VOZES - Gazeta do Povo
O
presidente Lula e o STF, acionistas majoritários na Junta de Governo
que decide as coisas no Brasil de hoje, estão empenhados num esforço sem
precedentes para fazer deste país o maior produtor mundial de medidas
oficiais que vão contra, diretamente, os interesses materiais de sua
população.
Não é uma questão de ponto de vista, de interpretação ou de
posição política. Infelizmente, para os que estão pagando a conta, são
os fatos.
A comprovação mais clara dessa hostilidade é a tentativa
simultânea, do governo Lula e do STF, de tirar da cova, onde jazia há
seis anos, o mais infame sistema de extorsão que já foi montado contra o
trabalhador brasileiro pelo poder público deste país: o Imposto
Sindical, que até 2017 mantinha vivos no Brasil 18.000 sindicatos sem
sócios, sem função e sem outra finalidade a não ser o sustento dos
próprios diretores e de grupos políticos.
É isso mesmo: 18.000, ou 80%
de todos os sindicatos do mundo.
Por que não? Com o imposto sindical
ninguém precisa ter sócio e batalhar por ele.
Basta registrar um
sindicato - e correr para o abraço do Erário Público.
O
Congresso Nacional, como todo o cidadão que ganha salário sabe muito
bem, aprovou em 2017 uma raríssima lei em favor do interesse direto da
população - tornou voluntário o pagamento do imposto sindical. Quem já
tinha visto uma coisa dessas no Brasil?
O povo, por essa lei, ganhou o
direito de dizer se queria ou não queria pagar um tributo cobrado pelo
governo – no caso, um dia de salário por ano. A resposta dos brasileiros
foi devastadora: 98% decidiram não pagar mais.
A receita dos
sindicatos, como efeito imediato, caiu de 3 bilhões de reais no último
ano de vigência do IS para menos de 70 milhões no ano passado.
Há alguma
dúvida a respeito do que a população realmente quer nesse assunto? Não é
uma “pesquisa de opinião” que qualquer um, com dinheiro, pode
encomendar na primeira esquina. É uma prova física, com números, de que o
trabalhador prefere guardar no próprio bolso o seu dia de salário, em
vez de entregar o dinheiro para um sindicato que não respeita - e no
qual não está interessado em entrar.
Vontade popular é isso. Não é a
vontade da “direita”, nem dos “ricos”, nem dos “golpistas”. É o que o
cidadão realmente quer.
Teve o direito real de escolher - e fez a sua
escolha. O que pode haver de mais democrático?
Com o imposto sindical ninguém precisa ter sócio e batalhar por ele. Basta registrar um sindicato - e correr para o abraço do Erário Público
Lula
e o STF querem exatamente o contrário do que o trabalhador deste país
está querendo – e que acha melhor para si próprio, como comprova há seis
anos seguidos a sua recusa em pagar o IS.
O que mais eles precisam para
ser informados da realidade? O Supremo, de um lado, já somou uma
votação de 5 a 0 para dizer que a cobrança do imposto sindical de quem
não é sócio de sindicato nenhum é “constitucional”. Quem lê a
Constituição pode achar o oposto. Está escrito lá, logo no artigo 5, que
ninguém pode ser compelido a se associar a qualquer tipo de entidade – e
se tem o direito de não entrar, deve ter, ainda mais, o direito de não
pagar a entrada.
Mas o STF diz que não é assim. É melhor, então, dizer
que não é.
Lula, do outro lado, mandou um projeto para o Congresso
criando um novo imposto sindical – só que muito pior que o modelo de
origem.
É como se estivesse na mesma faixa de onda em que estava quando
anunciou em público seus desejos de vingança contra Sergio Moro.
O
projeto propõe que todo brasileiro tem de pagar 1% do seu salário anual
para os sindicatos; dá três vezes o valor cobrado até 2017.
A esquerda
brasileira diz que tem de ser assim.
Os sindicatos, em sua visão de
mundo, não podem viver da contribuição voluntária dos membros, como se
faz em qualquer democracia de verdade, porque o trabalhador não tem
dinheiro para pagar. Que fazer, então?
Se o cidadão não tem condições de
contribuir para o sindicato por sua livre e espontânea vontade, a
solução de Lula e do STF é fazer com que ele pague com desconto direto
no salário. É isso – exatamente isso.
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Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
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