Pesquise no Google. Você verá que, na informação mais recente (2021),
existiam no Brasil 16.431 organizações sindicais.
Não encontrará
registro de país com mais de 200.
Apenas a
título de ilustração, a expansão do “sindicalismo” estimulado pelo
financiamento privado e involuntário pelos trabalhadores é semelhante ao
crescimento do número de partidos (e do caixa dos partidos) desde que
eles e suas campanhas eleitorais passaram a ser custeados, em valores
crescentes, pelo orçamento da União.
Ninguém em juízo perfeito dirá que
se trata de um resultado inesperado.
Se o “Brás é tesoureiro”, como
cantava Beth de Carvalho...
Em 2017,
último ano da contribuição sindical compulsória, o conjunto formado por
sindicatos, federações, confederações e centrais, patronais e laborais,
arrecadaram R$ 3,6 bilhões, número que despencou para R$ 411 milhões em
2018, segundo o Poder 360°.
Esse número continuou caindo e em 2022
chegou a “apenas” R$ 53,6 milhões (menos de 2% do arrecadado 4 anos
antes).
Essa foi a
maior e mais ampla pesquisa de opinião que já se fez no país.
Indiretamente, ela revela a conduta da totalidade dos trabalhadores
formais. Quando caiu a obrigatoriedade, despencou a arrecadação,
evidenciando que os supostos beneficiários por esse sindicalismo
percebiam estar custeando algo que não valia a pena.
Para o
Partido dos Trabalhadores, contudo, malgrado seu próprio nome, não
importa tão fulminante manifestação de vontade.
Quem busca seu sustento
no trabalho formal não quer sustentar o carreirismo, a apropriação dos
sindicatos pelos partidos de esquerda e seus alinhamentos automáticos;
- quem vive do Estado, precisa do dinheiro alheio. Trata-se, como se vê,
de uma relação entre interesses recíprocos onde quem trabalha paga todas
as contas.
O partido
governante sabe disso, mas quer uma reforma tributária para elevar
impostos e cobrir seu plano de gastos.
Tal reforma, por óbvio,
aumentará, na mesma proporção, o preço dos bens que serão comprados
pelos trabalhadores cujos interesses alega representar. Dinheiro não se
inventa. Toda riqueza provém de quem produz e todo dinheiro sai do bolso
do consumidor.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.
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