A OACB publicou uma mensagem nas redes sociais em que anuncia uma espécie de "disque-denúncia" para que internautas reportem à entidade ofensas ao presidente Jair Bolsonaro, a familiares do chefe do Executivo ou a integrantes do governo federal
Presidente da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB),
Geraldo Barral criticou o pedido de investigação sobre "possível
infração disciplinar" da entidade encaminhado na semana passada à
Corregedoria do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Para Barral, a iniciativa do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, é
uma "tentativa de intimidar" o grupo.
A OACB publicou uma mensagem nas redes sociais em que anuncia uma
espécie de "disque-denúncia" para que internautas reportem à entidade
ofensas ao presidente Jair Bolsonaro, a familiares do chefe do Executivo
ou a integrantes do governo federal, "seja por parte de políticos,
artistas, professores ou qualquer um do povo". "Vamos processar todos",
diz a postagem do grupo. "Nós não estamos cometendo nenhum tipo de crime, nem violando as
nossas prerrogativas, nem sendo antiéticos. Pelo contrário, estamos
tentando ajudar", afirmou Barral ao jornal O Estado de S. Paulo na
sexta-feira passada.
Segundo ele, a entidade é composta por "pessoas idealistas e
comprometidas com os princípios" ligados à família, à pátria e aos
ideais cristãos. "Crime contra a honra é uma coisa. Criticar, é outra. A gente vai
analisar todos os casos, alguns que já encaminharam para a gente nem
cabe mais a notícia-crime. Nós vamos trabalhar com casos recentes, de
agora em diante. Nós vamos agir dentro da lei", disse o dirigente.
Segundo Barral, o anúncio do "disque-denúncia", feito após a prisão
do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), em 16 de fevereiro,
atraiu novos apoiadores interessados em se associar à OACB - há cerca de
500 novos integrantes em processo de associação, afirmou.
Para Santa Cruz, os advogados conservadores agem contra a livre
manifestação de opiniões. A corregedoria vai investigar "possível
cometimento de infração disciplinar e tentativa de uso indevido do nome
da Ordem", disse o presidente da OAB por meio de nota.
"A Constituição Federal garante a livre manifestação de opiniões e
esse é um dos pilares de qualquer democracia. Parece, portanto, que tal
'entidade' desconhece ou despreza a Constituição", afirmou Santa Cruz. [curioso!!! o advogado que preside a OAB considera que
"ofensas ao presidente Jair Bolsonaro, a familiares do chefe do Executivo
ou a integrantes do governo federal, é o exercício da liberdade de expressão";
mas, quando algum apoiador, simpatizante, em suma cidadão brasileiro favorável ao presidente Bolsonaro, faz críticas a autoridades que não integram o Poder Executivo é processado, muitas vezes preso, valendo qualquer recurso para conter a crítica.
Errado está é o presidente Bolsonaro quando deixa que sua generosidade de estadista prevaleça e não processa os que o acusam. O correto presidente, é processar todos que ofendam Vossa Excelência, seus familiares e integrantes do seu governo. Tem que processar e levar tais indivíduos aos tribunais para que se expliquem e sendo condenados cumpram a pena que for aplicada - seja pecuniária ou de prisão.
Logo o senhor verá que as críticas cessarão - críticas podem ser negativas, desde que fundamentadas e respeitem o criticado.
Os caluniadores e irresponsáveis que criticam ao senhor, seus familiares e membros do seu governo devem comparecer aos tribunais, serem julgados, condenados se culpados, absolvidos se inocentes, e pagarem a pena devida.]
Estrutura
Após a repercussão do caso, a OACB recebeu, via redes sociais, uma
oferta de ajuda financeira, mas ela foi recusada. "Nós não temos o
interesse de ter um fim lucrativo. É um trabalho pro bono, que o
advogado tem direito de fazer", afirmou o presidente da entidade. No início de fevereiro, o grupo instituiu a cobrança de
mensalidade. A taxa paga por associado é de R$ 22 e será usada no
desenvolvimento de um site. O grupo não planeja a criação de uma sede
física.
"Jamais vamos aceitar qualquer tipo de doação ou ajuda que venha
contrariar os nossos ideais e nossa independência", disse Barral.
"Eu,
particularmente, não tenho a intenção de me envolver politicamente. Mas
tem colegas com interesse na política. Se ele preza os nossos
princípios, quem sabe nós podemos até apoiar."
No Twitter, entre quinta e sexta-feira da semana passada, o perfil
da OACB ganhou mais de mil seguidores, chegando a quase 7 mil pessoas.
No início da semana, a comunidade virtual era composta por cerca de 300
pessoas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Correio Braziliense
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