Deputado Tiago Mitraud diz que funcionalismo não deve receber reajuste anual e defende revisar estabilidade. Para ele, mudanças têm de atingir mais servidores
Mitraud diz que “não está contra os servidores”, mas, afirma que o funcionalismo federal, com salários muito superiores aos da iniciativa privada, não deve receber reajuste anual até que seus ganhos mensais “se aproximem da realidade brasileira”.
O senhor é defensor de um enxugamento radical
dos gastos do Estado, mas acredita ser possível contrariar o governo e
os interesses corporativos, a exemplo de pautas históricas que defendem
reajuste anual de salários?
As alterações propostas na
administração não são para agradar nem ao governo nem aos servidores. O
foco são os cidadãos. [servidores e membros do governo não são cidadãos?] Na verdade, a PEC 32/2020 não tem como objetivo
principal os salários, por enquanto. O assunto, porém, não está
descartado. O funcionalismo federal tem remunerações muito superiores às
da iniciativa privada, conforme várias pesquisas de instituições
nacionais e internacionais. E não deve receber reajuste anual, pelo
menos até que seus ganhos mensais se aproximem da realidade brasileira.
Há muita reclamação, justamente, porque as correções não são automáticas.
(.......)
No Correio Braziliense, leia a entrevista na íntegra
Abaixo, a pérola da resposta do deputado à última pergunta:
Outro ponto defendido pelo funcionalismo é de que é “injusto e
imoral” ter servidores públicos de primeira e de segunda categorias, ou
seja, com salários diferentes na mesma atribuição?
Na
verdade, isso não é um problema. Pelo contrário, vai incentivar o
servidor a se esforçar mais para elevar o seu salário. Nada deve ser
automático. Também dizem que uma futura lei que reduza as remunerações
de entrada tornará o serviço público menos atrativo para os novos
trabalhadores. Não acredito nisso. O Brasil tem de enriquecer, e o que
impede esse avanço é a morosidade da máquina pública. Repito: não estou
contra os servidores, eles são que precisam estar do nosso lado. São
eles que, muitas vezes, ficam com a reputação arranhada pelas
distorções. Espero que a sociedade pressione o Congresso para que a
reforma administrativa avance.
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