Presidente confirmou que pediu ajuda a Michel Temer e acredita que em "dois ou três dias" recupera a confiança de seus seguidores
Na live da noite desta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o conteúdo da declaração à nação, que divulgou mais cedo, contrariou seus aliados, mas afirmou não ver "nada demais" no texto, um recuo diante de sua postura agressiva às instituições nas últimas semanas e nos discursos do 7 de Setembro. Bolsonaro disse que acredita que vai recuperar a confiança de seus apoiadores em dois ou três dias.
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E pediu a seus aliados para "darem um tempo", que logo reconquistará a confiança deles. — Dá dois ou três dias para a gente. Dá um tempo.
E apresentou dados positivos nos indicadores financeiros após o anúncio da sua mensagem ao país.
O Ibovespa fechou em alta de 1,72% a 115.360 pontos com volume financeiro negociado de R$ 38,123 bilhões.
Enquanto isso, o dólar comercial caiu 1,85% a R$ 5,226 na compra e a R$ 5,227 na venda. Já o dólar futuro para outubro cai 1,63% a R$ 5,247 no after-market.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu 34 pontos-base a 7,32%, o DI para janeiro de 2023 teve alta de 31 pontos-base a 9,10%, DI para janeiro de 2025 avançou sete pontos-base a 10,11% e DI para janeiro de 2027 registrou variação negativa de um ponto-base a 10,50%.]
Nota de Bolsonaro é parte de pacto feito nas últimas semanas; entenda
Agência Brasil
O “pacto” consistiria nos seguintes pontos:
Papel do Executivo
Nesse acordo, coube ao presidente Jair
Bolsonaro esvaziar as manifestações dos caminhoneiros para evitar
desabastecimentos e dar andamento a planos econômicos para reduzir
inflação.
A nota vista como recuo nesta quinta-feira foi um ato
simbólico com função de selar o acordo. Pelo fato do presidente estar
mais em evidência por força das suas declarações, coube a ele dar uma
sinalização pública de que aceitou os termos do acordo mobilizado pelo
MDB.
Maior autonomia do Legislativo
- Aprovação de Emenda Constitucional para regulamentar um ponto da Constituição prevendo que o STF só atue em torno de ações que sejam constitucionais ou inconstitucionais, deixando o resto para o Legislativo ou até mesmo a instâncias inferiores do Poder Judiciário;
- Aprovação do ICMS fixo para combustíveis;
- Aprovação do Auxílio Brasil;
- Solução dos precatórios;
- Aprovação de André Mendonça para o STF.
- Ação no STF que pede derrubada dos decretos de armas será rejeitado ou terá um novo pedido de vista por parte de algum dos ministros;
- Inquérito dos atos antidemocráticos sai das mãos de Moraes e será assumido pela PGR;
- Nova regulamentação em torno da Raposa Serra do Sol;
Articulação política e Temer
No nível político, a participação do Michel Temer não foi à toa. Ela teve função de sinalizar que Bolsonaro avalizaria, no ano que vem, uma candidatura do emedebista para deputado federal e, afinal, presidir a Câmara dos Deputados após o biênio de Arthur Lira.
A intenção de Temer em disputar um cargo no Legislativo vinha ficando clara com a maior participação do ex-presidente nas redes sociais, que tem feito transmissões ao vivo pelo Instagram e investido em posts sobre seu governo, entre 2016 e 2019.
O sucesso do acordo, porém, ainda dependerá do posicionamento de Bolsonaro nos próximos dias e das definições do STF. A tendência é que o presidente da República evite abordar o assunto publicamente para amenizar a “temperatura” e ampliar as chances de êxito do pacto entre os três poderes
Rota 2014 - Blog do José Thomaz
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