A nova pesquisa Quaest sobre a confiança da população nas Forças Armadas traz um dado perturbador.
O levantamento mostra que, entre dezembro de 2022 e agosto de 2023, o número de pessoas que dizem “confiar muito” nos militares caiu de 43% para 33%, ou seja, 10 pontos percentuais.
Como mostrou a coluna Maquiavel, a redução de confiança foi maior entre os bolsonaristas. Segundo a Quaest, a taxa de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro que dizem “confiar muito” nos militares caiu de 61% em 2022 para 40% neste mês.
O cientista político Felipe Nunes, responsável pela pesquisa, veio a público dizendo, em suas redes, que isso “sugere algum tipo de frustração sobre alguma expectativa que havia entre esse segmento”. Especialista em leitura desses levantamentos, Nunes não quis responder à coluna se poderia ser uma frustração de bolsonaristas pelo fato de não ter havido um movimento golpista contra Lula e a favor de Bolsonaro.
Outro cientista político ouvido por este espaço, contudo, acredita que a frustração aconteceu pelo fato de as Forças Armadas não terem usado o artigo 142 da Constituição para tentar fazer uma “intervenção militar”, e que isso só será esclarecido em pesquisas futuras sobre a aprovação do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Em tempo: essa leitura do artigo 142 da carta magna está completamente equivocada, como já esclareceram diversos juristas e a própria Câmara, em 2020, emitindo um parecer contrário a essa visão golpista de uma intervenção militar.
Matheus Leitão - Blog em VEJA
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