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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A força de Alckmin e as cinzas de Lula



Ninguém amargou derrota na dimensão da que Lula e o PT tragaram no domingo
Geraldo Alckmin acaba de completar duas décadas no centro do poder em São Paulo. Ao eleger João Doria na prefeitura paulistana, com 53,2% dos votos em primeiro turno, Alckmin protagonizou uma vitória acachapante: atropelou o principal adversário local e nacional, o PT, e também a cúpula do próprio partido, o PSDB.

Aos 63 anos, esse médico de formação, cultiva o jeito esquivo característico dos caipiras de Pindamonhangaba (SP), no Vale do Paraíba, cidade cujos 160 mil habitantes duvidam até da data de fundação da cidade (em 1973 um antecessor de Alckmin na prefeitura local baixou decreto estabelecendo o dia 10 de julho de 1705 como referência provisória, até a confirmação documental sobre o início do povoamento).

Uma das consequências relevantes, imediata, do empenho na campanha vitoriosa de Doria é a sua ascensão à principal posição na mesa de decisões do PSDB sobre a organização do partido para a próxima disputa presidencial. O projeto político de Aécio Neves para 2018, por exemplo, complicou-se: depende de uma vitória expressiva nas urnas de Belo Horizonte, em segundo turno, e de uma composição com Alckmin, cuja liderança se tornou inquestionável no maior colégio eleitoral do país — os paulistas somam 25% dos votos nacionais.

Em situação muito mais complexa encontra-se o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Ontem ele perdeu não apenas a eleição do sucessor — por ele escolhido, contra a opinião de ampla maioria dos aliados. Paes também viu esvair a chance de liderar uma eventual unificação do PMDB em torno de uma candidatura carioca (a dele) na próxima eleição presidencial. Precisará batalhar para se manter viável na chapa peemedebista ao governo estadual. Nenhum líder ou partido competitivo, porém, amargou derrota na dimensão da que Lula e o PT tragaram ontem. Perderam em todas as áreas-chave, seus tradicionais redutos, do Estado de São Paulo, ficaram com uma capital (Rio Branco) e uma possibilidade (Recife).

As cinzas eleitorais no berço paulista do PT, isolado em Araraquara, desnudam a situação de extrema fragilidade em que se encontra o líder petista, depois de três décadas e meia de sucessivas campanhas vitoriosas, oito anos na Presidência da República e o último quinquênio no papel de eminência por trás da cadeira ocupada pela ex-presidente Dilma Rousseff.  A exposição de fraturas petistas será agora uma consequência natural. Prevalece a tendência de acirramento da luta interna, pela iniciativa dos segmentos que, já no primeiro semestre, amplificavam a contestação às decisões do ex-presidente e seus aliados no comando do partido.

Fonte: José Casado – O Globo

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