para 64%.

Covaxin
Eficácia: 81%
Aplicação: 2 doses entre 28 dias
Custo: US$ 15
Tecnologia: vírus inativado
Armazenamento: entre 2ºC e 8ºC
Fabricação: Índia
Situação na Anvisa: registro emergencial concedido em 4 de junho

Sputnik
Eficácia: 91,6%
Aplicação: 2 doses entre 21 dias
Custo: R$ 69,36 a dose
Tecnologia: adenovírus geneticamente modificado
Armazenamento: -18ºC
Fabricação: Rússia
Situação na Anvisa: registro emergencial concedido em 4 de julho

Apesar das comparações numéricas, não é possível comparar as taxas de eficácia e efetividade das vacinas pois cada estudo é feito em contextos diferentes, com pessoas e países distintos. Importante ressaltar que diversas pesquisas ainda estão em andamento e é natural haver distorções e diferenças entre os imunizantes que, embora apresentem uma proteção menor contra a variante delta, ainda são eficazes e eficientes contra todas as variantes que surgiram até o momento.

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