Quando
nada mais há a dizer, qualquer coisa serve. É o que orienta a última
parte da defesa que o advogado- geral da União, Luís Inácio Adams, faz
da presidente Dilma Rousseff, enviada ao Tribunal de Contas da União. A
penúria intelectual do governo chega a ser, por si, escandalosa.
[São Luís e Santo Inácio que nos perdoem; mas, convenhamos que um cidadão que tem a falta de sorte de receber o mesmo nome do estrupício do Lula - caso do desditoso Luis Inácio Adams, advogado-geral da União - não pode ser privilegiado intelectualmente. Imagine quando tem a triste sina de defender um governo corrupto, incomPTnte, boçal, desorientado e sem noção quanto o atual.]
Sabem com
que Adams justificou os procedimentos contábeis heterodoxos e ilegais
feitos pelo governo, apelidados de “pedaladas fiscais”? Segundo o
advogado-geral, elas se deveram à “evolução imprevisível” da economia no
fim de 2014.
Reitero: se
não fosse absoluta falta do que dizer, eu iria inferir que o homem está a
escarnecer da gente, a nos tratar como idiotas, como cretinos.
Escreve ele: “A realidade econômica evoluiu de maneira
imprevisível para todos os analistas. Quem projetava um impacto de
redução de commodities, aumento do dólar, de mudança do quadro econômico
do jeito que aconteceu no final de 2014? Essa realidade é que gerou a
necessidade de mudança de meta que foi acatada pelo Congresso e em 31 de
dezembro o governo atendeu à lei”.
É incrível!
Estava tudo mais do que escrito nas estrelas. A desvalorização das
commodities mostrou que viria para ficar já em meados de 2012, quando
Dilma estava com um ano e meio de seu primeiro mandato. A partir dali,
analistas já começavam a alertar para as dificuldades futuras.
Mas calma
aí! Adams se esquece de que o país passou por eleições no ano passado. E
isso significa que a oposição também apresentou seu diagnóstico,
apontando, diga-se, a quase totalidade dos problemas que estão por aí.
Onde está a surpresa?
Sobre gastos
feitos sem a autorização do Congresso, o advogado-geral insiste na
desculpa petista de sempre, o famoso “FHC também fez” — o que, dizem
ministros do TCU, não confere com a realidade, não na dimensão ou na
escala do governo Dilma.
A defesa de
Adams também politiza o caso de maneira desastrada. Sabe que a
recomendação para que as contas sejam rejeitadas servirá de forte
argumento da oposição para acusar Dilma de crime de responsabilidade.
Aludindo ao que parece ser um eventual pedido de impeachment, Adams
considera: “O fundamental é que temos que mostrar nossa força
institucional. O Brasil conquistou uma estabilidade institucional e
econômica. Nosso esforço é estabelecer isso como padrão para o mundo”.
Sim, claro! E
em que um julgamento realmente autônomo do TCU e uma decisão idem da
Câmara ameaçariam a força institucional? Ao contrário! Esta só sairia
fortalecida.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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