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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O Brasil na casinha do cachorro

Para sair, só com a mão armada para controlar as carreiras políticas e do funcionalismo

[antes do concurso público o individuo que não tinha padrinho reclamava do nepotismo;
agora com a consolidação do concurso público,  o individuo que não consegue ser aprovado em um concurso público, chama - em tom pejorativo - de concurseiro,  aquele que batalha para passar em um concurso público.]
 
Em nenhum campo mais que no da política “o meio é a mensagem”. É o sistema que faz as pessoas, e não o contrário. Há sempre um elemento de “o ovo ou a galinha” nesse raciocínio, mas o fato é que, como McLuhan demonstrou em sua obra, a alteração do meio, ou seja, da tecnologia institucional em uso, é muito mais determinante para definir ou mudar os resultados (as mudanças sociais e comportamentais necessárias) do que o conteúdo que transita por esse meio (o discurso do bem ou mesmo a boa intenção que, porventura, tenha nascido sincera).

O caso brasileiro é um exemplo eloquente. Seja quem for que ingresse na política ou no serviço público do jeito que o “sistema” opera hoje, acaba por se corromper. A qualidade da matéria-prima inserida no “processador” pode alterar a velocidade da corrosão, mas ela é incoercível. Ninguém mergulha nesse mar de privilégios e impunidade e sai incólume. O bom comportamento num ambiente assim acaba assumindo o ar de uma denúncia. Ou o recém chegado se corrompe ou acaba sendo expelido como uma ameaça para os demais. Já começa, aliás, por se acumpliciar, pois para entrar na política é obrigatório “acertar-se” com o dono de algum dos partidos, que já vivem de dinheiro do governo e da distribuição de pedaços do Estado, enquanto no serviço público impera o espírito do “concurseiro”, a quem não interessa quando nem onde, tudo o que conta é pôr um pé dentro do privilégio...

Daí para a frente se cria uma cadeia causal. O de entrada é um sistema de seleção negativa. O de permanência, um filtro mais fino ainda. E como o “negócio” passa a ser a criação de dificuldades para proporcionar a venda de facilidades, essa filtragem negativa se estende para a sociedade como um todo. Quem insistir no caminho da lei morrerá afogado na burocracia, pois para seguir adiante na velocidade que o mundo requer é preciso subornar.  Em Estados tanto quanto em empresas, é o sistema de governança muito mais que o esforço despendido por cada indivíduo solitariamente que define o resultado do trabalho. É uma ilusão de noiva achar que algo vai mudar mudando-se apenas as pessoas na operação do mesmo sistema político.

O sistema político faz a riqueza ou a pobreza das nações. É uma falácia o argumento de que o Brasil jamais poderia ter um sistema civilizado. Os suíços e os americanos, entre outros, não nasceram como são hoje. Eles ficaram como são hoje porque por uma conjunção específica de acontecimentos históricos, cada um em seu momento, adotaram um sistema que resulta num filtro de seleção positiva. Não têm o sistema político que têm porque eram mais educados, mais ricos ou mais virtuosos que os demais no ponto de partida. É o contrário, eles ficaram mais ricos e educados porque instituíram um filtro de seleção positiva. A matéria-prima é a mesma aqui e lá, mais inclinada para o vício que para a virtude. Apenas lá, ao contrário daqui, o Estado trabalha para desimpedir os caminhos para a virtude e atravancar os que conduzem ao vício. Tanto que o melhor do que hoje “assinam” como produção própria foi feito por estrangeiros fugitivos de sistemas nos quais só o vício consegue passagem.

A questão da segurança jurídica é crítica. Dada a propensão preferencial da espécie pelo vício, quanto mais longe se colocar a baliza das decisões do arbítrio e do pensamento abstrato, pai do arbítrio, melhor tende a ser o resultado. Existe uma fortíssima coincidência entre a riqueza das nações e o seu sistema jurídico. É sob o sistema de “common law”, que foi comum a toda a Europa, Portugal inclusive, até os primeiros passos das monarquias absolutistas no final do século 13, que vive a maioria das nações mais ricas e livres do mundo. Nesse sistema é o precedente que define a sentença, e não o juiz. É o júri, não o meritíssimo, que define se o caso presente é mesmo idêntico ao anterior. Se a conclusão for que sim, a sentença será automaticamente a mesma que foi dada para aquele. O juiz está lá mais para conferir os ritos do processo do que para qualquer outra coisa, mesmo porque o sentido da justiça terrena é reduzir as oportunidades de corrupção, e não redesenhar a humanidade. O problema é que a corrupção se torna irresistível justamente quando é a liberdade do indivíduo ou até a sua vida que está em jogo, como no caso das decisões judiciais. Os fatos são o que são e podem ser concretamente aferidos na sua sequência e na sua relação causal, enquanto a vontade humana, livre para voar por definição, é sempre uma expressão do arbítrio, a própria negação da impessoalidade que torna previsível, ou seja, segura, a justiça que o investimento em desenvolvimento requer.

Assim também os sistemas políticos. A lei só será “amigável para o usuário” se for feita por ele ou, no mínimo, para ele. A democracia foi inventada para isso. Neste mundo de multidões, porém, ela só pode ser “representativa”. E para ser mesmo “representativa” é preciso que o representante esteja permanentemente sujeito à cobrança do representado e esta, para ser efetiva, tem de ser feita “à mão armada”. Ou seja, a sobrevivência do mandato do cobrado (assim como a do emprego público) tem de estar permanentemente em jogo.

Qualquer brasileiro, por menos educado que seja, sabe que se contratar um empregado amanhã garantindo-lhe que daí por diante será indemissível, faça o que fizer, e ele próprio definirá seu salário independentemente do serviço que entregar, em seis meses estará na casinha do cachorro e o tal empregado, deitado em sua cama.  O Brasil está na casinha do cachorro. Para sair terá de ter a mão armada para ganhar controle efetivo sobre o desenvolvimento futuro das carreiras políticas e do funcionalismo. E só tem esse controle quem tem o poder de demitir. Só o recall,o referendo e as leis de iniciativa popular dão esse poder ao povo de forma irrecorrível. E só com eleições distritais puras essa arma passa a atirar apenas e tão somente se for acionada de modo responsável, transparente e com garantia de atingir somente o alvo visado.
 
Fernão Lara Mesquita - O Estado de S.Paulo 

 

domingo, 17 de setembro de 2017

Declarações de Raquel sobre recall de delações provocam alvoroço na PGR


Investigadores afirmam que costurar as colaborações deu trabalho 

Repercutiu mal na Lava Jato a notícia de que a futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, quer revisar delações firmadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como a de Joesley Batista. Procuradores dizem que recall é fácil. O complicado é costurar as colaborações que, em muitos casos, envolveram diferentes instâncias do Ministério Público Federal e dos MPs estaduais.


 

sábado, 14 de janeiro de 2017

Depoimentos que apavoram Lula

A nova safra de delações

Um segundo tempo de delações é esperado. A perspectiva de depoimentos de Leo Pinheiro (OAS), Antonio Palocci (ex-ministro) e Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara), assombram o ex-presidente Lula

 EDUARDO CUNHA NAVIOS SONDA O ex-deputado Eduardo Cunha pode detalhar o que fez com os US$ 5 milhões que ganhou na compra de navios-sonda pela Petrobras; LÉO PINHEIRO TRÍPLEX NO GUARUJÁ Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, pode contar como foi o negócio que fez com Lula no caso do triplex do Guarujá; OTÁVIO MARQUES DE AZEVEDO O RECALL DA ANDRADE O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, pode explicar como foram as propinas de obras no Rodoanel; ANTONIO PALOCCI O CAIXA O ex-ministro Antonio Palocci pode falar sobre a contabilidade do dinheiro que recebia da Odebrecht e repassava para o PT e especialmente para Lula

O Supremo Tribunal Federal (STF) já está se preparando para receber uma nova leva de delações premiadas. O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, o ex-ministro Antonio Palocci, e o ex-deputado Eduardo Cunha devem fazer delações e apavoram o ex-presidente Lula, que já é réu em cinco ações penais. Léo Pinheiro deve dar mais detalhes de como financiou bens privados de Lula, como o triplex do Guarujá. Já o ex-ministro Palocci deve contar sobre como ajudou a transferir para o ex-presidente dinheiro de propina que lhe foi repassado pela Odebrecht.

O ex-deputado Eduardo Cunha também assusta Lula, porque foi durante o governo petista que ele atuou em negócios com a Petrobras que lhe renderam milhões de reais em propinas, como na compra na Coréia de navios-sondas da Samsung. Nesses negócios, em 2008, Cunha ganhou mais de US$ 5 milhões em propinas, que acabaram depositadas na Suíça. Mas Cunha pode encrencar também seus amigos do PMDB, sobretudo ministros do governo Michel Temer, como o Moreira Franco (da secretaria de privatizações) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

Além dessas explosivas delações, há também o recall que a delação dos 77 executivos da Odebrecht deve provocar. Juízes da equipe do ministro do STF, Teori Zawascki, que analisam os depoimentos de executivos da Odebrecht, constataram que será necessário que alguns delatores de outras empreiteiras, como da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, voltem a prestar novos depoimentos, para esclarecer fatos que vieram à público agora. Houve executivo que mentiu ou omitiu coisas agora reveladas pela Odebrecht.

OMISSÕES
Com a assinatura do acordo de delação premiada da Odebrecht e sua provável homologação pelo STF após a volta do recesso do Judiciário, os investigadores da Lava Jato vão se deparar com uma demanda reprimida de antigas e novas delações. No primeiro caso, delatores que não revelaram tudo que sabiam vão ter que prestar novos esclarecimentos sobre fatos omitidos em seus depoimentos e que podem lhe render problemas perante a Justiça. Em tese, essa omissão poderia significar o rompimento da delação, provocando a perda dos benefícios do acordo. Além desses, novos colaboradores em negociação com o Ministério Público Federal devem ajudar a desvendar as peças do quebra-cabeças de corrupção sistêmica que se apossou da Petrobras e outros órgãos públicos durante a gestão petista.


A expectativa dentro da Lava Jato é que executivos de duas empreiteiras, a Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, façam os chamados “recall” em suas delações, porque os investigadores descobriram indícios de crimes que seus executivos não haviam contado anteriormente. Isso aconteceu principalmente por meio de novas delações premiadas. No caso da Andrade, o ex-presidente da empresa, Otávio Marques de Azevedo, deve prestar novo depoimento. Os procuradores querem saber detalhes de irregularidades em obras da gestão tucana de Minas Gerais, enquanto a Camargo deve contar fatos relacionados à construção do Rodoanel em São Paulo. Esses depoimentos ainda estão sob negociação com os procuradores, que querem uma justificativa factível para a omissão desses fatos, para definir se romperão os acordos ou se podem mantê-los.

Também o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que foi preso pela Lava Jato em novembro de 2015 e pouco tempo depois assinou uma delação, deve ser colocado contra a parede para esclarecer fatos que não revelou. Isso porque a delação da Odebrecht trouxe a público relatos de pagamentos de propina a Delcídio em troca da obtenção de sua ajuda na aprovação de medidas no Congresso Nacional que eram de interesse da empreiteira. Nada disso havia sido contado por Delcídio em sua delação, o que pode complicar a sua situação, já que o ex-senador só deixou a prisão depois de ter assinado o acordo. Hoje, ele vive uma espécie de retiro em sua fazenda, no interior do Mato Grosso do Sul.

AS OMISSÕES DOS DELATORES
O que os procuradores querem saber no recall das delações
Otávio Marques de Azevedo
O que já contou

– Pagou propina ao PT e PMDB por meio de doações oficiais por causa de obras do governo
O que falta contar
– Irregularidades em obras do governo de Minas Gerais, como a cidade administrativa


Gustavo da Costa Marques
O que já contou
– Ex-diretor da Camargo Corrêia admitiu participação em cartel na Petrobras e pagamento de propina para obter contratos

O que falta contar
– Irregularidades em obras do governo de São Paulo


Delcídio do Amaral
O que já contou
– Participou de trama para tentar obstruir a Lava Jato

O que falta contar
– Pagamentos de propina da Odebrecht para obter benefícios em medidas discutidas no Congresso


Fonte: Aguirre Talento - Isto É
 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Samsung joga a toalha: “desligue seu Galaxy Note 7 agora”

Orientação a consumidores foi dada nesta segunda-feira, depois de a fabricante anunciar que ia rever os volumes de produção do aparelho

Em mais um capítulo negativo do problemático histórico do smartphone Galaxy Note 7, a Samsung, fabricante do aparelho, orientou seus consumidores a desligar o celular imediatamente. Após uma série de casos de combustão espontânea de smartphones Galaxy Note 7 enquanto eles eram recarregados, a Samsung anunciou um recall para substituir os aparelhos – mas casos de incêndios e explosões também foram registrados entre os novos celulares.


“Como a segurança dos consumidores continua sendo nossa maior prioridade, a Samsung vai solicitar em escala global a todos os revendedores e parceiros varejistas que interrompam as vendas e substituições do Galaxy Note 7 enquanto as investigações estiverem em andamento”, disse a empresa, em nota. “Consumidores com um Galaxy Note 7 original ou substituto devem desligar o aparelho e interromper seu uso.” Orientação semelhante foi dada pela Comissão de Segurança de Produtos de Consumo (CPSC, na sigla em inglês).


 Imagens de aparelhos Galaxy Note 7 carbomizados inundaram as redes sociais nas últimas semanas, causando um grave dando à imagem da marca (Reprodução/VEJA.com)

Mais cedo, também nesta segunda-feira, a companhia coreana já havia informado que faria um “ajuste nos volumes de produção” do aparelho. No fim do dia, no entanto, surgiu o comunicado mais enfático, que orienta a interrupção do uso. Em setembro, a Samsung anunciou o recall de 2,5 milhões de aparelhos. Houve registros de casos de incêndios nos aparelhos inclusive dentro de aviões, como os ocorridos na Índia e nos Estados Unidos.

As imagens de telefones carbonizados inundaram as redes sociais de todo o mundo nas últimas semanas, um dano grave na imagem de uma marca que se vangloria de ser o campeão da inovação e da qualidade. Analistas calculam que o custo do recall oscila entre 1 e 2 bilhões de dólares.


Leia mais: Samsung é abalada por crise provocada por baterias explosivas
Após celular, máquina de lavar da Samsung é suspeita de explodir

Fonte: VEJA