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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Mentira turbinada pela maledicência em escala industrial - Alex Pipkin, PhD

Eu professo que a política e a verdade nunca andam de mãos dadas, algo dito com brilhantismo por Hannah Arendt.

Porém, num mundo da pós-verdade e da dilapidação dos valores virtuosos, a mentira e a má-fé atingiram patamares inimagináveis em terras verde-amarelas.

Nada mais revelador do que o ataque presunçoso à verdade, em escala industrial, do que os tais debates presidenciais. A corrosão da verdade é tão vergonhosa quanto devastadora. Não sou nenhum paladino da veracidade, e sei que a mentira do tipo “arranjo político” não vai desaparecer.

O que me embrulha o estômago é a mentira suja, o arranjo premeditado, a sacanagem de quem só tem por objetivo ludibriar o povo e alcançar o poder.

Por uma manobra jurídica imoral, o ex-presidiário conseguir deixar o seu habitat natural com a intenção de voltar a cena do crime. Para tanto, ele precisa surrupiar a verdade e mentir, muito!

Na cadeia, ele teve tempo de maturar seus atos - ilícitos - e suas mentiras românticas. O demiurgo de Garanhuns preparou um “plano de voo” em terras brasilis, ajudado por ativistas políticos e, mais tristemente, por togados ativistas jurídicos.

Neste sentido, o ex-presidiário é extremamente hábil em mentir, expressando justamente aquilo que o povo  iletrado deseja ouvir.

Como a realidade traz o inesperado, é chocante e grotesco ouvir o sofrível português de um meliante que insiste em mentir, descaradamente, que foi inocentado. Isso é FAKE NEWS com letras maiúsculas. Ele o afirma alto e bom som, sob holofotes, e não há grandes movimentos na direção de apontar a veracidade dos fatos.

Evidentemente eu já estava preparado, mas é caricato!

O doente ex-presidiário, desde sempre é tão mentiroso que ele próprio se convence de que suas mentiras e bizarrices são verdadeiras
Ele mente por princípio e pelos cotovelos, e faz crer que age em benefício do povo.

Muito embora tais debates presidenciais sejam o apogeu da mentira, esse ex-presidiário “Honoris Causaem mentira, começa a ruir com intensidade, uma vez que o bombardeio é forte, de vários lados, e a noção clara e real de seus inúmeros crimes ficam ainda mais transparentes. Por mais debates, então!

Não será por uma questão moral que o pai dos ricos irá desmoronar, mas sim pela singela realidade que vai se impor, despedaçando parte por parte sua falsidade e sua maledicência, no que é mestre.

Como estampado ontem no debate, a postura acuada e os lapsos de memória do ex-presidiário demonstram que o mentiroso não será capaz de encobrir o que há de factual em seus atos espúrios.

O ex-braço direito do ex-presidiário, Antonio Palocci, declarou: “No fim do seu 2º. mandato (Lula), ele preparou sua aposentadoria”.

Pobre povo brasileiro, pois como afirmou Charles de Gaulle, um político nunca acredita no que diz, mas fica surpreso quando outros acreditam.

O ex-presidiário aparenta acreditar.

Alex Pipkin - PhD 

 

 

domingo, 19 de setembro de 2021

RESULTADOS SUSPEITOS Alex Pipkin, PhD

Tristemente, há sempre algo de podre no reino do pau brasil.

Aliás, na era da pós-verdade no mundo, a única coisa que aparenta não importar, são os fatos e os dados; às narrativas, a manipulação e a safadeza se impõem como estrelas protagonistas neste filme de terror, que seguramente rivaliza com os melhores produzidos pelo mestre Hitchcock.  Ontem à noite assisti aos resultados da pesquisa eleitoral para presidência em 2022, realizada pelo DataFolha, e confesso que fiquei bastante incomodado.

Na verdade, me senti com uma siphonaptera atrás das duas orelhas.
Sim, sou professor e sei que pesquisas são “fotografias de um determinado momento”, com a utilização de uma determinada metodologia, com uma determinada amostra, enfim.   Também sei que estatística pode ser a arte de torturar os números até que eles confessem aquilo que se quer que eles confessem.
Todo mundo sabe que com a nefasta extrema polarização no país, a eleição deverá ser decidida entre o PR atual, até prova em contrário honesto, versus o demiurgo de Garanhuns, Lula, o ex-presidiário, maior corrupto da história desse país, elegível por conta dos semideus togados do STF.

Evidente que uma terceira via é mera puerilidade da Carochinha; sempre o núcleo será o mesmo dos que aí estão. Bem, depois das manifestações de sete de setembro em todo o país, independente do juízo de valor, ficou claro o abissal apoio popular que o PR eleito possui. O DataFolha indica uma diferença estratosférica em favor do ex-presidiário. Sim, pesquisas são pesquisas, mas a considerar o tenebroso e suspeito resultado das pesquisas anteriores, como em 2018, claro que eu desconfio e muito.

Evidente que vindo da Folha, isso cheira-me àquilo que Freud chamou de mecanismo de defesa. Utiliza-se este instrumento, com “suas possibilidades”, para “torturar” os números a fim de que uma situação extremamente inóspita distorça a realidade em prol daquilo que se deseja. Eu desconheço à metodologia empregada nesta pesquisa, mas me chama muito a atenção o seu resultado, tendo em vista às manifestações de sete e doze de setembro em todo o Brasil.

Gostaria de saber se existe algum tipo de fiscalização e de controle sobre tais pesquisas, já que não há nenhuma brecha de dúvida de que essas influenciam parte da população, e o nível de aderência destas investigações aos fatos, comprovadamente, têm sido deplorável. Talvez a ignorância seja minha, uma vez que a amostragem pode ter como foco as universidades e/ou os próprios membros da grande mídia nacional. Eu não sei…[menos de 4.000 pesquisados - o total de eleitores no Brasil é próximo dos 150.000.000 - em 190 municípios, o Brasil possui mais de 5.000.]  

O fato é que me perturbam tais números; parecem-me grosseiros, discrepantes e arranjados, distintos dos fatos e da realidade.

Tomara que seja mesmo incompetência da minha parte, já que a responsabilidade por esse tipo de atividade é enorme; é cruel e insano e não há mais espaço para engrupir e iludir os cidadãos com mentiras e desejos. Cabe aqui uma frase atribuída a Ayn Rand que diz: “Você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade”.

Percival Puggina - Alex Pipkin, PhD 

 

 

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Oposição não é guerra

A julgar pelo que se observa até aqui, o PT continuará a dar preferência ao "diabo" em vez de unir-se a uma oposição civilizada

O PT e seus satélites partidários e sindicais já estão articulando um movimento de “resistência” ao futuro governo de Jair Bolsonaro. A escolha da palavra “resistência”, repetida à exaustão pelos petistas desde a derrota na eleição presidencial, não é casual. Trata-se de expressão cristalina da recusa do PT em aceitar a legitimidade da escolha democrática dos eleitores.  É como se a eleição de Bolsonaro fosse uma declaração de guerra, e sua posse na Presidência, a invasão de um exército inimigo. E, se é de guerra que se trata, então tudo é considerado válido para sabotar esse inimigo, o invasor.

Como disse a presidente cassada Dilma Rousseff em evento na Argentina, a organização da “resistência” a Bolsonaro demanda construir uma “frente democrática e popular” e, para isso, “a gente fará uma aliança até com o diabo para combatê-los”. Ao admitir uma aliança até com o coisa-ruim  a quem, como se sabe, Dilma já invocou como parceiro preferencial do PT em campanhas eleitorais , a presidente cassada deixa claro que não haverá limites éticos ou morais para desestabilizar o próximo governo.

Tudo isso, é claro, vem revestido de um discurso que transforma Bolsonaro em ameaça à democracia, e os petistas, nos guerreiros que a salvarão do monstro fascista. Nesse discurso, o fato de que Bolsonaro se elegeu numa campanha limpa, em que os eleitores puderam manifestar sua vontade sem qualquer forma de coação, parece irrelevante. O que importa é que o eleito, segundo advertem os petistas, instalará no País um regime de exceção assim que vestir a faixa presidencial. Sendo assim, como disse Dilma, é preciso desde já criar a “resistência” contra o “Estado neoliberal e neofascista”.

É um curioso caso em que a “resistência” se estabelece antes da tal ditadura que esses maquis de fancaria pretendem combater. Trata-se, na prática, de um ato belicoso, que nada tem a ver com oposição. A verdadeira oposição democrática é aquela que lealmente aceita o resultado das urnas e se articula para defender os interesses do País e o desenvolvimento sustentável, fiscalizando e pressionando o governo a rever sua agenda caso se desvie desse caminho. A esse propósito, o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) disse ao Estado que seu partido quer formar um bloco de oposição “preocupado com a melhoria do País”, dando “pronto apoio” a projetos do governo que sejam vistos por esse bloco “como o melhor para o País” ou, no caso de discordância, “oferecer alternativas”, sem “apostar no quanto pior melhor”. Questionado sobre se o PT seria bem-vindo nesse bloco, Cid Gomes disse que nada teria a opor, “desde que faça uma revisão, um mea culpa do seu posicionamento histórico, que é de fazer oposição sistemática quando não são eles o governo”.

A julgar pelo que se observa até aqui, o PT continuará a dar preferência ao “diabo” em vez de unir-se a uma oposição civilizada. Os petistas construíram uma narrativa histórica que lhes torna virtualmente impossível aceitar Jair Bolsonaro como presidente da República. Segundo essa versão, amplamente difundida no Brasil e no exterior, o PT foi alijado do poder por um golpe de Estado e o governo Bolsonaro seria o corolário desse movimento. Dilma Rousseff, segue o discurso petista, sofreu impeachment porque as elites brasileiras consideraram intolerável ter de dividir lugares nos aviões e universidades com os pobres, e agora essas elites elegeram Bolsonaro justamente para acabar de vez com os “direitos” da população. Para que tudo isso acontecesse, diz a versão do PT, era preciso inventar um pretexto para mandar Lula da Silva para a cadeia e, assim, impedir que o demiurgo de Garanhuns fosse consagrado nas urnas — e no primeiro turno, segundo se garante na seita petista.

E assim o PT se arma para uma guerra que, a rigor, é contra todos os brasileiros que ousaram não votar no partido, e especialmente contra aqueles que preferiram Jair Bolsonaro. Nem é preciso dizer que tal comportamento nada tem de democrático e o que se espera é que seja repudiado por aqueles que pretendem fazer oposição honesta a Bolsonaro.

Opinião - O Estado de S. Paulo
 

quarta-feira, 4 de abril de 2018

A hora escura do Supremo

A concessão de um indulto não será apenas para Lula, mas para todos os condenados em crimes de corrupção

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, veio a público, em pronunciamento anteontem na TV, para pedir “serenidade”. O apelo foi uma tentativa de acalmar os ânimos ante o clima de tensão envolvendo a sessão do Supremo que analisará, hoje, o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula da Silva. Embora louvável, a iniciativa da ministra Cármen Lúcia tende a ser tardia e inócua, pois quem quer que se sinta contrariado com a decisão do Supremo não reconhecerá a legitimidade do resultado. E isso só acontece porque o Supremo não vem se dando ao respeito, especialmente no que concerne ao caso do ex-presidente Lula.

De nada adianta a ministra Cármen Lúcia vir agora pedir que “as diferenças ideológicas não sejam fonte de desordem social” nem declarar que “problemas resolvem-se garantindo-se a observância da Constituição”, pois não é com platitudes como essas, por mais bem-intencionadas que sejam, que se desarmam espíritos exaltados nem muito menos se recobra a deferência perdida pelo Supremo. A máxima Corte do País está diante do grande desafio de recuperar a dignidade, arruinada desde que se acocorou perante Lula da Silva.
Não é uma tarefa trivial, pois esse tribunal vem se esforçando para dar ao País a impressão de que ali não vigora apenas uma Constituição, a do Brasil, mas sim 11 “constituições”, cada uma criada por um ministro. Para cada caso, a depender dos interesses em jogo, que pouco têm a ver com a seara do direito, inventa-se uma interpretação sob medida para aquele problema específico, desorientando os tribunais inferiores e induzindo seus juízes a tomar decisões não conforme uma jurisprudência pois há poucas sentenças recentes do Supremo dignas desse nome –, mas sim segundo suas próprias convicções. Assim, o ativismo político do Supremo é replicado por todo o sistema, gerando enorme insegurança judiciária.

Há ministros do Supremo que enxergam essa Babel hermenêutica com laivos de estranho romantismo. Luís Roberto Barroso, por exemplo, manifestou recentemente a ideia de que cabe ao Judiciário, em geral, e ao Supremo, em particular, “empurrar a História” rumo a “avanços civilizatórios”. Discurso semelhante caracterizou as ideologias totalitárias do século 20, cujos líderes julgavam saber o que a História reservava à sociedade, cabendo a esta apenas aceitar as decisões desses iluminados profetas para acelerar o passo histórico na direção do futuro glorioso.

Barroso reconheceu que houve um “aumento da discricionariedade dos juízes”, mas isso se deu em razão do fato de que, segundo ele, “o Legislativo foi perdendo a capacidade de antever problemas da vida e dar soluções”. Portanto, segundo esse raciocínio, nada mais natural que os magistrados, de vez em quando, legislem em respeito a sabe-se lá que interesses. Como resultado, o Supremo, a despeito do que o formalismo de suas sessões e a linguagem empolada de seus membros sugerem, tornou-se terra em que prevalece o grito de quem pode mais.

Num ambiente assim, é claro que tipos como o sr. Lula da Silva se sentem em casa. Matreiro como ele só, o demiurgo de Garanhuns parece intuir que a lei não serve para ele, pois sempre terá o Supremo para interpretá-la a seu favor – razão pela qual pode sair País afora a fazer comícios fora de época, a insultar juízes, promotores e a imprensa e a enxovalhar a imagem do Brasil no exterior sem que nada lhe aconteça.

Quando disse confiar nas “instâncias superiores”, Lula tinha certeza de que ali, no Supremo, seu caso teria tratamento político – porque, do ponto de vista jurídico, não cabiam mais dúvidas sobre sua culpa. Infelizmente, o petista pode ter razão.  Diante disso, a Nação espera não ter que assistir hoje a um espetáculo que no entanto todos temem a concessão de um indulto não apenas para Lula, mas para todos os condenados e réus nos mais graves crimes de corrupção que avassalaram este país. Que tal maracutaia – que poderia receber o nome de “princípio Lula” [já recebeu, oficialmente, esta denominação; existe petições de advogados e despachos de juízes mencionando o 'principio Lula - o primeiro caso ocorreu no DF e um ladrão de carros foi solto atendendo petição do seu advogado que invocou citado principio.] não seja o desfecho que sugerem obscuras conversas de bastidores de políticos sem voto.


Editorial - O Estado de S. Paulo
 

sábado, 24 de março de 2018

Suprema bagunça



O STF não se cansa de expor em praça pública seus vacilos, frágeis convicções jurídicas e apego midiático aos holofotes. 

As sessões viraram circo, com direito a bate-boca, xingamentos que afrontam o decoro e atitudes destemperadas de toda ordem. Até pedido para adiamento de sessão devido à viagem de um ministro é usado como subterfúgio. 

“Tenho que pegar um voo”???". É cabível uma desculpa dessa natureza? Pois Marco Aurélio Mello levantou a “questão de ordem” para receber um cargo honorário no Rio em meio ao mais esperado julgamento dos últimos tempos, o do habeas corpus preventivo e sem fundamento que livra o condenado Lula da cadeia. O colega Lewandovski aquiesceu com gosto, sugerindo à Corte considerar como procedentes as “casuabilidades”. 

 Viagens de última hora estão nessa categoria. É só apresentar o “check-in” da passagem para receber o consentimento dos pares. Difícil acreditar que o estratagema não estava previamente combinado. E fica a questão: o ministro Gilmar Mendes tem compromisso em Lisboa no dia 4 de abril, data prevista para a retomada do julgamento. E aí, vai adiar de novo? O Supremo brinca com o País. Lança incertezas jurídicas através dos ajustes excepcionais no regimento. Deixa decisões vitais em compasso de espera. Faz releituras enviesadas da Constituição. Demove jurisprudências. Promove a fuzarca legal. Talvez tenha descido ao degrau mais baixo do respeito moral da Nação. Debaixo até do lugar reservado aos parlamentares do Legislativo. Não há brasileiro que assista às audiências, televisionadas ao vivo, e que não fique estupefato, tomado pelo sentimento de descrença. Que Justiça é essa movida a pressões políticas? 

Para além das artimanhas, das brigas vexatórias, o Tribunal parece flertar com acertos nada republicanos nos bastidores e segue ao sabor das conveniências. O HC do honorável bandido petista, condenado em duas instâncias, foi empurrado goela abaixo para ser votado às pressas antes que o TRF-4 de Porto Alegre mandasse expedir o mandado de prisão. É surreal. Milhares de outros habeas corpus mofam na fila e foram atropelados para tratar da extraordinária condição do chefe de quadrilha, Lula – que se diz quase tão inocente como Jesus Cristo. O demiurgo de Garanhuns continua sacudindo o coreto dos magistrados. Depois de desmoralizá-los lá atrás, bradando em alto e bom som que “temos um Supremo totalmente acovardado”, ele é paparicado por vossas excelências. Ao menos por parte delas. Vários naquele tribunal não hesitam em lhe prestar vassalagem, através de sentenças favoráveis, talvez acreditando piamente que devem a ele o favor de estarem na cadeira que ocupam. 

A situação de Lula foi congelada no tempo, com um viés, digamos, benéfico a suas intenções. Uma liminar incomum, que se assemelha a um HC preventivo por tempo determinado, ele já ganhou. E os outros réus do Brasil, criminosos de colarinho branco ou não, batedores de carteira, assaltantes armados, meros larápios da esfera pública e privada, condenados em segunda instância como ele, que estão no aguardo com os seus HCs para sair das grades, também serão favorecidos pela liminar? A regra vale geral ou é feita sob encomenda, “on demand”, para Lula? Que fique sacramentada a nova ordem: nem todos serão iguais perante a Lei, na interpretação peculiar do Supremo. 

Mais adiante, se o STF livrar o petista, os demais deverão ser imediatamente soltos, implodindo de vez com a Lava-Jato. Para efeitos concretos, libertem logo Sergio Cabral, libertem Eduardo Cunha, coloquem na rua a cambada de privilegiados que a Justiça não quer incomodar, cada bandido desse imenso território, a corja de políticos que dilapidou as finanças públicas. Se a punição será aplicada somente quando esgotados todos os recursos, a impunidade vingará na esfera dos ricos e poderosos, únicos capazes de, pagando regiamente, estender a perder de vista seus processos. Quem mais vai ser preso nessa corriola no País? Quem vai delatar? Pra quê? 

Vamos ao mérito da discussão maior: a prisão em segunda instância. A titulo de ilustração, para se ter uma ideia do descalabro sobre o assunto, basta lembrar que das 194 nações filiadas à ONU, 193 delas prendem em primeira ou, no máximo, na segunda instância. Adivinhe qual o único país do grupo que ainda discute isso? Óbvio, o Brasil. Uma barbaridade. O debate sobre a prisão em segunda instância, que por aqui já foi votada três vezes e entrou em vigor há menos de um ano, presta-se ao casuísmo, ao anseio de acobertar um marginal que já dirigiu os destinos da Nação. A efetiva revisão da Lei dará a ele e a muitos outros um salvo conduto para continuarem delinquindo.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três

sábado, 27 de janeiro de 2018

O destino de uma nação

A tradição nacional garantiu por décadas uma lendária impunidade aos poderosos, que foi caindo por terra pouco a pouco no desenrolar da Lava Jato. No curso dos julgamentos, mais uma vez, na última quarta-feira 24, a operação que desbaratou o maior e mais venal esquema de corrupção do Brasil cumpriu o seu destino. Os três desembargadores da oitava turma do TRF-4, em Porto Alegre, fizeram história e confirmaram a condenação, com agravante de pena para 12 anos e um mês, do réu ex-presidente e líder petista, em outros tempos proclamado benfeitor das minorias, Luiz Inácio Lula da Silva. Nunca antes um ex-mandatário da República havia sido alvo de julgamento por crime comum. Muito menos há registro por essas bandas de alguém que, após exercido o cargo, tenha chegado tão perto de passar seus próximos anos na cadeia, como deve acontecer com Lula

Fechou-se um ciclo da vida política nacional e abriu-se uma larga avenida para um futuro melhor onde a soberba e as afrontas às instituições republicanas por parte daqueles que se imaginam acima do bem e do mal não terão vez. É pré-condição de uma democracia madura que o primado das leis valha para todos. Eis uma lição inarredável que ficou daquele julgamento. Ao tirarem Lula do pedestal de inimputáveis no qual ele imaginava estar, a Nação experimentou um avanço enorme na escala de princípios. Como pontuou um dos juízes da sessão, quanto mais alto o posto maior a responsabilidade daqueles que exercem cargos públicos a serviço da população. Lula e seu séquito de adoradores não conseguiram entender que, mesmo aos trancos e barrancos, o Brasil evoluiu. Vem deixando para trás o velho modelo patrimonialista, dos tempos de colônia, no qual a Justiça era refém, protegia e estava a serviço dos donos do poder e de seus cupinchas. 

A democracia mostra robustez quando as instituições cumprem a rigor as atribuições que lhe cabem. Foi o que aconteceu exemplarmente no TRF-4. Ao contrário do que militantes do lulopetismo buscaram insinuar, a sentença que saiu dali e inviabilizou os planos de seu líder não denota qualquer viés político. Tratou-se de uma punição dentro da mais rigorosa análise dos autos. Foram constatadas práticas de corrupção e lavagem de dinheiro, a partir de um arrazoado de provas cabais, testemunhos, documentos e acontecimentos que levaram ao veredicto unânime e severo. Numa atuação digna de nota, os senhores magistrados fundamentaram seus argumentos nos fatos, não se deixando levar em nenhum momento por paixões ou arroubos midiáticos. Com método de análise e clareza na comunicação, sem recorrer a jargões fora do entendimento comum, os juízes conduziram seu raciocínio dentro de uma lógica para a qual não restaram dúvidas ou outra conclusão que não a da culpabilidade do réu. Muito difícil, para não dizer improvável, qualquer tribunal superior reverter condenação tão contundente. 


Sinalizaria uma instabilidade jurídica perigosa. Mesmo o Supremo, com seu pendor à espetacularização dos casos, deve evitar criar brechas para uma candidatura em todos os sentidos ilegal. Até aqui quatro juízes já demonstraram em minúcias que Lula incorreu em delitos graves. Estariam todos errados? O conjunto probatório dos malfeitos está à disposição, mas a militância ignara prefere manter a fé cega no salvador messiânico. A encenação do Partido resulta de todo modo em nada. Os bajuladores ainda insistem em vender a imagem de um mártir das causas populares quando as evidências e as acusações contra ele se avolumam. Os brasileiros, de qualquer maneira, saem renovados e fortalecidos desse perrengue, confiantes de que uma etapa importante do amadurecimento social foi cumprida. Do ponto de vista eleitoral, é positivo que Lula tenha sido alijado do processo. Não por ser quem é, mas pelo que vinha representando ao debochar das leis e dos processos a que responde – sete ao todo, por enquanto – insistindo em uma candidatura que tem como objetivo claro e deplorável escapar das grades.

O caráter amplo das eleições não sofrerá o mínimo abalo em razão de sua eventual ausência. No plano legal, Lula tem todo o direito, se assim for seu intento, de se defender até o ultimo recurso possível. Mas surpreende que ele e seus asseclas busquem contrariar a Lei da Ficha Limpa sancionada, por ironia do destino, em sua própria gestão. Em outras palavras, ao insistir na candidatura, o demiurgo de Garanhuns busca rasgar as regras que no passado endossou. Um contrassenso para perpetuar seu descaso com a ordem constituída. Faz parte do show que rege atualmente a seita lulopetista. De uns tempos para cá a agremiação conduz os militantes a uma espécie de devaneio coletivo – vendendo a mentira de uma implacável perseguição das “elites” – numa estratégia que desemboca em barbaridades como a da incitação à morte em nome da causa, tal qual fez a presidente petista Gleisi Hoffmann. A máscara já caiu. A farsa que prometia um “outro mundo possível” de igualdade e descambou para a corrupção generalizada, aparelhando o Estado com dirigentes partidários que encheram as burras de dinheiro, ficou evidente. Ao menosprezar as instituições representativas os petistas escolheram o atalho do arbítrio. 

Flertaram com o autoritarismo, no mesmo caminho percorrido pela Venezuela hoje mergulhada em um banho de sangue, miséria e desnutrição por conta de uma mensagem socialista enganosa que subjugou as massas e impôs a ideia do “nós contra eles” para conflagrar o País. Sob todos os ângulos que se observe, o veredicto dado na quarta-feira fatídica foi um extraordinário avanço para o destino do País. É inevitável concluir que Lula está politicamente acabado. Aquele a quem o americano Obama chamou de “O cara”, no auge de sua popularidade, segue em cena como mera caricatura dele mesmo. Nem eleitores, nem correligionários apostam um vintém na sua volta. Todos sabem agora que mesmo as cabeças coroadas estão sob a espada da lei, pelo bem geral da Nação.

Editorial - José Carlos Marques, diretor editorial da Editora Três
 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

O autor da crise - Lula [o malfeitor cósmico] que tem seis inquéritos policiais nas costas quer ser a solução para o mal que causou

Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou

A escassez de lideranças políticas no Brasil é tão grave que permite que alguém como o chefão petista Lula da Silva ainda apareça como um candidato viável à Presidência da República, mesmo sendo ele o responsável direto, em todos os aspectos, pela devastadora crise que o País atravessa. A esta altura, já deveria estar claro para todos que a passagem de Lula pelo poder, seja pessoalmente, seja por meio de sua criatura desengonçada, Dilma Rousseff, ao longo de penosos 13 anos, deixou um rastro de destruição econômica, política e moral sem paralelo em nossa história. 

Mesmo assim, para pasmo dos que não estão hipnotizados pelo escancarado populismo lulopetista, o demiurgo de Garanhuns não só se apresenta novamente como postulante ao Palácio do Planalto, como saiu a dizer que “o PT mostrou como se faz para tirar o País da crise” e que, “se a elite não tem condição de consertar esse País, nós temos”. Para coroar o cinismo, Lula também disse que “hoje o PT pode inclusive ensinar a combater a corrupção”. Só se for fazendo engenharia reversa.  Não é possível que a sociedade civil continue inerte diante de tamanho descaramento. Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou.

Tudo o que de ruim se passa no Brasil converge para Lula, o cérebro por trás do descomunal esquema de corrupção que assaltou a Petrobrás, que loteou o BNDES para empresários camaradas, que desfalcou os fundos de pensão das estatais, que despejou bilhões em obras superfaturadas que muitas vezes nem saíram do papel e que abastardou a política parlamentar com pagamentos em dinheiro feitos em quartos de hotel em Brasília.

Lula também é o cérebro por trás da adulteração da democracia ocorrida na eleição de 2014, vencida por Dilma Rousseff à base de dinheiro desviado de estatais e de golpes abaixo da linha da cintura na campanha, dividindo o País em “nós” e “eles”. Lula tem de ser igualmente responsabilizado pela catastrófica administração de Dilma, uma amadora que nos legou dois anos de recessão, a destruição do mercado de trabalho, a redução da renda, a ruína da imagem do Brasil no exterior e a perda de confiança dos brasileiros em geral no futuro do País.

Não bastasse essa extensa folha corrida, Lula é também o responsável pelo tumulto que o atual governo enfrenta, ao soltar seus mastins tanto para obstruir os trabalhos do Congresso na base até mesmo da violência física, impedindo-o de votar medidas importantes para o País, como para estimular confrontos com as forças de segurança em manifestações, com o objetivo de provocar a reação policial e, assim, transformar baderneiros em “vítimas da repressão”. Enquanto isso, os lulopetistas saem a vociferar por aí que o presidente Michel Temer foi “autoritário” ao convocar as Forças Armadas para garantir a segurança de Ministérios incendiados por essa turba. Houve até mesmo quem acusasse Temer de pretender restabelecer a ditadura.

Para Lula, tudo é mero cálculo político, ainda que, na sua matemática destrutiva, o País seja o grande prejudicado. Sua estratégia nefasta envenena o debate político, conduzindo-o para a demagogia barata, a irresponsabilidade e o açodamento. No momento em que o País tinha de estar inteiramente dedicado à discussão adulta de saídas para a crise, Lula empesteia o ambiente com suas lorotas caça-votos. “O PT ensinou como faz: é só criar milhões de empregos e aumentar salários”, discursou ele há alguns dias, em recente evento de sua campanha eleitoral fora de hora. Em outra oportunidade, jactou-se: “Se tem uma coisa que eu sei fazer na vida é cuidar das pessoas mais humildes, é incluir o pobre no Orçamento”. Para ele, o governo de Michel Temer “está destruindo a vida do brasileiro”, pois “a renda está caindo, não tem emprego e, o que é pior, o povo não tem esperança”.

É esse homem que, ademais de ter seis inquéritos policiais nas costas, pretende voltar a governar o Brasil. Que Deus – ou a Justiça – nos livre de tamanha desgraça.


Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo


 

sábado, 5 de novembro de 2016

Para Lula, a culpa é do eleitor

Em sua primeira manifestação depois do atropelamento eleitoral sofrido pelo seu partido, o ex-presidente Lula mostrou que não aprendeu nada com a derrota. Recusando-se a aceitar o fato de que os brasileiros rejeitaram o PT nas urnas em razão do desastre protagonizado pelos governos petistas em todas as esferas da vida pública, Lula preferiu criticar o eleitor.  “Aqui em São Paulo nós temos um problema que é o conservadorismo”, disse o ex-presidente, procurando na sociologia de botequim, tão cara a certos intelectuais petistas, mais bem falantes que pensantes, a resposta para os resultados eleitorais no Estado, onde o PT venceu em somente oito cidades e perdeu em todos os municípios do ABC, região que lhe era fiel.

Segundo a Folha de S.Paulo, Lula, num evento na Universidade Federal de São Carlos, elaborou o seguinte – chamemos assim – raciocínio: “Desde a Revolução de 32, quando foi construída a USP, que eles não queriam universidade federal aqui para não ter pensamento federal no Estado de São Paulo. Uma ideia, uma concepção retrógrada, que não tem noção de país, não tem noção de que o país tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, que nós somos uma mega nação, que tivemos as mais diferentes culturas deste mundo, e tem gente que não gosta disso. Tem gente que não gosta da ascensão de outros Estados”.

Decerto instruído pelos marqueteiros que se dedicam a falsear a realidade para adaptá-la aos delírios lulopetistas,
o ex-presidente juntou alhos e bugalhos. Num esforço de tradução da glossolalia de Lula, pode-se dizer que ele tentou atribuir aos paulistas que lutaram contra a ditadura de Getúlio Vargas – o “eles” da frase – a pretensão de isolar São Paulo do resto do País, desejo que se manifestaria pela rejeição à instalação, no Estado, de universidades federais.

Como se nota por esse discurso fraudulento,
a verdade não tem a menor importância para Lula e os que pensam por ele. O que importa, para esses êmulos do personagem Pacheco, de Eça de Queiroz, que passou a vida a dar a impressão de possuir “imenso talento” sem ter produzido nada que prestasse, é dizer qualquer coisa para então concluir que “tem gente (os tais “conservadores” paulistas) que não gosta da ascensão de outros Estados” e “não tem noção de país”. É por isso, depreende-se, que o eleitor paulista rejeitou tão ferozmente Lula, o demiurgo de Garanhuns.

É compreensível que Lula tenha decidido comprar briga com o eleitor paulista, uma vez que a derrota em São Paulo foi especialmente acachapante. Mas o argumento do ex-presidente não explica as razões pelas quais o PT conquistou menos de 5% das prefeituras em todo o País e, entre as capitais, ficou apenas com Rio Branco. Também não explica por que houve candidatos petistas no Nordeste, bastião eleitoral de Lula, que preferiram não se associar ao ex-presidente na campanha, receosos de que a impopularidade crescente do chefão petista minasse as suas já escassas chances eleitorais. Portanto, o ex-presidente tentou reduzir a São Paulo um fenômeno que é nacional – a ojeriza ao PT.

Nenhum dos bajuladores de Lula que já foi tido como catedrático em eleições, gênio capaz de reverter em sucesso qualquer desastre eleitoral – lhe explicou que a salvação do PT depende da capacidade de entender o recado dos eleitores. Tanto é assim que, no mesmo discurso, Lula preferiu enxergar na derrota os sinais de um complô contra o Brasil. A propósito do impeachment de Dilma Rousseff, ele perguntou: “Será por causa do pré-sal, que é a maior descoberta de petróleo do século 21? Será que é porque nós destinamos 75% dos royalties para resolver o problema da educação? Será que essa coisa que aconteceu no Brasil tem alguma ligação com o fato de o Brasil ter virado protagonista internacional, ter criado o Brics, ter criado um banco fora do FMI? Será que o que está acontecendo no Brasil tem a ver com a relação do Brasil com a África, da criação da Unasul, do Mercosul?”. [Unasul, que pretendia em mais um dos delírios dos idiotas do Foro de São Paulo substituir a extinta URSS; só não contavam com o surgimento de Putin.

O que deu à Unasul o mesmo valor de um monte de esterco.]

Para Lula, no melhor estilo das teorias conspiratórias, “tem algo maior do que a gente imagina acontecendo neste país”. De fato, tem: uma imensa determinação de superar a empulhação lulopetista e devolver a racionalidade à administração do País.


Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo