Parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que o
julgamento que tornou Sergio Moro parcial no caso de Lula foi uma
derrota jurídica não só para o ex-juiz da Lava-Jato. Para eles, a ação
também é uma derrota política de Jair Bolsonaro. [Dois fatos despertam curiosidade:
- além da justificava, 'esquisita e vazia', apresentada pela ministra Carmen Lúcia no seu voto pela suspeição de Moro: "essa peculiar e exclusiva situação do paciente neste habeas corpus faz
com que eu me atenha a este julgamento, a esta singular condição
demonstrada relativamente ao comportamento do juiz processante em
relação a este paciente”;
- ocorre de parte dos ministros do STF emitirem comentários sobre um julgamento, quem perdeu quem ganhou, quem sofreu derrota jurídica e os vitimados pela derrota política - fica a impressão de que estamos diante de um painel de jornalistas e comentaristas políticos.]
Essa é análise de três ministros ouvidos pela coluna depois que oi
magistrado Kassio Nunes Marques, indicado do presidente à Corte, votou
contra a suspeição de Moro. Nunes Marques, porém, acabou isolado na
absolvição de Moro com o relator do caso, Edson Fachin, após Cármen
Lúcia mudar seu voto.
A magistrada foi quem desempatou o julgamento, ao se manifestar pela
parcialidade do ex-juiz. Como a coluna informou, o posicionamento de Cármen “pegou de surpresa” o Palácio do Planalto, apesar de ela já ter
dado pistas de que poderia mudar sua posição inicial.
Com a reviravolta, a análise de ministros da corte é que o resultado
do julgamento, além de ser uma vitória jurídica para Lula, carimba
uma derrota política para Bolsonaro, já que “seu ministro” foi vencido.
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