Lula
não muda o repertório em entrevista após depoimento
Ex-presidente
repetiu a cantilena de sempre e não explicou nada em seu pronunciamento em que
diz que "não acertaram a cabeça da
jararaca", numa alusão a si mesmo
A entrevista do ex-presidente Lula, no
diretório do PT em São Paulo, mostra que o ex-metalúrgico não renovou o repertório. Horas depois de ser conduzido coercitivamente para
depor à Polícia Federal, Lula manteve a cantilena desfiada há 14 anos, quando
estava prestes a ocupar o Palácio do Planalto pela primeira vez.
Num discurso velho e surrado, sem
explicar as acusações que hoje pesam sobre seus ombros, Lula tornou a se apresentar
como vítima das elites e da mídia, apostando de novo num discurso de divisão do
País entre ricos e pobres, privilegiados e desfavorecidos. Ocorre que hoje a
realidade é distinta daquela vivida por ele em 2002, quando foi eleito para o
primeiro mandato.
Lula fala para convertidos. A
mensagem não alcança mais a esmagadora maioria da população como em outrora,
quando chegou a ostentar quase 80% de popularidade. Atualmente, segundo as mais recentes pesquisas de
opinião, Lula amarga uma rejeição de 49%. A reprovação é reflexo da crise econômica, do fracasso do
governo Dilma, sucessora que ele legou ao País, dos
escândalos envolvendo o PT, mas sobretudo da
flagrante incapacidade do petista de justificar as denúncias das quais é alvo.
É impossível sustentar um
discurso de vitima das elites no momento que o ex-presidente é acusado de ter imóveis
atribuídos a ele reformados por integrantes desta mesma elite, como as realizadas pela OAS num sítio em Atibaia e
num tríplex no Guarujá. Fica complicado manter a retórica do oprimido, quando
aqueles que Lula chama opressores são os mesmos que bancaram suas palestras, a
peso de ouro, dentro e fora do País. Pior. Segundo
as investigações da Operação Alethéia, deflagrada nesta sexta-feira 4, há fortes indícios de que Lula simulou
contratos das palestras para receber dinheiro de empreiteiras, entre elas a
própria OAS.
Fonte: Isto É
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