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terça-feira, 16 de agosto de 2022

Na cidade do crime, não há mal maior do que questionar a justiça eleitoral - J. R. Guzzo

VOZES - Gazeta do Povo

 O presidente do Tribunal Eleitoral do Rio de Janeiro, em mais um momento ruim no surto de obsessão policial que guia hoje em dia a conduta de tantos juízes brasileiros, ameaçou prender, agora nas próximas eleições, o eleitor que reclamar que o seu voto não foi registrado corretamente nas urnas eletrônicas. É uma piada gigante – mais uma, na corrida morro abaixo que a justiça deste país vem fazendo, dia após dia, e sob o comando do Supremo Tribunal Federal, para tornar-se a instituição mais desmoralizada de todas as que estão por aí.  
Prender os eleitores do Rio de Janeiro? Justo do Rio de Janeiro? Pois então: na cidade brasileira onde o cidadão é mais oprimido pelo crime, e onde recebe proteção abaixo de zero por parte da justiça, um juiz vem falar em prender gente? É insano, e eles nem percebem que é. [imperioso perguntar:e se o "criminoso" fugir para a
Favela da Rocinha? vale o 'status de missão diplomática que o ministro Fachin concedeu às comunidades do Rio ou se prende o autor de um 'crime hediondo'?

Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.| Foto: EFE/Antonio Lacerda

As autoridades judiciárias, mais o consórcio de grupos de “esquerda”, de empresários socialistas e das classes intelectuais que se julgam os fiscais supremos da democracia brasileira, transformaram as urnas eletrônicas em objeto sagrado, como o ostensório que carrega a hóstia nas procissões do Santíssimo – e maldito seja, nos dias de hoje, quem não se ajoelhar diante delas. Inclusive no Rio de Janeiro? 
Sim, inclusive no Rio de Janeiro, onde as pessoas decentes, todo o santo dia, são assassinadas, roubadas e estupradas pelos criminosos que governam as ruas com violência abjeta e impunidade garantida
Esses podem continuar fazendo o que bem entendem; o problema do homem do TRE é com o cidadão honesto que for acusado de cometer sacrilégio contras as urnas infalíveis, invulneráveis e perfeitas da nossa “justiça eleitoral”.

O governo local se orgulha de colocar na rua, no dia das eleições, “60.000” homens da polícia, e outras providências espetaculares
Não passa pela cabeça de nenhuma autoridade local, é claro, dedicar sequer uma fração dessa força toda para defender os direitos mínimos da população em termos de segurança. 
Ao contrário: o aparelho judicial e a polícia do Rio estão hoje, para a maioria dos efeitos práticos, a serviço do crime e dos criminosos. Por ordem do STF, a polícia não pode sobrevoar as favelas de helicóptero, para não perturbar as ações dos bandidos; não pode executar operações policiais básicas. 
 Quem de fato governa os morros do Rio são as quadrilhas – o Estado traiu os seus cidadãos e entregou a elas o comando de tudo. 
É nessa hora que vem o presidente de um dos 27 TREs, um dos mais agressivos cabides de emprego jamais socados em cima da população deste país, falar grosso e fazer ameaças. [o juiz pode até ter pensado na ideia, já foi encampada pelo ministro Moraes, que pretende
seja executada em todo o Brasil.]  
Enquanto isso, o crime continua a sua festa.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

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