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domingo, 2 de abril de 2023

Bolsonaro tenta liderar a direita contra um governo dos sonhos para um político de oposição: o PT - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Se em três meses de governo Lula foi isso, imagine-se o que será em três anos [para felicidade geral do Brasil e dos brasileiros - até dos estúpidos que fizeram o L - o apedeuta sairá ainda este ano - INcompetência, mentiras, inércia, recessão, expulsarão o apedeuta e o Alckmin estará a postos para substituí-lo e transmitir o governo, em 2027, para o capitão.]

Houve um momento, quando viajou para os Estados Unidos sem entregar a faixa ao seu sucessor e sem dar notícia ao público sobre o que iria fazer com o seu futuro, próximo ou distante, em que Jair Bolsonaro pareceu ter iniciado uma clássica carreira de ex-presidente
Sabe-se bem o que é um ex-presidente. É alguém que já foi e não é mais; o que realmente pesa, em sua nova situação, é o “ex”.

De novo no Brasil, depois de anunciar e adiar várias vezes a sua volta, Bolsonaro vai tentar construir uma segunda carreira no primeiro plano da política nacional. Não é nem um pouco comum. Depois de Getulio Vargas, mais de 70 anos atrás, só Lula conseguiu voltar a ser presidente – e para isso foi preciso, entre outros fenômenos prodigiosos, o Supremo Tribunal Federal fazer coisas que jamais tinha feito antes. 

 Bolsonaro é apenas o segundo a fazer a tentativa, agora como presumível líder de algo que nunca existiu de forma realmente clara no Brasil: a direita como forma organizada de ação política, com o patrimônio de 58,2 milhões de votos que construiu nas duas últimas eleições e a maioria, constatada numericamente pelo TSE, no Sul e Centro-Oeste do País, mais Minas Gerais e o Rio de Janeiro – o Brasil onde se concentram a produção, o trabalho e o que possa existir de conhecimento.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, na sede do PL, em Brasília, acena a apoiadores Foto: Gustavo Moreno/AP

Bolsonaro promete, portanto, ser uma presença efetiva na vida pública do Brasil no futuro que se abre logo mais à frente. Desta vez, ao contrário de sua rapidíssima ascensão de 2018, vai ter pela frente uma barreira que muito analista político já está considerando invencível: os esforços, ou a determinação, do STF e dos tribunais superiores de Brasília, em cassar os seus direitos políticos, passar os próximos meses ou anos fazendo a ameaça de cadeia pesar em cima dele e impedir que possa ser de novo candidato à presidência. [a ineligibilidade do presidente Bolsonaro nos parece dificil de ser estabelecida - ao que sabemos terá de ser decretada por um colegiado e não por uma decisão monocrática - e, em tal caso provas terão que ser apresentadas, analisadas, discutidas, contestadas e até mesmo anuladas. ]

Ao mesmo tempo, e a seu favor dia após dia, ele vai ter as calamidades do governo Lula. Se em três meses foi isso, imagine-se o que será em três anos; é o governo dos sonhos para um político de oposição.  
Foi algo que Bolsonaro não teve em 1918, quando combatia uma memória do PT; agora, se acabar sendo candidato, vai combater o presente imediato. De qualquer forma, é pouco provável que ele deixe de passar, então no papel de vítima injustiçada pelos poderosos, o apoio da direita à um outro candidato da área. 
As autoridades, naturalmente, foram aos extremos para impedir que houvesse gente à sua espera no aeroporto de Brasília, ou qualquer outra manifestação pública - uma espécie de toque de recolher. 
O problema realmente não está aí. Fazer de conta que Bolsonaro não existe, só porque impediram a recepção popular, não é realista; apenas mostra medo dele, e não vai fazer com que suma a sua segunda vida política. O Brasil vai ter de conviver com ela.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 
 

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