Confesso a vocês que nunca ouvi, nem li, nem assisti sob a égide da nova constituição, ações sistêmicas como as destes dias, dos quais se diz estarmos vivendo a vitória eleitoral do amor.
Mas o amor, dizem, venceu o ódio.
Eu posso abrir mão do direito de me defender; mas não posso abrir mão do dever de defender minha família. E esse não é um amor de cabaré que a ninguém convence, mas é amor de verdade!
Para encerrar estas considerações sobre a vitória do amor, trago palavras proferidas pelo ministro Gilmar Mendes, em Paris, num fórum promovido pelo Grupo Esfera Brasil dias 13 e 14 deste mês.
Disse ele, referindo-se aos episódios de 8 de janeiro:
Poderíamos estar “contando uma história de derrocada, mas estamos contando história de vitória do Judiciário e do TSE (aqui).
Disse mais:
“Muitos dos personagens que hoje estão aqui, de todos os quadrantes políticos, só estão porque o Supremo enfrentou a Lava Jato. Eles não estariam aqui. Inclusive o presidente da República, por isso é preciso compreender o papel que o Tribunal desempenhou” (aqui).
Disse ainda:
"Se a política voltou a ter autonomia, gostaria que se fizesse justiça, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Se hoje tivemos a eleição do presidente Lula, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Vamos travar a luta contra o poder absoluto, mas também a luta contra o esquecimento. Se a política deixou de ser judicializada e criminalizada, isso se deve ao Supremo Tribunal Federal" (aqui).
A parte dessa fala com a qual eu concordo, sempre reconheci, mas não poderia ser dita. Agora, até o ministro decano do STF proclama com o orgulho e a temperança que lhe são habituais.
O amor é lindo!
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
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