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domingo, 6 de setembro de 2015

O papa, o aborto e o Brasil - o aborto tem que ser combatido em uma guerra sem tréguas e em todos os campos

Ao mudar o discurso sobre a prática do aborto, o papa devolveu o assunto ao centro das discussões. Francisco, em carta pastoral divulgada para o Jubileu da Misericórdia, surpreendeu o mundo com posição não só inédita, mas também inimaginável. No período de duração do evento - 13 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016 - os padres ficam autorizados a perdoar as mulheres que interromperam a gravidez e as pessoas que as ajudaram no ato extremo.

Vale lembrar que não se trata de qualquer remissão.
O aborto está na restrita lista dos crimes que a Igreja considera mais graves. A excomunhão é automática. Só o pontífice ou um bispo pode devolver o condenado ao convívio da comunidade católica. Com a decisão, Sua Santidade mira com novos olhos realidade que não cabe mais debaixo do tapete. O mesmo ocorreu em relação aos homossexuais e ao acolhimento de homens e mulheres que refizeram a vida com novas núpcias.
Ora, se uma das mais conservadoras instituições do mundo aceita rever princípios milenares, incentiva outros setores a lhe seguir o exemplo. É o caso do Brasil. Aqui, a criminalização do aborto se tornou problema de saúde pública. Estima-se que sejam realizados entre 750 mil e 1,5 milhão de procedimentos inseguros por ano - a maior parte sem as condições de higiene necessárias e o acompanhamento profissional adequado. Resultado: o risco de morrer aumenta em até 350 vezes. [mulher que morre durante o procedimento de aborto é certo que não mais assassinará nenhum ser humano inocente e indefeso.]

Não se deve ao acaso ou à má sorte o fato de o aborto ser a quarta causa de mortes maternas no país. Se considerar hemorragias e infecções puerperais, ocupará posição de destaque em outros rankings. A cegueira ou a acomodação de manter a zona de conforto cobra preço alto da sociedade. Além da perda de vidas e da incapacitação para o trabalho, sobrecarrega-se o já precário equipamento hospitalar e se aumentam os encargos da combalida Previdência. [não podemos considerar a assassina que morre ao realizar um aborto com as pessoas que morrem por doenças ou outras causas.

A mulher que decide realizar um aborto, age de forma consciente e comete um dos mais covardes assassinatos e é justo que seja punida com a morte durante o procedimento, ou em consequência, ou no mínimo se torne estéril.
Respeitamos Sua Santidade, Papa Francisco, mas, entendemos que com esse gesto absurdo, o Papa estimula o aborto e facilita até mesmo que governos propensos ao aborto - caso do atual desgoverno do Brasil - encontrem terreno fértil para liberar o assassinato em massa de seres humanos inocentes e indefesos.]

Acredita em Papai Noel ou Branca de Neve quem supõe que a lei é capaz de impedir a interrupção da gravidez. Ou que o medo da excomunhão sirva de freio. Os números comprovam que quem quer encontra meios de atingir o objetivo. A mudança do Código Penal, de 1940, é exigência da contemporaneidade. A própria Igreja reconhece a necessidade de ler o tempo com olhos da contemporaneidade.
Não se trata de apologia ao aborto. Trata-se, isso sim, de sintonia com a realidade. A legalização, ao abrir as portas da rede pública de saúde para os necessários procedimentos médicos, acaba com o próspero mercado que rouba vidas ou inutiliza para o trabalho. É, repita-se, questão de saúde pública. Passou da hora de fazer de conta que tudo está bem como está. Não está. [ousamos afirmar que o CB só encontrou espaço para publicar o Editorial ora transcrito, verdadeiro manifesto pró aborto, exatamente, por encontrar terreno fértil em defender sua posição devido a postura de Sua Santidade.]

Fonte: Correio Braziliense - Editorial  


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