Lula, Dilma, o governo
e seus partidos prestariam enorme serviço à saúde pública se apontassem quais
brasileiros desejam que os pobres continuem pobres e morram na miséria.
A tarefa
de fazer com que muitos creiam não é apenas missão religiosa. É, também, essência
da política como arte de conquistar apoios para alcançar e manter o poder. Há
sistemas políticos nos quais as pessoas creem em partidos e suas ideias, visões
de mundo, perspectivas históricas, valores e em como isso se projeta nos anos
por vir. E há sistemas, como o nosso presidencialismo, em que a crença dos
eleitores recai sobre as pessoas dos candidatos. É fácil compreender que isso
nos faz mais vulneráveis à mentira como forma de angariar apoios. Quanto mais
ingênuo o eleitor, quanto mais carente do benefício pessoal que lhe possa advir
do poder público, mais sensível ele se torna a mentiras e mistificações. Nas
nossas disputas políticas, a verdade é mais inoportuna do que a mentira.
Em Irmãos
Karamazov, Dostoievski ensina: "O homem que mente para si mesmo e
escuta as próprias mentiras chega a um ponto em que não pode distinguir a
verdade e a mentira dentro de si ou ao redor de si, e assim perde todo o
respeito por si mesmo e pelos outros".
Após seu
depoimento nas instalações da PF em Congonhas, durante a entrevista que virou
discurso, o ex-presidente era imagem viva e falante do desastre exposto por
Dostoievski. Lula apelou para todo o seu repertório de artimanhas. Quero
destacar a que é mais repetida, ao longo dessa infinita série de escândalos.
Segundo o governo, a promissora condução petista dos negócios nacionais seria
antagonizada por uma elite que não tolera a prosperidade dos mais pobres.
Lula,
Dilma, o governo e seus partidos prestariam enorme serviço à saúde pública se
apontassem quais brasileiros desejam que os pobres continuem pobres e morram na
miséria. Essas pessoas, certamente pouquíssimas caso existam, deveriam ser
identificadas e tratadas porque portadoras de um desejo anormal, desumano e
masoquista. Ninguém mentalmente sadio quer viver sitiado pela miséria e suas
vexatórias consequências que o governo sequer minimamente conseguiu abrandar.
A esse
respeito, o senso comum grita contra a algaravia de Lula: nada é tão
honestamente benéfico ao bem de cada um do que o bem de todos! Nada é mais
conveniente à prosperidade de cada um do que a prosperidade de todos! São dois
axiomas que dispensam provas. Eis por que o desastre ético e técnico da gestão
petista nos leva a sonhar com educação promovendo o desenvolvimento das
potencialidades da juventude, população ativa ganhando a vida e gerando
riqueza, produção, consumo, empregos, PIB crescendo, inflação caindo e as
pessoas podendo cuidar bem de si mesmas. Quem não quiser isso é doido. E quem
acusa 90% da população ser contra isso é o quê, Dostoievski?
http://puggina.org
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