Bernardo Mello Franco: Bolsonaro transforma 7 de Setembro em dia nacional do golpismo
Os movimentos do presidente ampliaram o seu isolamento político. Os ministros do STF se reuniram ontem depois dos atos e acertaram que o ministro Luiz Fux fará pronunciamento para hoje sobre a crise política. Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) reagiram à possibilidade de não cumprimento de decisão judicial por parte do presidente. Juristas apontaram o cometimento de crimes pelo presidente em seus discursos. Pela primeira vez, a defesa de abertura de um pedido de impeachment passou a ser cogitada por partidos de fora do campo da esquerda, como o PSDB, que informou estar disposto a debater a hipótese.
Discurso do presidente:Retórica de Bolsonaro manipula termos democráticos para defender medidas autoritárias
Elite econômica se afasta do presidenteA alguns interlocutores de sua confiança, o presidente Bolsonaro havia prometido usar dois tons nos discursos. Seria mais forte em Brasília e menos em São Paulo. Fez o oposto. Foi beligerante nos dois, mas muito mais em São Paulo. O radicalismo assustou até aqueles políticos que pensavam ser possível montar uma ponte entre o presidente e os outros Poderes. Por isso o MDB falou em impeachment, o PSDB tenta superar suas divisões para defender o impedimento, o PSB, desde a véspera, já não descartava essa hipótese. Nos bastidores da política, PP, PL e Republicanos estão se queixando muito das atitudes do presidente. “E essas queixas são o primeiro passo” — afirmou uma fonte política. Uma fonte militar me disse: “O tom foi muito além do necessário, não se faz uma Nação avançar na anarquia.” No fim do dia, Bolsonaro estava mais isolado.
(Leia a íntegra do artigo de Míriam Leitão)
O Globo
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