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domingo, 22 de novembro de 2020

Um assassino premiado com a Bolsa Ditadura - Revista Oeste

Augusto Nunes

Se estivesse vivo, o assassino que encerrou sem remorsos sua torpe passagem pelo planeta estaria assinando manifestos em defesa da democracia

Márcio Leite de Toledo, paulista de Bauru, tinha 18 anos quando se engajou na Aliança Libertadora Nacional, organização de extrema esquerda fundada pelo terrorista Carlos Marighela. Tinha 19 quando foi enviado a Cuba para diplomar-se num curso intensivo de guerrilha. De volta ao Brasil em 1970, tinha 20 quando se tornou um dos cinco integrantes da Coordenação Nacional da ALN. Então com 19 anos, fazia parte do quinteto Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, o “Clemente”. Da mesma forma que o Paz da certidão de nascimento, o codinome Clemente contrastava com a alma perversa de um devoto da violência.

Em outubro de 1970, numa tensa reunião secreta, os componentes da Coordenação Nacional debateram o que fazer diante do assassinato de Joaquim Câmara Ferreira, o Velho, que 11 meses antes substituíra o chefe supremo Marighela, fuzilado numa rua de São Paulo por um grupo de policiais liderado pelo delegado Sérgio Fleury. Convencido de que a ALN avançava com celeridade para a extinção, Márcio propôs aos parceiros do alto-comando uma pausa na guerra desigual. E pediu permissão para deixar o Brasil por alguns meses.

Clemente demorou dois segundos para concluir que Márcio era um desertor prestes a traí-los. Demorou duas horas para decidir que o companheiro pretendia entregar-se à polícia da ditadura e contar o muito que sabia. Demorou dois dias para convencer o restante da cúpula a avalizar seu parecer. Demorou um pouco mais para, com o endosso dos parceiros, montar um tribunal revolucionário, propor a pena capital e aprovar a sentença que, aos 20 anos, ajudou a executar numa rua de São Paulo.

Convocado para o que lhe parecia uma reunião de rotina, Márcio foi para o encontro com a morte no fim da tarde de 23 de março de 1971. Antes de sair do apartamento que lhe servia de esconderijo, o condenado que não tivera o direito de defender-se, e nem de longe suspeitava da tocaia, deixou um registro manuscrito: “Nada me impedirá de continuar combatendo”, prometeu-se. Não imaginava que fora proibido de continuar vivendo. Assim que chegou ao ponto combinado na região dos Jardins, foi abatido a tiros. Alguns foram disparados por Clemente, admitiu muitos anos mais tarde, numa entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, o terrorista em recesso.

O vídeo abaixo reproduz o trecho da conversa que transforma Clemente em assassino confesso. “Então nós fomos lá e cumprimos a tarefa”, diz o carrasco depois de resumir a decisão do tribunal revolucionário composto de três juízes com pouco mais de 20 anos de idade. “Você participou diretamente da execução, então?”, pergunta Geneton. Clemente assume a autoria do crime com a placidez de quem recita uma receita de bolo: “Essa é uma informação que até hoje eu não dei e, na verdade verdadeira, eu não dei também porque ninguém teve essa atitude de chegar e me perguntar diretamente”, divaga no preâmbulo com a expressão de coroinha que nunca roubou o vinho da missa. E então vai ao que interessa: “Participei, sim, da ação. A tiros… a tiros…”

Formada para vasculhar as catacumbas da guerra fria ocorrida durante o regime militar, a Comissão da [In]Verdade dividiu os personagens do universo que lhe cumpria devassar em torturadores a serviço da ditadura e heróis da resistência. Uns merecem o fogo do inferno. Outros, a gratidão do país (e uma Bolsa Ditadura de bom tamanho). 

Em qual dessas categorias deveriam ser enquadrados Carlos Eugênio Coelho Sarmento da Paz e Márcio Leite de Toledo? 
O algoz pode alegar que a execução de um dissidente que também combatia a ditadura militar foi um acidente de percurso? 
Essa espécie de homicídio também foi anistiada? 
A família da vítima de um crime que o Estado não cometeu pode figurar na relação dos indenizados?
 


O pupilo de Marighella aprendeu com o mentor “a beleza que há em matar com naturalidade”
“O que quer o jornalista Augusto Nunes quando publica um artigo como este?”, quis saber o homicida aposentado em novembro de 2008, quando tornei a exumar o episódio infame. Muito simples: queria deixar claro que não há nenhuma diferença entre o torturador que matou Vladimir Herzog e o terrorista que executou Márcio Leite de Toledo. Ambos são assassinos. A Comissão da Verdade discordou. Márcio ficou fora da lista de mortos e desaparecidos divulgada no relatório final. Clemente ficou fora da relação dos responsabilizados por violências contra inimigos do regime. O assassino foi absolvido. A condenação ao esquecimento perpétuo consumou o segundo assassinato da mesma vítima. Os sherloques do passado, diplomados na escola do cinismo, decidiram que um terrorista podia tudo. Até matar o companheiro de luta armada. Haja canalhice.
Em 2010, candidato a deputado federal pelo PSB do Rio, Carlos Eugênio Coelho Sarmento da Paz juntou o prenome de batismo ao codinome “Clemente”, adotado pelo antigo militante da ALN, expropriou o título de “Combatente da Guerra e da Paz” e foi à luta no horário eleitoral da TV. 
Como o tempo era curto, Carlos Eugênio Clemente espalhou pela internet um perfil resumido: Um dos mais valentes e temidos líderes da Ação Libertadora Nacional, homem de confiança de Carlos Marighella, o líder daquela organização. Temidíssimo pela repressão por sua coragem, furou mais de cem cercos à bala, matou pelo menos seis militares em seus confrontos nas ruas e um empresário que colaborava financeiramente com a tortura. Hoje é professor de música da UFRJ.

Faltou dizer que o professor de música já não precisava trabalhar. Graças à indenização concedida pela Comissão de Anistia, sobraram horas ociosas para a campanha. O que faltou foi voto: conseguiu apenas 567. “Eu só tive alguns segundos na televisão”, balbuciou o náufrago das urnas. A campanha serviu ao menos para mostrar que o pupilo de Marighella aprendeu com o mentor “a beleza que há em matar com naturalidade”. O serial killer dos anos 70 sempre acreditou que “ser terrorista é motivo de orgulho”. Ao morrer, em junho de 2019, o alagoano nascido em 1950 desfrutava em Ribeirão Preto da vida mansa que lhe garantira a decisão anunciada na portaria número 34 de 3 de fevereiro de 2010:

Declarar CARLOS EUGENIO SARMENTO COELHO DA PAZ, portador do CPF nº 022.477.858-75, anistiado político, reconhecer o direito as promoções à graduação de Terceiro-Sargento com os proventos da graduação de Segundo-Sargento e as respectivas vantagens, conceder reparação econômica em prestação mensal, permanente e continuada no valor de R$ 4.037,88 (quatro mil, trinta e sete reais e oitenta e oito centavos), com efeitos financeiros retroativos da data do julgamento em 13.08.2009 a 14.08.1998, perfazendo um total de R$ 577.416,84 (quinhentos e setenta e sete mil, quatrocentos e dezesseis reais e oitenta e quatro centavos), nos termos do artigo 1º, incisos I e II, Parágrafo Único da Lei nº 10.559 de 13 de novembro de 2002.

Se estivesse vivo, o assassino que encerrou sem arrependimentos nem remorsos sua torpe passagem pelo planeta estaria assinando manifestos em defesa da democracia. Mas não haverá outro Clemente. Assim como os Buendía de Cem Anos de Solidão, também um crápula condenado a 50 anos de abjeção não terá uma segunda chance sobre a terra.

Ser mais, clique aqui

Augusto Nunes, jornalista - coluna na Revista Oeste

 

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Governo esconde nome de terroristas

Governo coloca tarja preta e esconde nome de terroristas !!! 

Projeto do governo acaba com sigilo para crimes contra direitos humanos
Lula procura tranquilizar militares e diz não haver revanchismo na iniciativa
Por Chico de Gois e Bernardo Mello Franco


BRASÍLIA. Ao discursar na cerimônia de anúncio de iniciativas do governo federal para facilitar o acesso a informações públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a ação não deve ser vista como revanchismo contra os militares, que se opõem à abertura de arquivos da ditadura (1964-85). Lula disse que a democracia ganhará quando se conseguir "desvendar alguns mistérios" ainda sem solução, numa referência indireta ao paradeiro de 140 desaparecidos políticos durante o regime militar, ontem classificados pelo ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, como "heróis e heroínas".(...)

Arquivos do regime serão publicados na internet
Na solenidade, foi assinada uma portaria que garante o anonimato a quem entregar arquivos sobre a ditadura militar que estejam nas mãos de particulares, como militares da reserva. Também foi lançado o portal Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional, que publicará arquivos do regime na internet
(www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br)

Lula declarou que o acesso à informação é essencial e que, quando deixar o governo, em 2011, se tiver feito algo de errado, a informação deve se tornar pública.(...)

(...) - Para o presidente, o direito à informação pública é um dos mais eficazes instrumentos de combate ao arbítrio e à corrupção:

(...) -  O projeto regulamenta, pela primeira vez, o direito de acesso a informações públicas. Os órgãos dos três poderes terão 20 dias, prorrogáveis por mais dez, para prestar esclarecimentos pedidos por qualquer cidadão. Se o prazo for descumprido, o caso poderá ser levado à Controladoria Geral da União (CGU), e o servidor ficará sujeito a penas que vão da suspensão à exoneração do cargo.(...) "

 Memórias ocultadas

 Comentário da editoria do site    www.averdadesufocada.com     
  
Já está na internet o que foi prometido pelo presidente Lula: acesso à informação.
No final vejam como são recebidas as informações solicitadas.

Jaime Dolce, que teve seu pai, Cardênio Jayme Dolce, assassinado  no assalto praticado na Casa de Saúde Dr Eiras  em 02/09/71, requereu ao Arquivo Nacional documentos sobre esta ação praticada pela Ação Libertadora Nacional - ALN -, que resultou na morte de seu pai e  de mais duas pessoas.

Recebeu 28 páginas , onde constam:

- a confirmação do assalto à Casa de Saúde Dr Eiras;

- as iniciais dos assaltantes que participaram do assalto;

- o nome  completo das testemunhas que reconheceram os terroristas que praticaram o assalto;

- o nome completo do capitão-tenente encarregado do IPM instaurado pelo 1º Distrito Naval para apurar as atividades subversivas de ... (o nome está coberto por uma tarja preta) e de .... (o nome está coberto por uma tarja preta) que foram presos no dia 09/11/2009 por estarem implicados neste assalto;

- o nome completo do capitão encarregado do IPM que apurou o envolvimento de funcionários do Banco Central que, segundo a Informação 983 da AC/SNI de 09 /12/1971,  estavam  ligados a terroristas e responsáveis pelo planejamento do assalto  à Casa de Saúde Dr Eiras;

-as iniciais dos funcionários do Banco Central que estavam sendo investigados;

 O interessante é que das 28 páginas recebidas pelo requerente,  21 páginas tem os nomes cobertos com tarjas pretas.

 Para complementar  o acesso  à informação, prometido pelo presidente, pela ministra da Casa Civil Dilma Rousseff e pelo Secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, como estamos fazendo permanentemente, vamos mandar nossa colaboração  para que o Arquivo Nacional e o Portal Memórias Reveladas - recém criado - possam atualizar suas informações.

Memórias Reveladas - ALN

A exemplo de São Paulo, a Guanabara desenvolvia esforços, para estabelecer sua imprensa própria. No dia 22 de julho, foi realizada uma ação contra a empresa RUF, .na Rua Debret, com roubo de uma copiadora eletrônica de matrizes, um mimeógrafo e várias máquinas de escrever. Uma  semana depois, no dia 29 de julho, os recursos financeiros para o empreendimento foram conseguidos através do assalto ao Hospital da Ordem Terceira da Providência,  que rendeu cento e cinquenta e sete mil cruzeiros.

Dias antes da ação, chegara à  Guanabara, vinda de São  Paulo, a militante Sônia Hipólito, para montar o  Setor de Documentação da Coordenação Regional/GB. Sônia e Antonio Carlos Nogueira Cabral alugaram um "aparelho" onde instalaram o esquema de fornecimento de documentação. O material necessário foi conseguido através dos assaltos ao cartório do Registro Civil José Alves Linhares, na Rua Joaquim Méier, com o roubo de duas mil certidões, carimbos e   máquinas, no dia 9 de agosto, e aos 5º e18º  Postos Eleitorais, na Rua Miguel de Lemos, com o roubo de mil e quinhentos titulos eleitorais, em 17 de agosto.

Ainda em agosto, a CR/GB conseguia publicar e difundir o primeiro número de seu jornal  "Ação". Dentro da mesma orientação do "Venceremos" e de "O Guerrilheiro", "Ação" fazia propaganda das atividades criminosas da organização, endeusando os militantes  da Ação Libertadora Nacional - ALN -, pela sua coragem e ousadia.
As ações da CR/GB passaram a ser orientadas para a propaganda armada e para a intimidação. O Grupo Tático Armado - GTA-, com a experiência adquirida nas ações bem sucedidas, decidiu eleger viaturas policiais como fonte de suprimentos de armamento e munição.

O GTA da CR/GB era dirigido por Flávio Augusto Neves Leão de Sales e articulava-se em dois grupos. O primeiro grupo, chefiado pelo próprio Flávio, era constituído por Aurora Maria do Nascimento Furtado,  Isis  Dias de Oliveira e Carlos Alberto Maciel  Cardoso. O segundo grupo, chefiado por Antonio Carlos Nogueira Cabral, era formado por Sònia Hipólito, Paulo César Botelho Massa e Merival de Araújo.

Com o fito de desmoralizar as forças policiais, as viaturas eram incendiadas. Assim, ocorreram os assaltos às radiopatrulhas :na Avenida Prado Junior, em 31 de julho, na Praça.  Avaí, em 19 de novembro; e na Rua Dias da Cruz, em 31 de outubro. Na Praça Avaí  os subversivos simularam um acidente de trânsito, a poucos metros do local da viatura , e quando os patrulheiros foram verificar o ocorrido, foram rendidos e algemados a um poste. Em seguida a viatura foi incendiada e o local panfletado .

 Nesse meio tempo , foi feito uma ação de sucesso, contra o Hospital da Ordem Terceira da Penitência. O levantamento foi real izado por intermédio de Carlos AIberto Maciel Cardoso, ex-marinheiro, cassado em 1964. Ele aliciara para a organização sua amásia Hermelinda de Jesus Melo e Silva, funcionária do Hospital da Ordem Terceira. Hermelinda de Jesus realizou o levantamento da data do pagamento dos funcionários e o assalto foi um sucesso.
 O jornal 0 estado de São Paulo, de 15/06/72,  ao anunciar a morte de três terroristas, relaciona, algumas ações de Yuri Xavier Pereira, um dos mortos, como um dos autores do assalto ao Hospital da Ordem Terceira da Penitência.


Animados com o resultado do assalto ao Hospital , a CR/GB planejou o assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras em Botafogo .  O levantamento do dia do pagamento foi feito por Maria da Conceição Nascimento, servente  do estabelecimento e namorada do irmão de Carlos Alberto, o fuzileiro navaI Paulo Sérgio Fonseca Cardoso. Com as informações de Maria da Conceição Nascimento, foi definido o dia 2 de setembro  de 1971 como a data da ação. José Milton Barbosa, Antonio Sérgio de Matos e Hélber José Gomes Goulart foram de São Paulo para o Rio de Janeiro para reforçar o GTA.

 No dia do pagamento, o GTA, comandado por Flávio Augusto Neves Leão de Sales e contando com a participação de Hélcio Pereira Fortes, Antonio Carlos Nogueira Cabral, Sõnia Hipólito,  Aurora Maria do Nascimento Furtado, Isis Dias de Oliveira e Paulo César Botelho Massa, além do reforço paulista, entrou em ação com a chegada do carro pagador na casa de saúde. 

Surpreendida, a guarda de segurança do nosocômio reagiu ao assalto. Ao final de um intenso tiroteio, o rol das vítimas fatais da subversão estava acrescido de Cardênio Jayme Dolce, agente federal aposentado e chefe do serviço de segurança e dos seus auxiliares Silvano Amâncio dos Santos e Demerval Ferreira dos Santos, enquanto o médico Dr. Marilton Luiz dos Santos Morais e o enfermeiro Almir Rodrigues de Morais saíam feridos. Os assaltantes, além de oitenta mil cruzeiros levaram as armas dos guardas abatidos.

O jornal "Ação"  nº 2, de .setembro/outubro/1971, fazendo apologia da chacina, da Casa Dr. Eiras, assim justificava os assassinatos: "A  imprensa .da ditadura procurou explorar politicamente a morte dos guardas, apresentando-os como vítimas inocentes. No entanto, é preciso ficar bem claro que, conscientemente ou inconscientemente, naquele momento agiram como defensores dos exploradores e de seu governo, atacando os guerrilheiros. Por isso não foram poupados e nem o serão  aqueles que tomarem a mesma atitude".

Carlos Alberto Maciel Cardoso e sua companheira Hermelinda de Jesus Melo e Silva foram presos dia 9 de outubro pela Polícia Federal, por suspeita de participação no assalto ao Hospital da Ordem Terceira da Penitência. Admitiram algumas coisas, procurando ganhar a confiança de seus inquisidores. Vislumbrando a possibilidade de ser solto, Carlos Alberto propôs entregar os militantes da organização.  Solto no dia 10, Carlos Alberto entregou um "ponto frio", com um dirigente de CR/GB, conseguindo fugir do controle dos policiais.
Retornando ao seio da organização, narrou a sua astúcia para conseguir a liberdade. Não convenceu. Foi julgado por um "tribunal revolucionário", composto  da direção da CR/GB, naquela altura constituÍda por Hélcio  Pereira Fortes, Flávio Augusto Neves Leão de Sales e Antonio Carlos Nogueira Cabral e condenado à morte.

No dia 13 de novembro os juizes, transvestidos de carrascos, tiveram um encontro com Carlos Alberto e informaram-no do seu destino. Apavorado, Carlos Alberto saiu correndo, sendo perseguido por Flávio Augusto e Antonio Carlos, disparando suas armas.
Ferido, ainda tentou abrigo no interior de uma casa da Rua Bernardo, no Encantado, onde seus algozes terminaram o serviço. Hélcio Pereira Fortes recolheu os companheiros, de carro, após concluída a missão de " justiçamento".

Os dirigentes da CR/GB não se preocuparam com Carlos Alberto, apesar dos "relevantes serviços" prestados em levantamentos que proporcionaram ações de vulto para a organização. Os argumentos de traição não se confirmaram, pois a organização  nada sofreu com a prisâo de Carlos Alberto. Apenas as suspeitas de  três elementos, constituidos em "tribunal revolucionário", foram suficientes para determinar a sua morte ....

Em janeiro de 2005, uma certidão , fornecida pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) , atestava que Carlos Alberto nunca passou qualquer informação  ao Cenimar ( O Globo- 31/01/2005- página 3)O "tribunal revolucionário" errou.  Carlos Alberto fora "justiçado" sem ter traído os terroristas.
Fonte:Projeto ORVIL