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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Carga pesada

O custo logístico no Brasil voltou a subir durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. É o que mostra estudo inédito do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), antecipado pela coluna. Os gastos das empresas com transporte, armazenagem, estoques e despesas administrativas saltaram de 10,6% do PIB, em 2010, para 11,7%, em 2014. Esse é o percentual mais alto dos últimos 10 anos.

Muita estrada, poucos trilhos
O transporte de cargas no Brasil continuou sendo feito predominantemente pelas rodovias em 2014 (67% do total), enquanto o modal ferroviário permaneceu estagnado. Em 2004, 18,4% dos produtos eram transportadas por trens; em 2014, esse percentual foi de 18,3%. O PAC e os programas de logística não trouxeram os resultados prometidos.

EUA: aposta nos trens
Enquanto o Brasil gastou 11,7% do PIB com logística no ano passado, a estimativa do Ilos é que os Estados Unidos tenham gasto bem menos: 8,3%. Isso ajuda a tornar os produtos americanos mais baratos no resto do mundo. Cerca de 32% da carga transportada por lá segue pelo modal ferroviário.

Sem planejar, sobra o caminhão
O custo logístico com transporte rodoviário tem aumentado cerca de 12% ao ano desde 2004 no Brasil. No ano passado, foram gastos R$ 334 bilhões com esse modal. Segundo Maurício Lima, sócio-executivo do Ilos, isso indica falta de planejamento em infraestrutura. Esse tipo de transporte é considerado o mais simples de ser operado: basta comprar um veículo e pegar a estrada. Já as ferrovias e as embarcações precisam de mais investimentos e estabilidade regulatória.

Diesel pressiona os gastos
Mesmo com a queda da cotação do petróleo nos mercados internacionais, o preço do diesel está em alta no Brasil, encarecendo o transporte. Segundo o Ilos, o litro deve ter um custo médio de R$ 2,94 este ano contra R$ 2,51 de 2014. O governo aumentou a Cide para arrecadar mais, e, além disso, o país tem importado combustível com dólar mais caro porque a Petrobras não é autossuficiente na produção. Várias refinarias da empresa foram superfaturadas, como tem mostrado a Operação Lava-Jato.

EFEITOS DA CRISE. Na recessão, mais carga fica parada nos armazéns. O gasto com estocagem sobe, e o fluxo de caixa cai. Esse custo financeiro também é afetado pela alta dos juros.
AGENDA. O Ilos apresenta a pesquisa no dia 22, no XXI Fórum Internacional de Supply Chain, no Rio.


Fonte: Coluna da Míriam Leitão - Por: Alvaro Gribel

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