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sábado, 31 de outubro de 2020

O vaivém da Coronavac: Mourão garante vacina; Bolsonaro desautoriza

 Vice-presidente diz que impasse sobre CoronaVac é "briga política" com Doria, mas frisa que o governo não só vai adquirir o imunizante como já repassou recursos ao Butantan. Chefe do Planalto reage e avisa que tem autonomia na decisão da compra

A recusa do presidente Jair Bolsonaro em comprar doses da CoronaVac imunizante contra a covid-19 em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e pela empresa chinesa Sinovac — fez surgir outra saia justa no governo. Na contramão da resistência do chefe do Planalto, o vice-presidente Hamilton Mourão disse, ontem, que o Executivo vai, sim, ajudar na aquisição da vacina, a despeito do mau relacionamento entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O presidente, porém, não gostou, e rebateu o vice.

Mourão afirmou que o governo não só vai contribuir com a CoronaVac como já enviou recursos ao Butantan para a fabricação de mais doses. “Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, destacou o general, em entrevista publicada pela revista Veja.

Com a repercussão da fala de Mourão, Bolsonaro deixou claro que a palavra final sobre o assunto cabe a ele. “A caneta Bic é minha”, alertou o presidente, ao portal R7, em uma resposta ao vice. A postura do presidente é semelhante à adotada há uma semana, quando desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por ter assinado um acordo de intenção de compra, por parte da União, de 46 milhões de doses do imunizante. O chefe do Executivo mandou cancelar o documento.

O mais novo episódio de fogo cruzado dentro do próprio Palácio do Planalto demonstra que Bolsonaro não dará espaço para seu maior rival político “faturar” com um eventual sucesso da CoronaVac. Afinal, Doria tem sido o principal investidor da vacina chinesa e liderado o processo de testagem do imunizante no país.

Além do recado a Mourão, Bolsonaro voltou a alfinetar, ontem, o governador paulista, outra vez por conta da vacina. “Está acabando a pandemia (no Brasil). Acho que (Doria) quer vacinar o pessoal na marra, rapidinho, porque (a crise sanitária) vai acabar, e daí ele fala: ‘Acabou por causa da minha vacina’. Quem está acabando é o governo dele, com toda certeza”, disse a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada.

Em análise
Apesar do alvoroço que Bolsonaro tem causado, desde a última semana, contra a CoronaVac, seja utilizando redes sociais, seja dando declarações a eleitores, seja discursando nos compromissos oficiais, a ordem dele para revogação do acordo entre o Ministério da Saúde e o Butantan só foi da boca para fora. Por enquanto, o protocolo do instituto, que pediu a ajuda da pasta para a compra das doses da vacina, segue tramitando na pasta.

Desde o dia 21, quando Bolsonaro desautorizou o termo de intenção de compra, o pedido do Butantan já passou por sete setores da Saúde, como o Núcleo Jurídico da Secretaria de Vigilância em Saúde e o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública da Covid-19. Além disso, foi concedido acesso ao requerimento à Secretaria de Controle Externo da Saúde do Tribunal de Contas da União (TCU), segundo o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do ministério.

Caso o ofício expedido por Pazuello ainda esteja valendo, o governo só vai prosseguir com o processo de aquisição do imunizante após o registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o texto assinado pelo ministro da Saúde, a estimativa é de que o governo invista US$ 659,2 milhões para adquirir os 64 milhões de doses iniciais demandadas pelo Butantan. O valor equivale a cerca de R$ 3,8 bilhões.

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No Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA




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