Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

quinta-feira, 10 de março de 2016

Após investigação contra Lula, sindicalistas tentam intimidar Sergio Moro no CNJ - TRÍPLEX – Sim, a Justiça de São Paulo fará de Lula um réu!



Pedido de reclamação disciplinar contra o juiz que comanda a Operação Lava Jato foi patrocinado pelo Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo a mando do compadre de Lula, Roberto Teixeira

Às vésperas dos protestos de domingo, quando as ruas das principais cidades do país serão tomadas por manifestações contra o governo e contra o ex-presidente Lula, alvo de investigação na Operação Lava Jato, sindicalistas recorreram nesta quinta-feira ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com pedido de reclamação disciplinar contra o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos do petrolão em Curitiba. A medida foi patrocinada pelo Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo a mando do compadre de Lula, Roberto Teixeira. Nesta quarta, um outro pedido de providências contra Moro já havia sido autuado.

Os processos apresentados no CNJ são uma tentativa de intimidação contra o juiz que conduz com mãos de ferro os processos sobre o maior escândalo de corrupção já descoberto no país e que já condenou grandes empresários e empreiteiros, antes considerados intocáveis pela Justiça brasileira. Também foi a partir de uma decisão de Moro que o ex-presidente Lula foi conduzido coercitivamente na última sexta-feira para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de ter recebido vantagens indevidas de empresários e empreiteiras enrolados na Operação Lava Jato.

A reclamação disciplinar contra Sergio Moro apresentada pelo Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo tem como pretexto a tese de que o juiz teria insinuado que o compadre do ex-presidente Lula, Roberto Teixeira, fraudou a escritura do Sítio Santa Bárbara, imóvel reformado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht e pelo pecuarista José Carlos Bumlai para o petista e sua família. O sítio em Atibaia foi oficialmente adquirido em outubro de 2010 por Jonas Suassuna e Fernando Bittar, mas as investigações da Operação Lava Jato mostram que o imóvel pertence, na realidade, ao ex-presidente Lula.

Em um dos despachos da 24ª fase da Operação Lava Jato, que tem o petista como alvo, o juiz Sergio Moro relata que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente, é sócio de Suassuna na empresa BR4 Participações Ltda. e de Fernando Bittar na G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda. Moro destacou ainda que “o advogado Roberto Teixeira, pessoa notoriamente próxima a Luiz Inácio Lula da Silva, representou Jonas e Fernando na aquisição, inclusive minutando as escrituras [do sítio] e recolhendo as assinaturas no escritório de advocacia dele”.

Uma das mensagens em poder do Ministério Público sugere a utilização de Jonas e Fernando como pessoas interpostas para esconder o real proprietário do sítio. A mensagem enviada em 28 de outubro de 2010 por Roberto Teixeira diz: Conforme solicitado, segue minuta das escrituras de ambas as áreas. Falei ontem com o Adalton e a área maior está sendo posta em nome do sócio do Fernando Bittar. Qualquer dúvida, favor retornar”.

Na avaliação do MP, “o fato de o advogado Roberto Teixeira ter participado da aquisição do sítio, tendo sido inclusive lavrado as escrituras das compras em seu escritório, somado à circunstância de Roberto Teixeira ser bastante próximo de Lula e de sua família, e não de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, formais adquirentes do sítio, é mais um sinal de que esses ‘amigos da família’ serviram apenas para ocultar o fato de que foi em favor de Lula que o sítio foi adquirido”.

Em nota, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) disse que “o CNJ não pode ser encarado como uma instância recursal ou como caminho para cercear a autonomia da magistratura”. “Tal medida evidencia mais uma forma de intimidação dos juízes em suas atividades estritamente jurisdicionais e indica possível tentativa de impedimento à atuação do juiz que está à frente das investigações da Lava Jato”.

Parece-me fatal. Até porque a aceitação de uma denúncia não implica condenação prévia. O que a Justiça vai avaliar agora é se há ou não elementos para que se dê continuidade e se aprofunde a investigação. E é claro que há

Lula está a um passo de se tornar réu, mas não da Operação Lava Jato. Nesse caso, se Rodrigo Janot continuar a passos de cágado, ainda pode demorar um pouco. O Supremo Apedeuta da Igreja dos Santos Petistas dos Últimos Dias deve ser feito réu pela Justiça Estadual, em São Paulo, no inquérito que apura as irregularidades cometidas pela Bancoop, a cooperativa do Sindicato dos Bancários que deu um beiço em pelo menos três mil famílias. Elas pagaram por imóveis que não receberam e que nem devem receber. Já volto ao ponto.

Lula foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por lavagem de dinheiro, na modalidade “ocultação de patrimônio”, e por falsidade ideológica. O pivô da denúncia é o tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá. Quando a Bancoop foi à bancarrota, Lula, pessoalmente, pediu que Léo Pinheiro, então presidente da OAS, assumisse o empreendimento. Ora vejam: Marisa Letícia, mulher do chefão petista, era a titular de uma das cotas (que valia um apartamento) desse edifício, e ninguém menos do que João Vaccari Neto, de outra.

E quem é Vaccari, que depois se transformou em tesoureiro do PT, nessa história? Ele era o presidente da Bancoop quando tudo ruiu. É investigado sob a acusação de ter transferido dinheiro da cooperativa para o PT.  Muito bem! Para todos os efeitos, Lula não é o dono do tal tríplex — como também não é do sítio de Atibaia. O Ministério Público do Estado, no entanto, reúne fartos indícios de que isso não é verdade — daí a razão de ele estar sendo denunciado por ocultação de patrimônio e falsidade ideológica.

Há elementos de sobra indicando que Marisa Letícia comandou a reforma do apartamento, executada pela OAS. Troca de mensagens de Léo Pinheiro com seus subordinados, por exemplo, indica que as mudanças feitas no apartamento foram submetidas à sua prévia aprovação. Membros da família visitavam com regularidade a obra.

Vai ser réu ou não vai? Mas Lula vai ou não ser réu? Parece-me fatal. Até porque a aceitação de uma denúncia não implica condenação prévia. O que a Justiça vai avaliar agora é se há ou não elementos para que se dê continuidade e se aprofunde a investigação. E é claro que há. Não estou entre aqueles que avaliam que a Justiça só é boa quando faz aquilo que acham certo. Mais de uma vez já ocorreu de eu achar que o sujeito é culpado, mas de reconhecer que a denúncia é inepta. Não é o caso. Recusá-la seria um escândalo contra a ordem dos indícios.

A turma de Lula já recorreu ao Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor Cássio Conserino, que lidera a apuração. Foi inútil. Já recorreu ao STF para tentar barrar a investigação em São Paulo, alegando que o mesmo caso está sob investigação no Ministério Público Federal. A ministra Rosa Weber negou a liminar, e os advogados de Lula agora querem que o pleno do STF se manifeste.

Não são a mesma coisa
A argumentação do PT não faz sentido. Na esteira das safadezas havidas na Bancoop, o Ministério Público Estadual viu elementos indicando que Lula praticou ocultação de patrimônio e falsidade ideológica.  O que se investiga na esfera federal é se esse apartamentoe o sítio de Atibaia — fazem parte do esquema de pagamento de propinas do petrolão. Ainda que o mesmo apartamento seja objeto de uma investigação e de outra, são coisas distintas, caracterizando crimes diferentes.

Lula será tornado réu na Justiça Estadual. E só não será assim se o pleno do Supremo tomar uma decisão que afronta, antes de mais nada, a ordem dos fatos. Se será, mais tarde, condenado ou não, aí, meus caros, não sei. Mas réu? Ah, disso não tenho dúvida.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


Nenhum comentário: