Tristemente, há sempre algo de podre no reino do pau brasil.
Aliás, na era da pós-verdade no mundo, a única coisa que aparenta não importar, são os fatos e os dados; às narrativas, a manipulação e a safadeza se impõem como estrelas protagonistas neste filme de terror, que seguramente rivaliza com os melhores produzidos pelo mestre Hitchcock. Ontem à noite assisti aos resultados da pesquisa eleitoral para presidência em 2022, realizada pelo DataFolha, e confesso que fiquei bastante incomodado.
Na verdade, me senti com uma siphonaptera atrás das duas orelhas.
Sim, sou professor e sei que pesquisas são “fotografias de um
determinado momento”, com a utilização de uma determinada metodologia,
com uma determinada amostra, enfim. Também sei que estatística pode ser a arte de torturar os números até que eles confessem aquilo que se quer que eles confessem.
Todo mundo sabe que com a nefasta extrema polarização no país, a eleição
deverá ser decidida entre o PR atual, até prova em contrário honesto,
versus o demiurgo de Garanhuns, Lula, o ex-presidiário, maior corrupto
da história desse país, elegível por conta dos semideus togados do STF.
Evidente que uma terceira via é mera puerilidade da Carochinha; sempre o núcleo será o mesmo dos que aí estão. Bem, depois das manifestações de sete de setembro em todo o país, independente do juízo de valor, ficou claro o abissal apoio popular que o PR eleito possui. O DataFolha indica uma diferença estratosférica em favor do ex-presidiário. Sim, pesquisas são pesquisas, mas a considerar o tenebroso e suspeito resultado das pesquisas anteriores, como em 2018, claro que eu desconfio e muito.
Evidente que vindo da Folha, isso cheira-me àquilo que Freud chamou de mecanismo de defesa. Utiliza-se este instrumento, com “suas possibilidades”, para “torturar” os números a fim de que uma situação extremamente inóspita distorça a realidade em prol daquilo que se deseja. Eu desconheço à metodologia empregada nesta pesquisa, mas me chama muito a atenção o seu resultado, tendo em vista às manifestações de sete e doze de setembro em todo o Brasil.
Gostaria de
saber se existe algum tipo de fiscalização e de controle sobre tais
pesquisas, já que não há nenhuma brecha de dúvida de que essas
influenciam parte da população, e o nível de aderência destas
investigações aos fatos, comprovadamente, têm sido deplorável. Talvez a
ignorância seja minha, uma vez que a amostragem pode ter como foco as
universidades e/ou os próprios membros da grande mídia nacional. Eu não
sei…[menos de 4.000 pesquisados - o total de eleitores no Brasil é próximo dos 150.000.000 - em 190 municípios, o Brasil possui mais de 5.000.]
O fato é que me perturbam tais números; parecem-me grosseiros, discrepantes e arranjados, distintos dos fatos e da realidade.
Tomara que seja mesmo incompetência da minha parte, já que a responsabilidade por esse tipo de atividade é enorme; é cruel e insano e não há mais espaço para engrupir e iludir os cidadãos com mentiras e desejos. Cabe aqui uma frase atribuída a Ayn Rand que diz: “Você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade”.
Percival Puggina - Alex Pipkin, PhD
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