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domingo, 10 de abril de 2016

Confira como será o esquema de segurança até o domingo, para manifestações - Governo de São Paulo e do DF se acovardam

GDF define regras para militantes acompanharem a votação do impeachment, prevista para ocorrer no plenário no próximo domingo

Manifestantes contra e pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff ficarão em áreas divididas na Esplanada dos Ministérios durante a votação no plenário da Câmara dos Deputados, prevista para 15, 16 e 17 de abril. A intenção é evitar confrontos e permitir o direito à livre manifestação. Do lado Sul, ficarão os favoráveis ao afastamento da petista. No lado Norte, os que defendem a permanência. Um corredor de 80m de largura e um quilômetro de extensão no meio dos dois grupos será ocupado apenas pela equipe de segurança. Os três espaços serão divididos por alambrados opacos de 2,20m.
[governos de São Paulo e do DF amarelam e desrespeitam a prioridade dos grupos pró-impeachment que requisitaram primeiro os espaços para manifestação.
Os dois governos simplesmente ignoraram a lei que dá prioridade a quem requisitou primeiro.]
 
As regras foram definidas pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal depois de uma série de reuniões com lideranças de ambos os lados e pactuados em reunião ontem. A expectativa da pasta é de 150 mil manifestantes de cada lado no momento de maior concentração. Por dia, serão 3 mil policiais militares, 700 policiais civil e até mil servidores do Corpo de Bombeiros. A data é uma previsão e pode mudar a depender dos trabalhos no Congresso nesta semana. Não há um esquema programado para segunda-feira, data da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na comissão do impeachment. A Secretaria alegou que não há grandes protestos agendados para a data e que definirá a operação a depender do cenário.

 Para o próximo fim de semana, foram proibidos megafones, máscaras e objetos infláveis provocativos, como os do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, apelidados de “pixulecos”. Devido a essa determinação, um pato gigante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) iria ser retirado da Esplanada no fim da tarde de ontem pela Polícia Militar. Foi vetado também o consumo de bebidas alcoólicas e recomendado que crianças e idosos não participem dos protestos. Carros de som ficaram limitados a dois de cada lado, nas áreas de concentração. Os pró-impeachment vão sair do Museu da República e os contra o afastamento, do Teatro Nacional. Acampamentos também estão vetados desde sexta-feira.

Parte dos manifestantes contrários ao governo contesta o acordo. Eles alegam que informaram antes à secretaria a intenção de protestos entre 10 e 24 de abril na Esplanada, e que o espaço deveria ser apenas deles. Em 1º de abril, Ricardo Noronha, do movimento Limpa Brasil, foi notificado pela secretaria com recomendações para manifestações naquela data. O documento, contudo, não é uma autorização para os atos. Na segunda-feira será entregue uma representação assinada pelos movimentos Limpa Brasil, Vem pra Rua e Resistência Popular para tentar mudar a definição atual.

 A Secretária de Segurança, Márcia de Alencar, afirmou que não há chance de mudar o esquema anunciado. “Em que pese esse aspecto legal que foi tratado pelo grupo de forma exaustiva, e de forma residual por alguns membros do grupo pró-impeachment descontentes com o encaminhamento, a resposta da Secretaria de Segurança não poderia ser outra, que é garantir a manifestação e não insistir num aspecto literal da lei, num momento em que o ambiente de disputa é o mesmo, e que a Esplanada é símbolo dessa disputa”, afirmou. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, conversou na sexta-feira com o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, numa tentativa de evitar que a votação em plenário ocorra no fim de semana, uma proposta defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A preocupação de Rollemberg é com a segurança por causa da expectativa de um público maior no domingo.

São Paulo
A divisão também deve ser replicada na Avenida Paulista, em São Paulo. Amanhã e terça-feira, a PM se reunirá com representantes dos dois grupos para traçar um esquema de segurança para o dia 17. O prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp) deverá ser o ponto central da divisão. Dali, no sentido praça Oswaldo Cruz, ficará um grupo. No sentido Consolação, o outro. A frente do prédio da Fiesp ficará com os contrários a Dilma.

Representantes de grupos pró-impeachment já haviam protocolado um documento garantindo o direito de ocupar a avenida no próximo domingo. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo costuma manter essa orientação, mas a pressão para os favoráveis à permanência da presidente Dilma — que estariam tecnicamente proibidos de se manifestarem no mesmo horário e local — faz com que o comando de policiamento da região avalie a possibilidade de rever essa determinação.

Pedido de CPI

A presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Celina Leão (PPS), afirmou que pretende protocolar pedido de abertura da CPI da Copa. A decisão teria sido tomada após o ex-governador Agnelo Queiroz ter sido citado em uma das delações premiadas da Operação Lava-Jato. Executivos da Andrade Gutierrez relataram o pagamento de propina ao então governador. O dinheiro, segundo as apurações, viria das obras do Estádio Nacional Mané Garrincha. Celina lembra que, de acordo com o Tribunal de Contas do DF, o estádio foi o mais caro dos construídos para a Copa, custando cerca de R$ 1,7 bilhão, quando a previsão inicial de custo era de R$ 670 milhões. O Correio tentou contato com a defesa do ex-governador sem sucesso.

Fonte: Correio Braziliense

 

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